Episode Transcript
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(00:02):
Sinta o chamado. Começa agora a hora do sabado,
uma ciranda de vozes femininas que reverbera resistência e
criação, espaço de expressão, visibilidade e conexão com.
Mulheres arteiras e fazedoras. A única revista radiofônica,
colaborativa, feminista do Brasil, o som é ancestral, o eco
(00:26):
é nosso. Salve, salve, ouvintes da hora
do Sabá. Eu, Sara Mascarenhas, peço
licença para entrar na casa de vocês.
Mais uma semana trazendo da idade as mulheres arteiras e
fazedoras de todos os cantos. Está no ar mais uma edição dessa
revista colaborativa radiofônicafeita por mulheres para o mundo.
(00:48):
E hoje eu estou aqui muito bem acompanhada.
Como toda semana foi a melhor coisa que eu decidi para esse
ano. Pylaine bioni direto lá da
Patagônia chilena, passando um frio bem-vinda.
Salve, Sara, salve ouvinte, salve o frio também, né?
A gente tem que desfrutar dessasbelezas da natureza.
É um prazer caminhar contigo também aqui, mais uma vez, nesse
(01:09):
espaço de escuta ativa, né? E criativa.
E hoje a gente abre o microfone pra uma conversa especial, Sara,
sobre arte, negócio e transformação, é com a Anita
Carvalho. E a gente ainda tem mais, tem a
Vitória Pacheco com elas no espectro e a Virgínia Brasil
conhecendo a sons e elas estão trazendo aí discussões muito
(01:30):
interessantes. A Vitória está trazendo uma
mulher indígena que teve Oo diagnóstico tardio de de do
espectro autista. E a Virgínia Brasil está
discutindo aí as baladas de urnas.
Os mais velhos estão querendo fazer festa e estão querendo
fazer festa de dia. Então Bora lá.
(01:55):
Conheça. Agora.
Papo de arteira, um encontro de ideias, histórias e vivências.
É ouvintes. Eu e a Elaine estamos aqui para
uma entrevista muito gostosa. Eu estava ansiosa para botar
essas 2 mulheres uma na frente da outra assim, mesmo que seja
na tela. Para ter essa conversa sobre
(02:16):
música e economia criativa, né, Elaine, como é que está?
Esse coração aí estava tendo forte.
É 11 prazer conhecer e vê la aqui na tela.
Anitta Carvalho, uma pessoa que eu admiro muito, assim o
trabalho que ela tem feito e é legal quando a gente se
reencontra, mulheres que estão aí lutando com a mesma Bandeira,
a mesma camiseta de de luta de força, cada um aí com as suas
(02:36):
especificidades, mais que luta por um, por uma mudança comum.
Acho que eu estou muito feliz deestar aqui batendo esse papo com
a Anitta. Então a gente chama ela para
conversa. Já ela que é empresária,
trabalha com educação, doutoradoe também mobilizadora aí das
causas das mulheres na indústriada música. bem-vinda Anitta
(02:58):
Carvalho, a essa hora do sabar. Olá gente, todo mundo está
ouvindo Sara Elaine, olha que Alegria estar aqui com vocês é
muito obrigada pelo convite. Parabéns pelo projeto.
Cara que você toca aí há tanto tempo.
É nessa pegada de poxa, não só trazer informação, mas de
(03:18):
inspirar pessoas, né? Que acho que é muito da sua
motivação e sempre mulheres, queé mais incrível ainda.
Então tô a Maradona de estar aqui e Bora trocar.
Bora pra esse papo? Então Anitta aqui sempre começa
com uma pergunta base. Todo mundo que tem passado por
aqui já tem até percebido esse padrão, que é como é que seria o
(03:40):
encontro? Da.
Anita menina, com a Anita mulher, qual seria a troca que
essas 2 personas fariam? Ela estaria orgulhosa, ela
realizou os sonhos. Que que recado que a Anita
mulher também tem para falar de tranquilizar essa criança que
tinha tanto sonho? AI que pergunta, incrível.
Olha, é responder a primeira parte, né?
(04:02):
Como que a Anitta, menina jovem,veria a Anitta, hoje mulher, com
46 anos? Te digo com certeza que ela está
muito surpreendida, mas positivamente, porque de fato, a
minha vida ali nos 37, ela tomouum rumo, né?
11 mudança de direção que eu nãoesperava.
(04:25):
Mesmo assim, achava que eu já tinha chegado meio que ali, no
que a vida podia dar. E eu fui uma pessoa que foi
surpreendida pela Alegria, é, e isso teve a ver com vários
fatores, né? Inclusive com o meu começo de
trabalho com educação, foi quando eu fundei o meu disquinho
Academy, né, que é uma escola que em 6 anos de atuação já
(04:45):
formou +5000 alunos, sabe, nos nossos cursos, só no meu curso
que você tiver a honra de te ter, né?
Como aluna, tá na 23ª edição, então foram mais de 500 alunos
feedbacks muito bacana. Que é o que realmente me move,
sabe? Assim, eu eu tô nessa de curso,
educação, palestra, muito por entender que isso faz diferença,
(05:09):
por entender que isso é traz umacontribuição pra que as pessoas
consigam desenvolver seus trabalhos de forma mais
profissional e até mais satisfatória pra si próprias,
né? Então essa Anitta estaria muito
surpresa, mas também muito felize acho que orgulhosa, né?
Eu comecei a faculdade só de 33,me casei muito cedo, né?
(05:33):
Me casei com 18, com 20, eu tinha um filho, com 25 eu tinha
3, é, e enfim, eu já. Quando eu me casei, eu fazia
produção cultural na UP, fui da segunda turma de produção
cultural na UP, mas como logo engravidei, deixei o curso de
lado. Uns anos depois, quando eu tive
o terceiro filho, eu decidi fazer psicologia.
(05:56):
Me desculpa, a medicina foi minha preve passada por fora da
música e eu fiz um ano de pré vestibular.
Eu passei pra medicina, mas passei em primeiro lugar pra
psicologia e resolvi cursar. Fiquei um ano fazendo
psicologia, amava, enfim, gostava muito meu ser.
Era 10, só pra ter uma ideia. É, mas nesse ano foi o ano que o
(06:17):
Afonso começou a trabalhar com aBeth Carvalho.
O Afonso é meu marido, meu sóciona música e mídia produções, que
é uma produtora que existe desde2001, né?
Especializada em gestão de carreiras artísticas.
E a gente, que até então tinha trabalhado com artistas
independentes, começa a trabalhar com uma medalhona como
a Beth Carvalho. E isso exigiu, né?
(06:38):
Naquele momento que eu me voltasse mais pro escritório,
que era uma coisa que eu trabalhava de uma forma mais
paralela. E eu é, é, não tive vontade de
voltar pra psicologia, mas tive vontade de me aperfeiçoar mais
no que eu fazia. E aí eu tentei fazer comunicação
na faixa por 1 ano também não meadaptei.
(06:59):
E nessa altura assim, já tava bem desacreditada, sabe?
De que eu não era pra mim que não IA dar.
E um dia, num desses insights assim, eu falei, cara, eu vou
tentar de novo. E entrei na faculdade de
administração da SPM, que eu super me identifiquei, que era
um curso voltado pra gestão do entretenimento e marketing, né?
(07:23):
Então eu tive muito conteúdo quefazia muito sentido pra mim e eu
pude provar a premissa que eu tinha, porque claro, porque que
eu queria estudar. Eu.
Bom, eu sempre fui estudiosa, cabeçuda, eu sempre gostei, né?
Mas eu pensava assim, cara. É eu.
Eu tinha os desafios de gestão, né?
Imagina de uma produtora, enfim,cuidando de gravações, DVDs,
(07:45):
contratos, gravadoras, shows, equipe, banda, cenário,
contabilidade, direito trabalhista e etcétera etcétera
etcétera, que envolve a gestão de uma carreira.
E eu tinha que organizar aquelasaqueles setores, aqueles
processos, aquelas funções. E eu vi aqui eu fazia as coisas
(08:05):
assim, tipo, batendo cabeça, porque eu não tinha uma
referência de como fazer aquilo da melhor forma.
E eu tinha certeza que alguém játinha pensado naquilo, sabe?
Que eu podia me valer da teoria e da experiência de alguém nessa
área. Ao mesmo tempo, é, e eu acho que
(08:26):
isso é uma das razões pela faltade profissionalização do
mercado. Tá como?
Em geral, é uma atividade assim,de alguma maneira bastante
rentável. O gestor não vê tanto a
necessidade de um planejamento, de uma estrutura mais organizada
e tudo mais, porque as coisas vão acontecendo, vai fluindo,
vai tudo rolando. E eu pensava assim, cara, se é
(08:49):
dessa forma, né? Assim, mais solta e mais
intuitiva, as coisas funcionam etrazem todo esse resultado
bacana. Será que se a gente não pegar
ferramentas de gestão tradicional, que é Coca-Cola,
Tim, sei lá quem usam, será que isso não vai trazer benefício
(09:09):
também para o negócio criativo? Então eu comecei a aplicar tudo
que eu aprendia na faculdade. Na minha empresa, na music,
mídia e fiz o meu TCC. Minha primeira pesquisa sobre
empresariamento artístico foi uma pesquisa que eu comecei do
zero porque não tinha referênciaao teórico nenhum.
É se eu procurasse empresário artístico ou empresariamento
(09:32):
artístico no Cielo, Google, acadêmicos, nada.
Não tinha um documento com essa palavra escave.
Então assim, foi tipo um Mato. E porque que eu decidi estudar o
empresário artístico, né? E fazer esse meu TCC?
Porque essa era a nossa atividade profissional, minha e
do meu marido, e eu percebia o quanto essa atividade era
(09:54):
fundamental para uma carreira correr bem e, ao mesmo tempo, o
quanto essa atividade era invisibilizada.
E, em muitos casos, até tratada de uma forma secundária ou
pejorativa, né? É não à toa, quando a gente vai
ver os filmes, aí o Queen, o Elvis Presley, o Elton John, em
(10:17):
todos eles, o vilão sempre é o empresário.
Então o empresário muito visto como aquele cara que pensa no
dinheiro, que é ganancioso, que não quer saber do artista.
E eu sabia que na prática era algo muito diferente disso.
Ao mesmo tempo, nós também éramos muito procurados por
artistas que queriam. É um trabalho profissional, de
(10:38):
desenvolvimento de carreira, e agente não tinha como pegar, não
só porque é. A gente sempre teve 3 artistas
no escritório, pelo menos assim,de menor ou maior porte, mas
porque também muitas dessas carreiras eram carreiras muito
independentes. Que exigiria muito tempo e
exigiria muito tempo e esforço ededicação para ter algum
(10:59):
resultado. E quando essas?
Quando a gente sinalizava poxa, não dava periri, pombola, a
pessoa, geralmente do outro lado, perguntava, é, poxa, mas
você me indica alguém? E o Afonso, por sua vez, sempre
dizia assim, cara, não dá para indicar marido, né?
Isso aí você tem que achar. E eu sempre pensava, cara, não é
(11:21):
possível que a gente não tenha como ensinar.
É minimamente pessoas sobre essaatividade, para que elas venham
a preencher essa lacuna do mercado.
Na minha última pesquisa, né? A quarta que eu realizo desde
essa do TCC é, eu identifiquei que só 4% dos artistas, dos mais
(11:41):
de 200 que participaram da pesquisa, tem um empresário.
Esse número é ridículo. É muito ridículo e ao mesmo
tempo, dado da mesma pesquisa, oartista que tem um empresário.
Olha que curioso, ele é 23% maissatisfeito com a própria
carreira do que o artista que não tem, além de fazer mais show
(12:05):
e de ter mais faturamento. Então, assim é, eu fiz um
terceiro ser bizarro de mais de 380 páginas.
É com 21, coisa louca, enfim. E depois emendei no mestrado.
E no mestrado. Eu consegui fazer essa pesquisa
e agora estou fazendo meu doutorado em que eu estou
(12:26):
trabalhando uma outra ponta. Enquanto na parte de
empresariamento eu olhei muito para o lado da gestão, agora eu
estou olhando para a parte do consumo.
E da rentabilização, porque também como consultora em
planejamento estratégico para artistas, né?
É através do método que eu desenvolvi lá no meu mestrado e
(12:47):
que eu já apliquei mais de 200 consultorias.
Isso me familiarizou bastante com as dores do artista
especial, do artista independente.
E uma das principais dificuldades, com certeza, é a
rentabilização. Então, na minha perspectiva,
como que a gente rentabiliza, né?
Tendo consumidores para o seu? Produto, quem é o consumidor do
(13:09):
produto música ou do serviço música?
Já que a gente não compra mais, agora a gente aluga, é o fã.
Então o meu doutorado está sendodirecionado para estudar essa
figura, o papel dela, inclusive,como é tu ter formas de
monetizar melhor essa relação? Então falei para caramba para
dar a resposta, né? É e tinha a segunda parte, que é
(13:33):
como que a menina de hoje falaria para menina de
antigamente e ela falaria assim,cara um, a vida é boa. 2 é
confie que amar o próximo é a principal coisa, e 3 é, mudanças
(13:54):
são boas, vão acontecer e são para melhor.
É então assim, eu me sinto muitofeliz, na verdade, com as
escolhas que eu fiz, sabe? Lá atrás é e você falou em
maternidade, né? Tô num momento super especial da
minha, porque meus filhos são adultos já, né?
(14:14):
O caçula tem 20, tá morando no Japão, vivendo a vida dele, os
desafios dele, correndo atrás dos sonhos.
O do meio formado jornalista, como vocês, só que a área dele é
esporte. Ele já tem um boletim na rádio,
também cobre o Botafogo para um canal independente.
O mais velho tá pilodando aviões, né?
(14:36):
É, enfim, mudou aí. Primeiro fez a administração, já
fui trabalhar com a gente como produtor, turmenger.
Mas se reencontrou com seu sonhode adolescente e se formou.
Piloto de avião, né? Hoje ele já é um piloto privado
e continua lá estudando. Então eu tô num momento assim de
não só tá colhendo muitas coisasbacanas, profissionais e até em
(15:00):
termos de reconhecimento, tá, Sara, que é uma coisa
interessante. Assim é, eu trabalho com Afonso.
Desde 2001, né? Tive esse breve período que eu
fiz psicologia, mas eu sempre tive lá perto.
E, no entanto, assim, acho que durante 20 anos eu fui meio que
a mulher dele, sabe? Eu não era reconhecida como uma
(15:21):
profissional que tava ali junto muito, porque minha área já era
meio de gestão, já não Era Eu, não era o comercial, como ele
era a frente das negociações e das pessoas.
Mas eu percebi que é verdade aquele aquela aquele dado, né,
que diz que a mulher precisa de mais estudo para ter o mesmo
reconhecimento, né? Eu senti que só quando eu fiz o
(15:44):
mestrado e comecei a aparecer nessa parte de educação é que eu
fui reconhecida como uma empresária artística, assim como
ele já era, né? Então é, eu diria isso para essa
menina e estou muito feliz com esse momento de estar com os
filhos. É vivendo, né?
Suas vidas. Sério, síndrome de vinho vazio.
(16:06):
Tô amando. Tô cantando assim.
É uma. História muito inspiradora.
Anitta é a gente como audiência,escutando aqui o programa hora
do Sabá, escutar essa história, ver o quanto você tá feliz.
Depois de tanto tanto tempo de trabalho, de novas perspectivas
(16:27):
de eu creio que várias Anitta surgiram esse.
E se reconfiguraram ao longo do tempo.
Desses 20 anos também de trabalho, de estudo, é na
maternidade ter criado 3 filhos,que agora são 3 cidadãos que
estão aí, cada um vivendo tambéma sua Liberdade.
Eu acho que AAA mulher que está escutando essa entrevista aqui
(16:47):
já está anotando no caderninho. Eu também tenho que chegar lá no
futuro e me sentir tão, tão orgulhosa de de todo o caminho
que que vai ter por vir, né? AA essa pessoa eu felicito muito
você por. Por esse sorriso de Felicidade,
de dever cumprido durante tanto tempo assim que você batalhou.
(17:08):
Começa agora elas no espectro uma coluna por Vitória Pacheco,
hora do Sabá, anos 7, temporada 10, a única revista feminista
colaborativa pelas ondas do rádio.
Oi, gente, eu sou a Vitória Pacheco, psicóloga, analista do
comportamento. E você está ouvindo?
(17:29):
Ou elas no espectro? Esse é um espaço de fala para
mulheres autistas compartilharemsuas histórias, seus desafios e
conquistas com acolhimento, escuta e também muita informação
de qualidade. No episódio de hoje o amor está
no lar, em celebração ao mês dosnamorados, a gente vai falar
sobre um tipo de amor que quase nunca aparece nas novelas, nas
(17:50):
pesquisas ou nos filmes, o amor.Amor afroatípico o amor entre
pessoas que são racializadas, neuro divergentes e que muitas
vezes foram ensinadas a acreditar que não seriam amadas
exatamente como são. Para começar, vamos de contexto,
de acordo com o censo. Do IBG.
E de 2022, o Brasil tem mais de 2400000 pessoas com diagnóstico
(18:13):
de autismo. Isso dá cerca de 1,2% da
população. E esses dados são inéditos, tá?
É a primeira vez que OIBGE adiciona na sua pesquisa.
Usa o índice de diagnóstico de autismo no Brasil e mesmo com
essa quantidade de gente, ainda falta muita pesquisa e
visibilidade quando a gente falade adultos autistas e mais ainda
quando falamos de amor entre pessoas neurodivergentes.
(18:36):
Agora escuta só esses dados aqui.
O autismo aparece em 1,9% da população indígena no Brasil, em
1,3% da população branca e em cerca de 1,1% das pessoas pretas
e pardas. Isso parece bem pouco, né?
Quando a gente vai conhecer? Aí, na proporção de pessoas
pretas e pardas no Brasil. Mas o problema mesmo é que a
(18:57):
diferença nos números tem muito mais a ver com a desigualdade de
acesso a diagnóstico do que com a existência real de autistas
racializados. O racismo estrutural atravessa
tudo, até o direito de saber quem a gente é.
Infelizmente, eu não encontrei dados específicos disponíveis
sobre a porcentagem de casais neurodivergentes, tanto no
Brasil quanto no mundo. Eu vejo que a ausência dessas
(19:18):
estatísticas reflete a invisibilidade dessas
experiências nas. As pesquisas populacionais?
No episódio de hoje você vai ouvir a história da Gabriela
Pereira dos Santos, ela que é uma mulher afro indígena, preta
retinta, com diagnóstico de autismo, ETDH.
Ela que é casada com Moisés, quetambém é um homem preto e também
é autista. ETDHA Gabi nos conta com muito
(19:39):
afeto. Como é viver um amor construído
na parceria, na empatia, no respeito e no carinho.
Vamos escutar? Olá pessoal, tudo bem?
Aqui é a Gabi Pereira. Eu sou uma mulher preta retinta,
eu tenho cabelo. Dos curdos é eles ondulados até
acima do ombro, e sou casada comMoisés Santos e juntos temos um
(20:02):
filho, um. Venha me Luiz.
Eu gostaria de agradecer a Vitória pelo convite para
participar do anos no espectro do hora do Sabá e vim aqui
contar um pouquinho para vocês sobre a minha trajetória como
uma mulher afroendígena e atípica, casada com um homem
preto e juntos temos um cremezinho.
(20:24):
Venha me Luiz com deficiências músculas 3 sumida 21, a suldez
congênita e a síndrome de down. Tanto eu quanto Moisés nós temos
é, nós somos autistas, quanto DHE.
Quero contar um pouquinho, né? Desse amor afro típico, né?
De como é ser um casal afro típico.
Eu e Moisés e nós nos conhecemosem 2011, no estado do Amapá,
(20:49):
aonde eu sou do texto, sou natural, e aonde ele veio do
Pará e cresceu ali, né? Na sua.
Metade da sua infância até a suaJuventude e ficamos durante 3
anos até que resolvemos. Vim para o estado de São Paulo.
(21:09):
Eu acabei descobrindo que estavagrávida do nosso fim.
Até então não tinha o diagnóstico e nós falávamos
muito a respeito, né? Do amor afro, centrado, de
pessoas negras, né? Pra gente, tudo sempre foi uma
construção diária, tanto para mim como uma mulher preta, para
ele, como homem preto, nós. Sempre nos desconstruindo e
(21:33):
construindo, aprendendo junto, nos formando, né?
Como casal, como pessoa. Mas aí sempre foi muito ligada
ao rap. Eu nasci em um lacristão, então
não tinha muita vivência com cultura afro.
E foi através, né, de conhecer oMoisés que eu fui me me
desconstruindo, indo atrás da minha ancestralidade.
(21:56):
É sempre via muita questão de ser uma mulher negra.
Descendente de povos originárioscomo algo pejorativo e ruim, até
pelo racismo em bullying que sofri muito durante AA infância
toda. Mas após me relacionar com o
Moisés, a gente foi aprendendo junto como tudo que vem
acontecendo na nossa vida até hoje.
(22:17):
Nós aprendemos junto tanto a questão da sexualidade quanto a
questão de sermos pai e mãe afro, típicos e também fechar o
nosso diagnóstico. Eu dei início ao fechamento do
meu diagnóstico para conseguir OTDHE, acabei fechando também um
Terra nível suporte um e o Moisés foi para também ver a
(22:40):
questão né, do Terra, e ele fechou primeiro OTDHE, depois Oo
Terra. E nisso pra gente o diagnóstico
foi vida, foi uma porta, foi umaponte, né?
Pra que melhorasse a nossa relação.
Foi muito libertador. A gente podesse entender em
muitos aspectos, porque nós tinha.
Mas algumas divergências e acabávamos tendo algumas brigas
(23:03):
devido a rigidez cognitiva e às vezes não conseguia se comunicar
com o outro. Mas ao mesmo tempo a gente
entendendo que a gente se amava e que somos só mais um amor da
vida um pro outro, né? É, eu sei que parece muito
clichê para as pessoas. Muitas pessoas não acreditam no
amor ou ou que. Possam existir casais que se
(23:26):
amam, que se respeitam, mas eu eMoisés somos esse tipo de casal
e a gente sempre lutou, né? Para que o nosso relacionamento
desse certo e vem dando certo, né?
Há 13 anos. Vamos fazer 14 anos no final do
ano agora, mas após o diagnóstico isso melhorou muito.
Meu diagnóstico já faz 4 anos e também após o nosso filho
nascer, né? A gente ao invés de se afastar
(23:49):
como a grande maioria dos casaisse afastam após o nascimento do
filho, nas fica mais Unidos, mais juntos.
Né? E isso fez com que o nosso amor
se fortalecesse ainda mais, apesar de todas as dificuldades
que a gente enfrentou durante os10 anos de vida do nosso filho,
né? Vulnerabilidade social,
desemprego, falta de recurso, política pública.
(24:10):
Mas isso nunca foi motivo para que a gente não nos fortalecesse
como ser humano e como casal. E após o fechamento do nosso
diagnóstico, também foi um divisor de águas.
Hoje a gente consegue entender melhor o outro.
Conseguiu. O que é mais dar suporte um para
o outro e denominal o que estão me sentindo, né?
O que é uma crise, o que é um apagão, o que é uma residência
(24:34):
cognitiva? Ele começou a lidar melhor,
principalmente no meu período menstrual, aonde eu fico muito
desregulada muitas crises de TPS, que é o transtorno do
processamento sensorial. Eu também comecei a entender um
pouco a forma dele de ser mais introspetivo e a gente se
respeitar até dentro da nossa própria casa, né?
Quando um. Precisa ficar um pouco mais
(24:55):
quietinho, sem muita socialização um com o outro, e
entender que não é falta de afeto, de amor, mas sim apenas
que estamos precisando daquele tempo para a gente se regular e
poder, né? Voltar a ter contato um com o
outro. Isso melhorou também a questão
do nosso aspeto na hora do ano. Ato sexual também.
A nossa sexualidade melhorou porque começamos a entender
(25:18):
melhor como que funciona o corpode pessoas atípicas, né?
Pessoas afro, atípica que é totalmente.
Diferente de alguém que não é autista, nós temos
hipersensibilidade e isso muitasdas vezes afeta muito na hora da
do ato sexual. E ter esse diagnóstico nos
ajudou. E hoje nós temos formas e
(25:40):
maneiras, né? De nos amar, de nos amar, de de
fazer amor. E seguimos juntos essa jornada.
E eu sou uma mulher completamente amada e.
E apaixonada pelo meu marido. Todos os dias a gente se
complementa, nós vemos como companheiros para além de marido
(26:00):
e mulher ou esposa e esposo. E nosso relacionamento é
horizontal, não existe ninguém que esteja acima um do outro.
E se estamos sempre um ao lado do outro e exercendo a nossa
nossa maternidade, paternidade afetípica e seguindo essa
jornada, né? De fortalecer.
(26:22):
E a cada ano, né? O nosso amor.
Ser um casal afro típico é um ato político, um ato de
resistência e de referência paramuitas outras pessoas que estão
buscando, né? Sair dessa solidão muito das
vezes. Sabemos que pessoas negras e
principalmente quando são autistas, vivem uma solidão e
(26:43):
não conseguem ser compreendida. Eu e Moisés acabamos nos
encontrando depois de muitas dificuldades de desafetos e
manter relacionamento por sermosaqui.
Mas depois que nos encontramos percebemos, né?
Principalmente após o diagnóstico, porque que tudo se
encaixou e tudo deu certo. E hoje estamos aí como uma
família linda, incrível e nos amando resistindo.
(27:07):
E vivendo o nosso amor fratídicogratidão por essa oportunidade é
de poder estar compartilhando umpouco da nossa vivência, né?
De afeto, de carinho, de resistência e de muita luta.
Nossa, que história potente e emocionante a gente teve a honra
de ouvir aqui agora, né mesmo? A jornada da Gabi do Moisés é um
(27:28):
testemunho vivo da força, do amor, da resiliência e da beleza
que reside na construção diária de um relacionamento
afrocentral. E atípico.
Ouvir a Gabi contar com tanta generosidade sobre os desafios,
as descobertas, a importância dodiagnóstico e acima de tudo
sobre o afeto que une os 2 e fortalece diante das
(27:49):
adversidades, é verdadeiramente inspirador.
Gabi querida e Moisés muito obrigada por dividirem com a
gente a história de vocês, a trajetória do seu amor afro
atípico. Essa união que é também um ato
político de resistência e referência, certamente vai tocar
muitas vidas e vai inspirar também outra.
As pessoas acreditarem na força do afeto, do companheirismo e da
(28:11):
construção conjunta, mesmo diante das maiores dificuldades.
Vocês nos mostram que o amor, quando cultivado com respeito e
compreensão mútua, floresce e sefortalece, especialmente quando
a gente abraça nossas identidades como as suas
neurodivergências, que trouxeramainda mais entendimento e
conexão para a relação. Muito obrigada, mesmo bom, e
assim, com o coração muito aquecido por essa partilha até
(28:32):
uma afetuosa. A gente chega ao final de mais
um episódio de elas no espectro e eu agradeço e me.
Somente a cada um de vocês que esteve aqui com a gente,
ouvindo, se emocionando e aprendendo junto.
A presença de cada um aqui tornaesse espaço ainda mais especial.
Bom, se você gostou do episódio,compartilha, comenta.
Manda para alguém que precisa ouvir isso hoje e se tiver
sugestões de temas ou convidadas, me manda uma DM lá
(28:54):
no Instagram, arroba PSI. Ponto Vitória Pacheco.
Eu adoro receber ideias de vocês.
Um abraço bem apertado em cada um que nos acompanha e até o
próximo. Encontro hora do Sabá anos 7,
temporada 10, a única revista feminista colaborativa pelas
ondas do rádio. Tudo o que?
(29:49):
Você fez sai da boca de uma grande mulher.
Eu hoje represento o segredo enrolado no papel.
Não. Tinha medo, ela também foi
(30:11):
prescendo. Eu hoje?
Represento uma. Eu recebo no metrô, eu
(31:28):
represento a cigarro. Não sei de ninguém que vendeu
(34:12):
por 2 camelos pra você em um negócio arrumado no meio da rua.
Nem cartório algum reconheceu umdocumento que explicita em papel
que legalmente eu sou sua. Quando eu disse sim aquela hora
eu disse sim, aquela hora eu nãodisse sim por toda eternidade.
(34:34):
Eu não sei se você tá por fora, mas eu não tenho registro.
Com. Vivendo é feito uma propriedade
pessoal, não me leve a mal. Mas você não me tem, eu não sou
um. Chapéu.
(34:55):
No armário de alguém não vale 1 BRL também não vale.
Eu sou problema meu. Eu nasci pessoa, gente, eu não
(35:15):
nasci coisa, não sou brinde de criança nem presente de Natal.
Não me espere aí, nesse instante, nem agora, nem por 3 ×
100 juros, nem no seu cheque especial.
Não me leve a mal, mas você não me tem.
(35:38):
Eu não sou um chapéu no armário de alguém.
Não vale 1 BRL também não. Eu sou problema meu.
(36:36):
Mas você? Não me tem.
Eu não sou de um chapéu no armário de alguém.
Não vale 1 BRL. Eu sou problema meu.
(37:00):
Eu sou problema meu. De todo amor que eu tenho,
(37:21):
metade foi tudo que me deu. Salvando minha alma da vida,
sorrindo e fazendo meu eu se queres partir, ir embora, me
(37:46):
olha da onde estiver que eu vou te mostrar que eu tô pronta.
Madura do pé, salve, salve essa nega que acha ela tem, te
(38:15):
carrego no colo e te dou minha mão.
Minha vida depende só do teu Encanto.
Se ela pode ir tranquila, teu rebanho está pronto,
(38:40):
teu olho que brilha e não para tuas mãos de fazer tudo ir até.
A vida te chamo de minha neguinha, te encontro na fé.
(39:05):
Me mostro um caminho agora, um jeito de estar sem você.
O apego não quer? Ir embora, diacho ele tem que
querer, ó meu pai do céu, limpe tudo.
(39:38):
Aí vai chegar a rainha precisando dormir.
Quando ela chega, tu me passa umfavor de um bando à ela que ela
me pede aonde eu for o fardo pesado que leva.
(40:10):
Desagua na força que tens teu lado é no Reino Divino,
limpinho, cheirando, Alecrim. Que escuta emocionante.
(40:36):
Vitória Pacheco nos levou por umcaminho de afeto, respeito e
parceria no aspecto autista. Um relato delicado da Gabriela
Pereira que ecoa em todas nós. E que trio de peso, Hein?
Escutamos luz del fuego com RitaLee eu sou um problema meu, da
Clarice Falcão, e daí a Maria gadu trazendo a música dona
(40:58):
cila. Só vozes que atravessam em
muitos lugares, né Elaine? E a Anita Carvalho falou pra
gente sobre a criação da music Rio Academy, uma escola de
formação pra carreira artística,o papel da educação musical e o
fortalecimento da rede entre mulheres.
E Sara? Ela também chamou atenção pra
responsabilidade coletiva que temos na construção de uma
(41:21):
indústria mais justa, inclusiva e humana.
Mas é aquela coisa, né, Elaine? A gente sabe que o tempo é um
conceito que tem limite e em algum momento ele acaba por
isso. A Entrevista com Anitta Carvalho
vai continuar semana que vem. Poxa, então a conversa foi tão
boa que não cabe em uma só edição de 60 minutos.
Afinal de contas, essa revista colaborativa sempre traz outras
(41:44):
vozes, Sara? E vamos chamar a coluna
encenações da Virgínia Brasil. Boa Elaine.
Na sequência, a gente já engancha um bloco musical, então
se liga aí, galera, não desliga da gente, não fica com a gente,
que vai estar muito bom esse programa.
Começa agora em cena sons, uma coluna por Virgínia Brasil.
(42:06):
DJ vibra. Olá minha gente.
Como vocês estão? Se estiver bem, maravilha.
Se não. Receba meu desejo sincero de
acolhimento. Força.
E clareza. Hoje quero convidar vocês a
imaginar comigo um jeito diferente de viver a festa num
(42:26):
outro ritmo, numa outra luz. Imagina dançar sob o Sol da
manhã? Cercada de gente diversa, rindo,
trocando energia boa, comendo bem, ouvindo música boa e
voltando para casa a tempo de ter uma ótima noite de sono e
aproveitar bem o dia seguinte. Hoje aqui no encenações a gente
(42:50):
vai falar sobre uma tendência que já virou realidade em várias
partes do mundo, a balada de urna.
Um jeito mais saudável, inclusivo e potente.
De celebrar que pode mudar completamente a forma como
entendemos o lazer, a cultura e a convivência.
Pesquisas não deixam dúvida, só no Reino Unido, houve um aumento
(43:15):
de cerca de 800% na busca por festas de urnas em 2023.
No Brasil, as matinês culturais e eventos em parques estão
ganhando espaço também. E isso não é só uma modinha, é
uma resposta resposta a exaustãocoletiva, a insegurança urbana e
(43:37):
a sobrecarga emocional que a gente vem enfrentando.
A geração z, por exemplo, já demonstra um menor interesse no
consumo de álcool e maior conexão com práticas de
bem-estar. Os festivais e eventos vem se
moldando a esse novo perfil. E com isso, nasce um novo
(43:58):
mercado. Mas não é só sobre tendência, é
sobre mudança de paradigma. Nas baladas de urnas, a música
continua sendo o coração pulsante, mas o papel do DJ se
amplia. É mais do que segurar uma pista,
é criar experiências multicensoriais e
(44:20):
intergeracionais DJ estocam sob a luz do dia.
Gente de todas as idades dançam bebês cochilam em Sling enquanto
seus pais se divertem. Jovens sem medo de voltar para
casa, velhos amigos se reencontram.
É a música como fio condutor do bem-estar coletivo.
(44:41):
É a pista de dança como espaço de cuidado.
E para nós, profissionais da música, isso amplia horizontes
de atuação, repertório. Horários e possibilidades de
trabalho. Pense num café, num pão de
fermentação natural, frutas secas.
Tudo isso embalado por uma curadoria musical incrível.
(45:03):
Uma pista com drink sem álcool, cardápios afetivos e cheiros que
despertam lembranças de infância.
Uma das características da balada diurna é proporcionar a
vivência sensorial completa. E mais.
Movimentar pequenos empreendimentos, ativar o
convívio entre moradores de bairros, fomentar o turismo
(45:26):
local, criar novas oportunidadesde parcerias entre música,
gastronomia, feiras criativas é também um novo diálogo dos
profissionais da música com as políticas públicas de lazer.
E se a gente pensar o lazer comoum direito básico?
(45:47):
Para as mulheres, a balada de urna é uma chance de viver o
prazer com segurança, de poder levar seus filhos.
De poder levar seus filhos é dançar e voltar cedo para casa.
Respirar sem medo é cuidar de sie sem sacrificar o outro.
Para pessoas neuro divergentes pode ser o formato ideal, sem
(46:08):
estímulos exagerados, luz natural, menos ruídos, mais
espaço. Para corpos cansados, é Descanso
em forma de celebração. Para as cidades, é uma chance de
se reconfigurar em torno do afeto, da convivência do comum.
A balada de urna é mais do que um evento.
(46:30):
É uma forma de dizer, a gente quer viver bem juntas e juntas.
E isso pode e deve ser em festa aqui no Recife, de onde grava
esse episódio. A gente ainda não vê essa cena
acontecer com a força que merece, mas está vindo, está
borbulhando. E eu estou aqui plantando essa
(46:52):
ideia e me posicionando como umapioneira que se debruça nessa
ideia. Estou testando, pesquisando,
criando. Quero ver pistas de dia, com
criança no colo, EDJ no comando,com comida boa, gente diversa e
música que abraça. Se você também quer isso, vem
comigo. Me segue nas redes.
(47:13):
Vamos trocar ideia? Apoia, participa.
No próximo episódio, eu vou conversar com a artista Ana Lira
sobre arte sonora no campo das artes visuais.
Vai ser imperdível. Hora do Sabá, ano 7, temporada
10, a única revista feminista colaborativa pelas ondas do
rádio. Ela queria usar sapatos, dançar
(48:11):
de Salto alto, beijar a boca de um homem a embrenhar, se no mar
queria perder as escamas e rasgar as barbatanas até que
pernas humanas nos saíssem da carne a poder conhecer o doce, o
amar que e o ácido. Ali tudo era Salgado, o azulado
e aquático convertir o aquário, deixar de Veres o Atlântico e
rogava por a chuva aos marinheiros com seu cântico.
(48:33):
Mas se o cant era grito que não suportavam e só Ulisses viveram
depois de ter escutado o seu. Era um feitiço como o fado, que
levava navios perdidos para o outro lado.
(48:55):
A sua voz era livre como ela nãoera, como sempre quisera que o
seu corpo fosse. E por cantar o sonho e a sua,
quem era? Era para as Almas como um
cúmplice forte, como um coice, como uma foice, passava gelada
ao silêncio fundo da noite, enquanto a sua melodia, como a
merecia, envolvia. E para vir à lanchura da sua
(49:18):
corte, chega a maré vazia para lavar em Água Fria a sua
melancolia e o seu medo da morte, não é?
Aquele lágrima é da mesma água salgada, gritava entre o mar e a
Estrela da madrugada. Uma tristeza, uma tristeza.
(49:42):
Sereia louca que vai tentar deixar o mar com a coragem de
quem sai do seu habitat. Sereia louca.
Que. Vai gritar, chorar para mim, ir
esbracejar, tentar até conseguir.
Sereia louca que vai sentir a falta do mar sentir a falta de
ar que é neste lugar sempre que digam que é louca é melhor muda
que rouca eu fico nu que é roupaaperto ao respirar e grito ainda
(50:06):
mais alto neste Paco suspenso que pior do que o meu canto Há
de Ser o meu silêncio pior do que o meu canto Há de Ser o meu
silêncio. Não é aquele lágrima, é da mesma
(50:53):
água salgada gritava entre o mare a Estrela da madrugada.
E eu grito ainda mais alto nestepalco suspenso, que pior do que
o meu canto Há de Ser o meu silêncio.
(51:22):
Alô, aqui quem fala é Geni. Eu tô ligando de um orelha, eu
tenho uma denuncia aí eu sou baiana, mas acontece que ele não
é. Ontem ele me beijou e me deixou
marcas, mas não eram de batom, não eram de batom, não eram de
(51:48):
batom. Moça, ontem eu tava caminhando
perto daquela praça e um homem me parou e me deixou uma graça.
Não eram de batom, não eram de batom, não eram de batom.
(52:12):
E eu não sou a culpada pelo estuprapegrada, pelo meu sangue
que passa pela minha pele, que racha por isso.
Por ser comercializada, por ter no corpo as macaras.
(52:34):
Eu sou baiano na pernambucana, mas acontece que ele não é.
Ontem ele me beijou e me deixou marcar.
Mas não eram de batom, não eram de batom, não eram de batom.
A moça, ontem eu tava caminhandoperto daquela praça e o homem me
(53:00):
parou. E me deixou eram de batom.
E eu não sou a culpada pela mistura.
Pedrada pelo meu sangue, que baga pela minha pele, que racha
por ser comercializada, por ter no corpo.
(54:41):
É o poder aceita porque dói menos de longe, falam alto mais
de perto. Tão pequeno, se afogam no
próprio veneno, tão ingênuo se acarapuça ralo mesmo.
E eu cobro quem me? Deve.
É o poder. Humor é de quem faz.
Realidade assusta todos. Não.
(55:02):
Humor mais da viral, grau da viral fazem.
Depois não vem dizer que eu não.Só.
Não vem dizer que não. Só não vem dizer que não.
Só não vem dizer que não. Sociedade choque eu vim pra
(55:27):
incomodar aqui o Santo é forte émelhor se acostumar é quem foi
que disse que isso aqui não era pra mim?
Se equivocou fui eu que criei vivi escolhi me descobri agora
que estou não aceito cheque já te aviso não me teste se merece
então não teste pra fazer algo que preste quem é ligeiro
(55:48):
investe não só fala também investe juiz de internet caga se
espalhando feito pela. Se não tá no meu lugar, então
não fale meu, não fale. Se for fazer pela metade não
vale, não vale. Eu vivo com doses disso a Deus
que sabe o resto ninguém sabe. Quebro tudo pra que todos se
caia. Cloclô.
(56:09):
Quem vem? Só quem tem coragem vai.
Já falei que quem nasceu pra serdo topo nunca cai.
O medo é de quem, Hein? Olha quem ficou pra trás e a
vida segue, segue e o tempo não volta mais.
É o poder de quem faz realidade.Assusta todos tão humormais.
(56:36):
Depois não vem dizer que. Eu não só.
Não vem dizer que não. Só não vem dizer que não.
Só não vem dizer que não. Eles não sabem o que dizem, não
(56:58):
aguentem, então não fiquem. Eles não sabem o que dizem.
Não aguento e que eu não fiquem.Se tenho mais, há que me
irritar. É ver poucas malditas dizendo
mentira sobre minha vida, coisasque eu nem vivi ainda.
Eita frustrados, virados na cola.
(57:18):
Já perdi a hora. Alguém me espera lá fora, me
deixa. Potência demais nesse bloco,
(58:05):
escutamos sereia louca da capicua, Disque denúncia com a
Nina Oliveira e é o poder de Karol Conka.
É sobre isso, voz, corpo e presença.
Que presente essa edição do encena sons?
A coluna chegou para afirmar, o que que a gente já sabe, as
mulheres estão protagonizando. O agora da arte sonora e a gente
(58:26):
está aqui para escutar, divulgare fortalecer.
Foi lindo dividir o programa contigo, Sara, e com todos que
nos escutam. E na próxima edição, segura esse
spoiler, a gente vai falar da festival diversas.
E tem mais. No diário de uma bruxa,
Alessandra Xavier se pergunta quem são os homens aliados?
E a coluna parte da arte, com Letícia dias, traz mais uma
(58:49):
entrevista com Joana chaves. E foi.
Mesmo muito bom estar aqui contigo.
Eu achei o que é um programa daqueles que vai pro ranking top
10. Gratidão pai, essa gratidão
demais. Você é muito inspiradora e você
que escuta a gente ficou até aqui apreciando de idades.
Saiba que você pode escutar ainda mais a hora do Saba, tá?
(59:10):
Nas principais plataformas de streaming também tem transmissão
em 6 rádios digitais distribuídas pelas 4 regiões do
país. Anota aí que eu vou falar essa
lista de rádios. Toda terça-feira, às 7 da noite
tem rádio Silva. Na quinta-feira, ao meio-dia, a
gente está na rádio alma Londrina. sexta-feira às 9 da
noite, rádio pagu. Sábado ao meio-dia, rádio Aurora
(59:33):
Recife. Domingo à meia-noite, rádio eixo
segunda e terça às 10 da noite, na rádio Armazém.
E se você quiser fazer parte dessa comunidade, escreve pra
gente ou pelo site hora do saba.com.br pelo direct no
Instagram, deixa seu comentário lá no Spotify nas nossas edições
e é claro, sempre acesse o site pra ler essas mulheres do blog e
(59:57):
lembre se. Tem muito?
Texto no nosso. Blog, as mulheres estão
arrasando muitos textos maravilhosos.
Conheça as nossas escritoras e se deixe atravessar por essas
vozes. Escute mulheres, leia mulheres,
contrate mulheres, vote mulherese obrigado por permitir que a
gente entre na casa de vocês toda semana, trazendo muitas de
(01:00:19):
idades, muitas arteiras e fazedoras até a semana que vem.