Episode Transcript
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(00:04):
Sinta o chamado. Começa agora a hora do sabão,
uma ciranda de vozes femininas que reverbera resistência e
criação, espaço de expressão, visibilidade e conexão com
mulheres arteiras e fazedoras, aúnica revista radiofônica
colaborativa feminista do Brasil.
(00:26):
O som é ancestral, o eco é nosso.
Boa noite, bom dia, boa semana para você, ouvinte da hora do
Sabá, meu brochedo maravilhoso. Peço licença para chegar aqui
mais uma semana trazendo a pluralidade de vozes femininas.
(00:48):
Programa de hoje traz aí a ação escute mulheres que nasceu para
OWME que a gente convida outras manas.
A indicarem mulheres da música para ser ouvida amplamente.
Temos também a coluna lírica da flora Miguel, falando com Marina
Melo sobre a letra da música, prometeu.
(01:10):
Temos aí papo de arteira, 2 papos de arteira hoje, porque a
gente vai finalmente chegar na parte final da entrevista com
Anitta Carvalho, onde a gente fala sobre violência contra a
mulher. Contando para vocês sobre o caso
Helena larraz e o surgimento do movimento por Helena por todas
nós. Além disso, tem um papo muito
(01:32):
gostoso também com a zeferina, cantora, compositora, produtora
musical, educadora, mãe, avó maravilhosa que eu amo e a
coluna rugidos do norte da graziella brunch.
Vem falar do ecofeminismo pra gente direto lá de auté do chão.
Então Bora que o tempo é curto eBora de Fabi Ferraz.
(01:53):
Olá, eu sou Fabiana Ferraz, sou jornalista, sou radialista e a
minha indicação é uma compositora Paulistana, Marina
Melo, que já tem uma trajetória na música e ela vem assim,
crescendo maravilhosamente nos seus discos.
A cada disco que ela lança, ela inova e ela já carrega uma
(02:16):
identidade desde o seu primeiro álbum, a Marina.
Recentemente, lançou o álbum ousar abrir.
Que é um álbum. Muito sofisticado.
É um álbum assim, contemporâneo,de vanguarda mesmo EE, que traz
uma poética muito forte, né? Ela tem também uma força muito
(02:38):
grande na sua poesia, nas nas suas letras.
Eu acho que vale a pena é conhecer o trabalho da Marina
Mello, especialmente esse terceiro disco, ousar abrir.
Para começar, de repente você podia já.
Abrir o? Álbum com a música prometeu, que
é lindíssima e tem a participação do Maurício
Pereira. E quem produziu esse disco é
(02:59):
outra compositora também que eu admiro muito.
Luiza brina, mineira. Vale a pena, Marina Melo, então
ouça começa agora, lírica, uma coluna por flora Miguel.
Salve, salve, ouvintes da hora do Sabá, flora Miguel por aqui,
de volta com a coluna lírica. Jogando luz as letras das
(03:21):
canções feitas por elas. Hoje converso com Marina Melo,
talentosíssima, sensibilíssima, inteligentíssima,
divertidíssima, uma pessoa muitoquerida e uma artista muito
potente. Ela lançou o disco ousar abrir.
(03:42):
E a faixa prometeu a primeira que saiu como simbo, que tem a
produção da excelente Luiza brina e a participação do
Maurício Pereira, um dos meus compositores do coração, fala
sobre especulação imobiliária, gentrificação boa.
Não vou ficar dando tanto spoiler porque É Ela quem vai
(04:04):
contar essa história. Mas a Marina é uma compositora
contemporânea. No sentido mais pleno da
palavra, de que a impensa o seu tempo, ela vive em São Paulo,
olha para a cidade do presente com um olhar.
(04:27):
Vivo sensível. E ativo.
E essa canção, prometeu, traz muito disso.
Marina vai comentar a letra e, claro, na sequência a gente
escuta Marina Melo. Prometeu.
Oi, flora. Muito obrigada pelo convite para
contar sobre a canção, prometeu,especificamente sobre a letra
(04:48):
dela, bom, essa canção. Ela fala sobre a especulação
imobiliária de São Paulo, sobre essa especulação que faz com que
as pessoas tenham cada vez menosacesso a céu e a sol.
Mas eu queria fazer isso de um jeito sintético.
E para isso. Eu elegi a palavra prometer, o
(05:11):
verbo prometer e primeiro lugar.Eu usei ele em vários tempos
verbais para mostrar que o prédio que promete o céu sempre
pode ter o céu tampado por um prédio que também vai chegar e
prometer o céu, e assim sucessivamente.
Então a canção fala, o prédio que promete o céu, tampa o céu
(05:34):
do prédio que prometeu o céu. E depois o prédio que prometeu o
céu tampou o céu do prédio que prometeu o céu, até chegar numa
casa em que nada foi prometido, mas em cujo quintal alguém perto
do fogo leu o mito de prometeu. E então a música ela primeiro
(05:59):
usa prometer como verbo e depoisela fala do mito de prometeu,
que é um mito que fala. Sobre o titã prometeu que roubou
o fogo dos deuses para entregar os homens, e uma das leituras
possíveis desse mito é que, a partir disso, o homem começou a
(06:20):
se desenvolver tecnologicamente,a ter acesso ao fogo, a poder
criar as inovações, inclusive, por exemplo, os prédios que
sucessivamente tampam o céu e o Sol.
Essa música também tem uma coisaque eu gosto muito, que é um
(06:40):
texto lido pelo Maurício Pereira.
Esse texto, ele era uma música éque IA entrar no disco, mas eu
resolvi transformar ele em um texto para integrar a canção,
prometeu. Porque eu achei que IA ser muito
2 músicas falando sobre esse tema do céu escasso em São
(07:01):
Paulo. E basicamente essa letra ela
conta, ela é uma sátira, né? Falando de uma pessoa que se
apaixona por um emoji da via Láctea e que ela fica pegando o
celular e olhando pra esse emoji.
Mas na verdade, essa é uma cena absurda, né?
De alguém que não pode olhar o céu e se contenta com um emoji
(07:25):
representando um céu estrelado. E então fica aqui o convite.
Pra que essa música seja degustada.
Muito obrigada, flora, por esse espaço.
(07:50):
Precioso, um beijo. Que prometeu o céu o prédio.
Que prometeu o céu tampou o céu do prédio.
Que prometer ao céu o prédio. Que prometer ao céu, tampou o
(08:20):
Sol. Da casa que nada prometeu, que
nada prometeu, mas em cujo quintal sobe o céu, alguém perto
do fogo leu o mito de prometeu. O mito de prometeu.
(08:59):
Você não vai acreditar. Eu me apaixonei por um emoji.
Pra ser mais específico, eu me apaixonei pelo emoji da via
Láctea. Sabe aquele que é 1^(2) com uma
noite estrelada dentro? E daí que todo dia eu pego meu
celular e olho para esse Mini quadradinho.
(09:20):
Eu olho o fundo, eu olho com força, torcendo para O
Impossível acontecer. Vai que ali dentro aparece uma
Estrela cardente, daquelas que quando vem a gente pode fazer o
pedido. Se ela vier, eu já sei o que eu
vou pedir. Tanto o céu do prédio que
(09:45):
prometeu o céu que prometeu o céu do prédio que prometeu o céu
do prédio que prometerá o céu que prometerá o céu.
(11:06):
Hora do Sabá, ano 7, temporada 10, a única revista feminista
colaborativa pelas ondas do rádio.
Oi, pessoal, eu sou a vida Valquíria.
Eu sou produtora cultural e sou as proprietária da dreamland.
Uma voz que eu indico que todas precisam ouvir é a marissol
montamar. Que eu te esperei como quem
(11:44):
espera alguém que vá se ter pra durar a vida inteira.
Tento entender esse mundo com você, meu canto meu.
(12:05):
Abraço na incerteza. Vem para curar?
Sabe afastar qualquer tristeza que esteja aqui, espalhe a
sentir e o poder de libertar. Faz cantar e faz.
(12:25):
O todo real no sol, então abre sempre, espere o.
Sol e deixe. O som?
De guiar, faz o todo viral o Sole.
(12:48):
Deixo o som. De guiar.
Eu te esperei que vá se ter paradurar a vida inteira.
(13:20):
Tento entender esse mundo com você, meu canto, meu abraço na
incerteza. Vem pra curar, sabe afastar
qualquer tristeza. Esteja aqui.
(13:41):
Espalha eu sentir e o. Poder.
De espera o Sol e. Deixa o.
Som. De guiar.
(14:03):
Faz o? Todo.
Virá um sol? Então, há.
Espera o som e deixe o som te. Guiar.
(14:35):
É isso aí, marissol. O milaba convém para curar uma
dica da vida Valquíria da ação scult mulheres.
Muito bom poder contar com isso.E agora a gente vai começar as
entrevistas, porque o tempo urge.
O tempo é curto e a gente nossa,nem vai passar.
A hora que vê já foi. Nós vamos ouvir aí a parte final
da entrevista com Anitta Carvalho que ela relata o caso
(14:59):
de Helena Laís, que é um caso que começou lá em 2019 e só esse
ano, em 2025. O criminoso virou réu, segundo o
Ministério público. Então vamos escutar essa
história aí e fechar essa tríade, essa trinca de conteúdos
com Anitta Carvalho nesse papo de arteira.
(15:21):
Conheça agora papo de arteira, um encontro de ideias, histórias
e vivências hora do Sabá, ano 7,temporada 10, a única revista
feminista colaborativa pelas ondas do rádio.
Mas eu quero tensionar e puxar um papo que é tenso mesmo,
porque ser mulher não é fácil. Ser mulher em qualquer mercado
(15:44):
hoje é é luta, é você saber se posicionar, você saber
reivindicar o seu espaço e manter a dignidade para
exercitar sua profissão, os seussonhos e realizar isso.
Isso visto que a gente está modificando.
A estrutura das diretorias dos executivos dentro da indústria
(16:04):
da música. E a gente tem aí o caso
emblemático que alguns anos já tem sido pauta nos
principalmente nos noticiários no Rio de Janeiro, mas que a
gente quer que cada vez mais mulheres e pessoas saibam disso,
para que a gente comece a minimizar a mitigar a violência
contra a mulher em todos os âmbitos.
Então o caso da Helena, escritora que é esposa do
(16:27):
presidente da universal music, que foi internada a força num
pedido de separação, foi totalmente violentada na sua
privacidade, nos seus direitos humanos, na sua dignidade, na
sua maternidade e sofre muitas consequências hoje por conta do
machismo estrutural presente na sociedade, em todas sociedade
(16:49):
ocidental e oriental. Não dá para falar aqui não.
Então Anitta tá aqui também. É pra falar um pouco desse
assunto. Ela é uma das representantes aí
que tá puxando essa mobilização que é hora do Saba.
Tá aqui como uma força também deamplificar e ecoar esse
movimento. Vamos explicar pro pessoal o que
que aconteceu, Anitta. Cara, esse caso ele é muito
(17:12):
assustador porque ele remete quase a idade média.
Sabe você pensar que no século 21 é uma mulher em plena
condição de faculdades mentais, né?
De dentro da sua casa é pode receber 11 médica que nunca te
(17:33):
viu, nem nunca te atendeu, acompanhada de 2 enfermeiros e
essas pessoas te levam pra uma clínica psiquiatra.
Você vai naquele momento entendendo que aquele engano vai
se desfazer, né? Que obviamente vão.
Perceber que aqui não é um engano.
Então você mantém sua calma, segue lá, tenta explicar e
simplesmente, quando você chega lá, você é submetido a uma
(17:56):
internação forçada de 21 dias e incomunicável, incomunicável,
sem acesso ao celular, sem acesso aos amigos, as pessoas
com quem ela queria falar, com todo o entorno dela,
completamente monitorado. É pelas pessoas que estavam
conduzindo internação. Disse que eram o ex marido, né?
(18:17):
Não vou citar o nome dele, o queé, mas ele é presidente da
universal Milk, atualmente aindaé presidente da universal Milk.
E no caso, a mãe dela também é Helena, só conseguiu sair porque
uma mãe de uma outra interna, percebendo a situação, se
disponibilizou a carregar um bilhete clandestino que ela
(18:39):
levou dentro do sapato. Para a pessoa com quem a Helena
estava se relacionando na época,que foi a motivação dela pedir o
divórcio, que por sua vez foi a motivação 3 semanas depois, né?
Que ela pede o divórcio. Chega.
Essa médica é, enfim, supostamente é com um
(18:59):
questionário respondido pelo marido e que através desse
questionário, estaria se identificando ali uma
necessidade de uma internação. É EE.
Essa pessoa levou esse bilhete echegou na lá No No no Alexandre,
que procurou algumas amigas advogadas e que conseguiu
(19:19):
articular no plantão judiciário com habeas corpus.
Helena não foi solta. Helena foi libertada.
Foi preciso que a polícia, munida de um documento judicial,
fosse a clínica, qual também nãoposso dizer o nome para que ela
fosse libertada. E saísse daquele cativeiro, né?
(19:42):
Não à toa, depois de investigar,de entrevistar as testemunhas e
de analisar as provas, a políciaé indiciou.
Esse esse ex marido? É a?
Clínica e esqueci agora quem mais?
E a médica? O sequestro.
(20:04):
Cárcere privado e no caso dele éinvasão de e-mail, porque ele
invadiu OE mail dela, né? EE enfim acessou coisas pessoais
dela que inclusive foram expostas inadequadamente pra
família, para as filhas, pra mãe, o que gerou também outros
tipos de consequência. Então e a e a questão toda é que
(20:26):
esse caso ficou totalmente é abafado.
Na época ninguém soube disso. É, eu vim saber, vim a saber
disso um ano depois, através de uma live que ela fez é e que
inclusive foi derrubada pela justiça a pedido do ex marido,
né? Que também processou outras
pessoas que se manifestaram sobre o caso.
(20:49):
É e silenciou, né? Algumas pessoas em que diante do
poder que esse cara tem como presidente dessa companhia super
importante. Muitas mulheres se calaram,
inclusive eu sou parte dessas. Eu fui me posicionar sobre o
caso 5 anos depois que ele aconteceu publicamente ali,
internamente, nos grupos. Eu já me posicionava e tudo
(21:13):
mais. Mas assim é publicamente de me
envolver. Foi realmente há há 5 anos
depois do que aconteceu. E eu estou muito feliz.
Sara, Elaine, porque é, a gente está formando uma rede incrível.
A Sara já faz parte, né? Elaine está convidada e que a
gente está montando uma estrutura assim, realmente
(21:36):
bacana de conseguir. Trazer pra esse caso, através do
grupo que a gente chamou de por Helena, por todas nós, a gente
conseguir em primeiro lugar, trazer justiça, reparação moral,
patrimonial, né? Pra Helena é dar voz a outros
(21:56):
casos de violência e opressão contra mulher, porque Helena tem
seus privilégios, né? De ter lugar, ter essa voz.
Então a gente quer estender issotambém a outras mulheres que
não. Não tem isso e, principalmente,
também atuar no sentido de fomentar iniciativas que
(22:16):
promovam a educação para AAAA equidade de gênero.
AA violência contra a mulher. Ela é ainda mais airline.
Vem de Pernambuco, eu estou vivendo aqui no Recife.
A gente sabe o quanto isso faz parte do dia a dia, mas a gente
também. Pede a noção de de um, de um
acúmulo de violências que a Helena larraes sofreu, né?
(22:39):
Porque ela sofreu violência patrimonial, violência
psicológica. Ela Foi internada
compulsoriamente, ficou cárcere privado, teve é, foi exposta
diante da sua família. Pra que essa esse desequilíbrio
emocional fosse mais evidenciadoainda e hoje ainda sofre as
consequências financeiras pra poder tentar se reerguer diante
(23:03):
de um caos que a gente vê em torno dela por conta de um homem
que não consegue. Aceitar uma separação?
E outra coisa, vamos olhar o argumento que foi usado contra
ela. Louca, louca.
Louca? É isso que tem dito que que eles
têm dito de nós, mulheres, por todos esses séculos.
(23:26):
E isso me tocou profundamente. No caso da Helena, quando eu vi
a live e entendi o que estava acontecendo, desse furiosa.
Eu queria matar o meu marido, porque naquela hora ele
representou para mim. Aquele homem sabe?
E diante de todas as transformações que eu mesma tava
vivendo, saindo de um contexto, né?
(23:47):
De uma fé evangélica muito restrita pra uma abertura de
cabeça prum momento mais independente.
Cara louca, podia ser eu, não que eu imagina, não quero
comparar, enfim, nunca não vejo esse lugar no meu
relacionamento, mas eu me. Mas eu me identifiquei com essa
possibilidade, porque o que aconteceu com ele não foi isso.
(24:07):
E se você ver a única entrevistaque esse cara?
Perdeu os argumentos que ele usapara justificar porque ele
estava louca. Era o que ela passou a escrever
contos eróticos. Enquanto ela antes escrevia
contos infantis. Ela passou a ter um
comportamento recluso muitas horas no celular.
Ela deixou as filhas do lado de fora de casa, sem chave.
(24:30):
E tipo, né? Assim, acho muito frágil pra
justificar que uma pessoa seja louca.
Então é o que me marca. É o seguinte, precisa muito
pouco pra gente ser classificadade louca, né?
Bastou a palavra de um homem. E uma médica, né?
Complacente, né? Pela conivente para que isso
(24:51):
acontecesse. Como isso pode acontecer, né?
Bom, muitas coisas aqui que ficou dando volta na minha
cabeça e eu fico com com a questão do até quando ou até que
ponto a gente quando escuta que é chamada de louca é a gente
fica calada. E aí a gente aprender que esse
louca tem tanto significado paraquem está falando e também o
(25:16):
significado para quem está escutando, que eu acho que
atividades e iniciativas como essa são muito importantes para
a gente reconfigurar muitas coisas.
Não ninguém, ninguém tem o direito de me chamar de louca.
Que tipo, por que que você está me chamando de louca?
O que é que faz você pensar que eu posso ser louca?
E também, como é que eu considero o que é louca ou não
na minha perspectiva, né? E aí a gente começar a quebrar
(25:39):
paradigmas e aprender e até a sedefender de que não é só só por
uma palavra que foi dita, tem tanta coisa ali dentro daquela
palavra que a gente tem que começar a conhecer mais de que
maneira, se manifestar, dar o basta e que não, não, ninguém
tem. Ninguém vai me chamar de louca,
EEA, gente se empoderar nessa, nesse, nessa luta contra eu acho
(26:02):
que é é super importante nisso. Eu te dou, é.
De verdade é felicitações de de dessa, dessa coragem.
O tempo aqui é que é mais ou menos 5 anos antes, 5 anos, 5
anos depois, sempre é o tempo certo.
Eu confesso também que eu entreinuma num pensamento mais de de
(26:23):
de ver, de vermos feminista depois de muito tempo.
Eu já também já tinha mais de 30anos, mais de 31 anos.
E quando a gente olha para trás e pensa, caramba, é Sério que eu
fiz tudo isso, velho? Não vou voltar a fazer assim,
mas eu não me sinto culpada, porque naquela época eu e todo
meu entorno estava vivendo de outra maneira e eu achava que
(26:45):
estava certo aquilo que acontecia.
E aí a gente vai se deparando com entorno de mulheres como
taramascarenhas até hoje. E agora você também.
Anitta Carvalho e várias outras mulheres que vão.
Maíra, Maíra clara em Recife, que foi eu digo, ela é minha mãe
do feminismo lá, Sofia Freire também.
Que que que que fez eu me ver como mulher, porque antes eu era
(27:07):
só uma máquina de produzir, eu também trabalhava com música,
produção. De repente alguém me chegou e
falou, por que que você só está programando homem nesses
concertos ao vivo que eu tinha, né?
Um festival online disse, assim,caiu uma ficha, eu, velho, só
tem homem tocando no meu festival, como é que pode uma
coisa dessa? E mas assim, sempre para frente,
sempre, sempre vem o momento de aprender, de dar, né, de de
(27:30):
começar. E é isso.
Eu estou muito contente aqui de de ter batido esse papo com
você. Sara também.
Mais uma vez, obrigada por por estar por me deixar com
apresentar esse programa aqui contigo.
É. Sem palavras assim, a Anitta de
verdade, muito obrigada. Eu queria, só antes de passar a
palavra para Anitta, dar uma resumida aqui para você,
(27:51):
ouvinte, que você teve a oportunidade hoje aqui de ouvir
mulheres muito sãs. Somente muito saudável, fazendo
pesquisas, falando de educação, falando de planejamento, falando
de gestão, de carreira. E aí fica o meu convite, a minha
provocação, escolha bem os modelos que você vai copiar, que
você vai ter como referência. A maior parte dos modelos que a
(28:11):
gente tem aí foram construídos no tempo onde a mulher não era
considerada. Então, crie os seus modelos,
crie os seus padrões, não fique apenas embasado em modelos que
já não cabem mais e que merecem e devem ser muito questionados a
falamos, inclusive de direitos da mulher, de uma mulher
artista, de uma mulher que produz e tá aí.
(28:33):
Querendo modificar a partir da literatura, o mundo, enquanto a
gente estava o tempo inteiro falando de planejamento,
economia criativa em música. Anitta, muito obrigada por estar
aqui. Te passo a palavra para você
fazer tua fala de despedida. Aí foi uma tarde incrível, um
programa maravilhoso que a genteestá produzindo aqui hoje.
AI gente, eu que agradeço assim pra mim de coração.
(28:54):
Prazer enorme e prazer mesmo. Uma Alegria muito gostoso papo.
Arrasaram nas perguntas. E eu queria só complementar com
uma coisa sobre a Helena, mas é nesses encontros que existem
tido, né? Com essas mulheres que estão se
organizando e que a Helena tem participado.
Ela trouxe um fato que me que euachei bem interessante.
(29:16):
Ela. Ela é professora de literatura e
na turma não me lembro a idade das crianças.
Ela perguntou assim, quem aqui já foi chamado de louca ou
louca? E só as meninas levantaram a
mão. E quando os meninos foram
questionados sobre isso, eles foram, é, não, já fui e tal, mas
o louco do menino é o louco, maneirão é o louco, deslocado é
(29:40):
o loucão, é sabe, é o garotão, alouca, quando é tratado pra
mulher, é desequilibrada, é histérica, né?
De onde vem o termo histeria, né?
De útero, uma característica de desequilíbrio relacionado a
mulher. Então, acho muito legal tudo que
a elane falou sobre essas. Aspecto de saúde mental e de
(30:01):
tudo que precisa ser olhado, porque isso é uma coisa muito
grave. Em nome de chegas light,
inclusive tem nome, né? Tratar a mulher como louca,
fazer ela acreditar que ela é louca.
E isso, infelizmente é uma realidade de muitos
relacionamentos tóxicos ainda. Então que bom que a gente também
está tendo esse espaço de falar disso.
E cara, pra fechar assim é. Quero convidar todo mundo que
(30:25):
tem interesse a conhecer lá o Musk Rio Academy, Musk Rio
academy.com.br. No meu site
anitacarvalho.com.br, tem os meus materiais de pesquisa, tem
o link para o nosso podcast que a Sara falou criativamente que
acabou de sair, tá super fresquinho com outras 3 mulheres
incríveis, com a Marina matoso, a Roberta Ceni e a valbecker,
(30:48):
onde a gente fala de música comonegócio e enfim, é a vida longa.
A hora do chamar? É, contem comigo, é e parabéns.
Aí por esse projeto tão incrívele inspirador.
É isso aí. Obrigada, viu, querida?
Obrigada e vida longa. Fui na perna, Itapuã, me
(31:15):
entregar pra odoiar Poço Fundo desse mundão.
Foi na pera mão. Quando a estrada de prata
(32:00):
ilumina refletindo a luz do lua,todo o seu acho é vai se
derramar nas águas sagradas eu to e a sai do azedo para o fundo
do mar no mais profundo que sua alma alcança sai do azedo do mar
no oceano interior vou me entregar na beira mar sob o céu
e a luz das estrelas caminha prate procurar me encantar no.
(32:31):
Seu canto. Itapuã me entregar para odoiar
(32:53):
Poço Fundo desse mundão foi na beira mão, foi foi na beira mão.
(33:17):
Na beira. Má na beira, má.
(33:51):
Areia à beira mar dessa sereia tô louca pra te encontrar e
mergulhar na lua cheia a sentir a brisadão da levar o seu olhar
e chegar à profundeza do mar. À.
Profundeza do mar. Começa agora, fugidos do norte.
(34:45):
A coluna por graziella Brum horado Sabá, ano 7, temporada 10, a
única revista feminista colaborativa pelas ondas do
rádio. Oi gente, como é que vocês
estão? Eu sou graziella Brum e falo com
vocês da minha casa aqui na Vilade alter do chão.
Amazônia brasileira. Bom, nessa coluna eu vou
(35:09):
compartilhar com vocês uma experiência de leitura.
Eu achei incrível e que fala sobre o tema dessa coluna
também, rugidos do norte, que é o eco feminismo, né?
As residências artísticas, as o corpo em trânsito, tudo isso que
nos leva a pensar a nossa relação, a relação do nosso
(35:31):
corpo com é o mundo, com o planeta Terra também.
E foi uma leitura que me estimulou demais, porque fala
sobre esse tema que eu venho estudando, que é o eco
feminismo, aliás. Mas faz 1 ano que eu entrei
nesse projeto de fazer leituras de textos escrito por mulheres
feministas e bom. E nessa trajetória eu acabei
(35:54):
encontrando vários tipos de feminismo.
Acho interessante começar dizendo isso, que o feminismo,
ele não tem uma única narrativa.Ele se amplia em várias
perspectivas, tem várias Fontes,várias raízes.
O que hoje nos parece bastante óbvio, porque somos mulheres
pluralizadas das diferentes histórias, culturas, geografias.
(36:19):
Nossos corpos são distintos, né?Então, reduzir nossa experiência
a uma única forma algum, único modelo.
É, de certa forma, seria repetira violência do colonialismo que
tenta apagar, ou tentou, ou tenta ainda apagar, né?
As identidades, as singularidades.
(36:40):
Então, é sim, temos vários tiposde de feminismos e isso se torna
muito interessante porque nos dáa possibilidade de nos
relacionar com muitas formas e muitos jeitos, né?
De se relacionar com o nosso corpo.
Com os outros, com o mundo. E tentar romper de de vez com
(37:02):
esse sistema patriarcal que é umsistema que, de certa forma,
está ainda presente aí na nossa vida, né?
A gente sabe disso. É muito difícil se livrar
totalmente do patriarcado. A gente vê muitas, é, a gente vê
muito, até as pessoas se colocando como feministas,
colocando lá nas redes sociais. Eu sou feminista e tal, mas na
(37:25):
prática ainda reproduzem, né? Formas que vem do capitalismo,
do colonialismo. Que esse sistema que a gente de
certa forma está indo contra, é o sistema que está regendo, né?
As nossas. A nossa realidade e a gente está
na resistência, a gente está tentando romper, mas ainda é
(37:49):
muita conversa entre nós, muita troca.
Na tentativa de trocar, de romper.
Bom, mas eu vim aqui falar de umlivro, que é o livro da dona
haraway, que ela é uma filósofa e ela é bióloga também, né?
E foi uma leitura bastante, digamos assim, bem complexa,
(38:12):
porque é de um vocabulário bem denso, com muitas notas de
rodapés, labirínticas. De conceitos que desafiam, né?
OA lógica cartesiana, mas que depois que eu peguei o ritmo, o
texto foi. Mas é um texto meio Cama de Gato
(38:33):
mesmo, que tem vários fios que se entrelaçam formando.
É um emaranhado, sabe? E bom, e até Eu Acredito que o
próprio emaranhado que acaba formando na mente da gente serve
de suporte para algumas alguns entendimentos, alguns
raciocínios, alguns insights quea gente vai tendo durante a
leitura. Bom, eu estou falando do livro.
(38:55):
Ficar com o problema, fazer parentesco no chutuluceno.
E é. E foi, né?
Bem justa essa palavra chutuloceno que me instigou para
a leitura desse livro, porque a Donna haraway, ela traz um
conceito que é dizendo, e ela diz que né, que o chutuloceno
(39:15):
seria uma substituição da era antropoceno.
E o antropoceno é esse momento geológico que estamos vivendo
agora, que seria. Irreversível por causa da ação
do homem na Terra, né? Que as ações devastadoras,
cruéis que nós imprimimos sobre esse planeta, elas não são mais
(39:36):
reversíveis? E aí é, foi muito legal, porque
a gente, lendo esse livro conseguiu entender a dimensão
que as feministas estão pensando, né?
Sobre como se relacionar com o planeta, como se relacionar
entre nós também, como que é possível pensar.
Eu achei muito legal nesse livroque ela fala no coletivo.
(40:00):
Ela acredita nesse coletivo comoforma de construir.
É propostas e soluções para os problemas.
Ou seja, ficar com o problema, que é o nome do do título do
livro, né? É a gente não nem se desesperar
com esse problema, nem partir para salvacionismos.
(40:21):
É otimistas delirantes, que achaque tudo, né?
Vai ser flor de rosa. Sei lá que vai ser maravilhoso,
não, a gente tem que colocar isso num num problema, no
amadurecimento, com calma. Deixar os problemas, é.
Permanecer ali em terreno fértilpara que as soluções aconteçam.
(40:42):
E essas soluções, geralmente EE,ela acredita nisso, né?
O que ela diz no livro? Que essas soluções ela podem ser
trabalhadas no coletivo. Tanto é verdade que o livro ele
dá espaço, ele abre espaço, abrecaminhos para outras manas
escreverem junto com ela ali e trocar essas, essas informações,
trocar ideias de como é, são esses relacionamentos.
(41:05):
E não só entre humanas, né? E também ela fala dos não
humanos. E eu acho isso incrível, porque
é essa relação em que ela colocanós, seres humanos, igual a
tantos outros, os não humanos que são, que estão habitando
também esse planeta. E isso é o conceito que ela
começa a construir nesse livro, que é justamente a era
(41:26):
chutluceno. E aí, né?
A gente tem que ler o livro paraconseguir mais informações.
Mas eu acho muito legal dizer que dona haraway, ela traz essa
coisa do mostra bem o quanto o feminismo ele pode ir para
várias Vertentes. Ela como bióloga, né?
(41:46):
Ela mostra que a ciência não é feita só de estatística, que a
ficção pode servir para ciência,para mostrar, né?
Como que a gente pode se relacionar de uma forma mais
mais ímpar, né, mais individual,com as informações, ela abre
espaço também para mostrar. Confirmar que é os feminismos
(42:09):
são narrativas múltiplas, que que é o feminismo também, né?
Sobretudo que eu acho que é uma das pontos muito interessante
nesse livro e em vários outros que eu tenho lido, né?
Confirma que o feminismo é mesmouma prática, uma prática em que
você tem que estar colocando no mundo a sua voz, deixar a voz é
colar, falar mesmo e sempre se questionar, buscar esse
(42:34):
questionamento dia após dia, em todas as ações que a gente faz
para ver que se a gente não estárepetindo padrões do
patriarcado, né? Eu acho muito legal.
Acho que a dona haraway, ela abre tentáculos para outros,
para outros caminhos de produção, né?
De feminismo, de literatura. Que traz feminismo, ela vai
(42:59):
buscando, né? É essas brechas, esses lugares
em que a gente pode pensar de uma outra forma, essa relação
com o mundo, outras formas de existir, outras formas de se
relacionar. E eu acho que isso transcende
inclusive Oo humano, né? O que tem de humano No No
(43:20):
planeta transcende porque ela coloca na mesma importância.
Pelo menos foi é essa conclusão.Que eu cheguei no livro, que ela
coloca na mesma importância, o humano e o não humano.
E a partir daí ela começa a tecer essas esses conceitos tão
atuais e tão interessantes. Eu adorei esse livro.
É, eu acho que eu vivi na prática antes de eu de eu.
(43:44):
Eu leu esse livro. Eu vivi uma experiência em Minas
Gerais, em moeda, numa residência artística que se
chamou antropoceno pra água, quefoi justamente estudar a relação
do nosso corpo com essas bacias hidrográficas que tem no mundo,
que estão sendo devastadas pelo homem.
Então, como nós nos relacionamoscomo artista com a água que a
(44:04):
gente tem aí no mundo? E aí foi legal, porque nessa
experiência eu pude viver uma experiência que a gente tinha
diversidade. Mas tinha situações em que
politicamente é conceitos literários e tantas outras
maneiras de pensar muitas diversidades no mesmo local e
(44:25):
que certamente as diversidades acabam gerando problemas.
Mas esses problemas foram tratados de uma forma muito
ecofeministas muito na era Chicoluceno que eu na hora não não
sabia que era, mas depois eu fui, eu fui.
É observando isso na leitura desse livro, que o problema tava
ali, a gente acolheu esse problema, a gente deu.
(44:47):
É um entendimento assim, ó, esseproblema tá aqui, a gente não
tem como resolver, mas vamos debater sobre isso.
Vamos no coletivo e pensando naspossíveis soluções, né?
Nas possíveis saídas pra resolver algumas situações.
E isso foi muito interessante, porque se construiu não só de
maneira intelectual, mas também a gente levou 11 tecido.
(45:10):
De algodão cru, de 3 m e que fomos bordando palavras, fomos
bordando frases, desenhando ali e fazendo tudo muito no
coletivo, sabe? Isso fortaleceu muito, muito,
muito. A conexão entre essas artistas
mulheres. Fortaleceu.
Inclusive, nós estamos nos encontrando uma vez por semana.
(45:32):
Agora para falar sobre arte, literatura, para é falar sobre
criatividade. Num grupo fechado que a gente tá
fazendo todas as sexta sextas-feiras e tem sido muito
massa, sabe? Porque realmente essa maneira
não não só simplesmente atuar nomundo pra ir contra a era
(45:53):
antropoceno, mas encontrar uma outra era em que a gente seja
protagonista, sabe? Que a gente possa ser um
protagonista, mas não um protagonista individual, um
protagonismo no coletivo, nas trocas de saberes, nos
conhecimentos. Então era essa a experiência que
eu queria contar nessa coluna pra vocês dizer que eu estou
(46:13):
aberta. O meu Instagram é graziella Brum
brums underline. Vocês podem me encontrar lá
também. Tem um substaque que se chama
campo de eliantes, em que eu escrevo sobre criatividade, eco,
feminismo, corpo em trânsito e também tenho. 11.
Textos que eu também faço. Na no blog à noite estrelada,
(46:36):
que eu falo sobre sono e o quanto o sono pode se relacionar
com a criatividade. Então essa sou eu, Graziela
brunchi. Estou aqui na coluna rugidos do
norte e espero vocês na próxima coluna.
Daqui a pouquinho a gente está de volta.
Um grande beijo para todas nós, para todas vocês.
(46:58):
E fiquem por aí. É escutando a hora do Sabá.
Hora do? Sabá anos 7, temporada 10, a
única revista feminista colaborativa pelas ondas do
rádio. É gente, que programa
maravilhoso. E a gente tá chegando ao final
dele e eu vou trazer para vocês aí mais um conteúdo incrível que
(47:22):
tem música e vai terminar com música.
E agradeço demais a todas as pessoas que chegaram até aqui.
Escutando em programa maravilhoso.
Olha quantos assuntos importantea gente tocou, né?
Então Bora de zeferina com lançamento maravilhoso que ela
fez aí, uns double single, escuta lá, escute mulheres para
(47:46):
de Sabá. Conheça agora.
Campo de arteira, um encontro deideias, histórias e vivências.
Hora do Sabá anos 7, temporada 10, a única revista feminista
colaborativa pelas ondas do rádio.
Olá ouvintes da hora do Sabá comdando continuidade esse programa
repleto de mulheridade de mulheres poderosas falando de
(48:10):
coisas valiosas, deliciosas, e éassim que eu vou chamar mais um
a entrevistada do programa de hoje, que é zeferina.
Zeferina é cantora, compositora,produtora musical, educadora,
mãe, vó, amiga, mulher, poderosa, fenômeno.
É isso assim que eu recebo de cheia de sorriso no rosto, vem
(48:33):
zeferina. Oi, Sara e ouvintes da hora do
Sabá, que saudade de vocês que vão estar aqui pra poder falar
desse novo lançamento e da vida.Seferina e é um prazer poder
falar da vida com você e te receber mais uma vez aqui na
(48:54):
hora do Sabá, a minha primeira pergunta ela é, virou chave aqui
no programa. O que que você diria para a
menina que você foi? É o que que a menina que você
foi diria para a mulher que vocêse tornou para essa artista?
(49:15):
Obrigada por não desistir. Mesmo sem entender tudo, você já
sabia o caminho. Você sonhou alto, dançou com
medo, mas não parou. Hoje é essa coragem que me
sustenta. Zeferina, sua trajetória musical
é atravessada por questões de ancestralidade, território e
(49:35):
resistência. Como é que essas dimensões
aparecem na sua arte e no seu modo de viver?
A música? Eu escrevo e canto a minha
verdade. Aquilo que vivo sinto e me
atravessa minha arte, vendo que pulsa em mim, do que me conecta
com o mundo e com as minhas. Fico feliz quando alguém se
reconhece, porque caminhar pela verdade é uma escolha.
(49:58):
É nesse atravessamento entre o sagrado cotidiano que o vivo,
que eu componho. E você está trazendo aí um novo
single. Eu adorei o disco preta dourada
eu até hoje escuto. Gostei muito da parceria com o
jarren também, beira mar, lançada em fevereiro.
Conta pra gente aí sobre esse single quando a noite diz teu
(50:20):
nome, que une palavras de Victorchaaman, Slim rimografia e tem a
produção de Duda haupp. Como é que foi construir essas
músicas as 6 mãos? E o que que você deseja que elas
comuniquem para quem está te escutando com atenção?
Cara, foi um processo fluido de cura.
Cada um chegou com a sua entregaverdadeira, somando nas
(50:43):
palavras, nas vozes e nas sensibilidades.
Esse encontro com eles me mostraque conexões reais entre pessoas
existe, independente de território, gênero ou raça.
São possíveis e potentes essas conexões.
Quando a noite de seu nome é um convite para reescrever a forma
como vivemos o amor, ainda é possível amar e se deixar amar
(51:06):
com profundidade, mesmo com as feridas que nossos corpos pretos
carregam. A inspiração em Bell hooks está
aí. A gente acredita no amor como
prática de Liberdade e a gente merece vivesse.
E se você pudesse deixar uma mensagem para outras mulheres
que estão começando na música, oque que você diria?
(51:29):
Eu diria, seja você, faça primeiro por você.
Se mantenha sempre em movimento e respeite a sua caminhada no
tempo que é teu, com a voz que étua.
Tudo que é verdadeiro te encontra no caminho, pode
acreditar. Como você é muito sagaz, eu vou
puxar a última pergunta, é uma pergunta de uma ação que a gente
(51:50):
tem feito. Desde a conferência WME que a
gente quer de fato firmar essa hashtag, como 1# da hora do
Sabá, escute mulheres, a nossa hashtag principal e eu queria
saber, quem que é a mulher na música que você indica para o
mundo inteiro prestar atenção? No momento, estou ouvindo muito
(52:11):
a Stephanie MC e o seu novo álbum, boom.
Já tive o prazer de dividir o palco com ela no ano passado, no
lançamento do meu disco preta dourada.
E além de admirar ela como artista do corre, admiro ela
profundamente como pessoa. Stephanie é olho no olho, sabe?
Ela é de verdade e isso hoje em dia é raro.
(52:33):
Então é isso, galera. Gratidão a todos os ouvintes que
estão aqui conosco. Gratidão.
Sara mais uma vez por me receberna hora do Sabá e eu vou
convidar vocês a escutarem, se conectarem, se permitirem
influir. Quando a noite diz teu nome me
diz. Qual é o som que você curte mais
(52:55):
desse novo lançamento desse double single pesado que chegou
chegando daquele jeito? E segue e acompanha os meus
trabalhos nas redes sociais arroba zeferina oficial tanto no
Instagram, YouTube é TikTok, Facebook e me segue também no
Spotify e nas redes sociais porque vai vir muita coisa boa
(53:20):
aí. Das plataformas digitais.
E eu quero deixar uma mensagem também, porque é, eu sou artista
e sou uma pessoa, a pessoa e artista para além da arte.
A arte é só a consequência e o resultado do processo de uma
(53:42):
longa caminhada que ainda está fluindo.
Eferina, é um prazer ter você aqui no programa sempre.
Já te falei, a casa é sua, entãosempre que tiver lançamento
manda que a gente toca com muitogosto, com muito carinho e vou
botar aí na sequência pra todo mundo escutar esses double
single, esse epezinho aí seu comessa galera massa quando a noite
(54:07):
diz teu nome pra gente se sentiraí, muito amor.
E. Pensar sobre essas relações e
sobre a Liberdade de ser dentro das relações.
Obrigada. Valeu gatona.
E agora vamos. Com o seu?
Nome e na sequência? Noite linda.
(54:34):
Some saudade às vezes consome quem me protege não dorme aém de
falar teu nome pra ver se a que zila some saudade às vezes
consome e me protege. Não dorme.
(54:59):
Cansei de esperar vai me contar pra gente se encolher?
Foi bom para valer, eu sei bem mais do que eu pensei.
Agora o tempo determinar. No papo, bebo minha sina cercada
(55:21):
de luz se sabe, gata preta, sou uma nave, Deixa Rolar, nem vou
combinar, miram em frente que é para.
Preta dourada é Pix e paz curtiume a pegar e agora quer mais?
Parem de falar teu nome pra ver se é que se ela some.
(55:47):
Saudade às vezes consome, quem me protege não dorme.
Parem de falar teu nome pra ver se aqui se ela some saudade às
vezes consome, quem me protege não dorme seu olhar te entrega
(56:10):
mesmo assim tu mega deixando verse não arrega.
Juntinho nas Botafogo no Ilê Yes.
Semanei semanei foda que nós fode bem eu só te quero baby
entre 4 paredes vem, mata minha sede deita nessa rede acende,
(56:35):
acende a chama e me ama como se não houvesse amanhã na cama,
minha dama, minha rainha, minha blusa.
Um bom vinil, Djavan na casa fusca sem patente regras é tão
patética amor livre que nos negacorpos preto que não nega negar
(56:58):
o que tu quer eu quero um dobro seu corpo de lingerie quando
sorri me deixa louco seja minha,ri, ri quero seu seu seu excep
amor preto deixa em choque na junto é cheque mate preta nave
tem a chave tô no toque no piloto tô no corre pelo torro
mas não junto é? Era uma noite linda e a gente.
(58:16):
Entregava à lua, enxergava. Porque?
Sinto por você no fundo da minhaalma.
Era uma noite linda e a gente seentregava à lua.
(58:41):
Enxergava porque sinto por você no fim.
Propriedade Sobrenatural. A.
Conexão cibernética atual, século passado, digital,
(59:03):
algoritmo infracional, sensibilidade intelectual,
instituto realista, infraestrutura.
Rural propósito da alma. Era uma noite linda que a gente
(59:34):
se entregá la. Com o Sol, com uma luz vou
entrando na tua vida você conhece bem bem, eu estou preso,
(59:54):
meus delírios se for louco por você for um delito, eu estou
detido. Às vezes o que fala o nexo não
tem rapidamente eu vou dizer a 100, você conhece bem o que eu
fiz pra merecer era algo tão bomassim antes de ti, agora frio?
Como água no alumínio, sem sal, insensato, insensível ou nossa
(01:00:18):
noite iluminada mais que o dia, quem diria?
Acumulado quando falo, geralmente eu me atrapalho.
(01:00:38):
Isso faz parte do meu charme. Seus filhos lembram lá quando os
olhos se abrem, mas um dia se repete quando te beijam com essa
confusão. Repete como que te conhecia, me
reaparece. Se for louco por você for um
delito, eu tô detido. Nessa noite, nessa noite, nessa
(01:01:25):
noite linda. A Lua enxergá la eu e você
sabadando no sofá da minha sala.Hora do Sabá, ano 7, temporada
(01:01:50):
dessa, a única revista feministacolaborativa pelas ondas do
rádio.