Não Quero Envelhecer e, menos ainda, morrer! — O Drama de uma Vida Sem Alma!
Vivemos em uma era que idolatra a juventude como um fim em si mesmo.
A velhice, ao invés de ser vista como um ciclo natural e um estágio de profundidade e sabedoria, é temida, combatida, disfarçada. A indústria do "anti-aging" prospera vendendo ilusões de eternidade plástica, corpos esticados, rostos paralisados, e promessas de juventude eterna — como se o envelhecer fosse uma patologia a ser extirpada e não uma realização do viver. Muitas pessoas embarcam em terapias absurdas e práticas artificiais para evitar aquilo que é inevitável: o declínio físico, o amadurecimento da alma, o próprio fim.
Carl Gustav Jung, com sua aguda percepção da alma humana, já denunciava essa recusa da realidade. Ele escreveu:
“Sempre que possível, nossa consciência recusa-se a aceitar esta verdade inegável. Ordinariamente nos apegamos ao nosso passado e ficamos presos à ilusão de nossa juventude. A velhice é sumamente impopular. Parece que ninguém considera que a incapacidade de envelhecer é tão absurda quanto a incapacidade de abandonar os sapatos de criança que traz nos pés. O homem de trinta anos ainda com espírito infantil é certamente digno de lástima, mas um setuagenário jovem não é delicioso? E, no entanto, ambos são pervertidos, desprovidos de estilo, verdadeiras monstruosidades psicológicas. Um jovem que não luta nem triunfa perdeu o melhor de sua juventude, e um velho que não sabe escutar os segredos dos riachos que descem dos cumes das montanhas para os vales não tem sentido, é uma múmia espiritual e não passa de uma relíquia petrificada do passado. Está situado à margem da vida, repetindo-se mecanicamente até à última banalidade. Pobre cultura aquela que necessita de tais fantasmas!” (OC 8/2 - § 801)
Neste trecho contundente, Jung aponta não apenas para o ridículo da negação da idade, mas para o trágico vazio existencial que tal recusa revela. A insistência em permanecer jovem a qualquer custo esvazia a vida de significado, pois impede a travessia necessária pelos estágios da existência. A velhice, como ele sugere, não é um erro ou um fracasso, mas uma fase de escuta, contemplação e integração — uma oportunidade para dar forma à totalidade da vida, para colher os frutos da experiência e reconciliar-se com a morte como parte do grande ciclo.
A busca cega por uma juventude eterna resulta, portanto, em uma existência superficial, sintética, desprovida de alma — uma vida que se repete "até à última banalidade". Trata-se de um empobrecimento espiritual, onde o corpo é preservado às custas da alma, e a cultura se alimenta de espectros que se recusam a crescer, amadurecer e morrer com dignidade.
Envelhecer não deveria ser uma vergonha, mas uma arte. A arte de concluir, de renunciar, de transmitir. A arte de escutar os "segredos dos riachos" — metáfora de Jung para a sabedoria silenciosa da vida que flui, mesmo quando a força do corpo já se foi. Recuperar essa5 visão é um desafio urgente, num mundo que teme o fim porque já perdeu o contato com o mistério do começo.
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