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September 11, 2025 63 mins

Enquanto a política interna francesa dá ideia de estar a patinar, com o terceiro primeiro-ministro indicado por Macron no espaço de um ano, e regressam as manifestações para parar o país, a França desliza para o abismo. Paris tem uma dívida pública que ultrapassa em muito os 100% do PIB, com tendência para crescer como se percebe do défice orçamental que está nos 5,8. Pedir ajuda ao FMI não é cenário que se possa descartar.

Isto já seria problema bastante para abanar a Europa, que teima em mostrar-se impotente para ajudar a Ucrânia a chegar à paz e é, agora, sistematicamente provocada pela Rússia. O assunto é mais sério do que nunca e, parecendo querer testar as linhas da NATO, drones russos violaram o espaço aéreo da Polónia. Donald Tusk advertiu que a perspectiva de conflito militar está mais próximo do que em qualquer momento desde a Segunda Guerra Mundial.

O primeiro-ministro português está na China. É o primeiro governante ocidental a visitar Pequim depois de na semana passada Xi Jinping ter mostrado a sua força ao mundo em oposição à hegemonia do ocidente liderado pelos Estados Unidos. Nos meios diplomáticos circula a informação de que Trump estaria a pressionar a Europa para aplicar tarifas de 100% à China e à Índia, como forma de acabar com a guerra na Ucrânia.

Por cá, a queda do Elevador da Glória mostrou um incumbente sem elevação para participar no debate político, a um mês das eleições autárquicas. Para malhar no PS, deixando na paz do senhor o Chega que apresentou uma moção de censura na Assembleia Municipal, Carlos Moedas insultou e disse umas inverdades — eufemismo usado no debate político para descrever uma mentira.

Está com o Bloco Central. Paulo Baldaia modera a conversa em que a opinião que conta é de Pedro Marques Lopes e de Pedro Siza Vieira. A sonoplastia deste podcast é de Gustavo Carvalho.

 

BLOCO CENTRAL DOS INTERESSES

PEDRO SIZA VIEIRA

É inevitável que nestes dias nos lembremos da canção dos Rádio Macau “O Elevador da Glória”, do álbum do mesmo nome, de 1987. Mas apetece-me sugerir que os nossos ouvintes recordem esta canção por outros motivos. Porque me recorda a Lisboa dos anos 80, onde renascia a vitalidade de uma cidade que há pouco tempo tinha recuperado a liberdade. O Bairro Alto era o sítio onde as coisas aconteciam e onde sentíamos que tinha chegado a modernidade e podíamos ser todos protagonistas. A letra registava isso muito bem, a música estava completamente alinhada com a sonoridade indie pós-punk da altura e a Xana tinha muita pinta.

 

PEDRO MARQUES LOPES

“Isto não é Miami”, de Fernanda Melchior (Elsinore, 2019)

Belo livro. É um conjunto de ótimas histórias todas passadas em Veracruz, México. Muito ligadas à violência e aos gangues daquela terra. Mas é muito mais que isso. Escrito de maneira fluida, – lê-se num dia — despretensiosa, não se consegue parar. Ficaram-me as histórias da miúda possuída por um demónio, que tem como pano de fundo o primeiro casamento da autora, as da violência dos Zetas, a dos clandestinos que pensam que chegaram a Miami, a dos advogados, mas são todas boas e muito bem contadas. Há ali um misto de ternura, de busca de um quotidiano mesmo no meio daquela violência, de normalidade. Encantador. “A vida não vale nada” (de uma das histórias).

 
“Os Cúmplices”, de Georges Simenon (Dom Quixote, 1955, edição de 1989)

É tão absurdamente genial que nem sei que diga. Lembrei-me do que o Julian Barnes disse sobre ele, qualquer coisa sobre ele entrar nas almas mais negras. Mas não deve ser bem essa a expressão. Este é sobre um tipo amargurado, estranho, infeliz, com uma vida que tem tanto de vulgar (apesar de bem sucedida) como de estranha. Um casamento infeliz, uma família de que não gosta, sem filhos e com uma história de amor estranhíssima com a secretária. Ele provoca, involuntariamente, um acidente em que morrem 48 crianças, num autocarro escolar. No fundo são

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