Episode Transcript
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(00:00):
Olá, corações! Sejam muito bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast Entre Corações.
(00:06):
Eu sou a Fran Celina e hoje, para nossa alegria, temos novamente por aqui a minha querida amiga Carla,
cuja sensibilidade sempre enriquece nossas histórias.
Oi, Fran. Que delícia estar de volta. Já estava com o coração apertado de saudade.
Mal posso esperar para ouvir a história que você preparou para nós hoje.
(00:27):
E a de hoje é especial. Recebemos um e-mail que nos transporta para uma pequena vila de pescadores
banhada pelo sol e pela maresia. A história fala sobre um amor que não nasceu de um olhar apaixonado
em um baile, mas de um acordo entre famílias. Um casamento arranjado.
Nossa, Fran. Que tema forte. Um casamento arranjado.
(00:48):
É algo que parece tão distante da nossa realidade, mas que carrega um peso, uma densidade.
Como será que isso se desenrolou?
Exatamente. A história é de Gael e Elisa. Ele, um homem do mar, de poucas palavras e mãos calejadas de puxar redes.
O horizonte do oceano era seu confidente. Ela, uma jovem de uma vila vizinha, que sonhava com melodias
(01:11):
e pintava em telas pequenas as cores do pôr do sol. Os dois nunca tinham trocado mais do que um aceno respeitoso.
Consigo imaginar a cena. Duas almas que viviam em mundos paralelos, mesmo estando tão perto.
Deve ter sido um choque pra eles.
Foi. O acordo foi selado para unir terras e fortalecer as famílias.
(01:32):
No dia do casamento, o silêncio entre eles era mais profundo que o próprio oceano.
Gael, sem jeito, ofereceu a ela a única concha perfeitamente intacta que encontrou naquela manhã.
Elisa, com o coração apertado, aceitou, vendo naquele gesto um pingo de delicadeza em um mar de incertezas.
Ai, que aperto no peito. Uma concha. Um gesto tão pequeno, mas tão significativo.
(01:57):
Ele estava tentando, à sua maneira.
Ele estava. Os primeiros meses foram de uma convivência silenciosa.
Ele saía para pescar antes do sol nascer e voltava ao entardecer.
Elisa cuidava da casa, mas passava horas na varanda, com seu caderno, não pintando,
mas escrevendo sobre a solidão e o barulho das ondas.
(02:18):
Ela notou que Gael sempre parava, antes de entrar em casa, para observar as gaivotas,
com um olhar que misturava cansaço e admiração.
É nesses pequenos detalhes que a gente começa a enxergar a alma do outro, não é?
A gente percebe que, por trás da fachada, existe um universo inteiro.
Sem dúvida, a virada aconteceu em uma noite de tempestade.
(02:42):
Uma daquelas terríveis que fazem o mar rugir.
O barco de Gael demorou a voltar.
A vila inteira estava apreensiva.
Elisa, que até então se sentia uma estranha, correu para a praia,
o desespero tomando conta do seu peito.
Ela não temia pela propriedade ou pelo acordo.
Ela temia por ele, pelo homem silencioso que olhava as gaivotas.
(03:04):
Meu Deus, Fran!
O medo tem esse poder, né?
De revelar o que o coração já sente, mas a razão ainda não admitiu.
E ele voltou.
Voltou.
Cansado e encharcado, mas a salvo.
Ao chegar à areia, a primeira pessoa que viu foi Elisa,
com os olhos vermelhos de choro e alívio.
Naquele momento, sem que nenhuma palavra fosse dita,
(03:26):
eles se viram de verdade pela primeira vez.
Ele não viu a noiva do acordo.
Viu uma mulher que temeu por sua vida.
E ela não viu o pescador rude.
Viu um homem vulnerável que enfrentava a fúria da natureza.
Que momento lindo!
A tempestade que veio para destruir acabou construindo a ponte entre eles.
E depois disso, tudo mudou, imagino.
(03:48):
Completamente.
Naquela noite, ele se sentou ao lado dela na varanda.
E o silêncio não era mais de distância, mas de cumplicidade.
Ele começou a falar sobre as estrelas que o guiavam no mar.
Ela começou a mostrar a ele seus desenhos e as poesias que escrevia.
Ele trazia para ela as conchas mais raras.
E ela pintava para ele o mar que ele tanto amava.
(04:11):
Mas com as cores que só ela via.
Ai, Fran, estou emocionada!
O amor deles não foi encontrado, foi construído.
Tijolo por tijolo, gesto por gesto.
É tão bonito isso!
Foi.
E o casamento, que começou como um contrato, se transformou em um porto seguro.
A união de terra se tornou a união de duas almas que, embora diferentes,
(04:33):
aprenderam a navegar juntas.
Descobrindo que o amor mais forte, às vezes,
é aquele que lança âncora nos lugares mais inesperados.
Uma história para aquecer o coração
e nos fazer acreditar que o destino tem suas próprias formas de escrever o amor.
E assim, chegamos ao fim de mais uma história no Entre Corações.
Esperamos que a jornada de Gael e Elisa tenha tocado vocês.
(04:56):
Se gostaram, não se esqueçam de curtir nosso episódio,
compartilhar com aquela pessoa especial
e, claro, comentar o que acharam.
Nós adoramos ler cada mensagem.
Obrigada a todos pelo carinho e até a próxima, pessoal!
Até a próxima!
E que a gente sempre se lembre que, às vezes,
o amor não é um relâmpago que nos acerta de surpresa,
(05:16):
mas uma maré mansa que sobe devagarinho
e, quando vemos, já inundou a nossa vida inteira.