Episode Transcript
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(00:00):
Olá, corações! Sejam muito bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast Entre Corações.
(00:08):
Eu sou a Francelina e hoje tenho a alegria de receber novamente a minha querida amiga Carla,
que tem um olhar tão sensível para as histórias de amor.
Obrigada pelo convite, Fran. É sempre um prazer estar aqui e me emocionar com você e nossos ouvintes.
Qual é a história que vamos desvendar hoje?
Hoje, Carla, temos uma história que nos foi enviada por e-mail e que fala sobre o poder do tempo e das palavras não ditas.
(00:36):
O título que dei a ela foi Amor em estações, o retorno que ninguém esperava.
A história nos leva a uma pequena cidade serrana, daquelas com ruas de paralelepípedos e um coreto na praça principal,
onde o tempo parece correr mais devagar.
Ah, já consigo até sentir o cheiro de terra molhada e café fresco.
(00:58):
Adoro esses cenários. Eles guardam tantas memórias.
Exatamente. E foi nesse cenário que Clara e Heitor viveram um amor de juventude, intenso e cheio de promessas.
Eles eram inseparáveis, mas a vida, como sempre, tinha outros planos.
Heitor precisou se mudar com a família para a capital e a despedida foi doída, macelada com um pacto.
(01:23):
Eles se escreveriam todas as semanas.
Cartas! Que coisa mais romântica e ao mesmo tempo tão frágil.
Imagino a ansiedade de esperar pelo carteiro.
E era assim. No começo, as cartas iam e vinham, cheias de saudade e planos para o futuro.
Mas um dia, as cartas de Heitor pararam de chegar.
(01:46):
Clara escreveu mais uma, duas, três vezes, mas só encontrou o silêncio como resposta.
O coração dela, imaginando ter sido esquecida, se fechou.
Ai, que angústia. O silêncio é a pior das respostas.
A gente preenche o vazio com as nossas maiores inseguranças.
(02:07):
Precisamente, os anos passaram. Clara se tornou uma mulher forte, dona de uma pequena livraria na cidade.
Mas uma parte dela ainda vivia naquela estação de trem, esperando por uma explicação que nunca veio.
Heitor nunca retornou.
Até que, numa tarde chuvosa de outono, enquanto fazia uma limpeza no antigo casarão dos seus avós,
Clara encontrou uma caixa de madeira empoeirada no sótão.
(02:32):
Não me diga que a carta estava lá. Fran, meu coração já está apertado.
Dentro da caixa, entre velhos postais e fotografias, havia um envelope amarelado com o selo intacto.
Era uma carta de Heitor. A última carta, aquela que ela nunca recebeu.
O avô dela, um homem severo que não aprovava o namoro, havia escondido a correspondência.
(02:57):
Que crueldade! Uma vida inteira moldada por um segredo, por uma decisão que não era dele.
O que a carta dizia?
Com as mãos trêmulas, Clara abriu.
A caligrafia de Heitor estava quase borrada pelo tempo.
Ele não dizia adeus, pelo contrário, ele contava que estava voltando.
Naquela carta, ele explicava que a família tinha decidido retornar à cidade
(03:22):
e pedia que ela o encontrasse no Coreto da Praça, no primeiro dia da primavera,
para que pudessem finalmente recomeçar. Ele estaria lá, esperando por ela.
Meu Deus! Ele esperou por ela, e ela nunca aparecia ou nunca apareceu.
Imagino a dor dos dois, cada um em sua solidão, pensando ter sido abandonado pelo outro.
(03:47):
Foi exatamente isso. Clara chorou por horas, pelo amor perdido, pelo tempo roubado.
Mas no meio da dor, surgiu uma faísca de esperança.
Movida por uma força que nem ela sabia que tinha, ela decidiu procurar por Heitor.
Usou a internet, contatos antigos e descobriu que ele morava em uma cidade vizinha.
Ele havia se tornado paisagista e nunca se casou.
(04:11):
Ela foi atrás dele, não foi? Diga que sim!
Ela foi. Dirigiu até lá com a carta no banco do carona,
como uma prova de que o amor deles não tinha sido uma ilusão.
Encontrou-o cuidando de um jardim público. Quando ele a viu, o tempo pareceu parar.
Os olhos dele, agora com marcas da idade, ainda tinham o mesmo brilho.
(04:32):
Sem dizer uma palavra, ela apenas estendeu a carta.
E então, o que ele fez?
Ele leu, e o mundo deles, que esteve quebrado por décadas, começou a se encaixar.
Não houve acusações, apenas o entendimento silencioso de duas almas
que haviam sido vítimas do destino e de uma escolha alheia.
(04:53):
Ali, naquele jardim, eles não eram mais os jovens que se separaram,
mas dois adultos que entendiam o peso do tempo e o valor de uma segunda chance.
O passado foi perdoado, e um novo presente começou a florescer.
Que história! É a prova de que o amor verdadeiro pode até ser adiado, mas nunca esquecido.
(05:15):
É de uma delicadeza que me deixa sem palavras.
E assim, nossa história de hoje chega ao fim.
Obrigada, Carla, por compartilhar essas emoções comigo.
Eu que agradeço, Fran. Foi lindo.
Se você se emocionou com a jornada de Clara e Heitor, curta nosso episódio
e compartilhe com aquela pessoa especial que faz seu coração florescer.
(05:38):
Deixe um comentário nos contando o que achou.
Às vezes, uma única palavra não dita ou uma carta não entregue pode mudar o curso de uma vida.
Que possamos sempre lutar para que nossas mensagens de amor cheguem ao mundo.
Obrigada, Heitor.