Episode Transcript
Available transcripts are automatically generated. Complete accuracy is not guaranteed.
Alexia (00:33):
Oi oi pessoal e
bemvindos a mais episódio do
Carioca Connection. Meu nome éAlexia e hoje eu não estou com o
Foster, eu estou com uma pessoaque eu poderia dizer pouquinho
mais especial do que o meuquerido pai Marco Antônio.
Marco Antonio (00:51):
Alô gente.
Alexia (00:52):
Oi pai.
Marco Antonio (00:53):
Oi querida tudo
bem? Hello Buildful Estamos aqui
eu e a Alexia pra conversarmoscom vocês.
Alexia (01:02):
Sim sim e a nossa
conversa de hoje vai ser sobre
uma série da Netflix que foilançada há pouco tempo e que é
muito bom pro pessoal que estáaprendendo português né e
conhecendo mais sobre a culturabrasileira, assistir, que é a
(01:24):
série do Sena.
Marco Antonio (01:27):
Sim, assistimos
com muito carinho, muito bacana,
claro que não é uma sérieautobiográfica profunda mas é
muito bonita bem, demonstrabastante ali quem era o Senna,
eu gostei.
Alexia (01:40):
É é quando o meu pai
fala que não é autobiográfica
significa que é uma sérieromantizada. É. Né? Com
Marco Antonio (01:49):
licença poética
mas tem que ser senão não é uma
série.
Alexia (01:53):
É exatamente não é
documentário é uma série baseada
em fatos reais certo?
Marco Antonio (01:59):
Exato. Ainda com
uma interpretação maravilhosa do
rapaz que foi o artista que fazo cena. Que é o Gabriel Leone.
Ele acertou no tom no acertoutudo impressionante ele
incorporou o personagem muitobom.
Alexia (02:14):
Muito bom mesmo e, pai
eu tenho uma pergunta pra te
fazer. As pessoas durante a asérie, falam que o Senna era da
classe média paulistana, né, queé uma família paulista, que
família de trabalhadores, né,mostra muito o pai dele na
(02:35):
fábrica de carros, se eu não meengano e tal. E era o ano o quê?
Mil novecentos e sessenta? Milnovecentos e cinquenta?
Marco Antonio (02:47):
Não, o Senna
nasceu, não sei, o o eu não
estou lembrando agora, mas não ésessenta não, é a família é
sessenta setenta, sim é por aí.
Alexia (03:00):
É por aí. O que que
significa ser uma família de
classe média em São Paulo nessaépoca?
Marco Antonio (03:07):
Era exatamente
isso. Só que o selo na minha
opinião era de classe médiaalta, ou seja, o pai tinha uma
fábrica, eles viviam muito bem,o pai classicamente tinha carrão
que era também típico de paidaquela época e enfim, uma
família de classe média alta dobairro de Santana e
Alexia (03:28):
Que que que que é o
bairro de Santana?
Marco Antonio (03:30):
O bairro de
Santana é bairro de classe
média, classe média classe médiaalta, hoje em dia mais ainda
até. E o Sena então era o típicogaroto que tinha uma família bem
plantada, bem enraizada, quedava assim sentido de família
muito importante pra ele, issonão quer dizer não tem nada a
ver com dinheiro. O Pelé, quenasceu muito pobre, era
(03:53):
engraxate quando erapequenininho.
Alexia (03:55):
Espera aí, o que que é
engraxate?
Marco Antonio (03:57):
Engraxate é o
menino que vai pra cidade pra
engraxar o sapato da daspessoas.
Alexia (04:04):
Ou seja, engraxar sapato
é quando você senta naquelas
cadeiras mais altas né, e temuma pessoa passando cera,
limpando o seu sapato de couro,certo?
Marco Antonio (04:15):
Exatamente.
Alexia (04:16):
É isso.
Marco Antonio (04:17):
E pra ganhar
algum dinheiro pra ajudar a
família e o Pelé teve sempre umafamília muito bem estruturada,
igual a Lucena, que é mãe, pai,irmãos, todo mundo sentava na
mesa pra comer, ele tinha acamisa dele pra ir pra pra
escola, enfim beijo e boa noite,então a estrutura que eu estou
falando é nesse sentido. E viviacomo garoto da da da idade ia
(04:40):
pra pras festinhas, dançavaaquelas musiquinhas antigas que
eram muito boas, usava calçajeans etcétera, enfim, garoto
normal de classe média alta deSão Paulo.
Alexia (04:52):
E a fábrica do pai do
Senna, porque você morou em São
Paulo na mesma época que o Sennaestava surgindo Sim. Né? As
pessoas conheciam a fábrica?Sabiam que era?
Marco Antonio (05:03):
Não, não, não,
não, não, não, era uma fábrica
de, eu não sei o que ele fazialá, mas era uma fábrica não
conhecida, não vendia coisas,retificava, arrumava coisas,
alguma, não isso nunca ficoumuito claro no filme e nem na
época lá pra mim.
Alexia (05:18):
Na verdade o que a série
mostrou foi que foi onde foi
feito o primeiro carrinho doSenna É. Né? É. Com peças da
fábrica e tal.
Marco Antonio (05:30):
O primeiro kart
dele.
Alexia (05:31):
É, o primeiro kart.
Agora, você eu sei disso e as
pessoas que acompanham o CariocaConnection também sabem disso,
que você vivia muito no mundo dafórmula e do automobilismo por
causa dos amigos que você tinhané da turma. É. Mas assim eu
(05:52):
entendo a sua perspectiva e asua atuação entre aspas dentro
do mundo do automobilismo mas omundo do automobilismo
brasileiro, como é que começouas pessoas se interessarem pela
fórmula e etcétera, foi só comcena ou já era uma coisa que
(06:14):
vinha se construindo porquenessa época também o futebol
estava super em alta né noBrasil?
Marco Antonio (06:22):
É o seguinte,
quem abriu o caminho foi o
Emerson Fitzpaldi, que era onosso amigo de turma, então ele,
o irmão dele o Wilsinho, e logodepois o José Carlos Pachi, o
Moco, abriram esse caminho. O oEmerson foi pra Europa e foi
bicampeão de Fórmula então eleabriu o caminho. O Senna foi
(06:45):
depois, né? Nesse caminho aí. Eentão, com o Senna, a fórmula
realmente explodiu no Brasildevido a três fatores, Rede
Globo, que na época mandava noBrasil inteiro e transmitia e
fazia reportagens etcétera,Então chegou ao público, ao ao
(07:07):
público geral ao público
Alexia (07:09):
Ao público da tv aberta.
Marco Antonio (07:10):
É ao público da
tv aberta que era todo mundo,
né? A segunda coisa foi, que oSena foi nos demora os pilotos
do mundo. E a terceira coisa foiuma coisa que não dá pra
explicar chamado carisma, oSenna tinha carisma.
Alexia (07:26):
Mas assim por exemplo na
época do do Fitchpaldi existia,
por exemplo as pessoas sejuntavam, em casa ou nos bares
etcétera pra assistir àscorridas ou ainda não era
mostrada na TV?
Marco Antonio (07:40):
Não ainda não não
não era assim era o o Senna
realmente foi o primeiro e aspessoas parava, no domingo de
manhã parava o Brasil pra ver oSenna e aí tem uma outra coisa
que eu li que
Alexia (07:52):
eu E espera aí, domingo
de manhã quando o meu pai fala é
porque normalmente as corridaseram na Europa É. Né? Então era
sempre de manhã no Brasil, entãoera a partir das nove da manhã,
oito da manhã começava todomundo a ligar a TV. Eu lembro
disso pequena, que domingo demanhã, durante cena e póscena a
(08:14):
gente assistia a Fórmula
Marco Antonio (08:15):
em casa. Sim sim.
Então tem esse fato que é o
seguinte, jornalista falou commuita propriedade que o jogador
de futebol o brasileiro semprefoi bom e e era assim algo comum
pro Brasil, agora alguém naFórmula dominando aquelas
máquinas com nomes estrangeirosMcLaren, Honda e e Lótus,
(08:41):
naquele mundo sofisticado daFórmula de repente brasileiro é
o melhor deles, isso mexeu com opovo. É. Poxa a gente pode além
do futebol ser bom num numesporte mais sofisticado do
mundo.
Alexia (08:54):
E eu acho que isso essa
sensação existe até hoje faz
muito parte da nossa culturacomo brasileiro quando tenho
algum atleta, seja de qualqueresporte que está indo bem, todo
mundo vai lá assistir e vaiaprender sobre aquele esporte.
Nas olimpíadas mostrou muitoisso né, porque o nosso futebol
(09:15):
está horrível hoje em dia, estámuito mal o futebol brasileiro.
É verdade. Está muito mal. Entãoas olimpíadas todo mundo estava
assistindo, judô, eu não seinada de judô, eu estava lá
assistindo judô.
Canuagem, fomos super bem nacanoagem. Agora temos o João
Fonseca no tênis que está cadavez crescendo mais junto com a
(09:35):
Bia Haddad também. Então estásendo muito bom, pelo menos
nessa época, de novo, obrasileiro descobrir outros
esportes além do futebol e euacho que isso acontecia nessa
época também quando tinha alguémindo bem, em algum esporte e
espera aí, existe isso na nossavida, vamos aprender, vamos
(09:56):
assistir, vamos torcer por essapessoa.
Marco Antonio (09:59):
Sim. O Senna foi
pouco mais do que o fenômeno
Senna foi
Alexia (10:03):
Foi herói nacional.
Marco Antonio (10:05):
É, virou alguma
coisa que eu eu chamo de carisma
porque eu não tenho outrapalavra, as pessoas se
identificaram com ele.
Alexia (10:13):
É e e e assim eu acho
que, agora puxando pouco o
porquê que eu acho importanteque as pessoas vejam né, alguns
episódios da série cena, é quemostra essa parte autêntica e
cultural brasileira, mostra comoé que o Senna entrou dentro da
(10:38):
casa das pessoas e fazia parteda vida delas né todo domingo de
manhã tinha que assistir o Sennacorrendo.
Marco Antonio (10:45):
Sim sim era que
Alexia (10:47):
era lá
Marco Antonio (10:47):
e ele ganhava não
é? O que era uma coisa bonita
quando não ganhava liderava acorrida inteira enfim.
Alexia (10:54):
E e o Senna, desde
quando ele começou até o fim da
vida dele foi período muitoconturbado politicamente no
Brasil também então isso tambémdava uma outra né respiro na
verdade pro pessoal.
Marco Antonio (11:09):
Boa estava
acontecendo. É. É isso.
Alexia (11:11):
Exatamente e também você
vai conseguir ver a parte do
português brasileiro autênticoné, dos atores brasileiros lá
conversando e falando, tem aparte em inglês também e tem uma
coisa muito legal que mostra umadas atrizes que é britânica
(11:33):
filha de brasileiros falando emportuguês. E ela fala não ela
não existiu na vida real foi umauma personagem criada pra dar
(11:53):
contextualização histórica paraos diferentes episódios da série
foi literalmente
Marco Antonio (11:59):
isso. Tudo bem.
Alexia (12:00):
É, então é isso pai,
primeiro episódio sobre o Senna
está feito.
Marco Antonio (12:05):
Está muito bem.
Alexia (12:06):
Muito obrigada pela sua
participação e até o próximo
episódio.
Marco Antonio (12:11):
Bye bye.
Alexia (12:12):
Tchau.