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January 30, 2025 17 mins
Com o nosso paraíso sempre na mídia, não é difícil que um acontecimento viralize nas redes sociais. No quadro “Viralizou Noronha” a gente comenta os assuntos que caíram na boca do povo, a partir da ótica de quem esteve perto de tudo: o próprio noronhense.

Confira a entrevista com o guia Tiberius Nascimento, que registrou o exato momento em que uma turista ignorou a cerca de segurança de um mirante em Fernando de Noronha a 500 metros de altura, só para fazer uma foto.

Ouça também o que diz a geóloga Joana Sanchez, que estuda e realiza manutenção geológica no local, sobre a conduta da turista e de outros que também ultrapassaram a barreira de segurança.

Deixe sua opinião nos comentários: O que você acha de turistas que ignoram as regras de visitação de um local?
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Episode Transcript

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(00:00):
Viralizou Noronha!

(00:10):
Viralizou no início de 2025 um vídeo em que uma turista ultrapassou a cerca de segurança
no mirante da Baia dos Porcos, em Fernando de Noronha e acessou uma área de risco geológico
pra tirar uma foto.
No vídeo o condutor de visitantes Tiberius Nascimento avisa com educação que há risco e que

(00:31):
a moça deve sair do local, mas é ignorado tanto por ela quanto pela pessoa que fazia
o registro.
"Moça, aí não é lugar de a senhora fazer foto não, moça.
Tem que respeitar o ambiente, tá?
Essa área aqui é cercada justamente por causa disso, viu?
Tá errado aí.

(00:52):
Ele ainda não tem nem ter respeito, tá falando, tá reprendendo?
Estão nem aí, ó."
Essa cena caiu nas redes e logo ganhou ampla repercussão.
É desse assunto que a gente comenta agora no Fala Noronha, o podcast da Atalaia
receptivo que oferece a maior variedade de serviços e informações que vão lhe proporcionar

(01:14):
dias inesquecíveis na ilha.
Eu sou Clarissa Paiva, jornalista e vou conversar com o guia que registrou a cena, Tiberius
e ouvir também a geóloga de Joana Sanchez.
Você vem comigo?
"Chegamos."

(01:38):
"Fala Noronha."
"Tibérius, seja bem vindo, você que é guia em noronha, né?"
"Pelo menos 15 anos, já viu de tudo, né?"
Muito obrigada por aceitar esse convite.

(01:59):
Obrigado, estamos junto pra ajudar.
"Tibérius, primeiro vamos todo mundo já sabe, tá, mas vamos situar, sua versão, né?"
Você estava trabalhando com outro grupo e viu, você estava de folga e viu, e lhe chamou a
atenção.
Você falou alguma coisa com o pessoal antes de gravar e eles não ligaram...
Assim, como foi a reação?

(02:21):
Porque a princípio quando eu vi nos grupos da ilha, o vídeo que você fez, eu fiquei em
choque, em choque mesmo, assim, pelo risco que a pessoa estava correndo, né?
"É ali a seguinte, eu estava trabalhando, na realidade, eu estava num passeio do ilha tour, e eu
estava chegando no mirante e eu vi que ele estava no outro lado do guarda-corpo, né?"

(02:47):
Eu filmei de imediato porque pra registrar o momento, pra fazer o questionamento com
o órgão competente que é o ICMBio, entendeu?
Essa questão do visitante ultrapassar ali é aquele guarda-corpo e fazer várias outras
coisas que as vezes não podem, é normal acontecer.
Principalmente aquela situação do visitante passar aquela região do mirante, da baia

(03:12):
dos porcos ali.
Então aquilo é muito comum, mas o que acontece?
Quando a gente pede o ano visitante, de imediato ele sai e pede desculpa.
Mas naquele dia, a menina não fez isso.
E por isso que eu acho que viralizou porque ela não saiu, debochou e achou ruim que eu
filmei, que eu estava reclamando na realidade com ela, né?

(03:35):
Aquilo é tão corriqueiro que no dia seguinte eu tive relato de outros guias que teve

a mesma situação (03:40):
"Ó peguei mais três pessoas aqui passando a cerca".
Aí no outro dia, no segundo dia, mais quatro pessoas que foi o restante do pessoal que
sofreu a correção porque eles foram pegos pelo monitor, monitor já pegou de imediato
e o monitor filmou e registrou também.

(04:00):
Eu não fiz uma divulgação imediata daquilo.
Eu coloquei no meu grupo de guias da associação para minha presidente encaminhar
isso para o uso público.
Não ia nem ser uma coisa minha diretamente.
Vai aparecer minha voz, claro
mas se aqueles guias não tivessem repostado, eu não teria nem postado também porque

(04:21):
a gente tem vários vídeos como aquele, entendeu?
Ou seja, você não teve intenção nenhuma de dar mídia, de causar um alvoroço, expor.
Aí hoje o ambiente não é fechado, mas o ambiente ganhou uma placa no lugar onde ela estava.
Certo?
Aí já tem uma restrição, entendeu?

(04:41):
Então esse tipo de visitante, eu filmei aquele momento e desliguei a filmagem e ainda
continuei fazendo uma explanação para eles.
Eles estavam entre quatro pessoas ali no caso.
A menina, o rapaz e mais duas meninas que já tinham ido lá e tirado foto.
Porque, sabe, a internet todo mundo acha muito rápido., no instagram, o pessoal viu

(05:03):
as fotos das meninas.
Nos outros dias já viram, um pouco, o pessoal já começou a postar isso aí.
Então eles estavam entre quatro e já tinham feito as fotos ali, certo?
Tinha mais gente no ambiente, mas não tinha monitor e único guia era eu.
Então quando eles que eu desliguei a câmera e eles saíram que eu continuei a reclamar e orientar

(05:25):
eles para não fazer isso, quando eles forem embora e aí de ir mediato rapaz até pediu
desculpa assim e foi embora.
E os outros visitantes vieram me parabenizar e um visitante chegou a falar isso para mim.
Eu vim aqui há quinze anos e não tinha esse deck que eu tirar foto mais para cima ali onde
era o forte.
Isso é justamente por causa disso de um outro caso de foto na encosta que tem esse

(05:50):
deck, que a área está fechada.
Então é uma questão de tem que ter uma consciência, um visitante que pensa daquela forma
ele tem que ter uma consciência que ele prejudica não só ele, mas prejudica os outros visitantes
e a população local que é o guia que está trabalhando no local.
E quando você tem uma restrição dificulta mais ainda no nosso trabalho.

(06:15):
Prejudica o turismo como um todo e até mesmo a própria ilha que você está querendo
enaltecer com a foto vai prejudicar a riqueza geológica ali poderia ter desabado.
Uma parte ali, com aquela ponta,
enfim.
Pois é aquela região ali embaixo da Baía dos Porcos é uma região interditada porque

(06:36):
caem pedras ali. Foi até quando a Joaninha falou no vídeo dela quando isso viralizou ela
falou, a região ali embaixo já é uma região de risco.
Então ela está em cima de uma pedra que volta e meia cai pedra embaixo.
Então não é uma coisa que a gente está falando para ser chato.
É uma coisa que realmente acontece.
E eu até tenho assim um depoimento particular quando eu trabalhava diretamente ali para o

(07:03):
parque, né, para o parque nacional e acompanhei já algumas limpezas assim geológicas.
A gente vê o quanto é, o quanto tem de dedicação para manter aquele ali visitável, né?
E aí também presenciei o Corpo de Bombeiros fazendo uma simulação
de atendimento a um vítima ali embaixo.

(07:26):
Por exemplo, em dia de mar agitado em que o socorro não pode chegar pelo mar,
E o risco, com toda técnica, é muito tempo que se leva para trazer uma pessoa ali para
cima
Então imagine o risco que essas pessoas correram.
E o risco que outras pessoas podem correr se fizerem isso, sim.
Não é um fio só de cerca, né?

(07:47):
São vários fios, é bem sinalizado.
Eu já participei de resgate ali no Sancho.
Desse mesmo jeito que você está falando, para tirar por cima porque o mar não deixa sair, já ajudei bombeiro
a botar o bote na água para tirar cliente, pela água, porque para subir estava difícil, resgate
na trilha, porque o cara se machucou na trilha, então é sempre difícil esse tipo de

(08:11):
situação de resgate nas áreas do parque, principalmente que são áreas mais remotas.
Então a gente quando fala sobre isso com visitante que não tem muita essa consciência,
passa um pouquinho por chato.
Mas infelizmente eu prefiro passar por chato do que perder o local, né?
E você foi super educado, né?
Também teve toda essa equilíbrio emocional.

(08:32):
Se fosse eu ali ia assustar a pessoa, né?
que já estava ali quase no precipício.
Deixa eu passar para você um áudio que a geóloga Joana Sanchez, que a gente chama Joaninha,

Que tá sempre pela ilha, que cuida lá dessa área do risco geológico.
Ela mandou aqui, inclusive, elogiando você.
Bom, gostaria de falar sobre o ocorrido, né?

(08:57):
Um mirante da...
praia do Sancho, um mirante que dá para a baía dos Porcos, né?
Eu achei que o guia foi sensacional.
Ele pediu com toda a educação.
Infelizmente a turista não acatou o que ele tava falando e acabou na ocorrência de uma
multa.
Além da multa, eu acho que o mais importante da gente dizer é que a gente tem que respeitar

(09:22):
os locais que são cercados ou que existem placas por trás desses locais que têm essas
interferências, né?
Intervenções, eu diria, né?
Essas intervenções do ICMBio ou de qualquer área particular, existie estudo para isso, para
isso estar lá.
E é importante que os estudos são feitos por pessoas capacitadas ou por engenheiros ou

(09:49):
por geólogos ou por análise ambientais ou biólogos.
Às vezes eu não posso ultrapassar um local porque tem um ninho do pássaro que a maioria das
pessoas não vê porque ele faz isso escondido para se proteger ou existe uma fratura, aberta
de um local que já pode cair e as pessoas também não sabem, não têm esse conhecimento,

(10:10):
então as intervenções nas áreas naturais ou não naturais são sempre baseadas em algo
ou que já aconteceu ou que pode acontecer.
Então a gente tem que respeitar isso.
E aí eu também comecei com ela, tibérius, sobre a repercussão que isso causou.
Uma coisa interessante foi que esse vídeo já está com quase 200 mil visualizações.

(10:35):
Muitos comentários, a maioria 99,9% de comentários são falando que as pessoas não deveriam ter
feito aquilo.
Isso me deixou muito feliz.
Os pequenos comentários que não são isso também não são dizendo que ela estava certa

(10:55):
jamais assim.
Isso foi para mim uma surpresa.
Eu fiz o vídeo não com esse intuito de ter tantas visualizações, eu fiz o vídeo com o
intuito de educar, de dizer o motivo daquilo para isso não acontecer mais.
Eu acho que teve algo muito bom, o retorno foi muito está sendo muito bom ainda, de educar

(11:18):
da gente respeitar os locais naturais, respeitar visitação, respeitar o turismo.
O recado que fica da gente ter respeito, independente de se ali era um local que apresenta
risco geológico ou não, risco de morte, risco daquela rocha cair.
É ter respeito por onde a gente pisa, por onde a gente vai, pelos seres da natureza, pelas

(11:41):
pessoas que vivem, os guia são os principais guardiões da ilha e a gente tem que respeitá-los
muito.
O que você acha sobre isso?
Qual foi a sensação que viveu depois desse boom e compartilhamento de opiniões?
Você sentiu que as pessoas são conscientes em relação a isso?

(12:03):
Na realidade, 90% das pessoas são conscientes.
Tem hoje em dia, no mundo que vivemos no Brasil que vivemos, tem sempre uma parte da
sociedade que acha que pode fazer o que que é o hora que quer.
Então é necessário essas coisas acontecerem e tomar essa proporção de "oh, foi punido,

(12:30):
ele vai ser responsabilizado" para que os outros que venham não façam da mesma forma.
E como muitos comentários de redes sociais, alguns haters, né, "ah, cara chato, deixem ela tirar
foto dela", mas aí muito mais é apoio e mensagem de apoio em cima da situação.

(12:55):
Quer que fique aí Tiberius, para você, de mensagem que você quer deixar aqui, de antes dessa
viralização, para quem ainda não viu, para quem vai ver o vídeo, para quem vai comentar,
para quem vai viajar para lugares de natureza, que mensagem você deixa aí enquanto você
enquanto guia de ecoturismo.

(13:16):
Eu acredito que a premissa do turismo do Brasil é o ecoturismo.
É o ecoturismo.
Essa diversidade de biomas que a gente tem no Brasil é o carro chefe.
Esse tipo de turismo predatório não está se enquadrando em quase lugar nenhum.
Você pode até observar isso nas grandes cidades mais badaladas que tiveram reveillons bem badalados.

(13:41):
O reflexo do morador não foi agradável, nenhum morador se agradou desse tipo de comportamento.
Esse tipo de pessoa que está visitando os lugares turísticos preservados que a população
tem que fazer questão de ter uma preservação, tem que ter uma consciência de que não pode
fazer o que quer.

(14:03):
O recado é...
A ilha está de braços abertos a todo mundo, quem quer vir e quem quer curtir a ilha de verdade,
mas é o que eu sempre digo.
Desse tipo de turismo a gente não precisa.
É aquele cliente que gosta de mergulhar, gosta de trilhar, vamos fazer um foto, vamos fazer,
estamos juntando junto.

(14:24):
Se for só para tomar cerveja e jogar a garrafa no mato e a lata no mato.
Para depois a gente está entrando no mato para tirar lixo, para subir na pedra, para
entendeu?
Assim, não vai servir porque daqui a 5, 10 anos a gente vai perder a beleza a gente tem.
Muito obrigada, agradeço demais.
Vou terminar esse episódio reproduzindo para os nossos ouvintes

(14:48):
outras dicas de como contemplar a geologia da ilha que é riquíssima sem se arriscar
e agradeço novamente a você pela participação por tudo e fica dica, por favor visite
Noronha, aproveite, aprenda sobre turismo de natureza, aprenda com a ilha que você vai
sair de fato encantado.

(15:09):
Obrigado, tudo bem?
Obrigado, obrigado, qualquer coisa que estamos aí.
E sobre geologia eu acho que além da gente ter essa parte de risco geológico que
a gente é mapeona, na ilha inteira, sabemos o antes tempo, isso que existem as placas, as
intervenções.

(15:30):
Eu acho que a ilha é tão importante no Brasil, no mundo.
Ela é uma das únicas ilhas, oceânicas vulcânicas que a gente tem no Brasil.
É a única visitável, é a única que aberta a turismo.
As rochas delas são umas rochas de um tipo muito especial que quase não tem outro lugar

(15:52):
no mundo, a gente tem pouquíssimos locais no mundo que existem esse tipo de rocha, tanto
que existem pesquisadores que só trabalham com isso, que são chamadas rochas, alcalinas
vulcânicas.
Então, por si só a ilha já é um patrimônio geológico, um patrimônio mundial, a gente tem
que respeitar, aprender, olhar as espécies endêmicas tão relacionadas a tipo de rocha,

(16:18):
isso é extremamente linda e o que a gente tem que fazer é preservar para a gente continuar
tendo isso para os nossos filhos, para os nossos netos, para os nossos bisnetos, que ela continue
com essa beleza rara, é entocada, é com muito respeito e que a gente deve muito também

(16:39):
à geologia da ilha, essa natureza toda exuberante.
E você que nos ouve, acompanhou esse caso pelas redes, que é que você acha do comportamento
de turistas que não ligam para as regras do local?
Comente aqui no episódio e se esse conteúdo foi útil para você, por favor, avali o nosso

(17:02):
podcast e compartilhe.
A gente se encontra no próximo episódio inédito, mas até lá você pode conferir outros episódios
incríveis que nós temos aqui, cheios de dicas e curiosidades sobre a ilha.
Um beijo e até já.
[Música]
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