Episode Transcript
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(00:20):
Todo mundo tem uma história, algumas começam no aeroporto.
Outras, no silêncio da saudade. Na quinta temporada do mulheres
imigrantes podcasts, vamos conversar com mulheres que
viveram, sentiram e resistiram. Cada uma dentro do seu contexto,
(00:40):
mas todas com algo em comum, a coragem de continuar.
Seja bem-vinda a mais uma temporada do mulheres
imigrantes. Quem conta as nossas histórias?
Olá, mulheres imigrantes, eu souBárbara dos Santos, podcaster,
(01:02):
triatleta amadora, gerente de projetos, aspirante a jornalista
e Imigrante. A religião é, para muitos, uma
das formas mais profundas de conexão com o sagrado, com o
outro e consigo mesma. Em países como o Brasil, a fé é
parte do tecido social e cultural, atravessando gerações
e moldando identidades. O Brasil, ao lado de países como
(01:23):
África do Sul, Colômbia e Peru, está entre os mais religiosos do
mundo. Fundo onde 89% da população
afirma acreditar em Deus, segundo pesquisa do Ipsos de
2023. Mas quando falamos de imigração,
a fé pode assumir diferentes papéis.
Para alguns, um acolhimento, um alicerce diante da solidão e da
(01:44):
distância de casa. É a igreja que acolhe o centro
espiritual, que aproxima a oração que conforta para outros.
A experiência migratória pode gerar um afastamento das raízes
religiosas, seja pela dificuldade de encontrar espaços
que expressem sua fé, seja pelo choque cultural em países menos
religiosos ou com práticas espirituais, outras práticas
(02:05):
espirituais predominantes. Ou até libertação de amarras
familiares e descrença. A fé, nesse contexto, se torna
uma ponte ou, às vezes, um abismo.
Ela pode unir imigrantes em torno de comunidades, preservar
tradições, alimentar a Esperança, mas também pode
provocar desconexões, questionamentos e transformações
(02:26):
identitárias. Afinal, quando atravessamos
Fronteiras, levamos conosco não apenas malas e documentos, mas
também crenças, símbolos e a busca por pertencimento.
É sobre essa relação. Íntima e complexa entre
religião, cultura e imigração. E vamos conversar neste
episódio. E para a nossa conversa, nós
recebemos 2 convidadas incríveisque trazem olhares
(02:48):
complementares sobre a espiritualidade, migração e
identidade. A professora Cristina rocha,
referência Internacional em antropologia e diretora do
religian society Research cluster da western City
University, que dedica a sua carreira a estudar como
religião, globalização e mobilidade se entrelaçam na.
Vida de comunidades pelo mundo ea lelaças, autora, mentora e
(03:11):
sacerdotisa xamânica, que compartilha sua trajetória de
reinvenção pessoal e profissional, unindo ciência,
espiritualidade e sabedoria. Sabedoria ancestral em um
trabalho que já impactou milhares de pessoas globalmente.
Juntas, elas nos ajudam a refletir sobre como a fé e as
práticas espirituais moldam a experiência migratória,
(03:32):
fortalecendo laços culturais, identitários e de pertencimento.
Sejam muito bem vindos. Obrigada, Bárbara, é uma honra.
Estar aqui com todos vocês. Esse episódio vai ser incrível.
O tema extremamente necessário. Estou muito feliz de estar aqui
com vocês. Também muito animada já para
adentrar a nossa conversa. Então, quando uma pessoa migra
(03:53):
muitas vezes a fé, ela é a únicabagagem simbólica que a pessoa
leva consigo. Cristina na sua visão, a
religião funciona mais como um acolhimento ou como uma Barreira
para quem vive em outro país? Olha, eu diria que são as 2
coisas, né? Não é nem um nem outro, então
ela ajuda em várias maneiras assim, a instrução religiosa,
(04:16):
especialmente se você já tem umainstrução no outro lugar onde
você migra, né? E assim eu fiz muita pesquisa
com os brasileiros e a religião aqui e o que a gente viu é que
sempre eles já, já sim, já mandava um e-mail já mandavam,
né? Uma mensagem pro pastor ou pro
(04:37):
ou pro padre, né? Quer dizer, estou chegando,
então é um é um Porto de acolhida.
Logo, imediatamente, antes de chegar já eles já estavam, né?
Ou se organizando, já sabia ondeIA e tudo, ainda mais hoje com
as plataformas digitais. Muito mais fácil os aplicativos,
mas aí, depois de um tempo, a religião pode ser também um
(04:59):
obstáculo. Por que?
Porque a pessoa fica na comunidade, então na e se for na
igreja brasileira, fala português, que é um Alívio, né?
Você sai no mundo, é tudo em inglês, a cabeça fica cansada,
né, dá dor de cabeça aquela, né,e aquela angústia que você não
sabe se comunicar muito bem, masvocê vai na igreja, todo mundo
fala em português, a missa em português oculto.
(05:22):
Em português, depois tem também.Você conhece um Monte de família
de outras pessoas, né? Outros jovens que estão lá?
Você tem dicas de trabalho, ondearranjar, onde arranjar,
comandação, onde morar e um Monte de outras coisas, como
fazer um CV, né? O.
O currículo e tudo o que que faz.
Então tem toda essa ajuda. Mas aí cria se uma Barreira,
(05:44):
porque se você está falando em em português o tempo inteiro, aí
você faz os seus amigos na comunidade brasileira aí, né?
O seu emprego também entre os brasileiros.
Quando você vê, você está numa. Bolha.
Que assim não ajuda, cria um obstáculo mesmo para a
sociedade, né? Do entorno que você, afinal de
contas, me emigrou ou é estudante, né?
(06:06):
E quer aprender inglês? Quer entender como a sociedade
funciona? Então tem essa dupla jogada, né,
ali, que que é complicado, entãoentão não é nenhum nem o outro,
né? E eu acho que é é ao longo do
tempo mesmo, né, de você estar começar a se intrinchar tanto
dentro. Da religião, se for 11, que a
(06:28):
gente chama de uma igreja, diaspórica, então, ao longo do
tempo, aí ela começa a virar um obstáculo.
E assim como também em lugares que não tem, essa comunidade
brasileira dentro da religião também acaba sendo uma Barreira
para quem precisa ou tem essa necessidade de sentir um lugar
de pertencimento, de conexão coma sua fé, que sente muito.
(06:52):
É forte, né? Essa necessidade de.
Estar em comunhão com outras pessoas e aí não tem nenhum
lugar que fala sua língua. E aí muitas vezes essa pessoa
acaba se sentindo, Ah, no palco calcinha.
A gente vê inúmeros posts disso.Ah, eu me sinto desconectada com
Deus e com a minha fé que não sei o que, né?
(07:13):
Enfim, e aí tem e também esse lado, né, da pessoa não se
encontrar também numa instituição religiosa que não
fale português, né? Porque é muito diferente, né
mesmo as as. Eu fiz muita pesquisa com a mega
igreja. Hilson também, né?
Muito diferente das igrejas brasileiras.
Quando eles foram para o Brasil,eles tiveram que treinar.
(07:34):
Os brasileiros estão treinando, né, os voluntários, porque é
muito diferente, né. O que que é ser igreja entre
essas mega igrejas e as igrejas do Brasil?
Isso que eu vi também. Então, mesmo que tenha uma, não
existe outras igrejas, as igrejas da Austrália, e eles se
sentem muito perdidos, porque não é a.
(07:55):
Mesma coisa, apesar que é hoje em dia com a essa vida online
que a gente tem, que é muito grudada no offline, né?
Uma depende da outra, não é separado, a pessoa também pode,
né? Ou assistir os cultos ou as
missas, que são brasileiras, né.Assim é da das igrejas
brasileiras, que tem on line agora, né?
(08:17):
Mas é que não tem essa ligação mais, né, de comunhão com as
pessoas daqui e fazer amizades etudo, né?
Acho que esse aqui é 111. Dificuldade também de fazer
amizades e as pessoas se sentem muito sozinhas, especialmente
porque os brasileiros que vem aqui, eles não imigram com a
família que era 11 antigamente, né?
(08:38):
Era assim, a família toda imigrava, ou pelo menos um vai,
depois chama os outros e não seio que.
Hoje em dia, especialmente entreos brasileiros, são pessoas
muito mais jovens e também elas vem sozinha, sem a família.
Às vezes é a primeira vez que elas vão morar fora da família,
fora do. No país, elas podem ter ido pra
Disney, mas nunca moraram sozinhas no apartamento, né?
(09:01):
Né? E tem que morar também fora do
país, então é muita coisa nova. E eles são muitos jovens e
vulneráveis emocionalmente, claro, porque você está numa
transição pra vida adulta, né? Então essa transição.
Mais a mudança de país, mais a mudança de língua e de costumes
e, né? E também ter que fazer tudo
(09:23):
sozinho, começar pela primeira vez, lavar é limpar a casa ou
fazer comida, tudo isso é a primeira vez, né?
Da dos dos dos brasileiros que são estudantes de classe média,
né? Então isso também vai a é, vai
acumulando, né, essas, essas dificuldades.
Então a igreja ou né, qualquer que seja AA.
(09:46):
Instituição religiosa começa a ter um papel muito maior do que
tem no Brasil, mas muito maior porque vira a família da pessoa.
Os amigos lá são irmãos, irmãs, eles acabam morando junto, acaba
fazendo um Monte de coisa junto e vai no parque, vai na praia,
né? EE faz piquenique junto, então é
uma é um outro jeito de de fazerigreja do que no Brasil por
(10:11):
causa dessa, dessa vulnerabilidade, né?
E dessa e de vir muito. Jovem para Austrália e sozinhos
pela primeira vez, né? Alê, você como uma pessoa que
trabalha com uma espiritualidadeem países menos religiosos que o
Brasil, como por exemplo, a Austrália e muitos outros
(10:31):
países, né? Do do norte global, e você
trabalhando também com muitas imigrantes, é, elas acabam
relatando uma espécie de choque espiritual, né?
Que que tem uma grande diferença.
Como que você acha que essa diferença cultural pode impactar
esse senso de esse senso de pertencimento dessa mulher
Imigrante? É eu, eu, Eu Acredito que assim
(10:54):
é. E falando até em relação ao
impacto, né, é da da religião. Ela, ela tanto pode acolher, né?
AA gente aqui, inclusive eu mesma, quando eu migrei para
Sidney e encontrei na religião, né, um espaço de pertencimento e
cura. É.
E eu escolhi Sidney porque naquela época eu já tinha
passado por um processo de depressão e foi.
Através da religião, que foi um dos pilares onde eu encontrei
(11:17):
apoio, né? Então Eu Acredito que as pessoas
buscam muito na religião. Esse apoio é principalmente no
Brasil, como você mesmo mencionou, países é
subdesenvolvidos, a gente tem uma tendência maior a buscar na
religião esse apoio. Então, no caso, no Brasil, nós
brasileiros buscamos muito na religião esse apoio, não só
espiritual, mas um apoio familiar também, né?
(11:40):
Um senso de esse senso de comunidade, né?
É, mas aí tem um outro. Ali também que muitas vezes a
gente fica aprisionado dentro deuma caixa religiosa.
Então eu como foi muito questionadora, né?
Eu estava até contando com a professora que é Na Na época eu
era convidada a sair dos lugarespelo meu questionamento
espiritual e a minha vontade de conhecer sobre mais assuntos.
(12:01):
Então era assim, ou eu continuava naquele lugar ou você
está convidado a sair, né? Mas Eu Acredito que sim.
AA religião, ela nos ajuda a teresse senso de pertencimento.
Então, quando as mulheres migram, primeira coisa que elas
buscam é. Esse senso de comunidade, porque
elas se sentem mais vulneráveis,até pela língua, pelo idioma,
como a própria professora mencionou.
(12:21):
Eu não tenho AAA família, que eunão venho com a minha família,
eu venho sozinha. Então a gente encontra na
religião esse apoio e foi o que eu encontrei aqui.
Realmente eu vi pra pra Sidney, encontrei esse apoio.
Percebo isso nas pessoas buscando esse apoio religioso,
mas a gente também precisa ter um certo cuidado, porque a gente
acaba entrando dentro dessa caixa, dentro desses dogmas.
(12:41):
Dentro de padrões patriarcais que às vezes acaba impedindo a
gente de enxergar outras redes de apoio.
O que existem outras redes de apoio que é isso?
Exatamente o que eu crio, comunidades, né?
Eu eu crio comunidades que não envolvem religião, mas que
respeitam e acolhem religiões, inclusive nos meus rituais, nos
meus eventos, tem mulheres de todas as religiões, é incrível,
(13:02):
de vários países, várias línguas, né?
Então é é interessante como elastambém buscam não só As
Brasileiras, mas eu vejo isso deuma cultura bem, não.
Ampla como é que a gente tem essa possibilidade de lidar com
mulheres de vários países? Elas buscam também essas coisas
unilaterais, né? Fora um pouco da religião para
se sentirem pertencentes, para se sentirem é acolhidas também,
(13:24):
não dentro do aspecto religioso,mas ainda assim no sentido das
conexões, das raízes, que eu acho que é esse o trabalho um
pouco que eu faço, de trazer essa cultura de não deixar
morrer a nossa cultura, que é muito conectado normalmente com
as religiões mais africanas, né,como candomblé em Obama.
Muda e traz muito essa coisa da dos elementos da natureza.
(13:44):
E eu sinto muito isso, né? Na Na Na própria comunidade
brasileira, quando procura é realmente por por esse apoio e
se sentir pertencente AA uma comunidade, mas está.
Eu consigo observar muito essa expansão e a busca por ainda é
por espiritualidade, mas não muito conectado com religião.
Eu acho que isso está sendo 11. Processo interessante até é
(14:09):
porque a gente acaba meio que saindo da.
Da daquela estrutura e questionando, né, isso é
verdade? Eu preciso seguir essa regra, eu
preciso usar essa roupa, eu preciso investir assim.
Eu acho que isso é é algo que nós mulheres mesmo estamos
buscando, essa Liberdade de expressão dentro da religião.
Além, é interessante você você trazer isso porque.
(14:31):
Até como você falou, né? Dessa que passou por esse
processo de depressão e muitas vezes não é dentro da
instituição religiosa que a gente encontra apoio, porque,
né, dependendo de quem é a líderou o líder daquela daquele
grupo, Ah, é falta de Deus. Você só precisa orar que não sei
(14:52):
o quê. Ah, você só precisa fazer aquilo
aquilo. E não necessariamente, às vezes
pode ser uma pessoa extremamentedevota que mesmo assim está
passando. Por depressão ou como vemos
também muito no papo, calcinha. São mulheres que não acreditam
em nenhuma, né? Espiritualidade e é comprovado,
(15:13):
né, que existe depressão não, não é falta de Deus no coração.
E aí tem essas desses líderes religiosos que às vezes não
encaminham nem que seja assim através de palavras, né?
Encaminham para um, para um tratamento, para um serviço.
É, por exemplo, do governo ou alguma coisa assim pra dar
(15:35):
aquele auxílio. E aí, Cristina, nas suas
pesquisas, o que você tem visto é o que que você já viu que, de
certa forma, essas instituições ou algumas instituições ou ser
mais é apenas líderes e não há instituição em si.
Como que lidam com isso e essa falta de suporte secular?
(16:01):
De certa forma, né? De sair um pouco dessa, desse
viés religioso de que é só fazeruma novena aí que você vai ser
curada? Então, eu fiz pesquisa não só
com os brasileiros, mas também com a diáspora, né?
A comunidade africana aqui. EE as e as igrejas, né?
(16:23):
Igrejas católicas? EE pentecostais, né.
Eu tenho alunos que fizeram pesquisa com a igreja Anglicana
também, então assim eu tenho uma.
Uma boa visão daqui, né? E o eu acho que primeiro que os
os pastores e padres não estão preparados, né, pra essa aumento
(16:44):
de de depressão e de doenças mentais, né, que existe no
mundo, que cresceu assustadoramente, né?
E eles não estão preparados parasaber, né?
O que que é uma das? A gente fez até um relatório, eu
com 11, colega minha catherina alpenschó, fizeram 111 report
mesmo, né? Relatório, né?
(17:05):
Sobre AA comunidade africana, EEO, cristianismo.
E uma das coisas que eles recomendaram que eles pediram
pra gente colocar no relatório éisso, né?
Um treinamento pros pastores e pros padres pra poder encaminhar
pra algum lugar, porque eles também não sabem, porque eles
também são imigrantes, né? Não pode esquecer que os padres
(17:26):
e os e os pastores brasileiros ou africanos, ou que seja da
onde seja, eles são imigrantes. Eles não sabem pra onde mandar,
como que funciona. Tudo e realmente teologicamente.
Eles têm essa ideia de que é né,assim, falta de Deus, ou tem que
ou rezar ou ou fazer um Ah, é, esqueci não a palavra, mas é
(17:48):
não, não é fazer não, não comer um fasting, né?
Assim por um tempo, né? Deixar de comer coisas que goste
para poder fazer um sacrifício, né?
Ou fazer mais mais. Há doações e 11, engajamento
maior com Deus, mas eles também estão vendo que isso não dá
conta, né? E querem mandar pros pra 11
(18:11):
agência do governo algum, né? Ajuda, apoio governamental e
eles não sabem por onde. Então era uma das coisas que
eles estavam pedindo e eu vejo isso nas outras igrejas também,
em que eu fiz a pesquisa, né? Agora, esse engajamento com o
mundo secular é complicado para essas igrejas ao mesmo tempo,
né? Que ao aí seriam as igrejas
(18:32):
pentecostais. Mas a maioria das igrejas
cristãs, né? Elas têm.
Uma coisa da instituição que nóssomos suficientes, né?
Então aqui, dar a César o que é de César.
Mas isso não é de César, né? Essa parte é da da emoção e da
da fé, né? Elas se misturam também, né?
(18:55):
Então o emocional que a gente na, assim como na ciência, no
mundo secular, trata como né ciência como doença mental e
tudo é visto de outra maneira, tem de.
Das igrejas, né? E essa mistura, né?
Então eu acho da alma com a emoção, né?
Com o mental. Não, não é não é separado nas
(19:16):
igrejas, né? Isso que eu vejo.
Alê, o que que você vê é, na verdade, antes disso, qual é o
público que te procura? É assim. 99.999% feminino tem 11
mix. O que que você sente é e, né?
E o que que você observa? Olha o público maior realmente.
(19:37):
É um público de mulheres, mas após o COVID teve um aumento
muito grande do público masculino de homens.
Procurando por por se conhecer melhor, né?
Por entender como a professora falou, nós somos um só, né?
Então a emoção, ela não está separada disso e eu percebi
muito uma procura muito grande de homens, então hoje eu tenho
(19:58):
25% mais ou menos do meu públicoque é, são homens, né?
E são homens mais novos, o que éSuperinteressante são, eles
estão na. Faixa dos 25 aos 35 anos.
E nas minhas análises, nas minhas pesquisas, eu
identifiquei que eles conseguem superar muito mais rapidamente
do que as mulheres. Assim, questões emocionais.
(20:20):
Eu Acredito que é pela racionalidade deles, a forma com
que eles veem e também pela idade com que eles buscam esse
tipo de tratamento alternativo, né?
Então Eu Acredito que é depois do COVID houve essa busca por se
conhecer melhor, né? O que está acontecendo comigo?
Porque o COVID ele trouxe muito esses questionamentos.
Nós enfrentamos é situações. Foi uma situação que atingiu
(20:41):
globalmente e muitas pessoas perderam a família e estavam
aqui, não não podiam sair do país.
Então logo após o COVID ouvir, éessa procura muito grande pra
esse autoconhecimento. Então hoje meu público, ele é
mais ou menos dividido entre 25%mais ou menos um público
masculino, e eu percebi isso queeu achei Superinteressante.
(21:03):
O fato do processo deles é de cura ser mais rápido, né?
Ser? Mas parece que eles entendem,
fazem e eles conseguem se transformar mais rapidamente.
Talvez pelo fato deles não apelarem muito as emoções como
nós, mulheres, a gente precisa entender que nós somos cíclicas.
Nós temos, né? O período menstrual eles não
têm, nós temos lutas, eles não têm, o nosso corpo também.
(21:25):
Ele é desenvolvido para gerarmosvidas, né?
Para gerarmos. É, não sou vidas, mais projetos,
né? Como eu sou, eu não sou mãe, eu
sou mais geradora de projetos e não de vidas, cuido de vidas,
mas é, nós temos um útero e esseútero ele nos conecta ao
externo, que é a Lua externa. Então a gente é cíclico, a gente
(21:45):
passa por todo esse processo de hormônios, é ao redor do mês,
coisas que eu que os homens não têm, eles são mais lineares,
então Eu Acredito que isso também influencia, é quando eles
passam por algum processo, para eles é mais fácil de.
Lidar com esses assuntos emocionais, então eles são mais
objetivos assim. AA gente como mulher que tem que
fazer agora, ficar mais, sentir mais.
(22:07):
A gente vai um pouco mais profundo é do que os homens.
Como faz que eu estou muito surpresa com esse número de de
homens que considerando, né? É um número alto sim, né, que
geralmente acaba sendo as mulheres ainda mais buscando 11.
Viés, né? Mais alternativo, mais
Holístico? Mas uma coisa que me fez pensar
(22:29):
agora com você falando que esseshomens, né?
Jovens que que estão te buscandoe que comparado ao público
feminino, eles acabam é passando, né?
Por esse processo de forma mais rápida.
Uma coisa que me faz pensar é porque na verdade é a gente foi
criado no Brasil muito com essa cultura cristã, com esses
(22:54):
valores de que a mulher é feita para fazer isso.
Isso e aquilo. Então a gente acaba sendo mais
oprimida e que a gente tem que servir as pessoas à nossa volta,
que a gente não pode questionar,senão a gente vai ser convidada
a se retirar dos lugares que a gente, né?
(23:14):
Tem que só abaixar a cabeça e fazer as coisas.
E aí a gente acaba entrando muito em conflito com, né?
Espera aí, mas isso não está certo.
Mas. Ah, eu preciso, né?
De acordo com sei lá que mandamento, de que religião
precisou honrar pai e mãe. Mas nossa, o meu pai é um filha
da puta que nunca cuidou de mim.A minha mãe que sei lá me batia,
(23:39):
não sei como que eu vou honrar esse pai e ser mãe, sabe?
Como que eu vou perdoar não sei quem como perdoa a si mesmo,
nossa, mas essa pessoa só destruiu com a minha vida.
Então, por mais que também os homens tenham sido criados nessa
mesma crença, né? De do mais assim do do
cristianismo, eles não foram socializados para serem
(24:02):
bonzinhos, né, desse jeito? Cristina, o que que você acha
disso e do das suas análises poraí, do do porquê as mulheres
acabam tendo um pouco mais de dificuldade, por assim dizer, em
em atravessar esses processos e sair um pouco dessa caixinha de
cera boazinha? Ah, pra mim?
(24:23):
Então é, eu acho que é. O patriarcado existe em qualquer
lugar. Eu acho que essa coisa só de
Brasil e é o patriarcal e daqui é muito patriarcal.
O machismo é muito forte aqui. E se você relacionar mesmo, né?
E também depende de classe social, depende de aonde você se
encontra, né? Onde que a sua família secular
(24:44):
não é, né? Então, ou é mais, é igualitária
ou não é, então é, é assim, não dá para falar da assim, o Brasil
é assim, assim, eu não fui criada assim, por exemplo, né?
Então acho que a gente tem que ficar muito atenta para o
contexto de cada de cada comunidade ou cada pessoa, e
não. Então, assim, uma higienizar,
(25:06):
desculpe, Bárbara, o Brasil, assim como não dá para uma
higienizar a Austrália, né? Eu acabei de falar assim, Ah,
você está com calor onde você está?
Porque aqui no Sydney sofreu muito, então não dá para a gente
pensar que é o mesmo lugar, né? Essa essa cultura de praia que
tem, né? Por exemplo, Na Na Costa, Na Na
Gold Coast, que é diferente de Sydney, que é completamente
(25:27):
diferente da cultura, por exemplo, de Melbourne, né, e de
lugares, bairros diferentes em Sydney também.
Que são bem diferentes. Então primeira coisa é isso,
agora, o patriarcado está em todos os lugares, lugares, a
gente não tem um lugar nessa Terra e imagino que não seja
patriarcal, né? E isso tem uma influência muito
(25:47):
grande, né? E sofrem mulheres bem mais, mas
os homens sofrem também, né, porque se eles querem, não
querem ser esportivos, né? Aqui na Austrália essa coisa do
esporte na escola é muito forte,então muitos homens adultos a
gente ouve falar, né, essa entrevista, eles falam.
No rádio, então fala, eu tinha que ser esportiva.
Eu gostava de ler, então era chamado de isso, era chamado
(26:11):
daquilo bullying e não sei o que, porque eu gostava era de
ler e depois brincar com as meninas e não sei o que.
É uma coisa mais calma. Eu odiava essa coisa do machista
esporte competitivo. Tal.
E tem mulheres que gostam da competição.
Iam lá e eram também bullying, porque, né, não eram assim, né?
Então o patriarcalismo faz homens e.
(26:34):
Mulheres sofrerem EOO problema éque os homens não veem tanto
como eles sofrem, né? Pelo patriarcalismo, eles veem
os privilégios que eles têm, porque eles têm muito
privilégio. Claro, né?
Agora e não EE, por isso é mais difícil eles lutarem contra o
patriarcalismo. Agora, uma das coisas que é
importante a gente vê na religião, o patriarcalismo, é
(26:57):
que existe uma coisa chamado carisma, o carismático, né?
Então teve um sociólogo alemão no século 19, começo do século
20, chamado Max Weber e que ele trabalha com carisma.
Ele fala o que que é o carisma, né?
Ele estava encafifado assim, o que que é esse carisma dessa da
religioso? E ele veio.
Vê que o carisma ele depende. Primeira coisa é que ele é
(27:19):
relativo, relativo ao público, né?
Então pensar Donald Trump, né, que é carismático, então que ele
só é carismático porque tem gente que vota nele, que acha
que ele é o máximo. Então ele depende dessas
pessoas, né? Oo.
O líder espiritual, seja ele de igreja, ou seja ele, por
(27:40):
exemplo, eu estudei muito o Joãode Deus.
Tem um livro sobre o João de Deus, que até ganhou um prêmio
também da associação Americana de antropologia, que não foi
traduzido para o português, porque aí quando, né?
2 anos depois que ele foi publicado, aconteceu todo aquele
escândalo. Mas e eu trabalho depois com a
ideia do João de Deus, o que queaconteceu lá, né?
O problema é que ele tem essa esse carisma das pessoas com ele
(28:03):
e depende das pessoas mais. Mas ele também diz que ele tem
uma ligação com o Divino, que pode ser com Deus ou pode ser
com qualquer Deus ou com o Divino espiritual.
Ele tem essa ligação, uma vez que ele tem essa ligação e a
gente vê nas entrevistas que as mulheres deram, né?
O que que era? Elas falavam assim, Ah, mas ele
(28:25):
falou que eu IA me curar se eu fizesse isso para ele.
Ele falou que eu IA ser perseguida pelos maus espíritos,
que tem essa ideia do imposto, né?
No espiritismo e na uban. Do candomblé é o imposto, então
eu IA ser muito perseguido espiritualmente se eu não
fizesse isso com ele. Quer dizer, isso no budismo
também vários, né? Escândalos com mestres, né, e
(28:48):
monges budistas, muitos escândalos direto, né?
Então não é uma religião. Acho que a gente tem que sair um
pouquinho do cristianismo agora Na Na discussão EE, entrar, por
exemplo, no budismo e outra e noespiritual, né?
O. Ah, também trem AI, como ele
chamava, né? O trem Ah, talvez ali.
(29:08):
Coisa trem baba, alguma coisa assim o trem baba.
Isso, né, que aí tem o sai baba,eu IA falar isso, o trem baba,
mas eu falei, mas é o sai baba, o trem baba também, né?
O osso, né? Todas essas pessoas, eles, o que
eu dar poder a eles é o patriarcar, o patriarcalismo,
porque eles são homens, mas também o carisma, que é essa
(29:28):
ligação, esse essa crença que eles têm uma ligação direta com
o Divino. Então eles estão falando EEE se
e atuando através do Divino. Eles são a voz EOE, os braços do
Divino e esse que é OOO fulcro da questão aqui o problema, né?
(29:48):
E isso por isso que eu digo, temem todos os lugares, porque é o
prembaba no Brasil, mas é o Oshonos Estados Unidos, na Índia,
né? E aí é o é o né, o sogial
rimprochê, né também que é um tibetano, que era tão.
Famoso, aí você vê que eles batia nas pessoas das mulheres,
tinha caso com todas as mulheres.
Então uma coisa que é essa mistura de patriarcalismo e
(30:12):
carisma, que é o é o problema, né?
Então essa AAO poder dos homens na sociedade que é introjetado
pelas mulheres, esse essa ideia,né, não é são só os homens, ele
não, não força a mulher, ele já.E a como você falou, já são
socializadas, né? A introjetar, o poder dos
homens, a autoridade do homem. Né?
(30:34):
EE aí essa essa ideia de que o Divino que ele encarna o Divino,
então isso que complica as. Coisas posso só fazer 111 adenda
aqui também, porque por trás. Dessa conexão divina que eles
têm, eu não duvido que eles tenham.
É até como você mencionou o Joãode Deus, eu conheço muitas
pessoas que passaram por ele, então é eu.
(30:57):
Eu não duvido da capacidade de conexão espiritual que eles têm,
mas por trás disso, eles são seres humanos e essa humanidade
de ser humano que atrelada ao poder espiritual e ao carisma é
o que fazem, né? Oo que a gente descobriu aí ao
redor, né? Como você mesmo mencionou, ao
redor de todas as religiões. Mais do mundo, então não, eu não
(31:18):
vejo que é sobre a religião. Somos líderes espirituais da
religião, então acaba defamando a religião em si, mas a
religião, ela é formada por líderes em cada líder lidera de
uma maneira diferente, inclusivevocê vai pegar uma religião.
Como eu participei de várias da umbanda, já participei de vários
centros espíritas, é dentro da minha trajetória, inclusive
(31:39):
religiões do cristianismo, cada lugar que diferenciava era quem
comandava, era o líder daquela época, o líder da.
Aquela unidade daquela causa espiritual.
E por trás disso existe, né? Essa combinação do poder é
espiritual numa fragilidade, umavulnerabilidade feminina que
busca um acolhimento, que busca uma solução e vê naquela junção
(32:04):
de carisma com poder. E aí é onde acontece esses
abusos. Mas ele vai, na minha opinião,
ele vai muito direcionado ao líder, né?
E aí acaba danificando ou prejudicando a imagem.
De sido a instituição religiosa.Olha, eu diria que as
instituições religiosas, quase que exclusivamente a hierarquia
(32:26):
das religiões das instituições religiosas, são masculinas, né?
Então isso a gente não pode esquecer.
Então elas já são patriarcais? Elas também elas.
Apoiam, né? Só Por Ela ser já, né?
De maraquia hã masculina, né? Já já dá um apoio, uma estrutura
(32:49):
para o patriarcalismo, para não ouvir, para não entender o que
que a mulher está falando, né? Especialmente em relação, por
exemplo, a do a violência doméstica, violência de algum
mestre. Então você vai na instituição
para reclamar. A pessoa fala assim, mas né,
primeiro que não acredita e vocêacredita.
Fala não, mas você tem que, né, entender por que que está
(33:10):
acontecendo isso com você. Nem estou falando de
cristianismo, por que que está acontecendo, né?
Essa coisa tem é, são os espiritualidade, né, holística,
que a gente chama, tipo Nova Eratudo é essa ideia de que tem que
aprender com as experiências, então, se isso está acontecendo
com você, você tem que aprender com isso.
Claro que você tem que aprender com isso, mas não é para
continuar vivendo isso, né? Assim você tem que conseguir
(33:33):
sair disso, né? Então acho que essa.
É esse fato de que as instituições religiosas, a
hierarquia toda é masculina. Então as mulheres até trabalham
nas nas igrejas dos, né? Em outras, No No budismo.
Mas quem manda mesmo, quem manda?
Mas você vê as empresas também, a maioria das empresas.
Que a gente vê OCEO, são todos homens também, né?
(33:56):
Das grandes empresas mesmo, são poucas as mulheres que né.
Então é, é assim, você não tem uma voz, né?
Quem vem de baixo assim, quem está lá não tem uma voz, porque
nem entendi o que que a pessoa está falando.
E ela não tem autoridade da voz,né, eu acho.
É uma boa representação mesmo doque acontece no mundo lá fora,
(34:17):
né? Porque as lideranças religiosas,
presença feminina, né? Quase.
Inexistente, mas quem faz a coisa acontecer, quem mantém a
engrenagem rodando, são as mulheres.
São as mulheres? Mas em inúmeras instituições, as
mulheres não têm nem a possibilidade de ascensão a um
(34:40):
lugar maior, né? Por exemplo, porque não se é
permitido. É isso está mudando um pouco.
Eu fico muito feliz. Inclusive é a Sammy é biruani,
que é uma líder religiosa. Da da tribo home Queen, lá do
Amazonas, inclusive, a gente está sempre suporte.
A gente conheço ela pessoalmente, é, fiz trabalhos
(35:01):
espirituais com ela, é. E eu fiquei muito feliz que
desde o ano passado ela dá a tribo ali dela.
Ela é a primeira líder espiritual da da tribo, então
eles estão, elas estão criando um espaço onde é mulheres podem
participar, um espaço só para asmulheres.
Então ela é a líder espiritual ali, da dessa tribo.
(35:22):
E tem mais uma outra. É de uma outra tribo.
Então assim, eu consigo ver esseprocesso emergindo agora, ainda
muito pequeno. Mas para você ver, inclusive as
nossas tribos indígenas ainda era no patriarcal e o é o pajé
que dominava. Era o pajé que tinha ordem
então. Agora está está tendo essa, esse
processo evolutivo, trazendo a mulher, como assim uma líder
(35:45):
espiritual. Então hoje ela tem a mesma, é,
eles trabalham em conjunto, só que ela tem a Liberdade
espiritual dela de criar esses grupos, esses encontros que
sirvam mulheres. E ela hoje elas se importam.
Respeito também é em relação aosoutros pajés ali da comunidade
também. Então, pelo menos eu eu consigo
ver algumas mudanças, mas não tanto nas outras, nos outros
(36:07):
aspectos religiosos. Dentro de um processo onde eu
passei, né? No No pelo joei, eu consegui ver
algumas líderes religiosos já começando, mas ainda assim a
maioria, como você mesmo mencionou, é liderada pelos
homens, então as mulheres estão lá para servir, como você mesmo
falou Bárbara, quem comanda ali,na verdade, quem faz o negócio
(36:28):
acontecer são as mulheres, porque elas servem, elas cuidam,
né, que esse é o papel, aí eles colocam a gente nesse papel de
cuidar, você é maravilhosa, é isso mesmo que você está
fazendo, é muito bom, mas não para liderar.
E isso também reflete em tudo, né?
Também nas empresas, como como eu trabalhei na minha durante a
minha vida, na jornada bancária ali, e eu me senti muito
orgulhosa do meu, de do presidente do banco onde eu
(36:50):
trabalhei. Ele falou assim, eu vou deixar o
meu cargo, o presidente de uma mulher, Lionel Andrade, quando
ele saiu do citiban que ele falou, eu vou passar o meu cargo
para uma para uma mulher, e ele passou isso para mim.
Eu já consegui ver isso, foi há 12 anos atrás, uma pequena
mudança ali nos cargos de liderança, mas a.
Ainda é muito pequeno na proporção da capacidade que a
(37:13):
mulher tem também de liderar, principalmente no espaço
religioso, porque a mulher, ela é acolhedora, a mulher ela tem a
capacidade de nutrir. E como seria bom, né?
É a junção da das 2 forças, porque Eu Acredito muito na
junção das 2 forças. Eu Acredito que o homem, ele
tenha a característica de proteger é de trazer essa
segurança, essa força realmente masculina pelo biologia mesmo
(37:34):
masculina. Mas como que seria interessante
existisse uma capacidade? De de unir essas forças dentro
da religião, onde os as 2 forçaspodem liderar em conjunto, até,
por que não? Isso é um questionamento, por
que não uma liderança em conjunto?
Porque Eu Acredito muito nessa força, tanto da mulher liderar
sozinha, mas na liderança em conjunto com o homem, um dando
(37:55):
apoio pro pro outro, não diminuindo, não colocando a
gente naqueles boxe de limitaçãoda capacidade, porque a mulher,
ela também tem muita capacidade,a mulher é criativa, a mulher
que gera, só que ela também precisa do apoio do homem.
Então esse Balanço. Sobre essas energia masculina e
feminina. E eu acho que a humanidade nessa
Nova Era, está buscando. Eu acho que essas religiões
agora mais a elas, estão mais buscando essa igualdade na
(38:21):
junção dos poderes, porque cada um de nós temos uma essa
polaridade e uma individualidadede capacidade, mesmo disquilos
de conhecimento e juntar essas 2polaridades seria maravilhoso
para nossa humanidade, porque não existia essa competição, não
existia essa diferença gritando.De que a gente vive hoje é num
ambiente religioso, mas também num ambiente corporativo.
(38:43):
Me parece que é como a Cristina já falou, né?
É o patriarcado em ação, mas queesse é o lugar que as
instituições reserva a nós mulheres, que.
Que é só estar ali por baixo, denão ter AA possibilidade de
ascensão, seja dentro de casa, quando algum líder religioso
(39:05):
fala, mas você precisa obedecer o seu marido, porque aí se você
passa por alguma situação de violência doméstica, Ah, mas não
é bem assim. Ah, o ele estava nervoso.
Ah, ele que que você fez para é não é contrariar o que que você
fez, né? Qual que foi a sua?
Alongar isso então, né? Que que você fez para provocar o
(39:30):
esse ser de luz? Então é na, na, nas igrejas
abramânicas, né? Assim na nas, nas religiões
abramânicas assim, tipo AA igreja católica também, né?
As igrejas protestantes e dentrodelas as pentecostais, né?
A gente tem uma coisa que é a uma teologia de complementarismo
(39:53):
que parece muito bom porque um complemento.
Outro, mas não é tão bom assim porque o complementarismo, né?
O ele é a ideia de que o homem tem a liderança, ele é a cabeça
da família e a cabeça da igreja,né, como a igreja, né?
É, se um homem na igreja, ele é a liderança, ele também é a
liderança, né, dentro de casa, na política, em outros, outras
(40:18):
distâncias também, né? E a mulher, ela, ela complementa
ele, mas ela é submissa a ele, então quem?
Tem que fazer as decisões dentrode casa e dentro da igreja e
dentro da política é o homem, o homem que no fim das contas
decide e a mulher até pode discutir com ele.
Assim, debater como que vão fazer as coisas aqui em casa,
(40:38):
não sei o que, mas no fim ela tem que ser submissa a ele, né?
Então existe já, como a Alê estava falando mesmo dentro da
igreja, existe já. Algumas.
Algumas alguns questionamentos sobre o complementarismo, né?
Que que é assim? Ah, teologicamente.
(41:00):
Existe uma parte da bíblia que fala, mas é quem usa a bíblia
literalmente são as. Né, as igrejas que usam
literalmente a bíblia que falam,elas são e são complementares,
mas não são iguais, né? Agora existe já uma teologia do
que seria igualitarismo dele, daigualdade, né, que é que eles
são, não, os gêneros são iguais e eles têm, né?
(41:24):
Ele não é um que é a cabeça e o outro são o resto dos braços e
tudo, né? Então EE, já algumas pessoas já
começaram a fazer mais assim pesquisas sobre isso, né?
Uma das uma coisa. Que aconteceu em 2017, mais ou
menos. Existe uma jornalista na
Austrália chamada Julia Bert. Ela é irmã de um ex, a Meyer,
(41:45):
né? Um ex governador do estado de
newton's Wales, e ela é uma jornalista e a da ABC, né, da
EBC. E ela fez 111 pesquisa junto com
a religal, que é sobre o complementarismo e a violência
doméstica, né? E aí começou a ouvir as mulheres
e aí assim. As histórias terríveis.
(42:08):
E quando a mulher é sofre do doença doméstica, as crianças em
casa estão sofrendo. Ela vai para falar com o causler
da da igreja, né? Seja igreja Anglicana, seja
igreja, né? Católica, e aí ele falou, não,
mas não é bem assim como você falou, Bárbara, você tem que ser
subverciente, você tem que ter paciência, você tem que ir, né?
(42:30):
Você tem que a ver o que que você está fazendo de errado é
rezar todas essas coisas que né,que no fim é um problema de
violência, não é um problema, né, de então existe.
E como as mulheres não se veem no púlpito, não se veem na
liderança, elas não sentem que ela.
Elas podem ser liderança, né? E é uma briga, não é que elas
(42:54):
não queiram ser liderança também, é uma briga de continuar
com os seus privilégios, né? Mesmo na igreja Anglicana
existem mais agora mulheres que são Cris, né?
E isso é, mas elas ainda são poucas e não têm tanta força e
tanta voz como os homens, né? Então agora está começando, né?
(43:14):
Tem 1111 site que chama sherlow Project.
Que é da Austrália, Nova Zelândia, americano também.
Que vários pesquisadores, né? Shilow com SHILO, né shilow.
E aí vários pesquisadores estão começando a escrever artigos
curtinhos e falar os artigos de acadêmicos que eles já
(43:35):
escreveram os livros sobre isso,então eles começam, né?
Online a se a juntar e se juntarnessas pesquisas de violência
doméstica, de patriarcalismo dentro das igrejas, né?
E já. E das igreja.
Não de de todas as religiões. Então tem tem papers, artigos
sobre budismo, artigos sobre várias, né?
(43:55):
Líderes espirituais, né, independentes.
E acho que é bem interessante também ver como que está mudando
nesse sentido também de pesquisas de da voz das mulheres
e dos problemas que elas enfrentam dentro das
instituições religiosas, né? Que não são ouvidos, que não são
resolvidos porque não são ouvidos, né?
(44:17):
Então elas têm que sair da instituição.
Religiosa, tira os filhos de casa, conseguem fugir, né?
Que é dificílimo, que é o que é o que falam é que é o momento
mais difícil e mais perigoso, é quando a mulher resolve sair de
casa, não é isso que a gente vê nas pesquisas.
E aí elas saem também da da, da religião, da instituição
religiosa, porque aquilo continuou, é perpetrando, né?
(44:38):
A violência, né, para elas, né. E de certa?
Forma perdem isso. E, de certa forma, elas perdem
também uma rede de apoio e. Totalmente.
Totalmente. Quem está na liderança pode não
ter sido um apoio, mas quem estáali embaixo, né, que está ali na
nas reuniões, que é aquela pessoa que você pode ligar, Ah,
(44:59):
minha filha está doente e traz uma sopa, busca a criança na
escola, você perde tudo isso, né?
É, a mulher só sai. Mas é tão gente sim, né?
Que você é um trauma assim ali AD em.
Além do trauma da violência doméstica, tem o trauma da da
(45:20):
manutenção dessa violência doméstica por pessoas que deviam
estar ouvindo e estar ajudando, né?
Estar ajudando você, né? Então é um trauma tão grande que
ela não. Mas fica sozinha exatamente.
Fica sem AOA rede de apoio, né? Ela perde várias vezes, né?
Ela perde já emocionalmente pelaseparação ali, porque ela vai
ter que tirar os filhos da daquela violência e além disso,
(45:43):
essa comunidade que poderia. IA estar ajudando que até
ajudava. De certa forma, ela tem que se
desconectar e que aí acaba tendoessa deceção mesmo, né, de é
dessa falta de suporte dentro daprópria comunidade, né, que
muitas vezes até a esposa, né, ela vai falar com a esposa e a
própria mulher fala, não se intromete, aqui não é seu, né?
Então a outra pessoa também podeficar refém, né?
(46:04):
Eu já vejo, eu vejo muito isso acontecer, é o marido fala
assim, você não vai se envolver,isso aí não é problema seu.
E a gente como mulher a? Gente, tem essa sensação porque
a gente sabe o que que é, né? Ter filhos é ter uma criança, a
gente simpatiza na dor da outra mulher e muitas vezes essa
própria outra mulher que continuava ajudando nela é
obrigada a se calar e também nãoajudar.
(46:26):
Então também tem isso justamentepor conta dessa, é uma
manipulação, né, para que você fique ali, você aceite aquilo,
né? É, é o que é.
E você, ou você aceita ou você sai, porque exatamente alguns
não. Não sofri violência, mas AAA
violência que eu falo é de não de não expressar a minha voz,
né? Então é pra mim era uma
(46:46):
violência, porque como é que assim eu não posso falar, porque
que eu tenho que concordar com oque você está falando, então me
explica de onde está esse fundamento.
E não tinha, porque não era uma manipulação, muitas vezes era
uma você precisa acreditar nisso.
Então pra mim também era uma forma de violência, de não poder
expressar a minha voz e não poder estar buscando, pô, qual é
o problema de querer buscar um conhecimento, é isso.
(47:09):
Isso ou você sai, tinha que sairdos lugares também.
Então não sofri esse tipo de violência, mas é agressiva, mas
para mim foi como uma violência.Por isso que hoje eu defendo a
as mulheres no sentido de ter a voz, de se expressar de forma
segura, sem Oo medo. Ela vai ter, porque a gente já
nasceu assim, né? Ainda foi criada para não poder
(47:31):
se expressar, mas normalmente osnossos, as nossas mães já não se
expressavam, as nossas avós, a gente já carrega isso também na
nossa. Nosso DNA, né?
Hoje já foi comprovado pela ciência que a gente carrega ali
as emoções até entre o sétimo, oitavo ancestral.
Então você imagina na guerra é anos atrás, como é isso 100 anos
(47:52):
atrás? Então isso está no nosso DNA
ainda e reverbera, né? Então hoje tem estudos
científicos que já comprovam essa transmissão das emoções,
que são sentidas e repassadas pelo DNA através dos ancestrais.
Então, se as nossas ancestrais calaram, não tiveram.
Vós é, somos nós, eu sempre falo, somos nós que vamos dar a
(48:12):
voz, nós estamos aqui, nós temosmais consciência, nós estamos
num num outro país, nós temos mais ferramentas, mais
conhecimento. Não, não, não digo que seja
fácil, mas eu já vejo um movimento maior, o que me dá uma
certa Esperança, né, de dessa Liberdade, né?
Liberdade de expressão, Liberdade de ser você.
Eu acho que é só isso, de ser você na totalidade.
(48:33):
As mulheres acabam sendo mais colocadas, né, nesse papel de
subservar. Serviência, mas 11 pouco de um
de um lado diferente que eu queria trazer, agora é um pouco
mais para o seu lado, né? Então, que a fé não, não
necessariamente ela se manifestasó através dessa instituição
(48:56):
religiosa e. E a gente tem visto também 11.
Grande crescimento, né? De um de um movimento de rituais
e cerimônias, como a consagraçãodo cacau, do ayahuasca, de
encontros, de sagrado feminino. O que que exatamente difere
(49:16):
essas práticas dessas instituições religiosas?
E o que que você, né, na sua vasta experiência?
É consegue ver para os motivos do crescimento para esse
caminho? Olha o que eu o que eu observo,
até porque eu lidero grupos e faço cerimônias, obviamente,
(49:39):
dependendo de onde eu estou. Aqui na Austrália, OA única
medicina que eu trabalho é a do cacau.
Mas eu sempre viajo tanto para oBrasil quanto para os Estados
Unidos. E lá eu tenho também os xamãs,
ao qual eu trabalho com as medicinas da floresta.
E o que eu vejo dentro desses grupos é que as.
Pessoas buscam ainda uma conexãoespiritual, mas sem o distintivo
(50:01):
religioso. Elas sentem isso tanto homens
quanto as mulheres, e isso de diversos países, tanto aqui na
Austrália quanto lá fora, né? Há uma procura muito grande
também nessa busca das medicinasa.
Alternativas como uma forma de se reconectar espiritualmente,
porque essas plantas de poder, elas são plantas de poder, é as
(50:23):
que têm efeito alucinógenos. Elas trazem essa conexão com o
Divino, elas trazem essa conexãomuito.
É acima daquilo que a nossa mente é capaz de ver e
descrever. Então, essas experiências
comuns. As plantas de poder é onde elas
são servidas, elas trazem essa conexão muito mais profunda e
são sensações e experiências quemuitas pessoas nunca tiveram
(50:47):
nenhum ser correligioso. Então a procura, eu acho que por
esses círculos, né? Então tem países que são
permitidos, no caso do Brasil, aqui na Austrália a gente vê
muitas cerimônias, é que envolvem a cerimônia do cacau.
Por quê? Porque o cacau também é uma
planta, é uma planta de poder, ela tem um espírito, né, e eu
sou eu, eu fui iniciada. Também para os sacerdotes
(51:08):
masculinos. Mas é com todo esse respeito, é
na permissão de servir essa medicina.
Então eu também trago essa medicina como uma planta de
poder, uma medicina que é traz essa conexão com o nosso
coração. Então, quando as mulheres entram
nesses grupos, principalmente, eu faço muito cerimônia de cacau
com o grupo de mulheres, porque é é aquele momento onde ela
(51:29):
também se sente acolhida. Então, as mulheres buscam, no
caso de grupo de mulheres, um acolhimento.
Uma conexão, um entendimento, mas de uma forma que ela se
sente acolhida. Ela pode ou ser ouvida,
expressar a vontade dela e se sentir segura dentro do
ambiente. Então, muitas mulheres preferem
grupos onde só hajam mulheres para que elas possam ter a
(51:51):
Liberdade de chorar. Muitas vezes de é liberar as
emoções, muitas mulheres dentro do próprio círculo social.
Ela tem que se vestir com uma máscara de super poderosa, então
ela não. Consegue se abrir e ser
vulnerável dentro da própria comunidade, muitas vezes dentro
da própria casa, muitas vezes dentro da própria religião.
(52:11):
Então, elas procuram esses círculos como uma forma de
conexão espiritual com algo maior do que muitas vezes a
própria religião não traz. E na minha opinião, realmente
essas essa conexão com a natureza.
Por isso que eu acho que o xamanismo para mim é hoje é eu
sou eu sou ministro xamânica serser defesa de AIDS.
Então, para mim, essa conexão ela tem a ver com a natureza,
(52:34):
com os elementos. Então a minha ancestralidade, os
meus ancestrais como missão, eles sempre falam que sim.
O meu caminho foi de me conectarcom a as religiões para aprender
também. Porque cada religião eu ainda
vou, ainda frequento as religiões, frequento do disco,
frequentou a. A messiânica.
Vou para um centro de umbanda, vou tomar um passe ainda na no
(52:54):
centro espírita. Eu Acredito muito nessas
conexões, mas hoje a minha conexão maior é com os elementos
da natureza, os espíritos da natureza, o vento, a água, né, o
ar. Então esses são os elementos da
natureza que trazem a pra gente essa conexão.
Só que a gente nunca foi ensinado a isso, foi ensinado a
seguir tradições, a seguir dogmas, a seguir religiões.
(53:16):
Então eu mesma quebrei, né? Eu eu quebrei esses.
Paradigmas, esses dogmas de me encaixar em lugar.
Eu Acredito sim, que esses lugares eles são importantes,
traz senso de comunidade, né? Eu, por exemplo, eu sou mestre
de cerimônia lá na messiânica, énos cultos, eu vou, ainda
frequento, frequento online, masé é como uma forma de
comunidade, de aprendizado também.
(53:38):
Então eu vejo essas mesmas pessoas de diversas comunidades,
aonde eu vou também buscando coisas que essas comunidades não
conseguem trazer, como a gente tinha mencionado antes, essas
igrejas, entidades. Elas têm que seguir uma
determinada regra. Então, dentro da umbanda, do
candomblé, da do centro espírita, existe uma regra, e
(53:59):
essa regra tem que ser seguida. Normalmente existe um líder, né?
Existe as pessoas que servem e existem regras.
Então o que eu vejo homens e mulheres buscando é a conexão
sem uma religião, sem uma. É regra específica.
Elas querem se conectar com algoaqui dentro, com algo que façam
elas se sentirem ou que façam sem.
(54:19):
Sentido para a vida delas, né? Então Eu Acredito que isso por
isso que há essa, essa esse crescimento muito grande, desses
círculos que promovem esses tipos de encontro, encontro para
dentro, encontro interno, não encontro numa figura em
específica, né? Muitas vezes a gente é figura de
um Deus como 11, figura mesmo, né?
A gente, eu, eu cresci entendendo que o Deus era uma
(54:41):
figura masculina. Hoje eu falo do criador de tudo
que há, criador de tudo que há, ele é o Sol, ele é o mar, a
gente ainda, eu ainda uso os nomes, né, a mãe Terra mãe e a
mãe já uma representação, porquesão arquétipos feminino, pai
sol, pai sol, né? Então existe não, Oo pai, o avô
fogo a gente é na cultura xamânica, a gente costuma ainda
(55:02):
nomear os aspectos feminino, masculino, mas tudo como um
complemento, como é que a gente IA viver sem água, sem a Lua,
porque feminina sem o Sol, que émasculino, então a gente precisa
do Sol e da lua. Masculino e feminino, né?
A água como elemento feminino, mas o fogo, ele não precisa dos
elementos. Então?
AA, minha perceção é sempre usaros elementos como a polaridade
(55:22):
masculina e feminina, mas na junção delas como um todo, só
como algo só, algo complementar,que não algo isolado e colocando
só o Sol, como o Sol central, e ele é o rei, então, mas aí a
gente precisa da lua também à noite.
Ele é importante. Então eu vejo muito essa busca
nesse sentido de buscar um significado maior que a.
Das religiões, por conta dessas tradições, não conseguem,
(55:47):
infelizmente não conseguem transmitir, porque na minha
própria experiência eu fui limitada, né?
A quando eu buscava esse tipo depergunta, mas muitas delas
também eu encontrei expostos e fazem sentido.
Então não é que eu discordo, não, pelo contrário, eu concordo
com muitas coisas, mas eu ainda tenho meus filtros e eu acho que
isso que eu sempre falo para as pessoas não acreditam e nem não
acredita nem em mim. Busque a sua verdade, o tempo,
(56:07):
porque a verdade ela já está dentro de nós.
Eu acho que essa conexão é que nós viemos fazer aqui na perna.
Sabe que até é um plano de provas e criações, então nós
viemos para passar por essas provas, mas para prender a
honrar, honrar tudo o que isso que é servido para nós
gratuitamente, né? A Terra está aqui o tempo todo
para nos servir mesmo a gente maltratando a Terra, que a gente
coloca lá na Terra a semente, ela, ela germina e a gente colhe
(56:31):
mesmo, a gente não olhando ali, não regando por si só natureza,
elas nos promovem um Monte de ervas, um Monte de plantas, um
Monte de alimentos ali também. Então é, eu vejo muito nesse
sentido. É, você menciona que você vê que
essa busca por esses rituais temmuito mais a ver então, né, com
essa conexão com o nosso interior.
(56:54):
E aí, o que eu já vi de vídeos, podcasts falando principalmente
sobre AA cerimônia do do ayuasca, que gente, para quem
não sabe, é ilegal na Austrália,em muitos outros países no mundo
também. Bem, porém eu sei que acontece
isso aqui. Um, né?
(57:14):
O motivo pelo qual o nau se dália é proibido é porque é uma
planta alucinógena e isso não é permitido aqui.
Então, se eu como pessoa, quandoparticipo dessa experiência e é
algo comigo, né? Tem ali o efeito comigo mesma,
mas tem alguém ali que está cuidando, ministrando, guiando,
(57:39):
não, não sei exatamente qual. Qual que é, né?
A palavra? E por estarmos então, num
momento de alteração psíquica, temos também a possibilidade de
da gente estar sujeito AAA. Gente está vulnerável.
Então. Como que que acontece essa, esse
(58:00):
apoio dessa pessoa e quais são os cuidados que a gente tem que
ter caso alguém queira participar de uma cerimônia
desse jeito? Uma pergunta excelente, porque é
como você mencionou, o uso dessas plantas, plantas de
poder, é, ela tem que ser usada por pessoas que realmente são
(58:21):
treinadas para isso, e o que queacontece é que está virando
muito. Um aprendi inclusive com cacau,
né? É a minha forma como eu ofereço
cacau é, é que ela era uma formasagrada, né?
Inclusive eu eu nem gosto mais de chamar de cerimônia de cacau,
né? É, não sei nem como é que eu vou
colocar isso a partir de agora, porque ela está sendo.
Então vira numa frente, está todo mundo fazendo como se fosse
(58:43):
a chocolate ali, aquele que vai servir.
A gente precisa entender e respeitar a cada planta, ela tem
um espírito e ele te conecta AAA, um nível mais superior.
Porém o cacau, ele não tem esse ele, ele é legal, é legal em
qualquer país, ele não tem esse efeito tão profundo quanto um
ala sonoro. As plantas, como a elasca São
Pedro, elas têm que ser servidas, elas deveriam ser
(59:03):
servidas por pessoas e em gruposespecíficos, porque quando a
gente entra nesse estado alterado de consciência para
cada pessoa. Só acontece de uma forma, então
é muito importante que as pessoas, quando procuram isso,
procurar instituições onde o líder espiritual tenha esse
conhecimento e a estrutura para servir essa medicina.
Então hoje eu vejo aqui, eles estão servindo de qualquer
(59:26):
jeito, de qualquer forma, não tem uma proteção espiritual,
então é as cerimônias que eu já participei ao longo da minha
vida. A gente sentava em espaço
cerimonial, existia uma preparação muito tempo antes, é
uma preparação emoção. Profissional é não biológica
também. Então a gente fazia é um jejum,
era liderado por pessoas que tinham conhecimento do poder
(59:48):
dessas plantas e existia os. A gente chama de guardians, né?
Que durante esse período você depende da cerimônia que você
faz. Você faz um período ali de 10
horas mais ou menos entre Oo os períodos de das doses que você
vai tomando até você chegar naquele período, onde realmente
(01:00:08):
para cada pessoa acontece de alguma um.
Uma forma diferente tem gente. Nossa, há muito tempo.
É então na maioria, se for uma cerimônia de elástica,
tradicional, vai uma tradicionalque eu vou falar, tradicional,
indígena. É assim que eles fazem, né?
A gente senta ali, passa a noiteinteira, só que a gente passa
rezando, cantando, vibrando e transmutando essa energia no
(01:00:30):
coletivo. Então a gente, todo mundo senta,
todo mundo toma medicina, é cadaum com a dosa lá, que é
encomendada pelo próprio líder espiritual, é, e aí a gente usa
a música. Né?
Os tambores e a própria música com o elemento de cura.
Então a eles sempre falam que 50% a medicina, 50% AA música, a
(01:00:50):
música, ela também tem frequência.
Então, a partir do momento que você é se coloca para usar essa
medicina num ambiente onde tem uma estrutura de proteção
energética, espiritual, é o maisseguro você passar por esse
processo aí. O que que acontece?
Cada pessoa tem um processo individual dela, muitos fazem
uso de drogas ou de outras. Não só drogas, mas como remédios
(01:01:14):
também, que dá um efeito colateral.
Muitas vezes as pessoas mentem na hora de, se é uma instituição
legal, ela vai fazer uma entrevista, você vai ter que ser
um formulário. Muitas vezes a pessoa mente que
que faz uso de drogas, então esse uso de drogas Combinado com
a substância que tem dentro dessas plantas, pode acontecer
um efeito reverso. Então é o que acontece, né?
(01:01:34):
As pessoas começam a ficar, a ter processos, é psicóticos e
que às vezes acontece durante a cerimônia.
Ou às vezes acontecem depois da cerimônia.
Então para cada pessoa funciona de uma forma diferente.
Quando a pessoa a às vezes não tem tanto conhecimento ou nunca
fez um trabalho com a sombra e ela vai a uma experiência com
essas medicinas, pode ser um choque muito grande, porque é,
(01:01:55):
ela te leva para você ver a verdade.
Então, por isso que eu falo, a gente tem que respeitar essas
medicinas, porque elas te mostram a verdade e a hora que
você vê a verdade de quem você éé um choque muito grande.
Se a pessoa não tem essa preparação para ver aquela
verdade do que ela fez, né? Que ela está questionando.
Quando é culpando a outra pessoaporque olha o que aconteceu
comigo, aí ele falava, olha aqui, ó, que que aconteceu na
(01:02:17):
sua vida passada? Olha o que você fez, olha, olha
e começa a mostrar a verdade. Isso entra num choque, a pessoa
não consegue lidar com isso. Mas ao mesmo tempo, essa
medicina ela traz, é algo que eufalo de experiência, que é um
amor incondicional. Eu falo que eu nunca senti na
minha vida assim, é um amor. Ao mesmo tempo que ela te traz
toda essa estrutura pesada, de sombras que a gente carrega na
(01:02:38):
nossa alma, ela traz esse amor, esse conforto.
Mas não é todo mundo que consegue lidar com essas
sensações e memórias. Você imagina que que fica ali,
né? Então, quando a pessoa faz o uso
de, por exemplo, de drogas, ela também abre muito campo.
E aí esse campo abre para outrasáreas, ou seja, a pessoa pode ir
para outros lugares em outras dimensões.
(01:02:59):
O que a gente está falando aqui não é só daqui do do nosso
espaço. Esses processos psicóticos te
levam para outras dimensões, né?EE aí onde as pessoas se pedem,
né? E então é um processo que.
Assim, é uma medicina maravilhosa.
Eu tenho estudei por muito tempotambém essa medicina, mas eu não
sirvo essa medicina. E o que eu tenho para recomendar
é, estude sobre ela, procure lugares legais onde façam isso
(01:03:23):
de forma legalmente, onde você tem uma estrutura dentro da da
do ser v, porque você vai mexer com camadas ali que não são
camadas da sua consciência, são camadas inconscientes a.
Atrelada ao bagagem que a gente carrega na nossa alma.
E isso se não for tratado de umamaneira idônea, ela pode ser
(01:03:43):
perigosa, né? Nesse sentido, mas ela é uma
medicina que ela traz também. Assim, muitas respostas, muito
autoconhecimento, uma abertura de consciência é, eu vejo assim
salários e comigo também foi assim, né?
AA, minha consciência se expandiu, mas hoje eu vejo que
eu consigo já chegar em estados alterados de consciência sem uso
(01:04:04):
dessas plantas. Sou extremamente grato.
Com cada uma delas, quando eu for pro breso de novo, vou me
conectar novamente, com certeza.Ou quando eu for viajar.
Mas é possível sim chegar em em estados alterados de consciência
através do breakwork. Então foi também nessa busca,
né? Porque como aqui na Austrália
isso não é legal e eu nessa busca de estudar para saber como
(01:04:25):
é que eu posso também chegar nesse estado sem o uso dessas
medicinas, já que aqui não é legal, já que ela existe um
efeito que colateral diante de cada situação.
Como é que eu posso chegar nisso?
Então, como é? Sem estudar muito sobre
breakwork, até que virei se foram de breakwork.
Eu estudei várias modalidades e eu realmente consegui chegar e
se estava alterado de consciência, então o que é mais
seguro? Então eu sempre recomendo para
(01:04:47):
as pessoas que queiram expandir essa consciência, só procurar
lugares onde vai ter esse apoio,porque a pessoa vai precisar,
principalmente se ela já não tiver feito nenhum trabalho
terapêutico anterior AAA esse contato com essa medicina,
porque da é por um lado, ela é maravilhosa, ela realmente.
A gente traz essa situação conhecimento e para respostas,
(01:05:10):
mas ela pode trazer muito questionamentos.
Dúvidas EE processos que vão precisar talvez às vezes de um
acompanhamento. Então às vezes eu atendo, como
eu atendo online pessoas ao redor do mundo, eu atendo muitas
pessoas também que passam por esses processos, né?
E elas vão precisar de um acompanhamento com com com
alguém que já tenha o conhecimento.
Então as normalmente me procuramporque eu já tenho esse
(01:05:32):
conhecimento, tenho conexão com os cotribos indígenas, então eu.
Consigo ajudar, mas tem casos que eu eu realmente encaminho,
eu não consigo te ajudar. Eu sou bem honesta no sentido.
Você precisa de um agora, um psiquiatra, um psicólogo ou um
outro tipo de terapia para te ajudar nesse seu caso, porque às
vezes ela precisa de até uma intervenção de uso de medicina
(01:05:56):
mesmo, né? Porque ela já sofria de outras
coisas, já tomava remédio como play, mentiu?
Não, não avisou. Então isso, isso acaba causando
um trabalho muito maior para pessoa.
Mas pro outro lado eram, são medicinas que estão ali na
nossa, na nossa casa, né? No nosso Brasil, são
poderosíssimas e tem um poder sem de trazer essa conexão com
(01:06:17):
algo muito maior. As minhas experiências.
Eu tive várias experiências assim, eu posso falar por mim
mesma que é, eu nunca encontrei isso em nenhum lugar, nenhuma
religião, porque é cada vez foi de uma forma diferente.
Eu tive visões de futuro, tive visões do passado.
É muitos processos assim que abriu a minha consciência, mas
(01:06:37):
eu, como eu já vinha buscando isso, eu já venho buscando isso
há muito tempo. É, não vou falar que foi fácil,
mas teve momentos que abriu demais.
Então por isso que eu falo, quanto mais a gente procura,
esse é o cuidado, né? Porque a gente procura o
conhecimento, mas quanto mais a gente procura, a gente precisa
também nos tornar responsável por aquilo que a gente procura,
que é muito mais fácil a gente criticar e julgar.
A gente foi num lugar, mas a gente procurou ir no lugar, né?
(01:06:58):
Então vai procurar um lugar parafazer esse tipo de tratamento.
É essa questão da. A proteção energética e
espiritual do local durante o processo ela é recomendável
porque há muito processo de vômito onde a gente chama de
curd, né, onde as pessoas vomitam mesmo, né?
É, mas é um processo de liberação, isso na verdade
(01:07:18):
investir, isso é um processo de limpeza, depois as pessoas
acabam, né? No, no decorrer da cerimônia, no
final do não se sentindo bem melhor, mais conectada, as
pessoas sempre relatam, né? Elas sentem essa expansão até
com chácara cardíaco e divisões que teve de entendimentos que
teve. Então é, é uma medicina
maravilhosa, só precisa ter bastante cuidado porque leva,
(01:07:39):
né? Hoje a gente vê em processos
recreativos as pessoas usando essa substância de forma
recreativa, o que é muito mais perigoso.
Porque não deixa de ser essa mesma substância, como a coloca
a mesma também é. E usa essa substância de uma
maneira recreativa. Então, ou seja, quando a gente
está nesse ambiente espiritual, a gente usa música frequência,
mais um ambiente protegido. Ali você está muito mais aberto
(01:08:02):
a outras, as outros espaços e asoutras dimensões.
E aí que acontece também os efeitos pós quando você faz em
um espaço onde não tem essa proteção.
E aí? Uma última pergunta, então, se a
fé. É um espaço de Esperança.
Como que a gente pode ressignificar o papel das
religiões para que elas sejam, de fato, aliadas das mulheres?
(01:08:26):
E. E não mecanismos de controle.
Olha, eu acho que a gente precisa encontrar na religião um
apoio, mas não ser só ela, a religião, ela em termos
religiosos, a religião, como eu mesmo mencionei, eu vi pra
Austrália e ela teve um aspeto muito importante também.
Eu sou extremamente grata, mas eu não somente me conectei a
(01:08:48):
ela, né? Durante até inclusive, o período
que eu fiquei em depressão, eu fui jogar bola, fui jogar
futebol, eu fui é dançar, eu comecei a fazer outras coisas.
Comecei a buscar novas oportunidades de me conectar com
outros tipos de comunidade. Então Eu Acredito que se a gente
é se conectar apenas com a religião, como a nossa única
fonte, isso pode ser um perigo. Porque se ainda a gente ainda
(01:09:12):
vive no patriarcal, onde o homemainda lidera, onde muitos desses
espaços a gente não tem ainda abertura para se expressar, isso
pode ser perigoso. Então Eu Acredito que nós como
mulheres e com essa expansão de consciência na.
Década que a gente está. Nós precisamos sim buscar a
religião como apoio, mas um lugar onde a gente também pode
(01:09:33):
possa se sentir ouvida, um lugaronde a gente se sinta
confortável e ter a escolha de procurar outras comunidades para
que possa sustentar essa fé, porque no fundo a gente busca a
fé. Quando eu falo de Esperança, eu
até nem gosto de usar muito essapalavra, porque a Esperança vem
do verbo de esperar. Então, quando a gente espera,
muitas vezes a gente fica na Esperança e eu acho que isso é
(01:09:54):
muito colocado às vezes em alguma religião é.
Essa espera sem uma ação, então o esperar sem uma ação não vai
acontecer. Então muitas vezes eles falam
isso e mantém a gente dentro da daquela prisão, naquela box.
Então assim, vamos rezar, vamos orar.
Espera, dá o dízimo paga ali e mantém você dentro daquele
quadrado onde você não consegue sair.
Então, quando a gente sai um pouco dessa caixa, entendendo
(01:10:16):
que é, eu posso encontrar na religião um senso de comunidade,
um lugar onde eu posso receber uma mensagem espiritual, receber
um axé, receber. Um passe receber uma bênção, né?
Houve um padre, uma missa, porque eu eu vou em tudo,
qualquer lugar. Eu acho que desde que eu receba
essa informação eSIM, também me sinto ouvida, tá ótimo, mas eu
(01:10:38):
vou buscar uma nova possibilidade de também ter esse
senso de comunidade. Como eu falei horizontalmente em
grupos, é buscar outro senso quedê esse esse movimento de
Esperança, de fé e na Esperança,quando eu falo assim, a
Esperança é de fazer um movimento.
Eu espero sim que o que a. A dor ele também está me
ajudando, ele está me abençoando, mas eu também tomo
(01:11:00):
as ações. Eu não estou aqui só rezando e
implorando, né? Eu até falo, se a gente está
rezando, pedindo, é porque a gente não tem pra gente estar na
escassez. Quando a gente agradece o que
tem e faz o movimento, é aí que o milagre acontece.
Então eu tenho uma conceção um pouco diferente, porque se a
gente ficar só pedindo ou implorando, a gente está
vibrando na escassez. Quando a gente agradece o que
tem e faz a nossa parte, aí o milagre acontece.
(01:11:22):
Então a minha recomendação é buscar também outros apoios fora
da. Na religião e se sentir
oprimida, se sentir que não estásendo unida a apelação, é busca
uma outra alternativa. Existem outros espaços fora
também da religião que também trazem esse acolhimento, né?
Porque a gente precisa sentir esse senso de é pertencimento.
Mas ele também não só está conectado a uma religião, ele
(01:11:45):
pode ser encontrado é em outros tipos de comunidade, de artes,
de grupos, e eu acho que isso é muito importante a gente ter em
mente e não é fixar apenas alguma AAA algum.
Alguma algum dog ou alguma prática?
Porque isso acaba nos aprisionando.
E a intenção é desconectar disso, desconectar dessa prisão,
que foi condicionada por muitos anos, né?
(01:12:07):
Isso ainda reverbera ainda, né? No além do Rio, reverbera no
nosso, sem reverber ainda no espaço que a gente vive.
Então, antes de terminarmos, vamos para nossa lupa cultural
que aquele momento de indicação de trabalhos feitos ou
protagonizados por mulheres. Gente, me desculpe, eu esqueci
(01:12:28):
de avisar que a Cristina teve que sair, porque ela é uma
professora muito atarefada, é físico, muito trabalho, e ela
precisou nos deixar, mas ela já deixou gravado as indicações
dela. Então, Felipe, insira aqui.
(01:12:52):
Você me pediu, eu preparei alguns livros e eu trouxe aqui,
que livro é comigo, né? Não tanto essa podcast, livro é
comigo. Então um que é lindo é Terra
preta, da Rita carelli, é um livro lindo de 111 filha, ela
virou antropóloga e ela morou naFrança, ela é brasileira e o pai
(01:13:14):
dela era uma mãe, era francesa eo pai brasileiro, e ela ficou
muito tempo com os pais Na Na Amazônia, então ela.
Teve uma vivência muito forte naAmazônia e depois na França, e
voltou. E aí essa é uma história que
baseada na vida dela, mas é um romance e a vida dela com os
índios depois da vida dela em Paris.
(01:13:35):
Silêncio, São Paulo da pompéia quando ela, né, soube que ela
tinha que ir pra pai dela, pegoue elas foram para a Amazônia,
tal porque ele era antropólogo. É uma história maravilhosa,
especialmente agora que a gente quer aprender tanto sobre as
culturas indígenas e tudo. É uma história muito.
Muito linda. E foi, foi, é bom.
(01:13:55):
Foi recomendada pra mim por uma amiga, uma amiga brasileira e da
editora 34, o outro livro que euacho que é maravilhoso, que eu
fiquei muito tocada. Chama Oo país dos outros, o de
country of rodas, e tem já em português da Leila solimani.
A Leila solimani é uma marroquina e ela jovem, ainda
(01:14:18):
foi pra França e virou a grande embaixadora da língua francesa.
O Macron, presidente da França, que nomeou a leilés clymane.
Ela ganhou vários prêmios, ganhou o prêmio, ganhou, ganhou
prêmios incríveis na França. E aí hoje em dia ela é
embaixadora da língua francesa, né?
Por uma marroquina é muito forte, né?
(01:14:38):
E esse livro é maravilhoso, a história de uma mulher que No No
fim da guerra ela casa com um marroquino que é um soldado,
porque os soldados das colônias estavam lutando com a França
contra os alemães da Segunda Guerra Mundial e.
E ele passa pela vilazinha dela e ela tá super borda, ela tá
cheia, não faz nada na Vila, nãoacontece nada.
(01:15:00):
E vem esse homem fortíssimo. eSIM, ela ficou impressionada.
No fim, eles namoraram e eles casaram.
E ela e ela vai morar no Marrocos.
E aí é esse o problema, porque ela é uma mulher branca,
francesa, na Alsácia, quase Alemanha, ali, né, que
antigamente era a Alemanha muitobranca.
E ela vai morar, e ela vai morarno bairro dos marroquinos e tem
(01:15:22):
o bairro dos franceses, e aí os franceses acham que ela é uma
traidora, as os marroquinos acham e não confiam nela.
E ela e o marido, né, naquela dificuldade, e aí eles têm
filhos, as filhas vão para uma escola francesa e aí tem
bullying. Então essa história dessa
mulher. Que aí o marido também tem um
pouco de violência doméstica, tem um pouco de você agora mora
(01:15:43):
aqui, agora eu que mando e ela se choca, né, porque ela vem de
um, é o romance que ela teve lá na França até chegar, né?
Então por isso é o país dos outros, que é os outros, né, que
é o são os donos desse país OndeEla Mora.
É um livro maravilhoso, você aprende muito do Marrocos e
aprende muito das relações é entre, entre internacionais, né,
(01:16:04):
entre 22, é nacionalidades e as.Dades mesmo.
E o último é um livro que saiu há pouquíssimo tempo, que chama
wifedan, da Anna fanda, que é uma australiana de Melbourne,
que ela era uma diplomata muito importante, fala várias línguas
(01:16:25):
e morou na França. E aí ela acaba essa carreira de
diplomacia e começa a escrever, ganha muitos prêmios.
Ela é muito famosa hoje em dia. Anna fander, e ela acabou de
publicar esse livro há 1 ano atrás ou 2 anos atrás.
Chama wifedan. Que é sobre a mulher do George
wallwell, porque o George Wall virou tão famoso, 1974 e tudo.
E na verdade, quem que tava ajudando quem que tava, né?
(01:16:48):
Toda. Então ela vai descobrindo de na,
nos diários, nas cartas e tudo. Ela fez uma pesquisa enorme, ela
descobriu que a vida dela era muito mais rica, até que a vida
do marist, né? Então eu acho que é um livro pra
gente também ler. Então esses livros de mulheres
sobre mulheres, eu acho que são que.
(01:17:09):
Livros sempre aumentam a nossa nossos horizontes, né?
Abrem os nossos horizontes, a gente aprende muita coisa,
aprende sobre o Marrocos, aprende sobre a Amazônia,
aprende sobre, né? Escrever e quem são os grandes
autores dos homens, o que que asmulheres estão fazendo atrás?
Como você falou, né, Bárbara, deelas estão lá de segurando a
(01:17:30):
onda para a hierarquia continuar, né?
Então ela também, né. A mulher do George warw estava
lá muito presente e até ajudar. Ele é demais.
Até então, eu acho que vale a pena.
Esses 3 livros são as minhas recomendações.
Nossa, adorei. Espero que o público.
Goste também. Adorei.
Gostei desse último de do de Marrocos aí, porque assim eu
(01:17:51):
tenho uma cestralidade marroquina que era muito.
Ver AI é, tem até em português, acho que da companhia das letras
ou alguma das grandes editoras, esse da do país, dos outros, né?
É, e eu dei uma olhadinha assim,é, é maravilhoso, é maravilhoso,
você não para de ler, né? E essa, nessa época que as
pessoas que está ficando mais difícil da gente ler com esses
(01:18:12):
telefones, né, que ficam a nossa, a nosso atenção, né?
O foco é tão curto. Eu acho que é importante a gente
ter uma disciplina de ler algumacoisa, pelo menos toda noite,
ler um pouquinho para o cérebro acalmar, porque no telefone, no
computador, fica muita. Eu trabalho no computador tempo.
Tempo inteiro, e aí vou no telefone, aí no convidado.
(01:18:34):
Quando você ver, está na tela o tempo inteiro.
Eu acho que é uma disciplina queeu tenho, né?
Além de do exercício, é também, né?
De de ler, porque é a disciplinado do cérebro, né?
E ler coisas que sejam ricas, né, que te enriquecem.
A ler o que que você tem para compartilhar com as nossas
ouvintes? Ah, eu tenho 11 livro super
(01:18:56):
legal e eu lia há muito tempo atrás.
Esse é o livro passa a acontecer.
É da. Sharing Sandberg, Ela Foi a Sea
ou do Facebook. Ela escreveu esse livro para
incentivar mulheres a ocuparem posições de liderança e
superarem essas Barreiras internas e externas e
acreditarem no potencial delas. Então achei que esse livro seria
(01:19:18):
Superinteressante para esse podcast que a gente está falando
aqui de religião, mas ele fala de desempoderamento feminino.
E esse livro ele mistura dados de pesquisas, histórias pessoais
e muitos conselhos práticos, né?Inclusive ela fala, ela conta
sobre é. É, é a síndrome da impostora,
né, que muitos de nós ali quer chegar naquele cargo, mas sente
que não tem essa autoconfiança, então ela fala um pouco disso,
(01:19:42):
né? Ela fala dos parceiros, então
esse livro é um livro que eu super recomendo é, ela fala da
busca também de rede de apoio, de buscar fora desse, é no caso,
ela fala de um processo corporativo, mas ela fala para
buscar essas mentorias de pessoas que nos inspiram, né?
Então ela também acabou virando uma inspiração para mim.
Eu tenho esse livro já muito. Poucos anos.
(01:20:03):
É, seria um pouco AE ele em português, né?
Ele está até em português, chamafaça acontecer, inclusive Ela
Foi. Ela coloca aqui um eu vou ler
para vocês o que ela coloca, né?O mundo de fato igualitário
seria aquele onde as mulheres comandassem metade dos países e
das empresas e os homens dirigissem metade dos lares.
É charme. Uma das mulheres mais poderosas
(01:20:24):
da atualidade acredita que esse é o segredo para um mundo
melhor? Fundamental para se pensar os
impasses e as questões de gênerodo mundo, no mundo, no mundo do
trabalho, esse livro apresenta algumas ferramentas estratégicas
para que mulheres alcancem voos muito mais.
Exaustos nas suas carreiras? Então acho que é
Superinteressante, principalmente umas mulheres que
é buscam esse posicionamento. E um outro livro que eu vou
(01:20:45):
falar é o meu livro, não é o meulivro total.
Mas eu acabo esperando e esse momento que se você não fosse
falar dele, eu IA falar, eu IA pedir pra você.
Falar Ah, que linda é. Eu sou co autora desse livro que
chama a Journey of riches. Follow you soulse colling.
Eu sou uma das autoras. Aqui tem +16 autores que
(01:21:06):
escreveram esse livro comigo. Infelizmente ele não tem em
português. Mas ele já está disponível?
É, eu tenho ele tanto físico aqui como já disponível no
Amazon. E aqui eu divido a um pouco da
minha história, né? É, eu sou neurodivergente, então
eu passei por muitos desafios durante a minha vida toda,
porque não era diagnosticada, eunão sabia que eu tinha.
(01:21:26):
Então eu tinha uma dificuldade muito grande de entender as
coisas, de aprender as coisas que não eram do meu interesse.
Meu interesse era sempre para coisas espirituais.
Eu comecei a buscar assuntos sobre a mente, neurociência,
física quântica, e eu divido aqui a minha história, minha
trajetória, de como conseguir o chamado da minha alma.
E além disso, além da minha história de vida, que eu conto
como saí do Brasil, apesar do burnout, TDH, vim para cá, fiz
(01:21:50):
todo o trabalho que eu fiz para chegar hoje aqui, trabalhando,
fazendo o que eu gosto, atendendo esse chamado da minha
alma. Tem outras outros autores
maravilhosos que também dividem essa história e essas são
histórias de inspiração, inspirações e Eu Acredito que
esse livro pode inspirar. Muito, cada uma dessas mulheres
a seguir esse caminho da alma é o ser chamado e não importa, né?
(01:22:11):
É de onde a gente veio, como a gente veio também.
Vim de uma família super humilde, é passei por muitos
obstáculos, ainda passo por algumas questões, mas eu estou
aqui, então é, a gente vai seguindo o caminho da alma,
seguindo o caminho do nosso coração, encontrando pessoas
também que junto é se juntam a nós para que, né, a gente possa
(01:22:33):
passar por todos esses processos.
Então são esses 2 livros que eu recomendo para vocês.
Ah, já vou atrás desse daí. Depois manda um link certinho do
seu livro, porque se você ganha algum adicional de link de refor
e afins, manda aí que a gente quer que nossos ouvintes também
te ajudem dessa maneira. Muito obrigada.
(01:22:55):
Vou mandar sim para você, com certeza.
Muito obrigada, Bárbara. Bom, eu tenho uma indicação só
que é uma série na Netflix que AI tá vendo o marido.
E no fim de semana, tipo, Ah, a gente quer uma coisa leve e
chama The Good Place, que é uma série que passa ao redor da
protagonista, que é uma mulher que basicamente é essa
(01:23:19):
representação entre céu e inferno, né?
Então, Oo lugar bom e o lugar ruim.
E Ela Foi acidentalmente mandadapara o lugar errado.
Era Pra Ela ir pro lugar ruim, Ela Foi pro lugar bom e aí
mostra Na Na. Jornada dela ali, como o
ambiente. As pessoas que ela está em volta
(01:23:40):
podem ou não ajudá la a se tornar uma pessoa melhor e
pertencente ao good place. Não necessariamente que eu
acredite nisso, mas é tirando essa parte, né?
Do do do pós morte aí, né? De pessoas irem para o inferno.
EE céu, é muito interessante mostrar como as oportunidades
(01:24:01):
que a gente tem ou não em vida eos as pessoas que estão ao nosso
redor, como que isso podem afetar quem a gente é, o que que
a gente acredita, o que que a gente faz.
Então, por mais que seja nessa representação de estar no céu ao
inferno, eles continuam vivendo e se relacionando exatamente
como que é, né? No durante a vida.
(01:24:23):
Então é é bem interessante de ver como que elizaborda.
Dão essa, essas influências externas, né?
Que a gente tem na vida e é engraçada, sabe?
Tem, é, é bem leve, tem. Tem umas coisas assim que faz
você pensar, mas. É, né?
Tem um. Tem nisso The Good Place, tem um
tem um tom cômico ali é um finalmuito bonito.
(01:24:45):
Então, Ah, vou, vou. Assistir, obrigada pela dica.
De nada e. E, Alê, onde que as pessoas
podem te encontrar? Quais são suas redes sociais?
Aí eu tô no eu tenho 2 redes sociais, uma em inglês, que é a
no Instagram, é a le ponto Laos,o meu próprio sobrenome.
E em português eu criei realmente em português por conta
(01:25:08):
da minha família, por conta dos meus amigos, por conta da de
algumas mãezinhas, até das minhas clientes que viraram
minhas clientes. E elas falam assim, Alê, eu não
entendo os seus conteúdos. Eu queria ouvir de você, então
eu queria. Aleladas por mentoria em
português. Então tem esses 2 canais eu
tento. Obviamente eu acabo movimentando
mais. O canal de português é de
(01:25:28):
inglês, mas é sempre que eu posso, eu tento alimentar alguma
coisa lá realmente para ajudar. É as pessoas que não têm o
domínio da língua e porque a mensagem?
Eu gostaria muito que a mensagemalcançasse, principalmente ao
país onde eu nasci. E também tem 11 website que é
meu nome, www.aleladas. Ponto, com lá você vai encontrar
alguns dos meus serviços, as mentorias que eu faço, muitas
(01:25:50):
coisas novas aqui ainda nos bastidores, muito, eu estou
criando muitas coisas, muitos programas, é alguns que já foram
criados, mas eles estão, é, todos ainda foram criados, mas
não divulgados, assim como pelo lounge é, eu já estou
trabalhando nesses programas já há um tempo, é, então
provavelmente aí é nos próximos meses eu vou fazer o lançamento,
(01:26:11):
mas no meu site vocês encontram várias informações sobre o meu
trabalho, os eventos sempre. Fizeram algum evento?
Eu vou estar sempre divulgando ali, tanto na rede social quanto
no meu trabalho, no meu site. Também, AI, cadê é gente?
Não sei se a Cristina tem redes sociais que ela gostaria de
compartilhar com a gente. Se ela tiver, a gente deixa na
descrição desse episódio. Então vão lá seguir a ler, vão
(01:26:33):
seguir também. Mulheres imigrantes podem em
todas as redes sociais, nos ajudem também financeiramente
com o nosso apoio de é financiamento coletivo.
Vivo porque, como você sabe, isso aqui é um projeto
independente. E mais uma vez, então, Alê e
Cristina, muito obrigada pela presença e disponibilidade de
(01:26:55):
vocês muito. Obrigada.
Eu gostei muito da nossa conversa.
Muito obrigada pelo convite. Foi realmente maravilhoso.
Bárbara, né? E muito bom te conhecer, Alê.
Nossa, é um prazer. E a gente mora em Sydney.
Um dia a gente vai se conhecer mesmo, né?
Vamos. Tomar um café com.
Isso com você? Foi.
(01:27:16):
Muito bom e interessante essa conversa.
Espero que tenha ajudado, né? Quem está nos escutando aqui
também. E se não ajudou, porque se você
não é desse mundo, mas também que tenha sido pelo menos
interessante escutar um pouco sobre um assunto que a gente não
traz muito aqui e mas que acaba impactando, né?
A vida de muitas pessoas. Então, muito obrigada, Alê.
(01:27:37):
E eu que agradeço. Eu fiquei.
Me senti muito honrada de participar, poder dividir um
pouco da minha experiência e também conhecer a professora
Cristina e. Saber que existem também pessoas
como eu que se interessam por esse trabalho e eu achei
Superinteressante. Muito obrigado por trazer esse
assunto. É que não é muito falado
realmente, mas é um assunto super necessário.
(01:27:58):
Eu espero que esse podcast alcance muitas pessoas que
precisam dessa informação, que se sintam, né?
É que absorvam, né? Tudo que foi falado aqui nesse
podcast, então muito obrigada notidão a você a Fabiana pelo
convite e colocar no quem for aí.
(01:28:18):
Também gente, muito obrigada. Pra quem nos escutou até aqui,
um beijo até o próximo episódio.Um beijo, gratidão.
Obrigada por nos ouvir e por caminhar com a gente em mais uma
história de coragem, reconstrução e pertencimento.
Se esse episódio te tocou de alguma forma, aproveita para
seguir o mulheres imigrantes podcast no Spotify, ativar o
(01:28:40):
sininho e avaliar com 5 estrelas.
Isso ajuda a nossa voz a chegar ainda mais longe e claro,
estamos também nas redes sociais, arroba?
Mulheres imigrantes podem, com muito conteúdo de qualidade para
mulheres imigrantes. Então vai lá, comenta,
compartilha, manda pra aquela amiga que mora fora, tá?
E vale lembrar, somos um projetototalmente independente, se você
(01:29:04):
quiser colaborar com a gente, acesse o link Dubai minhakof na
descrição do episódio. Ou o link da bio no nosso
Instagram arroba? Mulheres imigrantes Potter,
apresentação por Bárbara dos Santos, roteiro por Bárbara dos
Santos e Fabiana de Donato, produção e redes sociais de
Fabiana de Donato e edição por Felipe benetti de só conceitos,
(01:29:28):
quem conta as nossas histórias até o próximo episódio?