Episode Transcript
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(00:00):
Oi, meu nome é Johnny Hooker e hoje eu estou aqui no Fofocas da MPB.
(00:06):
Olá, a mundinho Fofocas da MPB.
É muito bom ter vocês de volta em mais um episódio deste programa sobre os bastidores e curiosidades
da música popular brasileira.
Este é um episódio especial da série Fofocas com o Sarará que entra agora em seu segundo
(00:26):
ano.
Essa é uma parceria entre Fofocas da MPB e o Sarará, Festival de música brasileira
que acontece em Belo Horizonte.
Vamos conversar com artistas incríveis que fazem parte do Line-up da edição 2023 do
Festival, que acontece no Minerão no dia 26 de agosto.
(00:47):
Eu sou Celso Haddad, estudante de jornalismo e publicitário e desde que esse podcast
veio ao mundo, falador de MPB.
Hoje vamos conversar com Johnny Hooker, cantor e compositor reciefense, vencedor do
Prêmio de Melhor Cantor pop no Prêmio da música brasileira e Dono de Hits como
(01:11):
Alma Sebosa, Flutua e Caetano Veloso.
Ele contou detalhes do seu processo de composição e também deu alguns detalhes do show que
ele vai fazer no Sarará, que chama Clube da Sofrência
Em homenagem a Marília Mendonça
Mas, antes de começar, eu queria lembrar que todas as músicas aqui citadas estarão na
(01:35):
playlist oficial do podcast Fofocas da MPB no Spotify.
E que você pode vir puxar um papo comigo no Twitter @celsohaddad -- que nem o Fernando.
(eu estava com saudade de falar isso)
Bora!
(02:05):
Um dia eu estava no TikTok e apareceu o Johnny Hooker contando alguns detalhes sobre
seus albums de estúdio.
E eu vim trazer algumas dessas curiosidades que eu aprendi com ele.
Por exemplo, o seu primeiro álbum, "Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar maldito"
Lançado em 2015, foi gravado com 15 mil reais que ele recebeu da recisão do contrato com
(02:31):
a Globo, depois que a novela Geração Brasil, que foi a novela que ele fez parte, acabou.
Todas as faixas foram escritas por ele próprio.
E os vocais foram gravados todos juntos em sequência de uma vez, porque o pouco dinheiro
que ele tinha pra produção significava que precisava economizar tempo.
(02:51):
Como ele mesmo disse, ele tinha só as músicas dele e um sonho.
O segundo album dele foi o coração, lançado em 2017.
E tem na tracklists um dos maiores sucessos da carreira dele, que é Flutua, parceria
com a Liniker.
Eu perguntei pra ele sobre essa parceria e ele me contou um pouco a história da composição.
(03:17):
Na verdade, não que seja curiosa, mas a composição de flutua se deu num momento muito
que eu acho que eu estava muito, por incrível que pareça, achando que o mundo já estava
superado certas coisas...
(03:38):
Então, quando eu compus a música que eu mostrei pra banda, eu lembro que não houve nenhuma
reação muito apaixonada pela música.
As pessoas não estavam muito, pelo menos a minha equipe, não considerou grandes coisas,
não achei que a primeira reação das pessoas foi muito grande, não.
(04:01):
Mas mal sabia eu que depois que a gente lançasse a música, ela iria se tornar esse símbolo,
esse símbolo, esse ser considerado esse grande hino da música brasileira.
E aí eu perguntei pra o Johnny, eu já tô íntimo, como foi gravar essa música com a Linker
(04:21):
E ele me contou a história de quando eles foram pra Recife gravar e contou que a Liniker
tinha medo de tubarão e que eles gravaram as vozes ao mesmo tempo, cantando junto, ser
realmente no estúdio.
Imagina esse momento.
Trabalhar com a Liniker foi um prazer incrível assim, ela é além de uma artista fenomenal,
(04:45):
um ser humano brilhante também.
E eu lembro que a gente conseguiu gravar o disco em Recife, a gente voltou pra Recife pra gravar
o disco.
E ela nunca tinha ido, eu acho, em Recife, a gente entrou no mar, ela morrendo de medo
de tubarão, foi muito legal, a gente passou uns dias juntes, né, conversando, se amando.
(05:10):
E a gravação na hora da gravação foi linda também, a gente gravou mesmo tempo em cabines
diferentes, as vozes, e foi uma experiência que eu vou lembrar pra sempre assim, a Liniker
mora no meu coração, amo demais demais demais.
Outra grande canção do álbum "Coração" é "Caetano Veloso", cujo refrão cita o nome
(05:33):
do cantor Caetano Veloso, repetidamente, de uma forma impossível de a música não
grudar na sua cabeça.
Sabe aquela?
Caetano Veloso, claro que foi hit.
Perontei pra ele então, como foi lançar essa música e como foi depois disso encontrar o próprio
(05:53):
Caetano
"Caetano Veloso", na verdade, é uma composição de Arthur Dantas, que toca violão e teclado
comigo desde do Macumba, desde 2014, que a gente está tocando juntos.
E é uma música que eu homenageei esse grande ícone, né, quando assim que a gente lançou,
Paula Lavigne mostrou pra ele e fez um vídeo, ouvindo a música, adorando a música, depois
(06:17):
ele chegou aí num show da gente, subiu no palco durante a música e dançou comigo
Enfim, já o encontrei, já tive privilégio de encontrar algumas vezes nessas aventuras
da vida e, enfim, amo muito Caetano", ele sempre foi, sempre será um dos maiores gênios
da música brasileira e, além disso, sempre me acolheu com muito amor, com muito carinho,
(06:42):
com muita atenção.
Ele é gigante.
Já o terceiro álbum foi abalado pela pandemia.
A produção começou antes dos lockdowns, mas acabou tendo que ser adaptada pra continuar
acontecendo nos novos contextos, com 80% das vozes sendo gravadas e editadas pelo próprio
(07:07):
Johnny Hooker
O disco, que chama "Orgia", é inspirado no livro homônimo de Túlio Carrella e o próprio
cantor diz que retrata a sua ida pra São Paulo.
No disco, Johnny interpreta um personagem, um garoto de programa, e ele mesmo num vídeo
resumão desses do TikTok, estrutura o disco em três atos.
(07:31):
Da seguinte forma, abre aspas:
"O disco abre com o poema que fala sobre reencontrar a vontade de viver, em meio à violência,
o caos, a morte, seguido de talvez a minha faixa favorita que eu já lancei, "Amante de
Aluguel"
O teatro dos vampiros, em "Nhac!", um momento de caça na pista de dança em "Nos braços de
(07:54):
um estranho", e a neblina do dia seguinte em "Só pra Ser Teu Homem", e, no segundo ato, um sonho
de fuga, para uma ilha paradisíaca, em "CUBA";
O desejo, em tempos de opressão, em "Maré", e finalmente o entardecer melancólico de "Nossa
Senhora das Encruzilhadas".
(08:15):
O terceiro ato vem com a ascensão da dama do apocalipse, com "Eu te desafio a me amar",
uma carta de desamor ao Brasil.
E uma última centelha de esperança em "Estandarte", uma espécie de samba enredo para o carnaval
dos mortos, um carnaval que não ouve, e eu canto (08:33):
"Pelo amanhã que ainda há de surgir,
o sol imenso vai anunciar, por nós que ainda estamos aqui, eu vou cantar""
Fecha aspas.
Eu acho que quando a gente compõe a música para a gente, o significado, ele é sempre diferente.
(08:57):
E quando você joga uma coisa no mundo, as pessoas, cada pessoa vai absorver a partir da
sua perspectiva, a partir da sua história.
É claro que ele tem um denominador incomum que é o fator da identificação, se você identifica
com aquela história que você está contando, mas se identifica a partir do ponto de vista
da ela. Então, é sempre diferente do que você quer dizer da imagem que você quer criar,
(09:21):
porque é sempre pessoal, sempre uma marca, uma impressão digital da vida de cada pessoa.
Agora entrando um pouco mais no show que ele vai fazer no Sarara, um show em homenagem
à Maria Mendonça, eu perguntei por que essa escolha?
Por que homenagear a Maria Mendonça?
(09:42):
Eu também falei que a música dele e a da Marília se encontram em diversos pontos, mas principalmente
na temática da Sofrência.
Perguntei para ele quais as semelhanças que ele enxerga entre as duas obras.
E como surgiu a ideia de fazer esse show?
Olha, eu acho que a minha música e a música da Marília se encontram num lugar da música popular,
(10:04):
da sofrência, da música da mesa de bar.
Além disso, somos dois leoninos.
Digo somos porque a Marília vive, Marília é a eterna, Marília já está eternizada na música
brasileira na história da nossa país.
E nós dois somos dois leoninos.
Então o drama, ele é sempre grandioso, cinematográfico.
(10:28):
Eu acho que, e alguém também apontou com outra curiosidade e legal que os nossos
discos de estresse saíram no mesmo ano em 2015.
Eu achei que foram muitas coincidências para nós negarmos
Saindo do terceiro álbum para esse show, o Johnny Hooker passou de um trabalho com tema
(10:49):
a influência de Recife para um trabalho de outra terra com forte raiz do Goiás.
Como foi?
Os bastidores de compôr, produzir, cantar pensando na sua terra natal e depois como foi
viajar por esses outros territórios?
Eu acho que Recife, goiás, já não...
(11:11):
Já não...
Essa coisa da...
Claro que Recife sempre vai ser um início para mim, né?
Mas eu já estou tanto tempo fora de Recife que eu já me sinto mais do mundo do que de Recife,
assim, sabe?
Então foi mais uma coisa de resgatar esse passeio pelo Brasil mesmo, né?
(11:33):
Porque a própria discografia de Marilia ela também não é só, Sertanejo
Ela também tem toques do brega, do Nordeste.
Ela também tem toques do Forró.
Ela também tem toques do...
Então é a música popular brasileira, eu acho.
Então foi um mergulho, não...
(11:55):
Nesse processo de misturar o que era mais minha raiz com mais...
as raizes de Marilia.
Então trazer um pouco também mais pro meu universo, né?
Todo que o show, ele é intercalado.
Música de Marilia e músicas minhas.
Ele é bem costuradinho assim.
Então foi uma...
Mais uma questão de aproximar os dois universos, assim, não tanto de pensar em Recife, mas
(12:19):
de pensar o Brasil como de uma maneira geral.
E aí eu fiquei curioso, como costuma ser o processo de composição e criação?
O que inspira a compô e criar?
Meu processo de composição e criação, ele geralmente ele costuma ser muito diverso, assim.
(12:39):
Não tem uma fórmula, não tem uma regra, uma quinta oirema pra ele acontecer, não.
Eu sou muito inspirado por cinema, literatura, artes plásticas, causos que acontecem, que
eu leio no jornal, que eu vejo na TV, histórias de amigos.
(13:02):
Eu acho que o mais importante sempre é, na verdade você manter sua antena bem ligada
pra o que o mundo tá...
O cinásio, o signo, o que o mundo tá limandando, né, pra...
Porque é dentro desses sinais, dentro desses signos que você encontra muitas vezes
(13:22):
da inspiração.
E depois de entrar no repertório da Marília?
Será que virão composições inspiradas no trabalho dela?
Olha, eu acho que pode ser bem que apareça aí, essa influência de Marília depois desse
show no meu trabalho.
Não sei não, eu tô sentindo que vão sair músicas... músicas inspiradas, nesse trabalho,
(13:44):
pro esse clube da Sofrência.
Vamos ver mais pra frente.
E pra terminar, o que a gente pode esperar desse show no Sarará?
O show do Sarará vai ser lindo, emocionante, tá lá no estádio, Belo Horizonte, é um da minha cidade
favorita de tocar no Brasil, o público é sempre muito amoroso, muito coloroso, muito investido
(14:05):
no show, presta muita tensão, se emociona.
Enfim, vai ser a emoção pura, ainda mais homenageando, o gênero da sua frente, que é o gênero
mais popular, mais amado do Brasil.
Vai ser lindo demais.
É isso, gente.
Por hora, vamos ficando por aqui.
Um abraço pra vocês.
(14:25):
Nos vemos no próximo episódio e no Sarará.
Eu estarei lá, se alguém quiser dividir uma cerveja comigo no show do Johnny Hooker.
Um abraço pra o Sarará, pela parceria e um beijo pro Johnny Rooker pela participação.
Um beijo, gente.
Muito obrigado pelo carinho e a gente se vê no Sarará no dia 26 de agosto.
(14:46):
Baleu demais, Johnny Hooker, por participar.
Deixe a episódio.
Esta foi uma parceria entre o fofocas e o festival Sarará.
Hoje eu contei as fofocas do Johnny Hooker.
Fiquem ligados aqui e nas redes do festival, @festivalsarara pra não perder
(15:06):
nenhum episódio.
O Festival Sarará acontece no dia 26 de agosto no minerão e os ingressos estão disponíveis
no site www.sympla.com/festivalsarara.
Este episódio tem produção de Malu Almeida e Flávia Ruas e edição de Fred Paco.
(15:28):
Um beijo, gente.
Qualquer coisa, me chama no Twitter, @celsohaddad que nem Fernando.
Até a próxima!
(15:49):
[música]