Episode Transcript
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(00:00):
Olá, nós somos o Lagum!
(00:05):
E a gente está aqui no Fofocas da MPB.
Olá, mundinho Fofocas daMPB.
ou como diria uma das músicas dos nossos convidados de hoje?
"Oi"
Pode entrar
Fica a vontade que chegou mais um episódio deste programa sobre os bastidores e curiosidades
da música popular brasileira.
(00:27):
Este é um episódio especial da série Fofocas com Sarará, que está em seu segundo
ano.
Esta é uma parceria entre o Fofocas da MPB e o Sarará, Festival de Música Brasileira
que acontece em Belo Horizonte.
Vamos conversar com convidados incríveis que fazem parte do line-up da edição de 2023
(00:48):
do Festival, que acontece no Minerão no dia 26 de Agosto.
Eu sou o Celso Haddad, publicitário e estudante de jornalismo e desde que este podcast veio
ao mundo, falador de MPB
Hoje, vamos conversar com o pessoal do Lagum, banda Minera que só vem crescendo desde
(01:09):
sua formação em 2014.
Desde lá, a banda lançou em 2016 seu primeiro álbum, "Seja o que eu quiser", o segundo
"Coisas da geração" em 2019 e o terceiro memória de onde eu nunca fui em 2021.
E o último foi recém lançado neste ano, em 2023, "Depois do fim".
(01:32):
Todas as músicas aqui citadas, se já sabem, estarão na ordem bonitinha na playlist
oficial do podcast Fofocas da MPB no Spotify.
E você também sabe que você pode vi puxar um papo comigo no Twitter, @celsohaddad
que nem Fernando.
Então, bora, passa um café e vem com a gente.
(01:56):
Fofofofocas, com o sarará, do sei que você gosta, chega mais, vou te contar.
Vamos lá, para você que não conhece, fazem parte da formação do Lagum Pedro Calais nos
vocais, Zani Fourtado e Jorge Borges nas guitarras e Francisco Jardim no baixo.
(02:23):
O nome da banda veio de Lagoon, Lagum em inglês, por causa de uma lagoa que servia de ponto
de encontro perto da casa em Brumadinho de Pedro Calais.
Para a Brasileira, o nome, em vez de escrever lagun com dois osm surgiu a grafia de lagun
com o um e m no final.
(02:46):
Todos reunidos, perguntei para a banda, como costuma ser o processo de criação deles e
o que os inspiram, acompou e criar.
O processo de composição é sempre diferente, porque a gente está sempre sujeito a diferentes
inspirações do nosso dia a dia.
(03:08):
Então, tem vez que vai vir uma ideia de sonoridade primeiro, tem vez que vai vir uma ideia
de letra, tem vez que vai vir uma ideia de melodia.
Então, o tempo inteiro sendo bombardeado por informações, barra inspirações e com isso,
também se iniciam de diferentes maneiras.
Na maioria delas, eu costumo começar as composições em casa, uma ideia de harmonia,
(03:33):
uma ideia de letra, e depois a gente se junta para terminar a composição, como somos
uma banda, e a gente costuma ultimamente fazer as composições muito já começando
uma pré-produção no computador, gravando e tal.
E acho que as inspirações, como eu falei, então, o tempo inteiro ainda nasce a cara, são
(03:55):
as suntos, são notícias, são pessoas, são relacionamentos, são ciclos de vida, enfim,
a gente está o tempo inteiro aí, sujeito a ser inspirado ainda bem.
E sobre as composições de criações, perguntei aquela pergunta clássica que costumam render
as falfocas musicales que a gente gosta.
(04:17):
Tem alguma história por trás de alguma composição ou criação curiosa que vocês gostariam
de compartilhar?
A história mais recente de composição é de Abitze, onde a gente estava morando juntos
em um sitio no interior de campinas.
(04:39):
A gente passava todos os dias em frente uma construção para chegar até o estúdio, da nossa
casa até o estúdio, tinha essa construção que tinha uma placa escrito "Injemeiro especialista
em Abitze", que é um documento, né?
Você tem que fazer aí para morar na casa.
E eu não fazia ideia do que era aquilo e a gente passava ali em frente aquele anúncio com
(05:05):
o telefone do engenheiro, mas a palavra Abitze me chamava atenção porque coincidentemente
era um momento em que eu estava passando na vida de querer me habitar mesmo, de querer saber
quem eu sou, de me entender, de respeitar as minhas vontade internas e coisas que estavam
(05:27):
me chamando atenção em um processo de amadurecimento assim como pessoa e como o bando também, a gente
estava todos nessa, tentando encontrar a nossa identidade.
E foi com a palavra Abitze que veio a inspiração para a música Abitze, que é uma das faixas
do nosso último álbum depois do fim.
(05:47):
E de todas essas histórias por trás das composições, tem algum caso em que vocês ficaram
sabendo que o significado da interpretação do público é muito diferente do significado
da inspiração original.
Uma interpretação errónea por parte dos fãs, eu vi foi nesse último final do semana que
(06:08):
a gente estava em fortaleza, um fã chegou para mostrar para a gente, montando a toagem que
ele fez de memórias engarrafadas, só que era uma garrafinha com uma memória dentro
e a ideia da parada é ser memórias engarrafadas num trânsito na dentro da cabeça da gente.
Então foi uma interpretação diferente, vale da mais foi a rada.
(06:30):
Eu não achei rado não porque eu sempre tive ela, eu sempre imaginei as memórias engarrafadas
e as engarrafas, eu acho que eles ficaram que fica perdido numa ilha e jogaram.
A mensagem de essa é essa garrafa e estou merrado não.
Não, não.
As duas estão certas.
(06:52):
Uma das músicas mais ouvidas do grupo é Deixa, com participação de Ana Gabriela, lançada
em 2018 e que ainda é das canções mais ouvidas nas plataformas, mesmo depois de tantos
anos.
Composição de Pedro Calais na época do lançamento saiu uma história de que a música havia
(07:13):
sido composta por ele no banheiro de sua casa.
E eu fiquei curioso.
Como foi esse processo de composição e qual história que inspirou essa música?
Acho que a maioria das canções foram compostas em banheiros, isso não é especial de Deixa,
(07:37):
mas eu lembro que essa música começou a partir de o violão desafinado.
Eu tenho um pouco conhecimento de violão e ali no início tinha menos ainda.
Eu gostava de tocar as cordas do violão e mexendo nas tarraxas até encontrar a sonoridade
(08:03):
até que eu encontrei o Do maior com o VII maior, né?
Isso aí.
Isso aí, né?
Mas assim, com as cordas soltas.
E aí que é o primeiro acorde de Deixa, ali.
Então, a partir desse momento que eu encontrei esse acorde, eu comecei a brincar com letras,
com melodias e tal, e dentro do banheiro surgiu a letra de Deixa.
(08:27):
E, bom, acho que ela vivia ali, né?
Ela diz que eu estava vivendo em um relacionamento naquela altura de ver o que é uns 20 anos, sei
lá, uns 21 anos, e era uma coisa mega...
Não vou dizer iludida porque era verdadeiro, mas era aquela coisa bem apaixonada de quem
(08:49):
tem 21 anos.
E acho que ela continua sendo a mais ouvido porque é uma canção muito forte que ela...
ela estourou todas as barreiras, assim, né?
Ela é muito, muito grande.
Às vezes a pessoa conhece, deixa e não conhece a banda.
E é o mesmo tempo que isso é muito foda, uma música ter alcançado esse lugar, isso prova
(09:14):
mais ainda que a música é foda e não qualquer estratégia de marketing, ou qualquer coisa
por trás disso, mas a mesma tempo é um desafio, né?
Que a gente fica sempre olhando quando será que a gente vai conseguir chegar nesse nível
de fazer uma outra música como essa e acho que é legal porque nos força olhar mais
para a música do que para qualquer outra questão que envolve a nossa carreira.
(09:39):
Outra música das mais conhecidas da banda é "Ninguém me ensinou", que tem um começo
catártico.
A vida é boa para caralho, nem sei o que eu estou chorando, tem 20 poucos anos e não vou
parar aqui.
Ela foi lançada em outubro de 2020, logo após a trágica e precoce partida de T. Wilson,
(10:01):
baterista da banda.
O clipe e a música foram lançados como uma homenagem postuma ao músico, e foi escolhida
porque era a música preferida do T. Wilson.
O clipe emocionou conta com amigos e familiares do músico e a música foi um sucesso, muito
(10:22):
além viralizou no TikTok.
Enfim, mas um detalhe da composição veio a tona recentemente porque a banda contou
no TikTok que havia a princípio um rife na introdução de "Ninguém me ensinou" que acabou
não sendo utilizado.
Mas que foi revisitado anos depois e hoje é o rife de abertura de "Depois do Fin",
(10:46):
canção que dá nome ao novo álbum da banda.
Como aconteceu essa transformação de uma música para outra?
E isso já aconteceu em alguma outra faixa?
Acho que você fez isso.
(11:12):
É o tempo que a gente estava numa época bem de tocar as novas músicas como banda mesmo.
Eu acho que foi um ensaio que a gente fez lá no estúdio do João Octóque.
Era uma época que a gente ensa ela.
E aí era uma fase, eu sinto que a gente estava chegando um novo lugar com banda e contio.
(11:38):
E foi uma fase muito boa, assim que eu sinto que era realmente o ápice de a gente chegando
como formação e tudo.
E aconteceu bem antes dessas músicas ser engravadas, que foi uma leva de "Ninguém me ensinou"
no estúdio do Inverno.
Essas músicas mesmo que o tio participou, e minhas para nós.
(12:01):
E era realmente uma fase que as ideias chegavam e a gente experimentar elas como banda
no estúdio, tocando.
E acabou que elas transmutaram, chegou uma ideia e foi para outra.
E eu lembro que ninguém me ensinou também.
A gente teve essa conversa com os produtores, os lados do Lôs brasileiros, que a gente ficou...
(12:25):
Será que é esse rife mesmo?
Como é que...
Putz, essa música surgiu de outro rife.
Será que eles coexistem?
Será que eles não coexistem?
Tem que que será que a gente faz?
E eu acho que são dilemas que a gente sempre vai passando, assim, diversas músicas.
Às vezes aproveita uma parte de uma, com outras vezes pega uma letra antiga.
Às vezes vai surgindo coisas combinando e desfazendo.
(12:48):
Então...
Famos a recipagem musical, né?
Exatamente, e a gente passa por esse processo todos os dias.
Depois do fim, é um álbum que se refere também, mas não apenas ao fim de relacionamentos
românticos.
Ao lançar o álbum, o primeiro gravado sem a participação do tio Wilson, o álbum
(13:09):
foi chamado pela banda como um álbum de "Curra".
Qual foi o processo de composição e produção desse projeto?
O processo de composição, ele tem sido bem parecido sempre.
Eu acho que...
O que mudou dessa vez é que a gente teve chances de compôr mais faixas juntos, né?
(13:32):
Mas muitas eu tinha começado sozinho e a gente foi terminando juntos.
E o processo de produção, que foi muito interessante porque a gente tinha feito muito tempo
de guia, sabe?
A gente levantou muitas músicas em um estúdio em Belo Horizonte, para depois a gente ir
finalizar no estúdio em campinas.
É um estúdio muito legal que tinha vários instrumentos que a gente tinha pouco contato,
(13:57):
tinha um piano de calda, tinha um mug, tinha várias guitarras e coisas para a gente testar.
Então, foi um processo muito rico pela quantidade de ferramentas que a gente podia utilizar
e a gente acordava e ia dormir produzindo durante dois meses, foi muito intenso.
(14:19):
Quando o álbum foi lançado, tinha uma faixa bloqueada nas plataformas.
Coisa boa.
E ela, apesar de fazer parte da trecliste, foi lançada depois do disco e tem uma tonalidade
um pouco diferente, mas positiva, corajosa, abre aspas, nem chego a ter medo do fim.
Fecha aspas.
(14:39):
No lançamento, ela foi descrita pela banda como abre aspas nosso prêmio e comemoração
depois da jornada.
Fecha aspas.
Por que lançar a faixa do álbum num segundo momento?
E o que significa escolher essa música, Coisa Boa, para abrir essa fase depois do fim?
(15:00):
Se eu ser mais adorado de coisa boa, então eu fico um bio de responder.
Daí.
Eu acho que Coisa Boa tanto no assunto quanto na vibe dela, era uma das músicas que
menos se comunicavam com tudo, do conceito do álbum.
Então, por ela ser uma música muito boa, a gente não queria deixar ela fora de todo o processo.
(15:23):
E aí, junto a fome com a vontade de comer.
Tipo, a gente lançou esse álbum com ela bloqueado para a gente poder contar bem essa história
do depois do fim, dessa emersão.
Depois a gente veio com Coisa Boa como você já disse, era uma pergunta, como uma celebração
mesmo de todo esse processo de colocar um ponto final nesse álbum, em questão de lançamento
(15:46):
e tal.
Era a única coisa que faltava ainda para a gente poder encerrar nesse ciclo.
Mas é isso, e é uma das minhas preferidas do álbum, então, da play pra nós.
A banda coleciona várias parcerias e dividem as composições com vários artistas, como
(16:08):
Aisa, que inclusive cantou com a banda, nos darará de 2019.
O Jean Lennon, em Sida, Marina Senna, Ana Vitoria, Martinalha, entre outros, são muitos
encontros na discografia do grupo.
Como é a criação com esses parceros?
Mas é engraçado que com cada artista funciona de uma maneira completamente diferente, tanto
(16:32):
o processo, quanto a interação, quanto as ideias.
Qual são as pessoas que fazem?
Ou Jussons.
Achei eles bem legais, achei que eles dão, eles são iguais, gente.
Se vocês contaram da Martinalha no hotel 3 da tarde, lá da Avenida Fonsepena, a gente
trocando o ideia com ela gravando o Clips.
Esse aí foi marcado, não.
(16:56):
Coisas que saam música proporcional, fofocas.
E por fim, o que podemos esperar do show nos harará?
A nossa tournete depois do fim ela já está bem consolidada do nosso show, a gente começou
ela com uma grande quantidade em sair, isso ficamos, acho que foi nosso tempo recorde
que a gente saiu com uma tournete.
(17:18):
E a gente fez um show muito forte, muito porrada com um tropetista mandando ver a o som
muito pesada a união da galera chegando numa massa sonora bem forte.
E para o sararar, eu acho que pode esperar um som, que ao mesmo tempo consegue deixar galera
relaxar, ao mesmo tempo fazer galera pular, ao mesmo tempo fazer galera pensar.
(17:42):
E é um mix de emoções muito fortes.
E acima de tudo a quebradeira da lagoon no palco.
Vamos sararar, vamos no quebrar tudo.
É isso gente, bora quebrar tudo no sararar.
O episódio vai ficando por aqui.
Um abraço para vocês, nos vemos no próximo episódio e no minerão dia 26.
(18:06):
Um abraço para o sararar pela parceria e um beijo para todo mundo do lagoon pela participação.
Obrigado amigos ou vinteis entrevistadores, todas as pessoas aqui presentes envolvidas nesse
podcast.
Nós somos o lagoon, foi um prazer gigantesco no dia 26 de agosto, estaremos no sararar.
(18:27):
A gente se vê, um beijo na testa.
Valeu demais pessoal, o prazer foi tudo nosso.
Essa foi uma parceria entre o fofocas e o festival sarará.
Hoje eu conversei com o Lagum e nos episódios anteriores conversei com Urias e o Johnny
Rooker.
Fiquem ligados aqui e nas redes do @festivalsarara pra mais novidades.
(18:50):
Festival Sarará acontece no dia 26 de agosto no minerão e os ingressos estão disponíveis
no site www.simpla.com/feshival sararar.
Este episódio tem produção de malu almeida e flávia ruas e edição de Fred Paco.
Valeu demais gente, um beijo pra vocês.
(19:13):
Qualquer coisa, me chama no Twitter @celsohaddad que nem o Fernando.
Até mais.
Fofofofofofocas com o sarará.
Eu sei que você gosta sempre bom de encontrar.
(19:33):
[música]