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December 19, 2024 72 mins

Já se pegou rolando sem parar pelo feed, pulando de vídeo em vídeo, ou olhando sua biblioteca de jogos por horas sem saber o que escolher? E por mais que você esteja atualizado, a sensação é que sempre falta algo? Essa sobrecarga de informações tem nome e nesse episódio mais pessoal do BonusCast nós falamos, entre um desabafo e outro, dos desafios que poucos sabem como lidar com o bombardeio de informações e pela infinidade de conteúdos e produções.


Links dos estudos comentados no episódio:


"Quatro em cada cinco brasileiros sofrem efeitos da sobrecarga de informações", da ABES;


"Media overload is hurting our mental health. Here are ways to manage headline stress", da American Psychological Association (em inglês)


"Media Overload: Why We Need Less, Not More Content", da DataEthics (em inglês)

Mark as Played
Transcript

Episode Transcript

Available transcripts are automatically generated. Complete accuracy is not guaranteed.
(00:00):
Ô, Rodrigo, você já assistiu esse especial de Friends que tem
aqui pra assistir, meu filho? Cara, você precisa assistir
Dandadão, o anime é muito bom, omoleque perde o pau já no
primeiro episódio. Chega!

(00:32):
Olá a todos, começando mais uma edição do Bonuscast, o podcast
do Bonus Stage sobre jogos, videogames e entretenimento
eletrônico e cultura pop. Eu sou Rodrigo Sanches e junto
comigo, boa noite ou bom dia, Sr.
Vini Lima. Uma ótima noite a todos, eu sou
Vinícius Lima, sou jornalista, músico, podcast, eu jogo
joguinhos de feira, assisto séries, assisto filmes, jogo

(00:54):
coisas, eu fico scrollando pelo TikTok duas horas sem parar.
Enquanto isso, empilho dez pratos e lavo a louça e também
seco ao mesmo tempo. Você é um menino multifunção.
Eu sou tudo em todo lugar ao mesmo tempo.
É, tipo isso. Tudo bem com você?
Tudo bem com você. Tudo bom também com a gente, o
senhor Jean Mota. Bom dia, boa tarde, boa noite,

(01:16):
boa madrugada. Bom dia, boa tarde, boa noite,
boa madrugada. O Sean é policlota, né?
Na outra ele foi italiano, agorajaponês.
Tá bom. Fuga o japonês de anime, é só as
frases que eu sei. Ah, é um clássico.
É isso. Vai vir gente falando mal do

(01:39):
sotaque. Eu aprendi os animes, e você?
Eu... O seu kumonkara aí.
O seu kumonkara é ótimo. Dez de dez.
Tudo bom com o senhor, Jean? Agora melhor, graças a Deus,
meus consagreitos. Então tá bom.
Bom, essa edição, né, vocês devem ter achado estranho,

(02:00):
porque tá todo mundo cansado, porque, né, vamos falar a
verdade. Você já se pegou rolando sem
parar pelo feed, pulando de vídeo em vídeo, né, olhando sua
biblioteca de jogos no Game Passpor horas, sem saber o que
escolher, né? E por mais que você seja
atualizado, a sensação é que sempre falta alguma coisa.
Essa sobrecarga de informações tem um nome chique, chamado

(02:20):
Media Overload. Isso traz desafios que poucos de
nós sabem como lidar. Mas por que isso acontece?
A resposta está em como a tecnologia e a cultura
contemporânea moldaram nossa relação com a informação.
Isso vai desde o acesso contínuoà internet ao medo de perder
algo, o famoso FOMO, o Fear of Missing Out, passando pelo

(02:40):
bombardeio de informações e pelainfinidade de conteúdos que são
criados a cada segundo. E nós somos expostos a muito
mais do que o nosso cérebro podeprocessar.
E hoje, no Bonus Cast, nós vamostentar te ajudar a apertar esse
pause nesse turbilhão de informações.
E pra gente já começar, eu vou fazer essa pergunta pra esses
meus dois queridos que me acompanham nesse podcast, que

(03:01):
é... A gente precisa mesmo consumir
tudo? Não.
Não. Não.
É isso, obrigado. Esse foi o Bonus Cast.
Não, mas é uma relação que a gente tem que falar um pouco
sobre isso, porque nós estamos hoje, graças à tecnologia, cada
vez mais nós estamos expostos a informações e de todos os tipos.

(03:23):
Isso vem tanto às notícias, às informações que chegam para a
gente e até a grandes produções.E, poxa, nós como um podcast que
fala sobre cultura pop, isso também afeta a gente para um
caramba. E a gente vê aí cada vez mais
novas séries chegando, jogos sendo lançados, e a gente sempre
com aquele sentimento de eu quero assistir tudo isso, eu

(03:46):
quero jogar tudo isso, eu quero ler tudo isso, e tá faltando
tempo. Como que é essa relação pra
vocês? Porque assim, cada vez mais, eu
vou fazer um desabafo aqui, que é cada vez mais eu quero ficar
longe de tudo isso. para falar averdade.
Porque assim, claro, eu amo tudoisso, mas é muito difícil a
gente conseguir acompanhar tudo o que está saindo ao mesmo

(04:10):
tempo. Como é que você falou, Vinícius?
Nós estamos em todo lugar ao mesmo tempo.
Porque assim, é muita coisa. É um bom filme, inclusive.
Eu acho esse filme incrível. A gente já até falou.
Você deveria ver esse filme. Por que você não viu esse filme
ainda? Você deveria ver esse filme.
É isso. É justamente isso.
O Você Precisa. Você precisa mesmo?

(04:31):
Como que vocês viram essa parada?
Eu quero falar uma curiosidade, que é o seguinte, a gente falou
sobre, você mencionou o FOMO alino começo da introdução, que é
Fear of Missing Out, mas na realidade o que a gente sente
dor é porque não FOMO, né? E aí a gente não vai, nós não
FOMO, e aí a gente sente todo esse tererê aí, obrigado, é isso

(04:54):
que eu queria adicionar aqui nesse vídeo.
Mas eu acho que funciona muito bem.
É isso. Você resumiu muito bem.
A gente não precisa jamais disso, né?
Mas a gente vem de um advento decoisas como a pandemia, a
ascensão das redes sociais, do celular.
A gente não consegue largar o celular.

(05:14):
Nossa vida depende disso. O nosso dia a dia caminha junto
com o celular. E o celular hoje é algo que todo
mundo tem. Porque existem celulares hoje de
diversos preços, diversos valores, então é acessível, ele
consegue ser um negócio acessível.
Então, tipo, todo mundo tem seu celular, todo mundo quer
participar daquilo, todo mundo quer isso, só que assim, eu acho

(05:36):
que pra mim deu, entendeu? Pra mim deu.
E aí eu falo pra você que se eu não trabalhasse com isso, eu
acho que eu estaria num momento que eu falaria assim, gente,
beijão, quem quiser falar comigo, me liga, mas vocês não
vão me ver mais em rede social porque eu cansei, entendeu?
É esse o rolê. E a nossa cabeça tá num ponto

(05:57):
que, vamos lá, acho que quem tá nascendo agora, essa geração
nova... cresce já acostumada comisso, né?
Mas a gente, a gente vem de uma geração, porra, aqui nós somos
todos trinta a mais, a gente tá quase quarenta a mais aqui.
Aliás, eu queria ressaltar aqui que eu, né, Vinícius Lima, aqui
com todo o meu charme, com toda a minha elegância, eu sou o

(06:19):
único desse podcast aqui agora gravando que ainda está na faixa
dos trinta, né? Os meninos já passaram aí, já
estão... Eu sou o caçula aqui desse
podcast. Quando a gente tiver chegado aos
quarenta plantas, eu comecei aqui, eu já cheguei.
É, a gente já tá lá. Por isso que eu fiz esse adendo.
Então pra gente, porra, a gente cresceu brincando na rua, a

(06:39):
gente cresceu num momento em quea gente tinha as locadoras, a
gente ia numa locadora, alugava determinado jogo.
Três, quatro, cinco vezes. Porque só tinha aquilo.
E a gente se divertia da mesma forma.
Sim. Da mesma forma.
Então tudo isso vai crescendo. E na nossa cabeça, já antiga, se
você for uma pessoa nova, estiver ouvindo isso aí e falar

(07:02):
assim, porra, eu também me sintoassim, você pode deixar pra
gente, comenta com a gente nas redes, manda pra gente aí no
Instagram, deixa nos comentáriosaí.
Se isso também funciona pra você.
Mas pra mim, chegou num momento em que, tipo, não dá pra
acompanhar, eu não consigo mais.E eu passei por um momento,
assim, que eu ficava muito chateado com isso, que era tipo
assim, mano, eu não consigo terminar esse jogo porque tem

(07:23):
outro que tá chegando e eu preciso mostrar isso, né?
Tipo, todo o negócio. Mas que aí, eu simplesmente
falei assim, meu, eu não vou sofrer por isso, entendeu?
Já chega. E eu acho que é até legal você
estar tocando nesse assunto, Vini, porque é uma coisa que...
Tudo bem, muita gente já conhece, a gente já acompanha o
Bônus Esteja há um bom tempo, principalmente o nosso podcast,

(07:43):
antes até mesmo do hiato que nóstivemos.
Mas uma coisa que a gente semprese preocupou era, claro, tentar
trazer as novidades, coisas que estão falando no momento, e a
gente tenta ver isso de uma forma mais crítica.
Então, assim, muitas coisas a gente vai acabar não falando a
respeito. Também por essa limitação.
O que eu estou querendo dizer delimitação?

(08:05):
Você falou uma coisa que é muitoverdadeira e tem muito a ver com
a nossa infância. Quando nós éramos crianças...
Tinha acesso a ir numa locadora,alugar um filme do videocassete,
aquela coisa toda. E a gente podia escolher uma
coisa que você sabe que assim, cara, eu vou alugar esse filme e
eu vou ver no fim de semana, porexemplo.
Acho que muita gente passou por isso.

(08:26):
É claro que a tecnologia é legalpra caralho, sabe?
De a gente poder falar assim, cara, eu vou abrir o Netflix e
tem uma biblioteca gigantesca defilme e tudo mais.
Se você já baixou filme na internet, você sabe como é foda.
Só que ao mesmo tempo, tipo, eu sinto que a gente tem tanta
coisa à nossa disposição e aí você não sabe por onde começar.

(08:47):
E todo dia tem algo novo, Rodrigo.
Todo dia tem algo novo. Todo dia, né?
invariavelmente lança uma música, lança um filme, lança
uma série, lança um jogo, lança,sei lá, um brinquedo novo, lança
alguma coisa. Não dá pra dar conta, né?
Pois é. Não dá pra gente dar conta
disso. Eu vou citar duas coisas até que
enquanto nós estávamos montando a nossa pauta, né?

(09:07):
Um beijo pra Bia, que acabou nãoestar participando com a gente,
mas ela ajudou isso também, né? Na construção dessa pauta.
Ela mandou dois links que... Eu vou colocar provavelmente no
Blue Sky, já que a gente não está publicando já diretamente
no site, mas em algum momento isso vai estar, caso você esteja
ouvindo isso até um pouco depois.
Mas ela mandou um link da American Psychological

(09:28):
Association, que a notícia é, emtradução livre, a sobrecarga de
mídia está machucando a gente, está acabando com a nossa saúde
mental. E também, ao mesmo tempo, o
pessoal da Associação Brasileiradas Empresas de Software, eles
fizeram uma matéria muito interessante, isso lá em dois
mil e vinte e dois, que é o seguinte, quatro em cada cinco

(09:48):
brasileiros, eles sofrem de efeitos da sobrecarga de
informações. Eles têm um infográfico e eles
mostram que setenta e nove por cento dos entrevistados do
Brasil, eles sentem que a sobrecarga de informações
contribui para o seu estresse diário.
Tudo bem, a gente tá falando queé tanta informação que a gente
tá ali, mas o quanto que também essa hiperexposição da cultura
pop hoje em dia que nós temos, pra nós que acompanhamos, o

(10:11):
quanto que isso também não pode ser algo até prejudicial?
Uma coisa que me incomoda muito,e aí eu vou deixar pra vocês
também complementarem, é assim, a quantidade, como o Vini falou,
é a quantidade... de produções que aparecem cada vez mais e
cada vez mais, e está todo mundocomentando nas redes sociais.
E se você não estiver assistindoe não estiver comentando, você

(10:31):
não está fazendo parte disso. A gente precisa estar fazendo
parte disso. Boa noite, meu nome é Jean, eu
tenho um problema. Brincadeiras à parte.
Não consigo desassociar isso a qualquer tipo de vício, pra
começo de conversa. Mas antes, eu acho que é
importante dizer que a gente nãotá aqui pra julgar ninguém,
entendeu? Não, não, claro que não.
A gente tá aqui dando um monte de bronca e tem que fazer isso.
Mano, eu faço essa analogia em formato de brincadeira com algo

(10:53):
que é um pouco sério pra dar umaquebrada no gelo.
Tipo, eu já me considero uma pessoa que tem uma dependência
em consumo de mídia, de cultura pop em geral, seja sério, tem
que ser sério. na série X sai, eu preciso assistir é fumo, é
Fear of Missing Out sim, eu achoque chega bem era isso, entendeu
então o que é que eu fiz, eu comecei a tentar dosar, tava
trabalhando na indústria, inevitável, tinha que fazer as

(11:13):
reviews, porque os jogos chegam com a gente que infelizmente às
vezes chegam jogos de sessenta horas com um prazo de menos de
cinco dias, a gente tinha que sevirar no streaming pra terminar
o jogo pra poder fazer uma análise, pra galera ter uma
noção do quanto que vale a pena,pra quem que vale a pena aquele
consumo daquele material de mídia seja um filme, uma série,
um game o que era que a gente tinha que fazer Estar em outra
indústria, não ter mais essa obrigação, me mostrou que eu não

(11:36):
precisava me ater a pequenas filosofias que eu percebi que eu
tava. Como, por exemplo, eu não
consumia mais nada relacionado aretro.
Nada. Absolutamente nada.
É mesmo, cara? Porque na minha cabeça, se eu já
joguei, pra que eu vou jogar o que eu já conheço quando tem
zilhões de novos conteúdos pra consumir e eu fico reclamando
que eu não tenho tempo. Então eu tava tentando já
otimizar o meu tempo pra consumir aquilo que eu ainda não

(11:58):
consumi das coisas que eu gosto.Hum.
Eu não tenho a obrigação de consumir, com perdão do meu
francês, porra nenhuma. Entendeu?
Não mesmo. E aí foi quando eu comecei, eu
fiz, mano, isso aqui tá parecendo aquelas cinco etapas
facílias da dependência, né? Contemplar, pré-contemplar,
preparar, agir, manutenção. Mano, eu preciso entender que eu
não tenho a obrigação nenhuma deconsumir porra nenhuma.
Daí eu comecei a entender o que é que eu tava nessa dependência

(12:19):
de eu tenho que consumir. Daí eu fiz, o que é que eu
preciso fazer pra não ficar nessa nóia?
Daí eu comecei a criar hábitos pra não cair nessa nóia.
Um deles, inclusive, é eu tô reassistindo House.
Olha só. Aí você fala, pô, você tá
combatendo seu consumo de mídia com outra mídia?
É, mas eu tô fazendo pra relaxare pelo bel prazer.
Já assisti, já conheço. É uma das minhas séries
favoritas na vida. Eu fico reclamando, porra,

(12:41):
nenhuma nova série tá me cativando.
Ah, então eu vou ver uma antiga,mano.
Isso aqui é pra ser um hobby, ó.Vou lá de escape.
É pra eu me divertir. É pra ter a sensação de lazer.
Pra que raios eu preciso procurar a série perfeita pra
consumir, pra ficar... Quando eu chegar em casa, eu
tenho que assistir... não, entãoagora se eu quero ver dois
episódios, eu vejo dois, se eu quero ver só um, eu vejo, se eu
não quiser ver hoje, eu não vejo, eu vou ler um livro, eu
continuo ainda na minha cabeça, mas de uma forma mais educada,

(13:03):
eu vou dizer assim, eu quero otimizar o meu tempo para fazer
as coisas, para não ficar tambémuma pessoa que reclama das
coisas, eu não gosto do hábito que é um mal, na minha opinião,
atual da sociedade, tudo que a gente quer reclamar, Isso é uma
verdade. Tem pessoas que eu até me
afastei porque só reclamam. E aí uma vez eu cheguei para ela
e falei, mas vem cá, o que está acontecendo de bom na sua vida?
A pessoa pareceu o peripaque do Chaves, ela travou.

(13:23):
Porque ela não sabe o que responder, né?
Ela não soube o que responder. Eu fiz, pense...
Porque tem sim alguma coisa boa acontecendo na sua vida, não é
possível. Ah não, fulano, amiga minha
voltou de uma doença e tá assim.Poxa, minha mãe conseguiu aquele
emprego, aquela aqui. Então assim, a gente tava num,
acho que são problemas atuais que a gente enfrenta, pra não
fugir do assunto, mas reclamar éum deles e o super consumo é

(13:44):
outro. Então eu não queria cair em
nenhuma dessas duas noias mais, então eu comecei a fazer isso.
já que eu quero ler o livro tal pra poder jogar RPG com meus
amigos, do que que eu vou me privar?
E aí, Jairo, que é um amigo nosso em comum, chegou pra mim e
fez, Jairo, eu fico impressionado como você não
para, você joga o seu futebol, etá lá no seu esporte, e trabalha
que nem um maluco, e ainda narraRPG pra galera, e quando eu
pergunto, você tá jogando o jogotal, e tá fazendo não sei o que,

(14:05):
mas assim, eu faço isso pelo meulazer.
Só que aí eu percebi que eu já estava me obrigando a estar
sempre nas coisas trend, não quero mais nada trend.
Se por coincidência, na hora queeu tiver de bobeira, sair um
negócio que eu gosto, se eu tiver tempo, eu vou jogar.
Se não, eu vou primeiro terminar, eu tô fazendo pra
depois sim partir pro próximo. Agora tem uma lista, sabe, é a
questão da ação e da manutenção,que são etapas pra você se

(14:28):
livrar de um vício como álcool. Então, assim...
É verdade, né? É um vício.
É um vício. É contemplação, contemplação,
preparação, ação. Eu só sei disso porque eu tive
um amigo que a gente já ajudou bastante, porque ele tava
viciado em álcool e quis sair isso há dez anos atrás.
Caramba. Então, assim, na hora que a
gente começou a lidar com esse assunto e desenvolver essa
pauta, eu fiquei, eita porra. Eu, sem querer, sem perceber,
por conhecer inconscientemente, fiz as mesmas cinco etapas que a

(14:51):
gente ajudou fulano a fazer pra me livrar do vício e do consumo
de mídia. A minha desculpa esfarrapada é a
justificativa de, ah, eu trabalhava com isso.
E quando eu parei de trabalhar, inclusive os meus perguntaram,
como é a vida lá fora? Não jogar por obrigação.
A gente já ouviu muito isso, né?E eu falei, eu voltei a sentir
prazer em jogar. Deve ter um monte de gente que é
doido pra trabalhar com mídias, geeks, que deve tá xingando a

(15:14):
gente nesse momento, mas eu vou falar pra vocês.
Não esqueça, é trabalho. E quando tem trabalho, tem
obrigações. Você não fala sobre o que você
gosta. Quando esse momento chega, você
curte um pouquinho. Não tô dizendo também que é um
pesadelo. Foi maravilhoso trabalhar com
games. Eu adoraria, sabe, continuar
trabalhando sempre. Estar no bônus é uma forma de
não me separar desse vínculo maravilhoso.
Mas assim, você não ter a obrigação de consumir algo de

(15:34):
cultura pop que você ama é simplesmente maravilhoso, porque
você consome a hora que você quiser, no ritmo que você
quiser, o que você quiser. Ter a obrigação de não é legal
não, minha gente, tá? Eu tenho um amigo que ele falou
uma coisa uma vez, que ele trabalhou também na indústria de
jogos, ele falou uma coisa que eu achei muito interessante, que
ele falou assim, não tem nada mais prazeroso do que você
comprar um jogo que você quer jogar.

(15:55):
Voltar a comprar é uma delícia, desculpa aí a galera que pode
entender isso errado, espero quenão estejam me explicando mal.
Era muito bom ganhar as coisas, não gastar um único centavo num
game é delicioso. Mas você não curtia, desculpa,
você não curtia. Você curtia o breve momento
quando era aquele que você curtee que porventura caiu na sua mão
pra fazer review. Você tem uma redação cheia, às
vezes tem um monte de gente que gosta daquele mesmo jogo, e você

(16:15):
tem que respeitar uma série de prioridades que são definidas
por cada redação, ou cada veículo, ou cada órgão, ou
whatever. Então, assim, essa Black Friday,
eu separei jogos ali na lista daSteam, do Playstation, do Xbox,
sabe? Do Switch.
E aí eu fiz, mano, agora que tá em promoção, eu vou comprar esse
jogo e eu vou ter o prazer de parar e jogar ele no meu ritmo,
do meu jeito. Se vai ser com os meus amigos,
se vai ser sozinho, dane-se. E tem duas coisas que você falou

(16:37):
agora, tá? Que eu acho que faz muito
sentido. A primeira é essa coisa, né, de
comprar um jogo que tá na Steam e tudo mais.
Eu tenho um backlog gigantesco. Porque a gente também entra
nesse lance de tipo, opa, o jogotá barato, eu vou comprar esse
jogo e você nunca vai jogar. Saiu uma pesquisa um tempo atrás
de que tipo, mano, tem, sei lá, um valor, se eu não tô enganado,

(16:58):
passa bilhões de jogos que foramcomprados na Steam que as
pessoas nunca jogaram. nem iniciaram, nem instalaram eu vi
isso em live uma vez junto com agalera da minha biblioteca eu
tenho um monte de jogo que eu nunca joguei eu não só li isso,
como se eu não me engano é cercade setenta por cento da
biblioteca que você nem sequer instalou é a única vez que você

(17:18):
quer quem estiver julgando a gente, olha aí quantos jogos
você tem suas Steam, PSN, Xbox whatever seus consoles até seus
emuladores, você baixa um monte de coisa que você não jogou Não,
com toda certeza, às vezes você vai jogar um pouquinho só pra
falar, ah, joguei, mas, cara, não aproveitou, né?
E de novo, não é julgando, a gente tá falando aqui e a gente
fez o mesmo. Não, não, exatamente, gente, não
é um julgamento. E a outra coisa que eu ia falar,

(17:39):
e você comentou, Jean, que eu acho que é um ponto muito
importante, até pra gente continuar o nosso papo aqui com
o podcast também, que é o seguinte, que é o trend.
O que é trend, né? O que está acontecendo no
momento, o que as pessoas estão falando, na verdade.
É, é, é. E aí eu acho que tem um grande
lance, e claro gente, nós estamos falando aqui sem um
embasamento de uma pessoa especialista no assunto, mas

(18:00):
claro, nós vivemos isso, você provavelmente que está ouvindo
esse podcast, você passa por isso, que tem a ver com o uso de
redes sociais, a quantidade de informação que chega para a
gente diariamente, e o quanto grandes empresas se apropriaram
dessa questão das discussões em redes sociais, para se
aproveitar, para promover um produto, né?

(18:21):
Eu não sei como foi para vocês, tá?
Mas tem uma coisa que eu lembro que, assim, todo mundo no mundo
só estava falando sobre isso e virou um grande evento, que foi
quando teve o lançamento de Avengers, né?
O Endgame, que foi o último filme da saga Vingadores no
cinema. E eu lembro que eu fui no cinema
pensando, cara, eu quero ver isso daqui, porque... tava todo

(18:41):
mundo hypado e tudo mais, o quanto aquilo ali não foi uma
estratégia da Disney em bombar otempo todo, todo mundo falando
sobre isso, porque nós somos fãs, a gente gosta, a gente quer
ver aquilo ali no cinema, é muito legal, lógico, mas o
quanto que aquela empolgação de você ver aquele filme numa
pré-estreia antes de todo mundo...

(19:02):
Não foi uma sementinha dos carasplantada na tua cabeça pra você
ir logo pro cinema? Vai consumir o negócio?
Corre! É agora, é o seu momento!
E assim, foi um grande evento, foi tipo ir num show pra mim,
né? Porque assim, tava lotado, as
pessoas gritavam no cinema e tudo mais.
Mas assim... Eu talvez não precisava ter ido
na pré-estreia do filme, sabe? E vou falar pra você que, assim,

(19:23):
pra gente que trabalha na... Todas nós já trabalhamos na
área, né? É, exato.
Mas que hoje a gente consegue levar isso com uma certa
leveza... Quando você trabalha na área,
isso é importante. Você assistir algo primeiro é
importante, porque você tem que saber.
Quando você receber um jogo vinte dias antes do lançamento,
é importante, porque você quer que aquilo...

(19:44):
Quer que sua matéria seja a primeira a ser vista.
Você quer que seu negócio seja ali, tarará, tarará, entendeu?
E, mano, não tem que, na verdade...
Você tá satisfazendo um ego seu,que na verdade é um sentimento
que foi plantado em você, mas você tá satisfazendo o ego do
dono da empresa lá. Exatamente.
Que mandou o joguinho vinte diasantes pra você, tipo, pra ter a

(20:06):
matéria dele. E se você, por ventura, né,
porque vamos lá, o Jean comentouaqui mais cedo, que mais cedo é
engraçado, né, que parece que foi tipo de manhã, mas foi cinco
minutos atrás. É, o Gê comentou mais cedo sobre
as empresas que mandam coisas, quando chega review, tal, tal,
tal. E assim, trabalhei com
assessoria de imprensa. E eu sei que a gente vive numa

(20:27):
sociedade que tem esse mid-overload.
E mano, às vezes você vai receber um jogo, você tá
lançando um jogo que você precisa de, sei lá, trinta
horas, sessenta horas, quando mais.
E se porventura o veículo não consegue entregar aquilo, pede
mais tempo pra entregar, tal, não sei o quê, você tem que
ficar pressionando. Porque a empresa fica em cima do
seu pescoço aqui, ó. Porra, cadê o review do Jean?

(20:50):
Cadê o review do Rodrigo? Cadê o review do Vinícius que
não tá entregando? Porra, são veículos...
É um absurdo isso. A gente vive sendo pressionado,
né? Na pandemia eu criei um canal,
né? Na Twitch faço lá minhas lives e
tal, não sei o quê. E, mano, eu surtei.
Por diversos motivos, né? Mas surtei porque...
Um deles... Eu queria sempre ter o melhor.

(21:11):
Eu queria ter o melhor microfone.
Eu queria ter a melhor câmera. Eu queria ter a melhor luz.
Queria ter, tipo, um computador foda.
Queria ter dois computadores prafazer live.
E aí, queria ter todos os lançamentos aqui e tal, não sei
o quê. E, mano...
Não é isso. Não precisa.
Eu entrava em parafuso. Sou um canal pequeno.
Tenho, sei lá, cinco mil seguidores, mas o pessoal que me
acompanha ali são dez, doze pessoas que me acompanham ali,

(21:33):
né? Quando eu faço live.
Mas também tem uma coisa, né, Vini?
Que nem você falou agora. E até invariavelmente, como você
falou, a gente passou por isso pelo bônus também, óbvio.
A gente tá gravando esse podcastnesse momento.
Você que tá ouvindo, assim, a nossa grande preocupação...
É trazer um material legal para vocês, ter qualidade e tudo
mais. Mas em muitos casos, e eu vejo o

(21:54):
quanto a indústria no geral se apropria disso.
Você está falando agora de streamers, a galera que está
fazendo suas lives e tudo mais. E é claro que existe uma
estética por trás da coisa. O microfone que brilha, a luz
neon no quarto. É.
Eu adoro, a gente acha isso super legal, mas em muitos
casos, assim, a gente vê uma galera que tá acompanhando e

(22:17):
você não para pra prestar atenção que naquele momento,
assim, você tá vendo, tipo, trocentos modelos de microfone,
vários modelos de headset. Cara, tem indústria de móvel que
tá fazendo, tipo, mesa gamer. Ó a mesa, cara.
Tudo bem, eu acho que esse não éo problema real.
Mas eu digo assim, às vezes achoque em muitos casos a gente vê

(22:39):
isso como assim, isso aqui é um sinal de qualidade, isso aqui é
bom e tudo mais. E a gente está sendo exposto a
trocentas coisas ao mesmo tempo e a gente não consegue filtrar.
É o que eu ia falar. Não tem um filtro, né?
Sim, porque você vê os grandes...
Nesse negócio dos streamers. Você vê, tipo, grandes
streamers, streamers renovados que estão lá mostrando no seu
Instagram o setup maravilhoso deles.
Exato, exato. A luz maravilhosa, como eles

(23:01):
estão, não sei o quê. Uma, você acha que precisa de...
Você que cria conteúdo que é um canal pequeno, você acha que
precisa disso pro seu canal crescer, somehow, né?
Você acha que precisa daquilo pra mostrar pro seu público.
Você quer algo parecido porque ébonito.
Mas assim, vamos ser sinceros, gente.
Eu falo pra vocês... Eu não ligo nenhuma...

(23:23):
Quando eu tô, sei lá, meu sábado, meu domingo, o dia que
eu não tô fazendo live, eu não ligo luz nenhuma pra eu jogar
videogame. E não precisa.
Inclusive, é errado. É errado porque você deveria ter
uma luz natural ali, uma lampadinha acesa, porque você
não pode ficar frente a frente com um monitor, TV, o que seja,
sem coisa. Mas ninguém fica com esse
negócio... Ai, meu Deus, vou criar o quarto

(23:43):
gamer do caralho, a quatro, pra eu jogar meu videogame.
Você vai fazer o quê? Você vai sentar e vai ficar com
toda essa luz, vai ter uma puta dor de cabeça do caralho, né?
Não vai poder fazer... Cara, é doloroso.
Tem dias que eu faço quatro horas de live seguida, eu tenho
uma luz na minha cara, que fica em cima do monitor, que quando
eu chego no final da live, eu tô, tipo, com o olhinho cerrado
aqui, assim. Eu falo, meu Deus do céu, não

(24:05):
aguento mais. E eu falo pra galera, eu falo,
gente... Beijão, eu não consigo mais
daqui pra frente. Amanhã a gente fala, outro dia a
gente fala. Essa exposição de rede social
também colabora com isso. Eu ia falar justamente isso,
dessa coisa da rede social. Porque tudo vira post de rede
social hoje em dia. Não é uma culpa necessariamente
da rede social. Se a gente for ver, o problema
talvez seja até mais antigo, queé a mistura de marketing e

(24:27):
capitalismo. Que assim, mano, é a nossa
realidade. Eu não vou aqui pagar de
paladino do Contra Nada, porque eu não sou Contra Nada.
Pelo contrário, eu consumo pra caralho.
Não, não, não. A gente não tá aqui pra isso.
Eu compro sim, eu gosto sim. Eu acho que assim, se você quer
ter o seu quarto gamer... Tô fudido, tô devendo, tô com a
minha conta no vermelho, comprando acessório aqui que eu
não tenho dinheiro pra comprar. Faz o seu quarto gamer, seu

(24:49):
canto do guerreiro, dane-se. E agora assim...
No final do dia, eu acho que é uma questão de, como qualquer
aspecto da vida, é uma questão de parcimônia, é uma questão de
equilíbrio, é uma questão de você, se você quer, você vai,
você tem, você tiver condições, mas saiba usar, sim, exageros.
Acho que o grande problema é o exagero.
Acho que é um dos tópicos que a gente separou, acho que é um
pacote agora completo de o problema das redes sociais e a

(25:12):
rivalidade entre o mídia overload e o fomo.
Um negócio que a gente tava discutindo pré-podcast que eu
acho que vale a pena discutir denovo é a questão da necessidade
de comentar o lançamento na porcaria da rede social logo
depois da pré-estreia. Acho assim, você é um corno ou
uma corna se você deu spoiler doMagum?
Já comenta por aí. São as graças que não deviam
existir. Eu odeio spoiler.

(25:32):
E a primeira coisa que essa galera faz é tirar a frente da
porra. Você não poderia nem estar
tirando foto da desgraça da telado cinema, mas você tira, porque
é um dinheiro oficial de caralho, aí bota o poster.
Ai, que cena maravilhosa, olha, do Deadpool matando o Wolverino.
Mas aí vai o filho da puta e dá spoiler do filme que você queria
ver na estreia normal. E você já não vai ter a mesma
experiência, porque o desgraça faz um negócio desse.

(25:54):
Tu acha assim... Eu matei o Vini.
Você matou o Vini. Vini está ressuscitando nesse
momento, né, Vini? Ai, meu Deus do céu.
Ele sempre faz isso. Me irrita a falta de empatia das
pessoas, sabe? Outras pessoas querem curtir o
mesmo rolê, as mesmas surpresas.Ai, mas quanto tempo é spoiler?

(26:17):
Ai, se você reclamava, porque eufaço essa brincadeira que a
galera terminou um namoro, aí tem quem julgue o cara que ficou
contra a menina ou a menina que ficou contra o cara um mês
depois, e tem quem julgue quem ficou um ano sem ficar com
ninguém. Aí eu faço a pergunta que
ninguém sabe responder. Quanto tempo é, meu bem?
Não tem isso Não existe isso Nãotem Aí eles já usaram esse
argumento contra mim Sobre essa questão de consumo de cultura
pop Ah, então quanto tempo eu iaagir?

(26:38):
Diferente da porcaria dos relacionamentos Teve um ator
foda Que eu não vou lembrar o nome agora Que ele é do House of
Cards Que ele fez um vídeo que aNetflix mandou Que foi
maravilhoso Que ele fala assim Seis meses Respeita o coleguinha
Por pelo menos seis meses Ele não tem a obrigação De consumir
aquela porcaria na pré-estreia Ele não tem a obrigação De
consumir aquilo agora Seis mesesdepois, beleza, né, meu
parceiro? Porque até o produto de comida

(26:58):
vence depois de seis meses. E paciência, ele que evite redes
sociais antes. Mas pelo menos...
Sabe? Respeite.
Aquele meizinho de estreia daquela desgraça.
Mas não. O filho de um diabo das costas.
E aí eu vou falar pra você. Eu pergunto aqui pra você.
Eles fazem... A pessoa que desgraçada que vai
lá e bota um spoiler no negócio.Faz porque quer se aparecer?

(27:19):
Quer porque... Preciso ser a primeira a falar
sobre essa série? Ela faz isso?
É a definição de Fear of MissingOut.
Porque ninguém é uma fortaleza. O ser humano que bate no peito e
fala Ah, eu me viro bem sozinho.Você pode se... se virar sozinho
por alguns momentos. Você passa a sua vida todinha
sozinho. Você não é eremita, meu
parceiro. Você deve estar com os seus
problemas aí, vai dar uma terapia.

(27:40):
Todo mundo precisa de pelo menosmais alguém.
E aí o grande mal da sociedade, a grande questão da juventude, e
até da gente mesmo, não vamos botar só juventude não, de todo
mundo que consome rede social, éa sensação de pertencimento.
Exatamente isso que eu ia falar.Você pode não ser a pessoa mais
ativa, você pode não ter os milhões de seguidores, mas você
tem o seu nicho. Você pode ser um metaleiro muito

(28:00):
doido, um gamer geek louco como a gente, mas no seu grupinho
você quer pertencer. E para pertencer, infelizmente,
as pessoas acham que elas precisam ser um veículo de
mídia. Elas precisam ser a primeira a
dar o breaking fucking news daquele rolê que estreou ontem.
Não, meu parceiro, vá discutir com o seu grupo Você até pode,
eu não sou paladino de porra nenhuma Eu não sou o bastião da

(28:21):
rede social Mais que eu trabalhecom isso, não é esse o fato Mas
o fato é a questão de empatia Ninguém para para fazer o
exercício do Se eu der esse spoiler aqui, alguém vai se
irritar Se fosse comigo, eu ficaria chateado Então por que
você tá fazendo, desgraça? Mas vou te falar, as pessoas
fazem exatamente isso porque elas querem mesmo dar o spoiler.
Mas eu acho que é uma questão deperformance.

(28:42):
É performance isso, entendeu? Que mundo triste, viu?
Não, eu também acho. Mas acho que a questão de
spoiler, na verdade, pelo menos pra mim, ele é uma consequência.
Concordo. Existem vários criadores de
conteúdo, e a gente faz parte desse bolo, né?
Obviamente, estamos aqui gravando podcast.
Mas eu digo assim, tem uma galera que tá fazendo conteúdo,
que quer falar sobre um determinado assunto, e aquela

(29:03):
pessoa tá falando assim, ó, eu vou fazer um conteúdo com
spoilers e o outro sem spoilers.Se a pessoa que fosse postar
desgraça do spoiler da pré-estréia, fizesse primeiro
o... Sabe, já que agora a gente tem o
thread, que é inclusive o nome de uma dessas várias redes
sociais, cópias do Twitter, porque o Twitter não existe
mais, porque alguém matou, que éum desgraçado.
Mas não é esse o assunto do dia.Se você faz o primeiro tópico,
atenção, vou dar spoiler do conteúdo tal que acabou de ser

(29:24):
estreado. E aí ele puxa a threadzinha com
os spoilers, consome quem quer. Essa pessoa, eu nunca vou ter um
problema com ela, porque ela está respeitando o meu direito,
o famoso direito de ir e vir, que inclusive é constitucional,
o meu direito de ir e vir na bola do spoiler dela ou não.
Desculpa, esse assunto me irrita.
Por quê? Porque eu detesto o desrespeito.
Acho que, me desculpa, beira ao desrespeito com o próximo.

(29:45):
Eu acho que é, exatamente. É só isso, sabe?
É desrespeito. Eu acho que isso é um problema
das redes sociais no geral. É, como eu falei, eu acho que é
uma performance de atenção, né? Eu tô tirando assim totalmente
freestyle, tá? Mas é uma performance de
atenção. Porque é isso, por exemplo, é...
Claro, ninguém... Acho que assim, você é fã de uma
parada, por exemplo. Vou dar um exemplo do que

(30:08):
aconteceu comigo e com muita gente, provavelmente.
A Disney tava lançando o Mandaloriano, né?
A segunda temporada de o Mandaloriano.
Episódios sendo lançados semanalmente, né?
E aí, claro que as pessoas estavam acompanhando no momento
que estavam sendo lançados. Novamente, não é um julgamento.
Você faz o que você quiser da sua vida.
Mas assim, eu, Rodrigo, CPF em número, não tô brincando, mas

(30:31):
assim... Eu, Rodrigo, eu não vou ficar
acordado assim, esperando o episódio sair às quatro horas da
manhã para ver um episódio. E se você gosta de fazer isso,
show de bola, boa sorte. Acho que você deveria estar
dormindo, porque assim... Tudo bem, Sônia está aí também,
né? Mas assim, cada um com os seus
problemas... Que beleza.
O problema pra mim, assim, é a forma e isso também me pega

(30:54):
muito. As redes sociais, elas são
importantes. Eu também acho que ela é uma
grande culpada por conta dessa...
Eu posso estar falando besteira,mas eu acho que tem um pouco a
ver com economia de atenção. Tipo, todo mundo quer falar
antes, todo mundo quer receber essa atenção antes de todo
mundo. E tudo bem.
Vou abrir um parênteses, porque eu acho que esse daí pode se
chamar... A gente vai dar um nome aqui pra
vocês, tá? Esse vai se chamar FOMA, que é

(31:15):
Fear of Missing Attention. É, exato.
É o FOMA. Boa, viu?
Não sei se isso existe, mas eu vou procurar.
Se não existe, também você pode fazer uma tese de psicologia de
mestrado aí. Agora existe porque você falou,
pronto. Existe.
Na verdade, é Fear of Missing Audience.
Não é attention. Olha, tá vendo?
É isso. Sinônimo boa, perda, roubou a

(31:36):
sua tese de mestrado já. Chegou perto, chegou perto.
Eu vou fazer um novo TCC. Mas o que me incomoda é como as
grandes empresas que estão produzindo, tipo, vai, Netflix,
a Disney, né, que virou um grande conglomerado ali, se
aproveita disso... Eu acho assim, eu tenho que
fazer um meia-culpa aqui rapidão.
Se você chega pra mim, que assim, eu sou um idiota que

(31:57):
acredita em ditado popular, achoque sim, nenhum ditado se torna
um ditado popular se não tivessetido o que eu chamo assim, eu
acredito na ciência, a ciência tem o trial, você tem testes, e
depois de inúmeros e cansativos textos, você chega a conclusões.
Então o que acontece? Um ditado popular pra mim Nada
mais foi do que um trial que chegou a uma conclusão Tem dois,
que podem inclusive me contradizer Um é livre-arbítrio,

(32:18):
eu não sou ninguém pra falar procara Que eu gosto de spoiler, eu
sou tipo Star Wars Eu sei que o Darth Vader é o pai do Luke Não
fala isso, é spoiler E o outro Doro um, dois, três...
Ah, já tem mais de três meses. O moço me ensinou que depois de
três meses pode. Já tem mais de sessenta anos.
Pelo amor de Deus, o filme é de setenta e sete.
Mas, gente, assim, se o cara declara...
Gente, eu gosto de spoiler porque me desperta a curiosidade

(32:39):
de consumir pra saber como foi...
Ele tem todo o direito dele De gostar de spoilers De ir pra
internet consumir esses spoilersE dane-se a opinião do Jean Que
não gosta de spoilers Mas eu também tenho o direito de
escolha Eu tenho o direito de ire vir Então acho assim, pra
ninguém se desrespeitar Tem o que a gente chamava no começo da
internet Quando eu comecei a estudar marketing digital Quando

(33:00):
a gente fundou a primeira agência lá em Aracaju
Pouquíssimas agências existiam Em meados de dois mil e dez A
gente estudou um bagulho chamadoFância digital, achei essa tese
do caralho Eu não gosto do cara,do Gil Jardelli, ele é dono de
agência aqui, fala umas groselhas do caralho, mas essa
tese dele, esse livro dele é sensacional.
Ah, é o Bata Real, eu escolhendoo cara quando ele fala merda,

(33:21):
mas tem que admitir que o livro dele é muito bom.
E ele falou um bagulho que é assim, é como qualquer processo
de infantilidade, a gente está aprendendo.
Mas já tem internet, a galáxia aí de giga, dane-se, a gente
ainda é muito, a internet é muito jovem, a internet é um
negócio muito novo É, a gente não tem noção disso, né?
E a gente tá misturando um costume cultural novo com uma
geração que ainda é mais nova doque ela Então assim, mas aí tem

(33:43):
a tal da net etiqueta que naquela época você estudava, que
é assim, um básico de pequenas regras pra uma convivência
harmoniosa em sociedade Pelo menos tem uma galera que não
quer nem ler pra começo de conversa, só quer ver vídeo
Então você tem regra. Regra é leitura.
Leitura ninguém quer fazer. Então tá tudo cagado.
Então se você tá ouvindo isso aqui hoje, nós três estamos
fazendo um negócio chamado serviço.
Quer dar spoiler? Dê disclaimer hoje.

(34:04):
Não gosta de spoiler assim como nós?
Cuidado, meu parceiro, porque nem todo mundo vai ter esse
pingo de me desculpe a ignorância agora, que eu vou ser
ignorante, eu estou admitindo que vou ser ignorante.
Essa falta de educação do caceteque as pessoas estão tendo em
não respeitar o direito do outro.
E aí fica aquela disputa. Ah, mas eu tenho livre-arbítrio.
Ah, mas eu não sou obrigado. E aí onde é que tem o tal do
equilíbrio? Onde é que tem a tal da empatia?

(34:24):
O que é que eu adotei? No dia que eu quero consumir ou
discutir um assunto do qual eu posso causar uma frustração de
spoiler para alguém, eu sempre coloco o tal do disclaimer
antes, o aviso. Gente, nesse momento eu vou
discutir o assunto tal. Por favor, se você não quer ser
afetado, que é o que a gente fazveículo de mídia, eu aprendi
isso com o trabalho também, não consuma agora, só volta aqui
depois que você consumir. Se você tá fazendo, por exemplo,

(34:46):
um serviço em vídeo, porque, porexemplo, se você vai postar numa
rede social, eu, pelo menos, sempre paro num post quando ele
tem imagem e eu vejo uma foto. Então, de repente, se você
postou lá, tipo, um spoiler X dealguém morrendo, de algum
negócio, você fala, cara, já nãotem como.
É, então, mas eu acho que o lance das redes sociais, eu acho
que ela é muito culpada nisso. Por exemplo, eu tava falando do
Mandalorian. Eu lembro que aconteceu comigo

(35:08):
isso. Tipo, as pessoas estavam
assistindo de madrugada. Eu não ia ver uma série, tipo,
numa quinta pra sexta-feira da semana.
Tipo, ah, vou deixar pro fim de semana.
O Twitter, na época, assim, já tinha trending topics
mostrando... Você já sabia o que era O título
já era um spoiler E aí as pessoas estavam colocando foto e
tudo mais Eu falei, cara, eu perdi toda a graça Do momento do

(35:31):
negócio Porque eu já sabia o queia acontecer Mas novamente Isso
é uma consequência Isso é uma consequência Dessa economia de
atenção Do foma, do que a gente está falando Mas o que me
incomoda E aí eu vou usar como exemplo O que aconteceu, por
exemplo, com Deadpool E Wolverine Eu não vi o filme até

(35:51):
agora, tá? Por que eu não vi o filme até
agora? Porque eu acho que eu já tomei
todos os spoilers possíveis. E pior, a própria Disney tava
fazendo uma campanha tão grande de lançamento do filme, que o
filme vai chegar e vai ter novidades.
E era o Hug Jackman e o... Ryan Reynolds.
E o Ryan Reynolds, obrigado. E o Ryan Reynolds viajando,
melhores amigos, foto deles jantando, foto deles dormindo,

(36:13):
eles dando um rolê, andando de bicicleta.
E assim, era uma hiper esposa...É muito guerrilha, total.
É uma hiper esposa. E era uma hiperexposição de
tipo, o filme lançou, vá para o cinema agora.
E aí assim, eu falei, eu não vouporque eu não tenho tempo, não
vai rolar. E aí na semana seguinte já tinha
post do próprio, sei lá, Hugh Jackman com... trecho de um

(36:37):
momento do filme e eu falei, tipo, os caras já estão dando
spoiler. Por quê?
Porque os caras meio que condicionavam a galera tanto que
eles são, acho que foi uma das bilheterias...
Bilheterias maiores do ano. Maiores do ano.
Se não foi da década. Não, da década não.
E o pior é que é bom pra cacete.Eu não vi.
Eu não vi. Eu imagino que deva ser super
legal, divertido, etc. Acabou de chegar em streaming,
inclusive. Aí tá.

(36:58):
Já chegou no streaming. Já chegou no streaming.
Eu já sei que vai aparecer uma cacetada de coisa.
Já vi um monte de cena. É, porque Porque eles vão fazer
marketing de novo pra quem não viu como você, agora ele vai
consumir. Eu preciso abrir um papel de
advogado de diabo em um ponto. A gente tá meia hora aqui
falando a culpa é das redes sociais.
Não, não, não. Eu não acho que a culpa é só das
redes sociais. Era uma ferramenta que tá sendo

(37:21):
mal usada. A culpa é nossa.
Eu acho que a internet está sendo mal usada.
Essa é a realidade. A internet está sendo mal usada
há uns vinte anos, né, galera? Vamos combinar.
Não, é isso. Eu acho assim, eu tive uma
discussão, inclusive, com meus pais.
Eu amo meus pais, mas eles são over religiosos demais da conta,
na minha opinião. E eu já tive algumas discussões
com eles, das quais eu transporto essa discussão que eu
tive com eles sobre religião para outras esferas, sabe?

(37:42):
Porque eu pergunto o seguinte para eles.
Minha mãe, ai, meu filho, na época, vocês que são mais velhos
vão lembrar, quem não vai ficar até chocado.
Gilberto Barros na Bandeirantes falando que card game como
Yu-Gi-Oh! e Magic era coisa do demônio e
minha mãe estava dizendo que eu não tinha mais que jogar aquela
porcaria, que ela ia queimar todas as minhas cartas tinha
mais de mil reais de investimento de carta ali, claro
que eu não tinha essa grana, foram anos de investimentos em
torneios pra poder chegar naqueles deckzinhos dizendo que

(38:03):
ia queimar tudo e tal eu disse, tá bom mamãe, mas se a senhora
parar de usar seu carro como assim parar de usar meu carro,
você é louco? é coisa do capeta também, você
não sabia? como assim?
os caras em alguns territórios do Oriente Médio e alguns
lugares na França, você viu que teve atentado fizeram carro,
bomba As duas torres foram aviões, bomba, vamos parar de
usar avião também. Aliás, você percebeu que a culpa
não é da ferramenta, mas é o usoque estão dando pra ela?
Aí minha mãe deu o famoso piripaque do Chaves de novo, e é

(38:24):
isso aí. Cara, rede social não tem culpa,
a culpa é nossa. Eu acho que isso tem a ver até
um pouco, até com você falando isso, e claro, acho que muitos
de vocês também devem ter passado por isso, ou passam
ainda, né? Que também existe essa mídia
overload aí em comunicadores, como o próprio WhatsApp.
Não, existe em tudo, mas... Existe em tudo, né?
Não é o... Eu acho que a culpa...

(38:45):
Eu não sei se existe uma culpa de alguém disso, porque eu acho
que é, tipo, um conjunto de coisa.
Eu acho que, tipo, envolve tantocomportamento humano...
Exato. Né?
Tipo, quanto estratégia de empresa e das plataformas
digitais. Porque, mano, as plataformas
hoje em dia, elas já são feitas pra isso.
Exato. A plataforma já é feita pra
prender sua atenção. Ela tem os algoritmos que

(39:06):
priorizam o conteúdo. Ela faz as notificações, que
fica toda hora mandando notificação.
É o visualzinho do negócio lá, que é super intuitivo pra você
não conseguir sair dali. Sim, sim.
Você entendeu? Às vezes você tá vendo um vídeo
num TikTok, por exemplo, numa plataforma dessas de vídeo
curtinho, que o vídeo já passa sozinho, assim.

(39:26):
Você tá assistindo, assim, de repente… Pra manter esse consumo
indefinido, né? E você se distrai aqui e você,
tipo, fica infinito. Ou a pessoa que cria vídeos,
assim, de TikTok, de Instagram, que ele não termina.
Tipo assim, você começa assim, acarta do Moltres.
Aí ele vai falando da carta do Moltres num Pokémon, quando tá
pra terminar, ele fala assim, e é por isso que a carta do

(39:47):
Moltres, aí volta pro começo do vídeo, você não percebe, você
fica... E looping, né?
Eternamente nisso. E, mano, a cultura que a gente
tá vivendo, o mundo moderno que a gente tá vivendo, ele prioriza
isso. Não só prioriza, como ele dá
força pra isso. Ele ajuda isso a acontecer.
Vende! Ele vende isso.
Gera lucro pra alguém, não tem jeito.
E, de novo, fazendo o papel de advogado diabo, um dos meus

(40:10):
sonhos favoritos da vida, então,Dan, se eu sempre vou fazer isso
de oportunidade, porque dá um prazerzinho safado.
Adoro. É uma terapia.
Eu consegui travestir a rede social em uma coisa terapêutica
pra mim. De que forma?
Toda vez que eu tenho um dia muito estressante, um dia que eu
tive problemas, eu recentemente perdi uma pessoa querida, eu
tava numa pilha de depressão e estresse do caralho. e aí eu
comecei a criar isso, foi lá pramarço do início desse ano, eu

(40:32):
criei uma cultura que toda vez que eu tô estressado, como a
desgraça do algoritmo já aprendeu, que quando eu clico
naquele botãozinho do Reels no Instagram, eu gosto de ver vídeo
de comédia, eu quero dar risada,eu fico quinze minutinhos todo
dia antes de dormir, eu cronometro quinze minutinhos,
até pra não dar o overexposure, pra não ficar no meio de
overload, eu fico quinze minutossó vendo vídeo de comédia pra
dar gargalhada pra cacete, não éforçada, porque vem uns

(40:53):
conteúdos que eu, inclusive compartilho com alguns de vocês,
vocês me xingam dizendo que eu vou pro inferno junto, mas é
essa graça, opa, Então, sabe, euacho que assim, de novo, é o uso
que você dá pra ferramenta. Acho que se a gente aprende a
usar isso de uma forma saudável,de uma forma divertida, de uma
forma lúdica, de uma forma de spoiler, use do jeito que você
quiser, desde que você não se prejudique, Desde que você tenha
um pouco de, não sei se a palavra é controle ou noção,

(41:15):
cada um aí adapte para a sua própria realidade.
É um negócio maravilhoso. Você pode usar a internet.
A gente está aqui há cinquenta minutos condenando a internet,
as redes sociais, mas ao mesmo tempo é uma ferramenta
maravilhosa. Aprendizado pra cacete,
compartilhamento de conhecimento, de lazer. eu acho
que o lance nem é esse a rede social é o novo é a besta do

(41:37):
apocalipse não é o rolê é a forma com que ela usava como a
gente tá falando é o excesso de coisas que a gente tem.
É o lance de que, tipo, todo mundo quer postar alguma coisa,
quer falar algo, quer opinar sobre algo, quer mostrar um
carro novo, quer mostrar que tá fazendo não sei o que, não sei o
que lá. E, tipo, além disso, né, no

(42:00):
Outro Geral, todos os tipos de lançamento que a gente tem, de
filme, de séries, de jogo. A gente, que é um veículo de
cultura pop e tudo mais, a gentetambém sofre disso.
É. O episódio que você está ouvindo
agora, querido ouvinte, bobe pracacete, vá parar na China, pro
BR que tá morando na China ouviresse caramba com a gente aqui e

(42:21):
dê mais de milhões de coisas pragente começar a ganhar um monte
de patrocínio e fazer podcast pra vocês todo dia.
Não vamos ser hipócritas não, isso vai chegar, esse dia vai
chegar, mas assim, desde que nãoprejudique a tal da saúde, desde
que não prejudique a tal da sua sanidade mental.
Mas eu super acho que a gente táencaminhando pra um momento em
que vai acontecer um armagedom, sei lá, vai acontecer um

(42:44):
apocalipse de rede social, uma mudança muito brusca, que as
pessoas vão perceber e falar, opa, isso aqui não é assim que a
vida tem que funcionar. Eu acho que isso já tá
acontecendo, pra falar a verdade.
Já, bastante coisa. A gente vem pelo lance de tipo
influenciador, né? Agora, galera, tem diversos
lugares que não permitem mais que as pessoas entrem, filmem e

(43:04):
postem em suas redes sociais, porque atrapalha o comércio,
atrapalha o restaurantezinho da vilinha pequena, do interior da
cidade, de não sei lá onde, do Passa Quatro.
Porque depois que começa aí, trezentos milhões de pessoas lá,
e o restaurante não dá conta. E aí o restaurante passa a não
atender a demanda de pessoas queestão ali no estabelecimento.
E a galera fala que o restaurante não presta.

(43:25):
E a galera vai lá no Google e fala que o restaurante é uma
bosta. Fulano me recomendou.
Eles não estavam preparados pra isso.
Eu fiz isso. Eu vi um...
Eu fiz, gente. E aí eu...
Tô bege. Acho que foi nesse momento que
eu comecei a pensar nessas coisas.
Tava passando um Instagram um dia assim.
Vi uma dica de um restaurante. Ah, espetinhos de tarará,
tarará. E eu falei, nossa, que delícia.

(43:47):
Falei pros amigos. Falei, gente, vamos lá.
Vamos aqui nesse lugar que a gente tá afim disso.
Cerveja e espetinho vai tá lá. A gente chegou num lugar, tipo,
não cabia. A gente tava abarrotado de gente
no lugar. E o cara falou...
E aí a pessoa do restaurante falou, cara, não sei se foi por
isso, mas é que um cara postou esses dias aqui sobre o
restaurante e desde então a nossa vida virou um inferno.

(44:09):
É loucura. Parabéns pelo meia-culpa, Vitor.
A gente tem que dar um abraço a torcer, é isso.
Esse episódio aqui, na verdade, ele é um viva hipocrisia.
Porque a gente tá aqui metendo pau nesse negócio, mas a gente
tá aqui consumindo também. É isso que é o rolê.
A gente também quer... Como o Jean falou.
Vou jogar. O bagulho que eu comprei na
Black Friday. Comprei três jogos.

(44:30):
Vocês sabem se cada um de vocês também tá gigante, cheio de
coisa. A gente tá viciado.
A gente já, tipo, perdeu a mão já.
A gente tá extremamente viciado em tudo isso.
É o que eu Eu falei, é uma droga.
É uma droga, exato. Eu também acho.
E eu vou dizer mais, é uma troca.
A gente tá desabafando com pessoas que provavelmente também
tão passando por isso. E assim, vamos, velho.

(44:54):
Dá pra regular. Dá, com certeza.
Acho que assim, é uma busca por equilíbrio.
Acho que a palavra é essa. A gente separou umas dicas pra
falar pra vocês no final desse episódio.
Na minha opinião, como eu falei,rede social, eu acho que assim,
ele é um grande palanque, né? Você está ali livre pra você
falar o que você quiser. E é claro que vai ter muita
gente falando muita besteira e eu acho que é da natureza humana

(45:15):
ser crítico, né? É claro que você gosta de uma
coisa, você vai querer falar sobre isso.
Alô, nós estamos aqui gravando podcast para falar do que a
gente gosta. Essa é a nossa ideia, né?
E acho que assim, tudo bem, saco?
Eu acho que isso não é um problema.
Ter o conteúdo no TikTok que o cara vai num restaurante e vai
falar do restaurante, eu não acho que isso é um problema.

(45:36):
Nós estamos em São Paulo, né? Se você pega um fim de semana e
vai, por exemplo, na Liberdade, é meio que difícil você
transitar na região, porque, assim, provavelmente, e eu já vi
muitos casos, assim, de chegar num lugar, tá muito cheio, e tem
restaurante que acaba se aproveitando dessa situação,
claro, de colocar, ah... Sucesso no TikTok.

(45:57):
E as pessoas vão pra isso. Cara, eu não vou citar nomes,
né? Porque paga nóis.
Diversos estabelecimentos que cresceram muito graças a essa
hiperexposição nas redes sociais, por indicação e tudo
mais. E novamente, tá tudo bem.
O que eu acho muito complicado, e eu vou continuar batendo nessa
tecla, é a forma como... Eu vou falar os streamings, tá?

(46:18):
Porque eu acho que hoje em dia éa principal forma da gente ter o
conteúdo, né? A nossa mão.
Isso eu não digo só apenas o, tipo, Netflix, Prime, nem nada.
O próprio Game Pass. Eu sei que pra muita gente é...
Ah, tipo, ah, é um exagero. Mas às vezes a gente tem à nossa
disposição tanta coisa e a gentenão vai conseguir consumir tudo.

(46:41):
Não consegue. É o que eu tava falando dos anos
noventa. A gente ia nas locadoras nos
anos noventa, a gente realogava.Sabe, eu tive uma experiência
dessa muito louca, assim. Eu tenho até hoje uma memória
afetiva muito grande com um jogoque chama World of Illusion.
Ele é de Mega Drive, que tem o Mickey e o Pato Donald.
E eu amava aquilo, assim. E eu joguei ele, peguei um dia,

(47:02):
joguei ele em live. sei lá, cinquenta minutos eu terminei o
jogo. E eu fiquei assim, olhando.
Aí quando terminou, eu falei, nossa, é curto, né, gente?
E fiquei, falei, meu, mas eu lembro que eu ficava tanto tempo
disso. Por quê?
Porque quando eu era pequeno, eujuro pra vocês, gente, eu
terminava, eu alugava a fita, eujogava com o Mickey, eu jogava
com o Donald, aí eu terminava o jogo, o jogo chamava um amigo

(47:23):
pra gente terminar entre os dois.
E antes eu acordava, meu irmão ia lá e vinha meu primo,
terminava com o outro. E a gente fazia isso e a gente
se divertia. Hoje não.
O jogo rendia, né? rendi, é um jogo de cinquenta
minutos hoje uma assim, se um jogo é lançado com menos de três
horas já é criticado que jogo bosta que jogo bosta ao mesmo

(47:46):
tempo ver um jogo com sessenta horas e o povo falar que
desnecessário você nunca vai ganhar pra todo mundo nunca vai,
são fadas ninguém tá feliz, essaé a realidade aqui desse podcast
sobre isso obrigado pelo episódio aqui Ninguém está feliz
com porra nenhuma. É isso que está acontecendo
aqui. A gente vai revoltar.

(48:08):
Já partindo para uma reta final.Não está acabando o podcast.
Não sei se isso é bom ou ruim. Às vezes é muito longo, às vezes
é muito pouco. A gente está falando dos jogos.
É um caos gostoso. A gente passa por isso.
Viva a hipocondria. A gente está aqui falando disso
e estamos aqui passando por isso.
A gente faz igual. Porque eu fico puto com quem

(48:29):
reclama. A gente tá há quase uma hora
reclamando aqui. Você tá maluco?
Mas agora eu pergunto pra vocês,assim, novamente, partindo aí
pra uma reta final. Eu já cheguei à conclusão que,
assim, eu não vou conseguir assistir tudo o que tá sendo
lançado. Eu não vou conseguir ir no
cinema ver todos os filmes que estão no circuito de estreia.
Você é fraco, te falta ódio. Falta tempo, né?
É isso que é verdade, cara. Falta tempo e dinheiro.

(48:50):
A gente sentava a mão na sua cara agora.
Vai tomar uma chinelada pra vocêver se vai conseguir, né?
Mas assim, eu já cheguei à conclusão que assim, eu não vou
conseguir e tá tudo bem, sabe? E eu acho que isso vale até pra
forma como a gente produz conteúdo também na internet.
Porque lógico, a gente gosta de falar das coisas que nós

(49:12):
gostamos, a gente gosta de se conectar com outras pessoas que
também têm o mesmo interesse sobre os mesmos assuntos.
Mas eu já cheguei a essa conclusão que eu não vou
conseguir conseguir. Quantos jogos não lançaram esse
ano e assim, por sorte nós conseguimos jogar muitos deles e
ao mesmo tempo também acho isso bem complicado para a própria
indústria. Por exemplo, você pega um jogo

(49:33):
que está para lançar, vira uma mega propaganda e assim, o jogo
vai lançar dia tal, dia três esse jogo vai chegar e no dia
três o jogo lança, as pessoas compram e acabou.
Porque o jogo já lançou, já tá lá.
Se você quer comprar e jogar, jájogou.
E acho que é por isso que hoje agente tem muito jogo que vem em
acesso antecipado. Que é uma coisa que eu não
gosto, inclusive. Eu também não gosto.

(49:54):
Assim, depende. Eu acho que tem situações e
situações. É uma forma de você usar a
comunidade, às vezes, pra ajudara moldar o jogo pra chegar...
Não, é, exato. Inclusive, foi nossa zoeira no
começo. É um ótimo exemplo.
Aquele lá que parece com o Diablo, o Path of Exile II.
Path of Exile foi um case de sucesso.
Um, porque a galera... cruelmente diz que é o Diablo de

(50:14):
Pobre, porque ele é gratuito. Eu acho absurdo isso.
É um absurdo, porque é um puta jogo legal de um mesmo gênero.
Sim, exato, exato. Existem jogos que vêm e fazem um
marco de criar algo novo, um subgênero.
É um jogo pra serviço, né? É um jogo pra serviço.
O que vai acontecer? Ele vai ser gratuito daqui a um
ano. A estratégia aqui eu achei
genial, porque assim, no final do dia deve também tem que pagar
a conta, tá? Então os caras estão fazendo

(50:34):
isso para ganhar dinheiro. O jogo daqui a um ano ele vai
ser pago. Você está com pressa, você está
sofrendo do exato tema que a gente está falando aqui, do
overloadzinho ou do fomozinho, você ajuda o devzinho, você vai
pagar, você vai pegar o jogo quenão está cem por cento completo,
ele vai ser moldado, baseado nosfeedbacks da comunidade, Você
vai ter um aninho pra jogar com o serviço que você pagou.
Não ache ruim, porque daqui a umaninho ele vai ficar de graça.
Vai ter vantagenzinhas cosméticas pra você que comprou

(50:56):
agora. E daqui a um ano, quem não, vai
jogar de graça. Eu falei pra mim, o lance do
Early Access pra mim serve uma coisa, porque geralmente o jogo
ainda sai mais barato quando eletá em Early Access.
E ele vai aumentando o valor, vai aumentando a atualização.
Então, por exemplo, o Hades. Hades eu peguei ele no acesso
antecipado. Tipo, eu não tinha nenhum
compromisso. computador que rodava Hades, porque ele não

(51:16):
rodava era de verdade, eu tinha tipo um mas eu peguei e falei,
cara, gostei, vou pegar um dia isso vai dar bom e vou apoiar a
galera, porque eu acho que o jogo é...
O próprio Vampire Survivors quando a gente começou a jogar,
ele tava num early access, de certa forma E hoje é outro jogo,
lógico. Mas eu digo assim, também tem
essa coisa de tipo, tá lá, e aí entra naquele ponto.

(51:40):
De repente esse jogo tá em earlyaccess, mas ele tá sendo muito
falado, as pessoas estão falandosobre ele.
E aí de novo, a gente vai comprar pela ansiedade.
E aí a gente entra, não, eu preciso jogar isso agora.
Eu não quero ficar na roda de discussão dos meus amigos.
Exato. Isso pode ser bom e pode ser
ruim... Porque assim...
Você está sem nada para fazer...Você quer um negócio novo...

(52:00):
Uma nova experiência... É bacana...
Você está participando de uma roda de conversas...
E você descobre coisas novas... Não tem marketing no mundo...
Que cubra todos os seres humanosda Terra...
Para divulgar tudo o que está acontecendo...
Sem sombra de dúvidas... Não tem...
Mas ao mesmo tempo... O exagero disso é um problema...
Porque você também queria fazer isso...
Com o seu Final Fantasy Remake lá...
Que você comprou... E nem você zerou ainda...
Estou fazendo um mega meia-culpa, porque meu jogo

(52:20):
favorito da vida não terminei ainda.
Mas, Jean, vou te falar uma coisa.
Isso não me incomoda. O que me incomoda é o seguinte.
Pegar uma grande produtora de filme, de série...
E ela se aproveita disso, né? Vamos lançar essa série.
Aí os caras fazem uma puta propaganda.
E essa série que não sei o que lá.
E aí as pessoas falam assim, ai,não gostei.
Cancela. Cancela. aí na semana seguinte

(52:43):
os caras já estão trabalhando numa produção desenfreada de uma
próxima série pra ela fazer sucesso e aí se fez sucesso,
show, se não fez sucesso vamos produzir, e assim toda semana
você tem um novo conteúdo chegando toda hora tem um
negócio E o pior nem é isso. O pior é que, assim, às vezes,
não é que a série é ruim. Às vezes, que é o que a gente

(53:05):
fala, tem tanta coisa pra assistir que lançou uma série
nova e aí a gente bota numa fila.
Só que a Netflix, ela trabalha da seguinte maneira.
Ela lança o negócio. Se no primeiro fim de semana não
teve um binge watching, né? Que é você assistir todos os
episódios. Como é que chama isso em
português? Eu fui criado na América.

(53:25):
Maratona. Se você não maratona a série,
tipo, ela cancela. Porque acha que não teve
intenção. E é isso que me incomoda.
Muita série, tem muita série, inclusive, que sofreu com isso.
Que daí a galera assiste depois e fala assim, meu, mas essa
série é muito boa. O que aconteceu?
Eu não consigo lembrar. Eu não sei se com Community foi
assim. Community acho que é muito
antes, né? Que ela foi e voltou, né?

(53:46):
Que ela foi e voltou. Mas eu não sei se foi esse o
caso, tá? Community eu sei que ele teve
problemas de produção mesmo. E aí ele teve uma pausa.
Teve as tretas. Mas a Netflix, por exemplo, ela
se apropriou muito disso. em alguns momentos, como, por
exemplo, o Arrested Development,foi isso que aconteceu, eles

(54:07):
compraram os direitos pra produzir outras temporadas,
porque tinha sido cancelada. Talvez o Community não tenha
sido isso, eu vou ser muito sincero, eu não me recordo
agora. Mas eu sei que o Arrested foi
isso que aconteceu. E teve uma outra série que eu
não vou lembrar o nome agora, mas...
Eu gosto muito do exemplo de Sense Eight, porque foi uma das
séries que sofreu com isso e foicancelada, mas a comunidade
ficou tão puta que foi cancelada...

(54:28):
E aí eles fizeram assim, vamos fazer um filme pra pelo menos
dar um final. Mas ali eu acho que foi
aquela... Aí eu acho que foi um outro
problema. É, a gente nunca vai saber o que
realmente aconteceu. Essa que é a verdade.
Mas... Porque tem discussões sobre os
temas, sobre o que acontecia, como acontecia e tudo mais.
Mas assim, era uma série genial.Eu nunca tive problema de
crítica. Eu assisti e achei ok.

(54:48):
Eu achei... Desculpa, desculpa.
Tá longe de ser a melhor série que eu assisti.
Mas assim... Não era ruim, eu tava achando
ok, eu tava acompanhando. A série é muito boa, eu gostava
bastante, eu vi que tinha uma massa de fãs que gostaram, e a
Netflix usou disso como marca pra dizer, já que vocês pediram,
nós vamos fazer o filme que vai encerrar a série.
É, e tipo, não precisava, né? Era só continuar fazendo a

(55:09):
série... Era só ter feito uma ou duas
temporadas e encerrar direitinho, sabe?
Inclusive, eu acho que é um fomoda própria Netflix.
Totalmente. Já que a gente não sabe se vai
render tanto ou não como na primeira.
Mas, cara, muitas séries no passado antes de internet.
É, antes de internet mesmo, sabe?
A gente tinha isso também. De tipo, sei lá, quantas séries
por aí... A audiência de TV, né?
A audiência da televisão, né? De tipo, ah, não tá tendo

(55:31):
audiência, então cancela. Então abraço, entendeu?
E assim, novamente... Tudo bem, os caras têm razão.
O que me incomoda não é assim, ah, vamos cancelar porque as
pessoas não estão assistindo, então para a gente não está
valendo a pena. O problema para mim é a
hiperprodução. Tem tipo duzentas produções e
assim, ninguém tem tempo de assistir tudo isso daí, sabe?

(55:51):
E aí as empresas acabam criando uma sensação de tipo, você não
está fazendo parte disso? Nossa, como você é um otário de
não estar fazendo isso. Vai assistir essa série agora,
nesse fim de semana, você numa sentada no sofá, você vê a série
inteira. E cara, você não precisa fazer
isso. Isso pra tudo, né?
Pra tudo. Mas isso que é o problema, se

(56:13):
você não fizer, seu concorrente vai fazendo e você não vende,
então vira uma bola de neve. Exato, exato.
E a gente cai nesse discurso, cara, e eu acho isso muito
complicado. isso que a gente tá falando, isso gera esse lance
das empresas quererem forçar a gente tipo, ai assisti isso,
senão você tá perdendo seu otário, gera uma série de
questões que eu até separei algumas coisas aqui pra trazer,
tipo ansiedade, porque a gente fica querendo acompanhar tudo

(56:36):
que sai, aí a gente fica louco de cansaço e não consegue fazer
nada, não consegue né, tipo, fica ai eu preciso assistir
isso, não sei o que, mano tem gente que passa mal quando
perdeu aquilo real e é tipo muito triste um negócio desse
Rola uma dificuldade de escolher, porque a gente fica
tão lotado de dificuldade de escolha, né?
A gente fica tão cheio de coisa pra escolher, igual a gente já

(56:59):
comentou sobre Game Pass, sobre catálogo de Netflix, catálogo de
outras plataformas aí de música e de entretenimento no geral,
que a gente... Não consegue, a gente não sabe,
perde a noção do que você vai priorizar ou não, você não
consegue fazer nada. Eu acho que rola uma diminuição
de atenção disso, das pessoas, rola um...
É diferente de um TDAH, né? Mas rola uma diminuição de

(57:21):
atenção, por quê? A gente fica tão impactado com
tanta coisa rolando... esse negócio mexe tanto com a gente
que a gente perde a capacidade de você entrar mais fundo no
assunto que você tá vendo de entrar mais fundo ali na série
igual eu tava falando, de explorar o conteúdo que você tá
consumindo tipo o que eu tava falando do Mickey do jogo do

(57:43):
Mickey lá E rola uma preguiça informacional, porque a gente
não quer mais procurar informação nova.
A gente quer que tudo chegue pragente de uma maneira muito
fácil. Porque assim, você abre um
Instagram, você abre uma plataforma hoje, você vai ter lá
um vídeo falando sobre isso. A galera não lê mais, a galera
não busca mais. As pessoas não filtram mais a

(58:06):
informação que chega. Não filtram mais, exato.
Eu acho isso muito complicado. Isso atrapalha bastante.
Pra gente se encerrar já, vai. Como vocês conseguem gerenciar
essa media overload aí que bate na nossa cabeça diariamente?
Quais são os métodos? O que vocês fazem aí?
O jeito que vocês conseguem filtrar também, claro que eu
acho que é importante. E como vocês conseguem lidar com

(58:27):
a quantidade absurda de informação e de produtos, de
produção, de coisas e tudo que chega até vocês.
Como vocês lidam com isso no diaa dia?
Vocês lembram do... Memory Card do PSI?
Sim. Lembra que ele tinha uns
bloquinhos que na verdade era o tamanho físico que ele tinha?
Sim. Eu transformei isso no meu dia.
Tem um bloquinho de um terço queé consumido pelo meu trabalho.

(58:48):
Aquelas famosas oito horas por dia.
No meu caso é um pouquinho maior, mas isso não vem ao caso.
Eu tenho que entregar coisinhas aos sábados.
E os bloquinhos que sobram, tem essa partezinha aqui, seis horas
eu preciso mimir. E as que sobram, o que eu gosto?
Eu gosto disso, disso, disso, disso.
Eu vou encaixando os espacinhos no meu Memory Card.
Poder consumir as coisinhas que eu gosto, porque senão eu não

(59:08):
vou conseguir escolher, eu não vou conseguir dar conta de tudo
aquilo que eu quero fazer, que eu quero me cuidar, eu quero
malhar, eu quero correr, eu quero praticar esporte, eu quero
conhecer uma mina legal, eu quero, sabe, viver.
Além de viver, tem a mídiazinha que eu quero consumir, porque eu
gosto de série, eu gosto de filme, eu gosto de game pra
cacete, eu gosto de board game, eu quero jogar RPG com os
amigos, eu quero jogar card game.

(59:29):
É coisa demais pro tempo livre de um adulto só.
Então eu brinco dizendo que os slots que sobram do meu memory
card que eu separo pra lazer, eufaço um ciclozinho das coisinhas
que eu gosto. Porque senão eu vou pirar como
já aconteceu um dia. É uma técnica interessante isso
daí. É isso.
Eu peguei algo que eu gosto, saudosista pra caralho, né?
Retro gamer louco. E fiz, ó, meu memory cardzinho
não tem trinta e dois gigas. É o classicão de um mega.

(59:50):
Chama tempo e vida adulta. Então eu vou ter que...
Pouquíssimos slots que sobram, vou separar um para as pessoas
queridas da minha vida que querem me ver.
Ainda bem, eu vou lá revê-las. E aí é massa que quando choca os
gostos pessoais, aquela pessoa querida quer jogar o Magic.
Marta, então aqui já casa, revê fulano, and joga Magic.
Aqueles ali querem jogar RPG comigo, revê fulano, betona,
ciclano, que são quatro a seis pessoas, and, mas será um D&D.

(01:00:14):
Quero ver Gladiador, não vi ainda, uma amiga minha disse que
não viu ainda, já vou revê fulana, and ver Gladiador.
É isso, velho. Aproveitar...
Acho que a graça da vida, inclusive...
Vou filosofar agora, hein? Peraí, peraí, peraí.
Vou colocar uma música... Desculpa, vou colocar uma
música... Vamos lá, vou repetir pra você
poder botar a música. Trilha sonora, trilha sonora,
vai. A graça da vida...

(01:00:34):
É fazer o seu memory card ficar repleto de boas memórias.
Nossa, uma salva de palmas. Ai, que lindo, eu tô emocionado.
Nossa, uma salva de palmas. Eu tô emocionado.
Eu não esperava por isso hoje, nossa.
Bem, eu fiquei emocionado. Foda.
Pra me chamar pros improvs aí, é...
Jâncio, já pode gravar a CD na Rada Bíblia, tá?
Então... Hoje vai ser o novo...
Novo Cid Moreira. Novo Cid Moreira.

(01:00:56):
Novo Cid Moreira. Exatamente.
É isso. Mas, brincadeira da parte, eu
tava... Obviamente não sou, mas tava
falando sério, bicho. Foi a forma de controlar o meu
caos e transformar num caos organizado, porque ainda é um
caos. Eu gosto de mais coisas do que
eu tenho tempo pra poder consumi-las.
Pra não enlouquecer no processo,eu comecei, bicho, é isso, eu
vou ter que fazer escolhas. E eu tinha problemas pra fazer

(01:01:17):
escolhas. Tem uma galera que fala que é
porque é geminiano, mas eu não acredito nisso não, acho um
absurdo o bullying que fazem comgeminiano.
É isso, eu vou fazer as escolhas.
Quais escolhas eu vou fazer estasemana?
Então, é isso que dá pra fazer, irmão.
Se por algum motivo acontecer umimprevisto que sobra tempo, aí
eu vejo um outro episódio do House, eu vou jogar o meu Space
Marines II com os amigos. Ou você se organiza, ou você vai
se lascar. E você, Vini?

(01:01:37):
Não faço nada, minha vida é uma grande bagunça, eu preciso de
ajuda! Cara, uma coisa que eu comecei a
fazer, que tem me ajudado muito,a pelo menos organizar meu tempo
fora, porque assim, trabalho home office na maioria da
semana, então eu fico suscetívela estar no computador.
Trabalho com redes sociais, então eu tô sempre olhando a

(01:01:58):
minha rede social e a rede social de quem eu tô
trabalhando. Então isso já é outra coisa,
porque você tem que ver o que táacontecendo.
Então é um fluxo de informação bem desregulado mesmo, então é
difícil pra mim. Mas pra guiar minhas coisas fora
daqui... Pra guiar minhas coisas fora
daqui, eu passei a utilizar a minha agenda, tipo, de fato, né?
Tipo, o Google Calendário ali, oGoogle Negócio lá, que eu
esqueci o nome, mas o do Google lá mesmo.

(01:02:21):
E é aí que já sincroniza com o telefone, ele já vai avisando o
que tem que fazer e tudo mais. Em questão de jogo, o que eu vou
jogar, o que eu deixo de jogar aqui, eu não consigo fazer isso
hoje ainda. Ainda é um negócio muito difícil
pra mim. Porque, pô, apesar de assim, eu
faço terapia também. Terapia é um negócio que ajuda
bastante, né? Pra você que tem dificuldade a
lidar com essas questões e tudo mais.
Pô, faz terapia, terapia é ótimo.

(01:02:42):
Então, terapia ajuda bastante a você não sentir culpa.
Porque, tipo, hoje eu não sinto culpa das coisas que eu não
falo. Eu tenho muita dificuldade de
terminar jogo, de... Pô, nossa...
Você não assistiu tal filme? Não, não assisti.
E antes eu ficava extremamente culpado por causa disso.
Me sentia mal real, assim. E hoje eu não me sinto mal por

(01:03:02):
isso. Tipo, eu entendo que a gente tem
limitações, a gente... Eu sou um ser humano, eu tenho
meus horários. Eu tenho que, além de tudo,
lidar comigo e com as coisas queacontecem dentro da minha
cabeça. Então não dá pra gente fazer
tudo. Eu deixei de sentir essa culpa,
assim. Ai, tem um monte de jogo?
Tenho. Terminou...
Dez por cento desses jogos. É muito.

(01:03:23):
É muito. Tô culpado.
Tô... Eu gastei seu dinheiro?
Não gastei. Gastei o meu.
Gastei um dinheiro que é meu queeu nem tenho.
Então não me enche o meu saco, sabe?
Não venha me falar bosta. Não venha cuidar da minha vida.
Cuide da sua. Se você, graças a Deus, tem
tempo aí de fazer... organiza tudo que você faz, parabéns, eu
não consigo ter esse tempo por enquanto.

(01:03:43):
Acho extremamente necessário, né?
Tipo, organizar aí, vamos fazer tal, não sei o quê.
Ah, então para de comprar jogo, para de fazer não sei o quê.
Não vou parar, não tô gastando oseu dinheiro, não estou te
enchendo o saco, não encho o meu.
Sei do que tenho que fazer, sei.Vou fazer?
Talvez eu faça um dia. Enfim, como eu já disse algumas
vezes aqui, viva a hipocrisia, né?

(01:04:03):
Viva a hipocondria. A gente tá aqui nesse episódio
pra... Você tá me lembrando daquela
campanha do Ministério da Saúde,que na época o Facebook ainda
bombava. Conhece?
Campanha pela vida. Campanha pela vida.
Cada um é um gude da sua. Ministério da Saúde.
Governo Federal. Mas isso deveria...
Enfim, eu vou entrar em outro patamar, mas isso deveria ser um

(01:04:24):
lema pra tudo na vida. Mas eu acho que tinha que ser
mesmo. Vai cuidando da sua, cacete.
Pois é. Você, Rodrigo.
Eu tenho um método hoje que, assim, é uma coisa que eu sinto
que me ajudou muito, porque, assim, essa coisa da mídia
overload eu acho que vem muito por redes sociais, né?
E eu falo que eu sou um heavy user, né?
Eu sou uma pessoa que eu uso muita frequência redes sociais.

(01:04:45):
Uma coisa que eu fiz recentemente e me ajudou muito
foi desabilitar todas as notificações no meu celular.
Todas. De Todas as redes sociais, tudo
bem. Hoje em dia o que eu venho
utilizando é o Blue Sky e o Instagram, mas o Instagram eu
não uso com tanta frequência, mas o Blue Sky eu gosto, né?
De estar interagindo, conversando com as pessoas.
Mas eu acho que às vezes você tendo uma notificação, né?

(01:05:07):
E claro que muita gente vai falar assim, caralho Rodrigo,
você é burro pra cacete, né? Por que você deixou isso ligado?
Não sei o porquê que tava ligado.
Às vezes até porque, sei lá... aforma que eu consigo me
organizar no dia a dia. Quando aparece muita
notificação, eu tava lá no celular, eu via o negócio.
E quando eu tava vendo, eu tava disperso.
E aí eu automaticamente já tava usando a rede social novamente,
eu já tava vendo um conteúdo, eujá tava vendo um negócio e tal.

(01:05:28):
E eu acho que isso deu uma boa ajuda pra mim, de tipo, cara, eu
vou usar a rede social quando eutiver com tempo livre.
Ah, agora é o momento que eu voupegar, vou abrir um TikTok pra
ver o O que mostra pra mim, tá tudo certo.
Mas na questão de media overloadde conteúdo e tudo mais, eu
venho filtrando cada vez mais osinteresses mesmo.

(01:05:52):
Ah, tá saindo duzentas séries aínos streamings.
Tá, do que que se tratam, né? Eu filtro também a informação.
Então assim, poxa, isso aqui me chamou atenção.
É claro que se você tá assim, sem nada pra fazer, você abre o
YouTube, aparece um trailer de um filme, você fala, vou ver
qual é que é. Aí você, opa, ok, tem interesse,
né? mas eu não tenho mais essa sede

(01:06:13):
de não, vou assistir tudo que está sendo lançado e tudo mais.
Eu confesso que um tempo atrás, até pelo próprio bônus mesmo, eu
queria, se fosse possível, assistir todas as séries, jogar
todos os jogos, para estar falando aqui.
E eu cheguei à conclusão que, cara, eu nunca vou conseguir
fazer isso, sabe? Acho que ninguém consegue fazer
tudo isso. Você sozinho não vai conseguir

(01:06:33):
criar um repertório crítico sobre diversas coisas que uma
equipe de uma redação de um jornal vai conseguir fazer,
porque tem uma equipe. Sozinho você não vai conseguir
chegar no mesmo ponto, entendeu?Eu sei que existem muitos
criadores de conteúdo que conseguem se organizar para...
assistir séries assistir filmes e dar e fazer os seus conteúdos

(01:06:56):
e o que eu acho assim parabéns você que consegue fazer isso daí
né mas eu não acho que não é nemsaudável pra esses criadores de
conteúdo eu falo isso até por nós que a gente também tá nesse
papel de criador de conteúdo né de cara a gente tem que abraçar
tudo pra tá falando sobre isso você não precisa tá falando
sobre tudo isso Você como criador de conteúdo, você não
precisa falar sobre tudo. Escolhe suas batalhas, né?

(01:07:17):
Exato. Entende?
Então assim, gente, vamos deixarclaro.
Já era já há um tempo, mas assim.
As coisas que a gente tá falando, do que a gente fala
aqui no bônus, é porque por algum motivo a gente filtrou, a
gente descobriu, a gente gostou e quer falar a respeito.
Talvez como uma indicação. E eu acho que até a gente tá
querendo fugir cada vez mais dessa coisa de vamos fazer uma
indicação aqui. Não, a gente tá falando de

(01:07:39):
coisas que assim, poxa, né, que nem a gente falou do Vampire
Survivors, olha como esse jogo chegou e tudo mais, então é
natural a gente tocar num assunto que faz um certo sentido
de tipo, né, dentro da indústriae etc e tal, mas assim, eu não
tenho mais essa coisa de, nossa,eu preciso ler esse negócio pra
amanhã. Por que você precisa ler esse

(01:07:59):
livro até amanhã? Eu preciso jogar esse jogo, eu
tenho uma data tal, porque dia tal vai ser...
Você precisa mesmo? Esse jogo já tá lá, sabe?
Você vai poder jogar ele depois.E eu acho que chegar a essa
conclusão, sabe? Eu não vou conseguir ter tempo
de tudo que tá sendo lançado e eu vou escolher a dedo ali o que
dá. É claro que a gente vai ver
coisas que vai te chamar mais atenção e acho ok, sabe?

(01:08:22):
Você ir lá e falar... Eu tenho interesse por isso
daqui, eu vou jogar. É você saber dosar o que você
consome, o que você lê, as informações que chegam pra você
e não ficar dependendo, como muita gente faz, de rede social.
O pessoal tá o dia inteiro no TikTok e, de repente, o
algoritmo dela só tá entregando conteúdo até falso.
A gente tem um problema muito sério de fake news hoje no
Brasil por causa disso. Porque é fácil, chega muito

(01:08:44):
fácil pra gente, entendeu? Bom, eu acho que a gente já
falou bastante, divagamos bastante, mas esse é o nosso
espaço de divagação. E a gente quer saber de você que
é ouvinte, como que você consegue gerenciar essa mídia
overload aí que atinge todo mundo hoje em dia, né?
Você com certeza tá aí sendo bombardeado por diversos

(01:09:06):
assuntos, diversas séries, filmes, jogos, etc.
A gente sabe que a gente não vaiconseguir e a gente vai ter que
gerenciar o nosso tempo da melhor forma possível pra
conseguir com mais leveza, com mais tranquilidade, né?
Sem um prazo. Você não tem um prazo pra
assistir isso porque o conteúdo tá ali.
Por mais que a gente tenha malhado pra caralho nesse
podcast, a gente adora bater papo com vocês e a gente quer
saber... como que você gerencia isso, quais são os métodos que

(01:09:29):
você faz e como é para você. Então, você procura lá, Bonus
Stage BR. No Blue Sky, você vai encontrar
a gente. E, claro, nós também, né?
Eu estou lá como o Rush Sanchez.Jean, você está como?
Jean Mota. E Vini, você está como?
Eita, Vini Lima. Procura a gente lá no Blue Sky,
a gente adora bater papo com vocês.
E, claro, também estamos no Instagram, também estamos no

(01:09:50):
TikTok e a gente adora bater papo com vocês.
Meus queridos, muito obrigado por mais uma edição desse
podcast. Momento recadinho.
Eu tenho. Vou fazer o Mahatma Gandhi aqui
do Bônus Stage hoje e passar umamensagem de paz ao povo.
Por favor, vai. Parece impossível escapar desse

(01:10:12):
turbilhão de informações, mas existem algumas formas práticas
de gerenciar o mídia overload. Primeiro você filtra o que
consome, escolha fontes confiáveis e relevantes e não
tente acompanhar tudo ao mesmo tempo.
Também vale a pena estabelecer limites.
Defina horários específicos parachecar notícias e redes sociais.
Tente ficar offline em momentos de descanso.
Uma outra dica é usar a tecnologia a seu favor.

(01:10:34):
Configure o não perturbo do celular ou até rola utilizar
aplicativos que monitoram seu tempo online.
E não subestime o poder de uma pausa.
Muitas vezes o que você precisa é desligar tudo, praticar um
esporte, meditar, fazer uma caminhada na praça da rua de
baixo da sua casa. Não é para largar tudo, é para
consumir com mais intenção e nãodeixar a tecnologia te dominar.

(01:10:58):
Que lindo! Lindo, lindo.
Vinícius Lima, obrigado. Lindo, lindo.
Isso aí tinha que ser estampado,impresso e exposto.
Eu vou fazer uma camisa. Eu ia adorar uma camiseta dessa.
Você coloca na frente da camisa,no verso, nas costas, você põe,
não dê spoiler arrombado. Mas enfim, isso, gente, vou
falar pra vocês, são dicas assim, que eu juntei ali, lendo

(01:11:22):
matérias e tudo mais que eu fui vendo, e são coisas que eu mesmo
preciso fazer, então é uma dica que eu estou deixando pra vocês,
deixando pros meus amigos aqui de bônus stage, mas, sobretudo,
é uma dica pra mim. Mas eu acho que isso é muito
importante, a gente também reconhecer é muita coisa que
chega, é muita coisa sendo produzida.
Tanto que tem aquela brincadeira, tipo, tem muita

(01:11:43):
produção de conteúdo, nós temos que começar a destruir os
conteúdos. É, pois é.
Não é por uma maldade falar, chega de produtor de conteúdo.
É claro, a gente adora acompanhar muita gente que fala
sobre assuntos super legais, diversos tipos, sabe?
Mas eu acho que a gente também tem que começar a dosar essa
quantidade de coisa que chega para o nosso consumo.
E eu acho que é importante, eu tô falando também por mim mesmo,

(01:12:07):
tá? Que é importante a gente saber
dosar o que a gente vai consumirdesse seu tempo, sabe?
Eu acho que isso é muito importante.
Nem tudo tem que estar em todo lugar ao mesmo tempo.
Vini, Jean, mais uma vez, muito obrigado por mais um podcast.
E a você que chegou até aqui, muito obrigado por mais uma
edição do Bonuscast. A gente se vê na próxima edição,

(01:12:29):
que tá chegando o fim do ano, hein?
E não dê spoiler! Obrigado.
Certo, Jean? Se for dar spoiler, dê em
ambientes controlados. Um beijo no coração de todos
vocês. A gente se vê no próximo
Bonuscast. Nós somos o Bonus Stage.
Até o próximo. Gente, saiu um joguinho novo
aqui da... Ah, não, não, não, não.
Parou, parou. Chega.
Tchau. Tchau pra vocês.
Um abraço.
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