Episode Transcript
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(00:00):
A alta da Selic chegou ao fim? Quando podemos esperar o início
do ciclo de cortes? Bem vindos ao mandasset, podcast
da itauacet, eu sou a Malu moradia dos times de
comunicação. No episódio de hoje, a conversa
(00:22):
com Leonardo tanza, economista chefe de Brasil aqui na
itauasset. O Léo faz parte do time de
pesquisa econômica, uma equipe formada por mais de 20
economistas e cientistas de dados que apoiam com muita
análise e inteligência as decisões dos nossos times de
gestão. Léo bem-vindo novamente ao
meindasset. OPA, valeu sempre um prazer
estar aqui com vocês. Obrigada aqui por ter topado
(00:43):
participar novamente. Tá, mas vamos lá, você é
amplamente, né? Reconhecido por suas projeções
de inflação e também de políticamonetária, como é que foi a sua
trajetória até aqui? Conta pra gente um pouquinho
sobre a sua carreira e também seu tempo de casa aqui na itau
assed. Boa, bom, eu entrei aqui Na Na
itauast em 2013, entrei como como estagiário.
(01:04):
Fiquei um ano aqui fazendo o como estagiário.
É já nesse começo aí já cuidava principalmente ali das da parte
de inflação, né? Aí virei analista.
É, fui acompanhando com foco, principalmente ali na cobertura
de de inflação. Com o tempo é, fui me
especializando, fui olhando maisa parte política monetária, fiz
(01:27):
é um mestrado também. Aí nesse meio de caminho, aí em
2022, virei ali OOOO head aí de é de Brasil, né?
De economia Brasil e enfim, desde então, ali estamos, é,
sigo aí. É fechando, fechando o cenário
aí pra Brasil, além de olhar a inflação.
(01:48):
EEE, política monetária. Aí, bacana.
Lá eu não sabia que você tinha começado como estagiário.
E entrando no tema de macroeconomia, você já vem
falando há algum tempo sobre umaSelic em torno de 15% e, se não
me engano, foi um dos primeiros economistas da falecicol.
Inclusive, Thomas fez menção a sua projeção em dezembro do ano
passado, ano perspectivas, que éo nosso evento anual, vamos?
(02:08):
Para as nossas projeções, porquejá estou falando de crescimento
e de equilíbrio, tá? Porque que a gente está
enxergando? Sem o benefício da dúvida, a
gente está vendo uma taxa de Selic de 15%.
Fala, caramba, vocês são exagerados?
Esse daí que você ouviu foi o Thomas, o economista chefe aqui
na italacet. Mas Léo, então o que que a gente
realmente quer saber é, o que que você vem observando,
(02:30):
especialmente no último ano, para calibrar essa projeção e
sustentar esse viés mais alto para Selic?
Vamos lá, é, acho que esse esse foi um colo que a gente
conseguiu dar aí bem antes do que.
O mercado tava vendo, né? Acho que já desde ali, novembro
do ano passado, até um pouquinhoantes, a gente já tava com essa
visão aí de de Selic terminal em15, tá então o que que tava por
(02:53):
trás, né, o que que é fez com que a gente tivesse convicção
ali pra dar esse COL aí acima é do mercado, tá?
Então, e antes do mercado, acho que assim, primeiro, acho que as
projeções de inflação, a gente tinha projeções de inflação ali
mais alto, tá do que o mercado tava vendo.
E a composição, então, a gente tinha não só a inflação cheia,
(03:15):
mais alta, mas também em serviços, principalmente, tá?
O mercado estava com uma cabeça de que não IA ter uma aceleração
relevante de inflação de serviços ali no final do ano e
principalmente no começo do ano.Então o pessoal ali estava
achando que BC não IA subir tanto, que não IA precisar subir
tanto, tá? E aí essa diferença eu acho que
(03:38):
ao longo do tempo se mostrou. Verdade, tá.
Serviços foi bem forte aí nesse começo, nessa virada do ano, e
isso fez com que OBC é um dos elementos, né, que fizesse com
que OBC subisse mais os juros, né?
Acho que isso acabou entregando também expectativa de inflação
pior, e acho que foi o que é, fez com que OBC subisse mais os
(04:04):
juros. Tá, e aí, o que tava por trás
aqui, né? Acho que a diferença.
Do porquê que a gente tinha essaconvicção de que serviço deveria
acelerar mais. Foi AO qual de atividade, né?
E 1 e 1 pouco do porquê da atividade da e da nossa leitura,
que também diferente do mercado do BC, né?
Sobre é como eles estavam vendo a atividade, né?
(04:25):
Atividade forte na nossa leitura, OA diferença estava em
principal, principalmente em como o fiscal.
É, e as medidas ali de estímulo ao consumo, que tem sido tomado
aí nos últimos anos pós pandemia, né?
Fez com que atividade, principalmente o mercado de
trabalho, ficasse resiliente. E na nossa leitura, isso deveria
(04:47):
ter um impacto ali de é inflaçãopra cima, tá, então foi isso que
quando a gente começou a ver a inflação é.
Dando sinais, isso deu uma convicção pra gente de que de
fato OBC tinha, que é mais do que estava se esperando ali No
(05:08):
No momento, tá? EE, nessa a última decisão aqui
do Copom, no final do mês passado, o comitê levou a Selic
em 0,25. É, é pontos e tudo indica que
estamos chegando, né? Agora ao fim de um ciclo.
E aí, na sua visão, esse foi o Ponto Final que que você tem
visto, né, nas comunicações do do banco central e nos números
em geral para para essa perceção?
(05:30):
Tá certo? Bom, o banco central, ele usa
ali a comunicação oficial dele, né?
Então a ata, o comunicado, Ori né, que é hoje até mudou de
nome, né? O relatório de política
monetária. É pra passar.
Qual que é a visão dele, né? Como ele tá vendo o cenário
hoje, as perspectivas pra frente, né?
(05:50):
EE tem todo 11 linguagem ali de banco central específica Pra Ele
passar essa mensagem, né? E acho que no último Copom ou no
último ciclo aí de comunicação oficial, né, o Copom ali agora
de de junho, ele foi bem explícito, né, ao falar que.
É pra frente, né? E realizando o cenário esperado,
(06:12):
o mais provável é a interrupção do ciclo de alta, né?
Então ele ele escreveu isso na comunicação oficial, é assim que
ele vem, que ele vem tratando, né?
Desde aí do último Copom e o quetá por trás é porque na leitura
do BC, ele fez um ciclo de ajuste, né, de elevação de juros
rápido, isso. Tem um tempo pra pegar, né?
(06:35):
Pra bater na economia, dadas defasagens aí de política
monetária, né? Não é de uma vez que não é
subindo os juros no dia seguintejá vai ter o efeito esperado ali
na inflação, né? Isso, isso demora pra bater na
economia. EOBC julga que fez um o ajuste
por hora necessário, mas que precisa de tempo pra ver isso
(06:56):
batendo. Na economia, né?
Na atividade e na e no seu objetivo, que é levar inflação
para meta, né? Então, agora o que ele tem, o
que ele vem comunicando é que vai esperar para ver, vai ver,
vai esperar para ver se esse se o ajuste que ele fez é realmente
suficiente, né? EAO tom da comunicação que ele
(07:18):
trouxe é um tom da comunicação que ele vai ficar parado por
bastante tempo, né, por período bastante prolongado, ou seja, é
uma indicação de que ele não temuma expectativa.
Tentativa de corte no curto prazo, né?
De que o cenário ele co fala, né, que o cenário de inflação
ele tá acima da meta gera desconforto.
As expectativas de inflação também é um elemento que gera
(07:39):
desconforto. Ele vê risco de atividade pra
cima, né ainda. Mas ele acha que 15% já é uma
taxa de juros alta o suficiente,restritivo o suficiente.
Para ele poder esperar para ver agora como que quais são os
efeitos na economia? Tá certo?
(08:00):
EEE. Até quando que você acha que ele
vai esperar para ver? É que eu acho que essa é a
grande discussão, Ana, agora, né?
Quando que deve acontecer o primeiro corte?
Como é que vocês estão enxergando esse próximo momento
aí do ciclo? Perfeito é.
Acho que sempre tem o sempre queOBC é, termina um ciclo, né?
Seja de. Alta de juros, ou seja, de corte
(08:21):
de juros. Mercado ele já pensa em qual que
vai ser o próximo ciclo, né? OOBC, historicamente, ele nunca
fica ele, ele não fica parado, né?
O muito tempo parado, né, seja pra um lado ou pro outro, né?
Então, em média, OBC fica ali 6 reuniões parado, né, até tomar
(08:42):
111 definição ali pra um lado oupro outro, tá?
É então assim, na, na nossa cabeça OBC, ele começa o ciclo
de corte no começo do ano que vem, tá?
Então AA gente acha que ele começa o ciclo de corte em
março, deve fazer um ciclo de corte pequeno, olhando para o
(09:06):
histórico, tá um ciclo de corte ali em torno dos seus 200 bes de
queda. 11 racional de que ele vai cortar os juros, mas vai
manter um nível de restrição ainda da política monetária, com
a política monetária ainda acimado neutro.
Tá que que tá por trás disso? Bom, o nosso cenário base é de
(09:29):
uma inflação esse ano um pouco abaixo de 5, tá a gente.
É tá ali com projeção de 4 e 9, aí pra pra esse ano, pro ano que
vem, 4 e 3, então é um. É um cenário em que a inflação
ainda continua acima da meta, né?
Ele vai pra a banda da meta, né?Ele fica dentro da banda, ou
(09:51):
seja, tem ali uma tendência em direção à meta, mas ele ainda
não tá na meta, né? Tá acima da meta de 3, que é a
meta que o banco central usa, né?
Então esse é um elemento. Mas a gente vê, né, uma melhora
no cenário de inflação, muito por conta do câmbio, né?
Então o câmbio que, enfim, a gente trabalha com câmbio de 5 e
(10:12):
meio, mas acho que tem 11 tendência e um viés ali é a
melhor no câmbio, né? Por conta ali desse cenário
externo de dólar fraco, global efede, podendo cortar juros até
antes do que o esperado, né? Então esse é um.
É um vento favorável aqui pra gente, né?
(10:34):
Então, no tanto dessa melhora ali de inflação, é por conta de
de preços relacionados ali a câmbio, né?
Então, principalmente os traderbles ali, esses esses
itens de inflação que são, que tem mais a ver com o que
acontece com os preços lá fora, tá?
Mas a parte de serviços fica pressionada.
(10:57):
E então é uma inflação que desacelera, mas ainda acima da
meta. A gente acha que tem uma melhora
ali nas expectativas de inflaçãotambém, mas ainda não o
suficiente para para levar essasexpectativas para meta e
atividade. É uma atividade que desacelera,
tem uma moderação no crescimento.
A gente tá falando desse ano em torno de 2 e 3 para o ano que
(11:18):
vem, algo como um e meio. Mas ainda acima do potencial e
ainda não sendo suficiente, né? Pra levar ali a essas medidas de
que a gente fala de ato do produto, né?
As medidas de desemprego AAA piorar o suficiente, né?
Ou a indicar uma desinflação mais robusta, né?
(11:39):
Então, acho que com esse cenáriode que você tem uma desinflação,
uma melhora na tendência de inflação, mas ainda não tá na
meta. O banco central, que vai olhando
sempre a inflação, né, ao longo do tempo.
EE No No Horizonte relevante, né?
De política monetária, que é 6 trimestres a frente, faz o
ajuste de Selic para baixo por conta dessa melhora, mas não
(12:02):
leva a Selic para o neutro, que Na Na nossa cabeça aqui, o
neutro nominal seria algo mais próximo ali de de 10%, tá?
É? Então ainda mantenha o juros
restritivo. Mais menos restritivo do que tá
hoje, tá? É um pouco essa.
Esse é o que tá por trás do nosso cenário base.
(12:24):
Pegando aqui um pouco Oo Balançode riscos, né, em torno do nosso
cenário, acho que tem a ver com é um pouco.
É tanto do cenário doméstico como o cenário é Internacional,
né? Acho que depende um pouco de
como essas coisas aí vão. É, vão evoluir.
(12:44):
Como é que isso vai bater? É no câmbio, né?
Como que é isso? Vai refletir na inflação, nas
expectativas de inflação, como que ficam as perspectivas para
eleição no ano que vem? Enfim, acho que tudo isso são
elementos de risco aí para esse pro pro cenário de juros no ano
que vem, tá? Tem bastante coisa para
acontecer daqui até. É até esse momento aí onde a
(13:08):
gente enxerga o corte. Perfeito.
EE você mencionou, né? Aqui o possibilidade do Fed é
cortar aqui a taxa de juros por lá antes do previsto.
Mas como é que realmente aqui funciona?
É essa decisão de política monetária nos Estados Unidos,
como ela que influencia aqui no Brasil e de que forma, né, que
você você incorpora esse cenárioInternacional nas suas
(13:30):
projeções? Boa a principal forma como o
cenário de juros do Fed impacta que a nossa economia vai servir
o câmbio. Tá pensando aqui pelos elementos
do que o banco central leva em consideração pra pra determinar
a taxa de juros, né então? Se o Fed cortar antes os juros,
(13:50):
a gente vai ter 11 diferencial de juros maior, né?
Que é a diferença entre a Selic e a taxa de juros lá nos Estados
Unidos. Isso tenderia AA atrair mais
capital aqui para é pro Brasil edeveria gerar uma força de
apreciação da moeda, né? Então, a princípio isso seria
bom, né? Seria um elemento aqui baixista
(14:11):
para moeda, baixista para inflação.
Que deveria aumentar a probabilidade de de antecipar o
corte de juros, né? Pensando aqui pra pro Copom.
Mas então esse seria o canal, né?
Eu acho que o BC nessa, nessa situação, eu acho que ele espera
um pouquinho mais pra cortar os juros, 12 reuniões e quando for
(14:34):
cortar, acaba aumentando, é. É Oo ciclo total de juros, tá de
de corte de juros. Eu acho que seria uma a postura
mais adequada. Tá, é, mas é, é um pouco dessa
forma. Acho que Oo principal elemento é
como essa antecipação de corte, né?
É, vai afetar aqui AA taxa de câmbio.
(14:56):
Certo, vários fatores para genteficar de olho aqui.
E Léo, aqui parte da nossa agência, a gente tem vários
futuros economistas e também economistas que que querem
trabalhar em gestoras e queria entender um pouquinho como é que
funciona aqui. A dinâmica do do seu time.
É quantas pessoas que fazem parte?
Como é que vocês trabalham juntopara realizar essas projeções?
Pode contar aqui um pouquinho para gente?
(15:18):
A nossa equipe é uma equipe grande, tá?
É uma equipe entre é economistase cientistas de dados, aí de
quase é 20 pessoas, né? Então a gente é uma área que a
gente usa muito ali a os dados eas ferramentas de extração de
informação de dados, né, para para ajudar aqui Na Na formação
(15:41):
do nosso cenário. Então é.
Então a gente olha aqui, poxa, posso dar alguns exemplos aqui?
Coleta de alimentos a gente olha, é como é que tá a previsão
de de chuva, de clima, porque acaba interferindo aqui não só
safras, mas também como é que táo nível de reservatórios, né?
Pra definir como é que vai ser opreço de energia no ano, né?
(16:04):
A gente acaba olhando também é, é como é que tá o acompanhamento
de. De navios ali, né?
Ao longo do da das rotas comerciais, pra ver o quanto que
desse trade War ali tem afetado ou não a economia ali, as
exportações e importações ali dos países, né?
Enfim, então alguns exemplos alide como a gente olha dados ali,
(16:28):
como é relevante aqui pra é pra ajudar a gente a construir os os
cenários, tá? Então assim, acho que pra pra
quem tá querendo trabalhar aí com com a economia, né?
Com com com o mundo ali de é economia pra pra gestão, acho
que enfim, óbvio, né? Oo óbvio ali é hoje em dia acho
(16:49):
que é tá muito ligado ali, né? É em programação, em
ferramentas, ali de é interpretação EEE, leitura de
dados, né? Lógico, tá, né?
Também com com a parte de economia em dia, né?
Então acho que hoje é, acho, enfim, já tem 11 tempo ali.
(17:11):
Acho que o mestrado ali é muito importante ali pra pra trabalhar
hoje como economia No No mercadofinanceiro e claro, acho que né,
além das das. Do dos skills ali, técnicos, né?
Acho que é importante também, né, saber se comunicar e saber
estar bem, ser bem flexível, porque esse é um esse é um
(17:35):
ambiente em que o cenário muda toda hora, né?
Então você tem que também estar,você tem que estar atento e acho
que é isso, talvez AA maior o ponto mais importante do nosso
trabalho, né? Estar atento, perceber é
momentos de virada, né? EE ter e conseguir passar.
Isso para as mesas de gestão, essas viradas de cenário, são os
(17:58):
momentos em que o pessoal aí consegue fazer os seus, as suas
melhores escolhas de investimento, né?
Então acho que tem que estar alirealmente em cima e pronto para
perceber ali as mudanças do cenário que é é um, é um.
É um ambiente muito que tem muita mudança, né?
(18:18):
Muito, muito volátil. Léo, muito bacana aqui o
bate-papo hoje, inclusive eu acho que da última vez que você
você teve aqui no mairate hoje agente tava começando, né?
Esse ciclo contracionista com com aumento aqui da taxa Selic,
então bacana entender, aqui é mais sobre talvez esse finda
esse ciclo e o que esperar aqui pela frente.
Mas você tem algum recado final aqui para os nossos nossos
(18:40):
investidores? Bom, acho que é reforçar ali,
né? Acho que, pô, obrigado aí de
novo por pela. Pela possibilidade aí de de
falar com vocês e né, reforçar que o mercado é sempre muda, né?
Acho que eu que eu comentei aquié um pouco nosso cenário base e
que a gente tá aí sempre de olhoe atento para pegar esses esses
(19:03):
movimentos ali antes, né? E com uma maior visão ali dos
dos impactos disso para o para ofuturo.
De forma a ajudar o melhor possível, aí a tomada de decisão
das mesas aqui da itauast. Maravilha, Leo, muito obrigada
aqui por pelo bate-papo e a gente espera aqui logo mais no
(19:26):
mandasset. Obrigado vocês, até a próxima.
Você pode acompanhar as projeções do Leo e de todo time
de pesquisa econômica em nosso site tauasset.com.br na sessão
de insights e economia. Semanamente, toda segunda-feira
a gente dispara o relatório por dentro do cenário, com as
principais notícias do cenário macroeconômico.
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(19:48):
episódio. Até a próxima, pessoal.