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May 27, 2025 64 mins
Sarah Mascarenhas e Vitória Pacheco puxam uma conversa que vai direto ao ponto: mulheres têm hobbies? Parece simples, mas o tempo livre das mulheres é sempre atravessado por culpa e cobrança. Então esse episódio traz a seguinte reflexão: o que acontece quando uma mulher escolhe fazer algo só por prazer?Pra falar sobre isso, recebemos com muito carinho a Maria de Jesus Mascarenhas, mulher dançante, viajante e jogadora de buraco, que nos inspira com leveza, sabedoria e presença.🎙️ E mais:
  • Na coluna “Contos Sagrados”, Camila Genaro traz o conto indígena "Como nasceram as estrelas", e nos convida a repensar o brincar como uma sabedoria ancestral.
  • Elayne Bione nos lembra, na coluna “Futuro Criativo", que cultivar hobbies, ócio e momentos de prazer é reinventar o tempo, fortalecer a saúde mental, a autonomia e a liberdade.
📻 Compartilhe a única revista radiofônica das mulheres arteiras e fazedoras do Brasil.
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Episode Transcript

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(00:15):
Sinta o chamado. Começa agora a hora do sabão,
uma ciranda de vozes femininas que reverbera resistência e
criação, espaço de expressão, visibilidade e conexão com
mulheres arteiras e fazedoras, aúnica revista radiofônica
colaborativa feminista do Brasil.

(00:37):
O som é ancestral, o eco é nosso.
Olá ouvintes da hora de Sabá, eu, Sara Mascarenhas, peço
licença para entrar na casa de vocês.
Mais uma semana trazendo muitas de idades, mulheres da música e
muita mulheridade. É um prazer estar aqui mais uma
vez, muito bem acompanhada e essa semana com a Vitória

(00:58):
Pacheco do meu lado, bem-vinda. Estava estável.
Ouvintes da era do Sabá. Muito feliz como sempre de estar
aqui hoje fazendo parte disso. E tem muita coisa boa para rolar
nesse programa, né? Tem falta que o médico fala
nossa criança interior. E com as nossas adultas
sobrecarregadas, Bora contar para todo mundo?
É isso mesmo. E a gente chega mais uma vez

(01:19):
trazendo vozes, escutas e assuntos que cutucam com
carinho. Hoje a gente vai falar sobre
lazer, prazer, tempo e escolha, sobre algo que parece simples,
mas que quando se trata de mulheres, fica um pouco mais
complicado. Sabe os hobbies?
Sim, hoje a gente quer saber, mulheres têm hobbies?
É isso aí. A gente tem muita coisa pra

(01:41):
falar sobre isso, né? A gente cresce ouvindo que a
mulher tem que ser uma mulher prendada.
E todos os nossos hobbies, desdea infância, são voltados pra
esse cuidado que é dito responsabilidade da mulher, né?
O cuidado com a casa, o cuidado com filhos.
Mas quando a gente tem algo por puro prazer, isso também já é
visto com uma certa desconfiança.

(02:02):
Então, o que são os hobbies femininos e por que eles são tão
invisibilizados? E para nos ajudar a pensar sobre
isso, a gente tem a honra de conversar com uma mulher que eu
amo muito, Maria de Jesus Mascarenhas, uma mulher
experiente, madura, que é um exemplo de leveza, Liberdade e
boas escolhas para si. Ela ama viajar, dançar,

(02:24):
fotografar, ir a shows, jogar buraco e, principalmente, estar
com a família. É isso aí, mas já já a gente
chama ela, porque agora a gente vai pra acompanhar né?
Essa nossa viagem temos as nossas queridas colunistas,
então a gente vai ouvir aí Camila Genaro que já já chega
com o quadro contos sagrados EEAElaine bioni, que encerra o

(02:46):
nosso programa com a sua coluna futuro criativo.
Mas agora Bora de música e história então.
Começa agora contos sagrados, uma coluna por Camila Genaro,
hora do Sabá, anos 7, temporada 10, a única revista feminista
colaborativa pelas ondas do rádio.

(03:11):
Olá minha gente, eu sou a CamilaGenaro e estou aqui mais 1 dia
pra contar histórias pra gente se.
Se permitir imaginar e mais ainda pra gente fazer perguntas,
é porque as histórias, mais do que responder alguma coisa, elas

(03:32):
nos abrem diálogos pra muitas questões assim, sabe?
E aí eu queria pedir licença pravocês pra contar essa história.
Para contar a história de um lugar de um tempo em que não
existia dia, não existia. O céu era muito baixinho, era

(03:56):
muito diferente do que a gente vê hoje.
E como eu disse, essa história, ela não é uma resposta, mas ela
é uma pista, um sopro para onde a gente tem que caminhar, né?
Então eu vou começar a nossa história, vai?

(04:16):
Sem mais delongas, porque dizem que Era Uma Vez, mas não Era Uma
Vez. Ora, conta se que nem sempre os
dias foram tão iluminados e as noites nem sempre foram assim
tão mágicas com o brilho das estrelas como a gente conhece
hoje em dia. Houve um tempo em que o céu era

(04:39):
muito baixo, mas tão baixo, tão baixo, tão baixo que as árvores
não podiam crescer e os pássarosnão podiam voar porque não tinha
lugar entre as nuvens. O céu era tão baixo, mas tão
baixo, que os adultos precisavamandar curvados, abaixados a
cabeça sempre, sempre, sempre olhando pro chão.

(05:01):
As crianças pequenas ainda não tinham esse problema, pois como
elas eram pequenininhas? Eram as únicas que podiam andar
pelo mundo eretas e sempre, sempre, sempre olhavam para
frente. Eram elas que lembravam e
descreviam aos adultos o Horizonte.
Tinham sempre um olhar lançado no infinito e por isso queriam

(05:25):
correr, brincar, descobrir o novo.
Mas como os adultos andavam curvados, abaixados e sempre,
sempre, sempre olhando para o chão.
Eles ficavam impossibilitados deassumir compromissos ou realizar
qualquer tarefa. Então ficavam as crianças,
obrigadas a fazer tudo, plantar,cuidar, colher, caçar, cozinhar.

(05:50):
Passava o dia e elas estavam como minhas gente, exaustas,
cansadíssimas. Todas as crianças sabiam que
cresceriam. E se tornariam adultas.
E aconteceria com elas. O mesmo que os seus pais, seus
tios, avós, sempre, sempre, sempre olhariam para o chão.

(06:14):
Mas aconteceu que as crianças deuma aldeia indígena da América
do norte resolveram se reunir e fazer alguma coisa para mudar
aquela situação. Juntas, as crianças resolveram
empurrar o céu. E para empurrar o céu, elas
trabalharam muitos dias construindo lanças compridas,

(06:36):
pontiagudas e bem Fortes. No dia Combinado juntos, os
curumins empunharam as suas lanças, contaram até 3 e
gritaram o mais alto e mais poderoso grito de resistência.

(06:57):
O grito pôde ser ouvido em muitas distâncias.
Dizem que a Terra tremeu, mas nocéu absolutamente nada
aconteceu. Depois do grito, o céu
continuava baixo e tocando a cabeça de todos.
As crianças ficaram tristes. Alguns adultos riram, dizendo

(07:19):
que aquilo era maluquice. Que nunca se viu no mundo um
lugar onde os adultos olhassem para frente e as crianças
estivessem livres, brincando, o minha gente, que besteira,
diziam todos eles. As crianças, porém, continuavam
pensando em que, em como, em como poderiam empurrar o céu.

(07:43):
E elas não desistiram, afinal, ofuturo delas estava em jogo.
No segundo dia, as crianças reuniram.
E construíram lanças maiores, mais Fortes, mais pontiagudas e
tentaram mais uma vez 123 arroz e nada.

(08:07):
Por mais que fizessem força e desejassem sozinhas, as crianças
eram incapazes de erguer o céu. Alguns adultos não se importavam
em nada. E continuavam rindo.
Outros achavam que o céu estava no lugar certo e que as crianças
deveriam parar de querer aquela mudança.

(08:30):
Mas outros começaram a perceber a obstinação dos kruumins e
pensaram que, se muitos segurassem a lança, talvez
talvez fosse possível mover o céu.
As primeiras a oferecerem a força aos pequenos foram

(08:52):
adivinhar as mães. Depois, outros homens e mulheres
também decidiram por aquele futuro.
No terceiro dia, as crianças, asmães e muitos outros se
reuniram. Alguns adultos até pararam para
olhar, outros para rir. Alguns até pensaram em impedir,

(09:17):
mas aquelas pessoas seguraram juntas as lanças apontadas para
o céu, tão firmes e com tanta força, com tanta certeza, com
tanta vontade de futuro que com com tanta coragem, minha gente,
que quando eles contaram até 3 egritaram, Ah, o grito deu a

(09:40):
volta ao mundo. A Terra tremeu.
E o céu foi para o lugar onde ele está até hoje.
Os adultos que riram e zombavam ficaram de boca aberta e pela
primeira vez, crianças e adultospuderam andar eretos olhando pra
frente. Naquela noite, todos puderam
sentar ao redor da fogueira e olhando nos olhos uns dos outros

(10:04):
puderam contar histórias. As crianças puderam ser crianças
e voltaram a brincar. A medida que a noite crescia,
eles perceberam que o céu no céu.
Lá no celular começaram a surgirpequenos furos que haviam sido
abertos com as pontas afiadas das lanças de princípio, ficaram

(10:26):
preocupados, teriam deixado o céu todo esburacado.
Com escuridão foram surgindo, uma a uma, pequenas luzes que
atravessavam o céu. Que nunca mais foi o mesmo.
As lanças deixaram marcas que nunca serão apagadas.

(10:47):
Dizem que até hoje, quando alguém conta essa história, uma
nova Estrela nasce. E sempre que as crianças e
adultos se reúnem para olhar para frente e impunham as suas
lanças de coragem e lançam seus gritos de resistência, um sonho
se realiza. Esse conto sozinho não é capaz

(11:11):
de voltar ao tempo e nem devolver a vida.
Mas ele nos dá uma pista da tarefa que temos pra realizar
juntas, mudar o mundo, mudar o futuro.
E eu daqui, seguro, firme na suamão aí do outro lado, pra gente
gritar o nosso grito de resistência.

(11:36):
E essa história? Teve um começo, um meio e chegou
ao seu final. Muito obrigada pelos.

(11:56):
Ouvidos atendos. Porque estou mesmo depois depois
de esgotar o tempo regulamentar.De um lado, o olho desafeto, diz

(12:17):
o meu nariz arrepitado que não leva pra casa.
Se você vem perto, boa, eu vou lá.

(12:44):
Dentro da menina. Cheguei tudo, tudo estava
virado. Senão avisou pro meu coração que

(14:00):
tava passando só de visita, que o lance a ser passageiro, que o
haver navio cairia perfeito. Pra mim lavei a roupa de cama,
mas um infeliz o teu cheiro tá entregado em mim de geral, na

(14:23):
casa toda e do coração esqueci. Fui no supermercado comprar o
vejante que o meu acabou mas o material de limpeza limpa.
Sujeira não limpa, amor lambei arroz.
Roupa de cama, mais um impelim do teu cheiro tá entranhado em
mim de geral, na casa toda e do coração esqueci.

(14:48):
Fui no supermercado comprar alvejante que o meu acabou mas o
material de limpeza limpa. Sujeira não limpa amor não limpa
amor reservaqueiro. Pro meu coração que tava

(15:37):
passando só de visita, que o lance IA ser passageiro que o
abre navios cairia perfeito pra mim lavelha roupa de cama mais
um impelido teu cheiro. Na casa toda e no coração

(16:02):
esqueci. Fui no supermercado comprar o
meu. Acabou.
Vá de cama mais um infeliz do teu cheiro tá entrando em mim e
já não na casa toda e no coraçãoesqueci fui no supermercado

(16:26):
comprar alvejante e o meu acaboumais um material de limpeza
limpa, jeira não limpa amor meiaroupa de cama mais um infeliz do
teu cheiro tá entranhado em mim tem geral na casa toda.
Do coração esqueci. Fui no supermercado comprar o

(16:47):
vejante que o meu acabou, mas o material de limpeza limpa.
Sujeira não limpa amor, não limpa amor não limpa amor que o
meu acabou, mas o material de limpeza limpa.

(17:08):
Sujeira não limpa, amor. Eu ligo a máquina de lavar,
misturo toda a roupa suja de toda a cor.

(17:35):
Enquanto eu olho tudo aquilo, gira, me dá vontade do momento
do elevador só de te encostar eupercebi que o seu lugar é bem

(18:01):
aqui. No meu decote, eu digo, sim,
sim, sim, sim, sim, eu quero mais.

(18:27):
Estendo as roupas no varão. Separo tom de colorido e sinto
cheiro bom. E enquanto eu olho, tudo aquilo
seca, me dá saudades do momento do elevador.

(18:50):
Só de te encostar eu percebi queo meu lugar é vem aqui.

(19:57):
A gente acabou de escutar uma música que eu adoro e dar um bom
start para o nosso papo. O bloco musical que vocês
acabaram de escutar trouxe máquina de lavar de Tiê.
O hit pernambucano do brega recifense alvejante, da Priscila
Senna. E abrindo o bloco, um clássico
Marisa Monte com a menina dança e, óbvio, a coluna contos

(20:20):
sagrados, da Camila Genaro, trouxe a história como nascem as
estrelas, que já tocou a gente muito sobre o assunto que a
gente vai falar. Eu achei um conto lindo.
Ele me fez pensar na infância. Da nossa entrevistada, seja
bem-vinda, Maria de Jesus, minhatia querida.
Obrigada pelo convite. Eu até até brinquei com a Sara,

(20:43):
falei, eu não tenho assim muito hábito de falar as coisas.
Então vamos lá, vamos ver o que o que poderá sair, né?
Mas eu tô feliz de vocês, de vocês estarem especial.
Minha sobrinha querida de ter lembrado da sua tia.
EE na verdade, você já fez uma introdução.

(21:08):
É das coisas que eu gosto de fazer, das coisas que eu
participo, eu procuro. Toda vez que eu faço qualquer
coisa assim, dessa natureza, eu procuro me divertir sempre,
sempre me divirto. Tia, fica tranquila porque essa
entrevista é bem nós 2 sentada no sofá e conversando.

(21:31):
Batendo aquele. Papo gostoso de sempre.
Fica. Bem confortável.
E aí, já que você tocou nesse lugar, a pergunta que eu sempre
começo pra toda entrevistada, que vem aqui na hora do sabar,
vai de encontro exatamente nessacoisa de ser feliz, né?
Brincar com a vida com leveza. E aí eu queria saber quais que
eram os sonhos da menina Maria? Se hoje acontecesse um encontro

(21:55):
entre vocês 2, como é que seria esse encontro?
Ela estaria orgulhosa, satisfeita do caminho até aqui.
Como é que seria, tia? Conta pra gente.
Olha, eu acho que que sim, ela estaria satisfeita, sim, porque
é, eu acho que as coisas vão acontecendo na vida da gente,

(22:17):
né? Eu primeiramente morei assim na
minha, na minha infância toda até os 14 anos.
É eu morava numa fazenda próximade uma cidade.
É uma cidade bem pequenininha, que hoje tenho 5000-6000
habitantes e eu é morava, moravanuma fazenda próximo dessa

(22:39):
cidade. E daí surgiu assim pela minha
família. A possibilidade da gente vir pra
São Carlos é e eu gostei muito, porque eu sempre tive assim uma
vontade de de conhecer coisas novas, sabe?
Eu sou muito curiosa é de conhecer coisas novas.

(23:01):
E daí é, eu tinha uma prima aquiem São Carlos e meu pai e minha
irmã, minha irmã Zilda, vieram antes.
E depois João, meu irmão é minhairmã, irmã e eu viemos atrás.
E aí a gente começou a vida aquiem São Carlos e isso foi em 69.

(23:24):
E aí todo mundo tinha que trabalhar para ajudar a família.
Mas eu queria sempre. Eu queria estudar.
Eu sempre pensava que 1 hora eu eu retomaria AA minha escola e.
Aí eu demorei. Eu demorei um ano, por exemplo,

(23:45):
na década de 70, eu não, eu não estudei, mas 71.
Eu comecei a estudar EEO. Meu sonho era de conhecimento
mesmo. Eu queria é, queria estudar,
conhecer pessoas, e eu, na verdade, é bom.
Aí estudando à noite eu trabalhei.

(24:08):
É, ele trabalhava durante o dia,então eu fiz todo o meu ginásio
à noite e eu amava, na verdade. E depois fiz um curso técnico
que equivalia o colegial, tambémà noite.
Mas aí eu fiz muitas amizades. EE amava.
É tudo isso, né? É, depois eu resolvi fazer um

(24:33):
curso superior, que foi estudos sociais.
Numa escola aqui, né? Que a Sara conhece é que era
antiga. A cerc hoje é unicep e eu fiz
esse curso de 3 anos, com duração de 3 anos e sempre
querendo e não pensava Sara e não pensava em casar, acredita.

(24:58):
Acredita que eu não tinha esse esse sonho assim de casar, de
ter filhos? Eu nunca tive assim muito esse
sonho. É, se bem que sou muito mãe
assim, né? Mas sou muito mãe, mas eu não
nunca tive nesse sonho. Daí eu depois terminando o esse

(25:20):
curso de todos sociais que eu fiz.
Eu não trabalhei na área porque na época eu já trabalhava no
escritório de uma empresa grande.
E aí eu continuei é fazendo cursos, cursinhos, técnicos no
Senac. Fiz uns 2 anos de curso técnico
no Senac. Daí foi que eu é resolvi fazer

(25:44):
administração de empresa, né? Onde conheci esse antigo e foi
mais ou menos isso. E aí essa parte da história, eu
até conheço a tia Maia, sempre foi a tia que levou a gente pra
passear na casa dela. Sempre nós fomos pro Rio, sempre
tinha muita festa, com música, muita gente, todo mundo muito

(26:06):
alegre, sempre teve um, sempre foi um ambiente muito agradável.
Tá do seu lado, tia? Ah, obrigada, Sara, eu?
Muito legal ouvir tudo isso, é asenhora estava me contando

(26:27):
também, Maria, que você. Ela me contou muitas coisas
sobre você. Na verdade que você.
É. Uma mulher aventureira, que
gosta de viver novas experiências, que viaja, que
faz, gosta de fazer coisas diferentes.
Muito, tá? Tá muito alinhada com o que você
tá contando também, né? Daí ela me contou que você joga
buraco, vai a shows, viaja. Como é que esses momentos de

(26:49):
lazer? E te transformam e te realizam
também, né? Acredito que um pouco desses
sonhos todos que é, você tinha evocê se sente hoje realizado.
Isso faz parte dele também, né? Então, como isso te transforma?
E. Realiza.
Olha, é bastante interessante, né?

(27:09):
Porque é, eu gosto muito assim de é, na verdade, de sair assim,
né? Até às vezes aqui em casa.
A minha sobrinha desistia, mas você vai sair de novo?
Então eu saio bastante agora e tem algumas viagens aí que vão
acontecer sábado agora, por exemplo, dia 24 e dia 29, assim,

(27:36):
até primeiro de junho eu tenho atividades, né?
Então eu já estou assim com. Com 3 viagens é marcadas, me
transforma assim. Eu gosto muito e eu acho que
também esse lado assim, leve, defazer as coisas, de gostar de
sair, de ficar bem, de sem picuinhas com qualquer coisa eu

(27:58):
deixo levar, eu não fico, sabe? Eu não brinco por nada assim Na
Na verdade, essa área me conhece, é, então fica uma coisa
bem, bem legal, eu vou agora. É no final de de maio, dia 29,
eu vou pra fazer uma viagem pra ilha cumprida e eu vou com 3
amigas. Então é super legal porque fica

(28:22):
um negócio leve assim e elas sentem assim essa leveza, sabe?
Então elas gostam bastante. Então eu fico assim bastante
feliz de de de estar viajando. É uma coisa que eu gosto, mas
mesmo que for pra um pra 11, situação assim, triste, vamos
dizer, eu estou viajando, eu estou em paz assim, vou super

(28:42):
bem e volto super bem. Então tem tido essa essa coisa
boa assim, eu digo coisa triste porque dias atrás eu tive um
velório pra ir e eu fui sozinha porque não tinha quem fosse
comigo, né? Então foi bem bacana.
Por outro lado, de eu, de eu estar comigo mesma, sabe, assim?
Ô tia, mas eu acho que queria que você contasse também que tem

(29:04):
um negócio muito legal, que vocêfalou que você viaja com as
amigas, mas que você também tem alguns grupos que tem um
propósito de viajar. Tipo, várias vezes eu já vi você
contando de viagens para fazer fotos.
Então vamos visitar uma fazenda antiga.
E a gente faz um lugar, a gente já fez muito disso.
A tipo assim é, vamos viajar? Vamos, vamos pra São José do

(29:26):
leopardo. É fazer fotografia pra um grupo
enorme, enorme, assim de gente. São vários carros 5, carros 6 e
cheio de gente. A gente para num num momento
assim, num numa ponte, por exemplo, e lá vai foto de tudo
quanto é jeito, tudo quanto é lado, e as pessoas chamam você e

(29:47):
fica muito divertido. Meninas, é uma coisa, eu gosto
de foto, então fica muito divertido.
A gente já fez viagens lindas pra Torrinha.
Pra é para as pelas fazendas aqui perto, a fazenda do Pinhal,
a gente já foi fotografar fazenda Santa Maria, então fica

(30:08):
muito engraçado. E a gente também fazia assim
passeios noturnos. Eu já fiz fotografias noturnas
na cidade e já fiz fotografia naestação da gente fazer assim,
tipo assim, tava tudo escuro, o meu professor.
Ele fazia, ficava lá assim, ele ele ligava, eu, na verdade ele,

(30:31):
ele fazia. Posso depois mostrar para vocês
AA foto 1, hora que eu tiver um tempo eu ver, eu mostro a foto
para vocês. Ele pegava algo assim, na mão
aceso, ele girava assim, girava e a gente fotografava, ficava um
efeito lindo, sabe? Então gente, já fez de tudo.
De tudo. E agora o grupo da fotografia

(30:53):
parou um pouco de fotografar, né?
De sair, de fazer essas coisas. Mas a gente agora a gente se
encontra para tomar sopa, para comer alguns petiscos.
Então eu estou sempre cheia de grupo, gente.
Estou sempre assim, indo para quem?
Para ali. É isso que eu tava falando pra
Vitória, tem o grupo da dança também que vai, tá?

(31:15):
Tudo dinheiro vai? Pro.
Palco vai pra tudo quanto é canto, né, tia faz salsa,
Carnaval, réveillon salsa. É, é bem legal.
Eu agora não estou dançando muito, mas é quando posso, eu
danço também. Nós vamos fazer um Cruzeiro no
final de novembro e neste dezembro, que é um Cruzeiro

(31:36):
curto, porque esse ano eu não fui ao dançando a bordo.
A tia, sua tia Ivani foi, mas e outras pessoas foram, mas eu não
fui. Mas nós vamos fazer esse
Cruzeiro curto, sabe? A gente encontra, conhece onde
gente nesse Cruzeiro, inclusive os meninos.
É muito legal ouvir tudo isso e eu vou dizer que até inspirador

(32:01):
porque. Isso é uma vida realizada, né?
Viver a Felicidade, o momento, então.
E sem estigmas, né? Sem aquilo que é esperado.
AI vou. Eu acho que as coisas, na
verdade aconteceram como foram acontecendo.
Eu também é me abri para esses acontecimentos, né?

(32:25):
Eu me abro, as pessoas me chamam, eu.
Eu tô indo, tô indo. Então eu me abri pra esses
acontecimentos, porque eu não, eu não sou uma pessoa muito
alegre, né? Eu sou meio quieta, a Sara sabe,
né, Sara, Sara, a gente tem umasfotos lindas juntos também é, e
então eu eu sou assim, meio quieta, mas mas eu sou é.

(32:50):
Eu sou muito aberta assim, pra, pra, pra conversar, pra.
Eu devia ter posto essa música no bloco.
Gente certa é gente aberta. Se o amor chamar, eu vou.
Porque essa essa música define avida da minha tia.
Eu vou te mandar essa música tiadepois.
Que a gente terminar a dica. Dessa entrevista.
E eu vou chamar um bloco musicalque eu eu preparei meio pensando

(33:13):
na Vitória também. E nesse papo todo que a gente
tava tendo de brincar, eu tem 222 rappers, na verdade, um
grupo de rap. E uma moça poetisa aqui de de
Recife, que tem a mesma música, chama, deixa as garota brincar.
Só que as letras são diferentes.OA temática é a mesma, mas a

(33:34):
sabedoria que essas mulheres trazem é muito legal.
Então vamos de mais música e mais coluna e daqui a pouquinho
a gente volta. Dizem que sou fraco e sabem que

(33:57):
sou bem mais forte que eles quiseram me amedrotar.
Só que hoje eu sou o maior medo deles, os machistas que me
julgaram e meu bonde do fogo neles e o que eles tentam eu
trabalho e não me iludo. Vocês são perca de tempo.
O que eu tenho se chama talento e as minhas só vão me inspirar.

(34:20):
Então sai do caminho das mina, deixa, deixa a garota brincar,
deixa, deixa a garota. Tá a brincar deixa aqui, deixa a
garota a brincar, deixa, deixa as garota a brincar, deixa as
garota a brincar, deixa as garota a brincar, deixa as
garota a brincar, deixa as garota a brincar, deixa as
garota a brincar vou lá em cima sem levantar a voz nessa

(34:40):
maratona lhe der o placar no sexo pra gente sempre feferer
mais o filho é dela, nem vê se chegar.
No jogo da vida machistel Gois epano Pra Ele elas não vão passar
no jogo da vida agora é nas funções e pano pra machelas não
vão passar meu playboy que me detesta agora vai viver cantando
meu jipe e vai me pedir pra tocar na tua festa dando uma de
Estrela com a minha equipe entãochama aqui, chama o Rodrigues no

(35:01):
print eu estou numa que vão ter que aguentar bota aqui, bota as
menina na roda deixa aqui, deixaa garota brincar, deixa, deixa a
garota brincar, deixa, deixa a garota brincar, deixa, deixa a
garota brincar, deixa, deixa a garota brincar, deixa.
Garota brincar deixa aqui deixargarota brincar.
Deixa. Deixar garota brincar deixa aqui
deixar garota brincar não quero que você se esqueça vem que o

(35:24):
machismo te enlouqueça ficar louquelas corta a cabeça eu
estou com ela assim então nessa tô te dando muita moral e na
real, talvez tu nem mereça deixaaqui deixar a garota brincar
deixa deixar a garota brincar deixa aqui deixar a garota
brincar, deixa, deixa a garota brincar.

(35:51):
Deixa a garota brincar. Essa rua ela é minha, ela é
floresta e vou um dia retomar pra todo o povo, todo o povo

(36:15):
dessa Terra que o genocídio não conseguiu acabar.
Se do robozinho 500 não vem dizer que tudo tem a ver com
isso. Chega Carnaval, sou a preferida.

(37:06):
Samba enredo ou na avenida? Várias homenas, em nenhuma que
muda minha vida. Coca falso na cabeça, na mão,
uma bebida. Essa rua, essa rua, ela é minha.
Ela resposta, vou um dia retomar.
É todo o povo, todo o povo dessaTerra que o genocídio não

(37:30):
conseguiu acabar. Sou a preferida no samba enredo

(38:21):
ou na avenida? Várias homenas em nenhuma que
muda minha vida coca falso na cabeça, na mão, uma bebida, uma
invadinha nem tu a ir A cima, não sou com a boca arronta
nenhuma das suas lenda a pilha dessa Terra pronta pra retomada
fica de papo todo. Vai tomar uma flechada?

(39:04):
Essa rua ela é minha. Deixa as garotas a brincar,
deixa as garotas a brincar, deixa as garotas a brincar,
deixa as garotas a brincar, deixa as garotas a brincar,

(39:25):
deixa as garotas a brincar, deixa as garotas.
Brincar deixa as garotas brincar.
Ei, machista, deixa as garota brincar, vai se fuder, vai, vai,
vai, vai se fuder fuder ei, machista, vai se fuder eu vou

(39:50):
dar pra todo mundo e eu vou dar pra você, ei.
Machista vai se fuder eu vou darpra todo mundo e não vou dar pra
você me vem agarrado com ele separa que a briga tá ligado?
Ele é um machista isso que eu tomei esse 2 soco e um cruzado e
sapaz saradonato vem dizer, qualé que é melhor a partir de

(40:14):
agora? Se começar a respeitar as
mulheres? Machista, vai se foder, vai,
vai, vai se foder. Ei, machista, vai se fuder, vai
se fuder, machista vai se fuder eu dou pra quem eu quero e não

(40:38):
vem se intrometer ei, machista, vai se fuder, eu dou pra quem eu
quero ser não vai se intrometer.Eu não quero fazer nada com
macho, acho que se vire e eu? Que não vou casar?

(41:04):
Respeito que eu vou casar. Ei, fachista, vai se fuder.
Vai, vai, vai, vai se fuder. Vai se foder, eu dou pra quem eu
quero ir. Não vai se foder.

(41:25):
Eu vou dar pra todo mundo e eu vou dar pra você.
Deixa as garotas brincar. Deixa as garotas a brincar.

(41:51):
Deixa as garotas a brincar. Deixa as garotas a brincar.
Deixa as garotas a brincar. Deixa as garotas a brincar.
Deixa as garotas a brincar. Deixa as garotas a brincar.
Começa agora futuro criativo. Uma coluna por Elaine bioni,

(42:14):
hora do Sabá, ano 7, temporada 10, a única revista feminista
colaborativa pelas ondas do rádio.
Olá, tudo bem? Eu sou Elaine bioni e hoje, na
coluna futuro criativo, eu queroconversar com você sobre um tema
transformador. É o tempo livre das mulheres e

(42:36):
como a sua apropriação pode ser um ato político.
Durante séculos, o tempo feminino foi capturado pelas
demandas do cuidado do trabalho invisível dentro de casa e, mais
recentemente, pela sobrecarga entre vida profissional e
pessoal. Ainda hoje, essa desigualdade
persiste de forma alarmante. Dados do IBGE mostram que 85% do

(43:01):
trabalho de cuidado no Brasil é realizado por mulheres.
Em 2022, elas dedicaram, em média, 17 horas semanais a
tarefas domésticas e de cuidado 9,6 horas a mais que os homens.
Essa sobrecarga recai com ainda mais força sobre as mulheres
negras, segundo o estúdio do IPA.

(43:24):
Com 1196 participantes, quase 70% das mulheres negras estão
envolvidas diretamente em tarefas domésticas e de cuidado,
muitas vezes sem remuneração ou reconhecimento.
Além disso, como revelam estudospublicados na Cielo Brasil,
mulheres tendem a priorizar o Descanso, a saúde da família e

(43:46):
os afazeres da casa quando pensam em tempo livre.
Enquanto isso, homens associam esse tempo ao lazer, à Liberdade
e ao relaxamento. Essa diferença revela o quanto a
cultura ainda hoje impõe às mulheres a responsabilidade

(44:06):
quase exclusiva pelo bem-estar dos outros.
Mesmo em momentos de Descanso, apressão para conciliar trabalho,
família, aparência e produtividade cobra um preço
alto. Um estudo do centro
universitário fundação Santo André aponta que mulheres estão
mais expostas a quadros de estresse e burnout, reflexo

(44:30):
direto dessa tentativa constantede dar conta de tudo e dados do
pnad 2016, uma mulher de baixa renda aos 20 anos de idade,
realiza cerca de 4 horas diáriasde trabalho doméstico já aos 30
anos. Essa média sobe para 5,8 horas

(44:52):
por dia e quando finalmente tem tempo livre, muitas não
conseguem aproveitá lo. A pesquisa chamada lazer no
Brasil revelou que 37% das mulheres não realizam atividades
desejadas por falta de tempo e 36% apontam a falta de recursos

(45:13):
como o principal impedimento. Este cenário precisa mudar.
O acesso ao lazer é um direito social e tem impacto direto na
saúde mental, emocional e física.
A socióloga Carla Siqueira afirma que a apropriação do
tempo livre pelas mulheres é, SIM, 1 ato político.

(45:35):
Quando uma mulher decide descansar, criar ou simplesmente
brincar, ela rompe com a lógica produtivista que tanto oprime a
pensadora feminista Silvia federic.
Também reforça isso em seus estudos sobre o trabalho
reprodutivo. Ela mostra como o Descanso e o
prazer são dimensões fundamentais na vida digna, não

(45:58):
só para o indivíduo, mas para toda a coletividade.
Felizmente, muitas mulheres estão redescobrindo o prazer de
ocupar o próprio tempo com aquilo que dá sentido.
Bordar, ler livros ou escutar música, dançar, caminhar, cuidar
das plantas, escrever ou pintar são práticas que vem ganhando

(46:20):
espaço como formas legítimas de autocuidado, expressão e
reconexão consigo mesmas. Uma pesquisa na universidade de
Cambridge publicada em 2022 mostrou que atividades criativas
regulares podem reduzir em até 30% os sintomas de ansiedade.

(46:40):
Além de estimular áreas do cérebro ligadas ao prazer, a
memória e a imaginação ou seja, cultivar hobbes e o ócio
criativo é saúde pública. Além disso, o lazer é também um
território fértil da criação cultural.
A artista mexicana Mônica Mayer defende que toda mulher deveria

(47:03):
bordar como uma forma de expressão política, e não só uma
metáfora. O bordado virou linguagem de
denúncia, memória e afeto. Em muitas redes feministas,
coletivos de mulheres vêm ocupando esse campo com rodas de
costura, clubes de leitura, oficinas de cerâmica e círculos

(47:25):
de escrita. Esses encontros não são apenas
passatempo, são espaços de resistência, empoderamento e
reinvenção de futuros. Então aqui vai uma provocação,
da próxima vez que você se sentir sobrecarregada, não se
pergunte apenas o que preciso fazer agora, mas sim, o que eu

(47:46):
gostaria de fazer agora? Essa pergunta simples e poderosa
pode abrir caminho para uma pequena e necessária revolução.
Se permita. Cultive o ócio criativo.
Porque reinventar o tempo é, sim, também reinventar o futuro.
Obrigada por me escutarem aqui na coluna futuro criativo, no

(48:08):
programa hora do Sabá. Até a próxima.
Estamos de volta. E hoje a Elaine bioni nos lembra
que cultivar hobbes, ócio criativo e momento de prazer
também é fortalecer a saúde mental, a autonomia e a
Liberdade, porque reinventar o tempo é, sim, reinventar o
futuro. O bloco musical veio provocando
2 músicas com o mesmo nome, maisde artistas diferentes.

(48:31):
Deixa as garotas brincar do rap plus size.
Essa rua é minha, de caiê guajajara e a jovem bione abriu
o bloco com a homônima do rapplus size deixa as garota
brincar. Afinal de contas, o tema do
programa hoje fala muito disso, né Sara?
Fala muito em vi e eu amo essas brincadeiras que a gente pode
fazer aqui na hora do Sabá. Obrigada Júpiter, Sarah Donato e

(48:54):
Taiwan do rapplus size e bioni. Eu sou fã de vocês.
Tchamá. Voltando para nossa entrevista,
a gente queria saber mais da suainfância, porque você falou que
você. Teve uma vida também que foi
fora do do padrão, né? Buscando sonhos.
Então, quais eram as brincadeiras da sua infância?
Que que era permitido pra menina?

(49:14):
Porque lá na década de 60 tambémtinha isso, né?
A menina podia brincar de umas coisas e de outras não.
E como é que essa esse tipo de educação, que era tão formal
dentro do gênero, influenciou assuas escolhas na vida adulta?
Olha, Sara, foi assim. É quando nós éramos criança,

(49:36):
crianças, né? As nossas brincadeiras.
É, por exemplo, a gente não tinha boneca na época, então a
gente, como eu morei, é Na Na fazenda até os 14 anos, a gente
brincava com bonequinha de espiga de milho, porque ela
tinha os cabelinhos que dava para trançar, dava para amarrar.

(49:59):
Então a gente fazia essas brincadeiras.
É, a gente também balançava bastante na minha casa.
Sempre tinha um Balanço pendurado pra gente balançar,
né? Nós não tínhamos tanta tantas
coisas pra brincar, isso antes da gente começar a ir à escola,
porque os meus irmãos não puderam estudar os mais velhos.

(50:22):
Mas como eu sou a penúltima. Eu e a minha irmã, a gente foi
pode ir pra escola. As 3 últimas puderam ir pra
escola, então a gente IA é e a gente brincava também.
Eram brincadeiras saudáveis, de esconde, esconde.
A gente brincava muito, é e fazenda, sei lá, tudo escuro,

(50:46):
mas quando tinha a Lua cheia, principalmente, a gente se
esbaldava. É de brincar.
É. Então a gente brincava muito de
de esconde, esconde, de amarelinha.
A gente traçava a amarela, riscava a amarelinha no chão e
brincávamos. É.
Eram brincadeiras assim. E eu também aprendi a dançar

(51:09):
forró muito cedo, porque o meu avô materno, ele tocava acordeon
e ele era o sanfoneiro. Então era muito divertido porque
o meu pai. Ele levava a gente nos bailes,
então ele levava. A gente cuidava assim da gente,
meus pais, os 2 levavam, então agente aprendeu a dançar muito

(51:31):
cedo, então isso era uma brincadeira.
Era uma coisa que a gente fazia aos sábados normalmente e também
aos domingos. A gente tinha umas brincadeiras,
a gente unia as meninas e a gente brincava de tinha uma
brincadeira que a gente fazia que era a queima.

(51:52):
Barra Bowl eram brincadeiras queeu nem vejo hoje, mas queima, eu
vejo que então a gente fazia muito essa brincadeira.
É, a gente também jogava bola naquela época, mas o meu irmão,
eu tenho um único irmão, né? O João.
Ele não gostava que a gente jogava bola.
Uma vez eu teimei, fui jogar e fiquei no gol, porque ele não

(52:15):
queria que eu corresse de jeito nenhum, porque essa brincadeira,
essa, esse. Evento era de homem, então ele
não permitia que a gente jogasse.
Então a gente fazia muito, muitoisso.
Assim é. E também na verdade, Sara,
quando a gente não estava na escola, a gente ajudava os pais

(52:37):
na roça que que a gente fazia? A gente IA apanhar algodão, que
era um negócio leve pra criança,se eles estivessem.
Por exemplo, colhendo arroz, a gente IA nem que fosse pra ficar
brincando, porque quando você colhe arroz assim, é pra tirar o

(52:57):
arroz do do do maço. Assim é, tinha que bater, tinha
uma espécie de um de um varal assim e as pessoas batiam.
Aquele arroz assim, EE aí soltava.
E aí o que que acontecia? Ficava aquela palha, ficava um
Monte de palha assim, e a gente brincava em si, então era uma

(53:19):
delícia. A gente fazia muito isso, então
foi assim, uma infância é assim,sem muitas coisas pra gente
fazer mais interessante, porque era muito harmoniosa e os meus
pais foram muito bons pra gente.Então valeu ter vivido assim,

(53:39):
ter crescido nessa família. A família que eu amo, né?
Depois conheço a família Mascarenhas, né?
Sarinha, que eu também amo, né? Então isso foi conseguir
responder mais ou menos a sua pergunta.
Sim, com certeza. E eu acho muito interessante,
né, depois da gente já ter contado um pouco de qual que é

(54:01):
seu estilo de vida hoje e ouvir as suas atividades da infância.
Faz sentido. Eu acho que você tá mostrando
pra gente que você foi. Você é uma mulher que trouxe
hobbes da sua infância pra sua vida atual, né?
Então a dança, né? É essa.
Essa coragem também e curiosidade e ambição de

(54:25):
experimentar coisas novas. EE não se.
Deixar parar por qualquer coisa,né?
E eu acho que também o impacto édessa, dessa Liberdade que você
experiencia hoje. Está muito relacionada também
com a criação que você teve, né?A relação que você teve com seus
pais que levavam vocês, né? Para aproveitar a vida é viver o

(54:49):
momento é. Criar memórias, experiências, é
desfrutar da vida mesmo. E é o estilo de vida que você
adotou pra sempre. É e é muito legal ouvir isso
porque, né? 11 dos pontos que a gente
conversou bastante quando a gente tava construindo o roteiro
pensando no tema, é, foi um conteúdo que eu assisti 11 tempo

(55:11):
atrás no Instagram de uma pesquisa de campo assim na rua,
com pessoas entrevistando homense entrevistando mulheres e a
grande maioria dos homens. Trazem é atividades da infância,
transformam isso num hobby pra vida, como né?
O jogar bola é videogame, enfim,algumas atividades que eles

(55:33):
descritam desde a infância pra vida adulta, mas não acontece
tão da mesma forma com as mulheres, né?
Então as atividades que elas. É até que poderiam ser
brincadeiras na infância, como agente tinha falado, né?
Do brincar de boneca, de cuidar da filhinha, né?
De brincar de cozinha, de professora.
Pode ser, sim, que vá para vida adulta, mas não necessariamente

(55:54):
como um hobby, mas sim como uma atividade de responsabilidade.
É uma atividade laboral ali, de alguma forma.
Então, poder ouvir 11 outra vivência foi muito inspiradora.
Agora vou dizer, e espero que isso sirva para quem estiver
ouvindo também, né? De que a vida ela é muito mais
do que só as nossas obrigações. Ela precisa ser vivida e

(56:16):
desfrutada plenamente. Muito obrigada por contar essa
sua história. Para gente é pensando nisso, né?
É o que você você acha que hoje as mulheres mais novas, né?
As crianças que vão crescendo, elas têm mais Liberdade para
brincar do que antes? Ou a gente ainda carrega muito

(56:38):
esse peso da da utilidade, do que faz?
Olha, eu acho que é hoje em dia,eu acho.
Eu acho difícil. É, inclusive, muitas vezes eu
ouço, eu leio que a gente tem que incentivar as crianças a

(57:01):
brincarem, é a voltarem a brincar como antigamente.
Fica difícil também, porque nós estamos vivendo de uma forma de
de diferente. Hoje é, existem assim os medos,
né? De violência.

(57:21):
Hoje em dia a gente tá vivendo um período de bastante
violência, então dá medo de deixar as crianças brincarem na
rua. A gente, se a gente não fizer,
se a gente não estiver acompanhando, a gente não deixa
as crianças brincarem, né? Então é fica bastante complicado
assim. Eu acho que a gente deveria.

(57:44):
Eu, por exemplo, sempre ajudo ascrianças quando é eu estou com
elas. A brincar e não ficar também só
no celular, só no tablet ou só no computador.
A gente ou também aqui. A Sara sabe, né, Sara?
Eu vivo assim no meio da moçada,né?
Eu tenho uma família grande, então muitas horas a gente fica

(58:06):
jogando, principalmente quando agente vai ao broa, a gente acaba
jogando, né? É, então tira as pessoas assim
de também não estarem socialmente com a outra, né?
Conversando com a outra ou participando de uma conversa ou
né, de uma brincadeira, sabe? Então faz muita falta, sabe?

(58:31):
Tem muita coisa nova hoje pra gente ver.
Pra gente é descobrir e fazer EEconhecer, mas as crianças
deveriam. Esse momento de brincadeira como
no passado, sabe? É, e eu acho que isso também
dificulta, né, né? Para conforme vai crescendo a

(58:52):
pensar, o que que eu faço, eu quero desenvolver de hobbes.
Enfim, é 11. Outra crítica também que a gente
pode ir chegando muito longe nessa questão de como a
tecnologia tem impactado na infância das crianças e tudo
mais. Então.
Como a tecnologia tem tem impactado a criatividade?

(59:12):
Imaginário, coletivo também, né?Porque uma criança hoje não tem
dimensão. Eu lembro quando a gente começou
a ter novas crianças na família.Algumas crianças cresceram na
capital Paulista e não não tinham tinham visto uma vaca,
então não tinham nem dimensão daonde vem o leite.
Como é que como é que o alimentovai parar na prateleira do

(59:35):
mercado, né? Então, esse contato com a
natureza, esse contato com essasbrincadeiras mais tradicionais,
mais antigas, também proporcionaum impulso criativo maior, né?
É um momento de música em roda, Oo próprio.
O jogo em si, seja um jogo de Tabuleiro ou um jogo de cartas,

(59:56):
estimula você aprender a perder,aprender a trabalhar em equipe,
a ler o seu parceiro, né? Tudo isso é um.
São experiências a sociabilização que o que o
celular, o tablet, computador, ovideogame, de certa forma,
acabam limitando mesmo o viés tia.
É uma pena que o tempo acaba. A gente tenta reinventar ele o

(01:00:18):
tempo inteiro, mas aqui no programa dá 60 minutos, a gente
acaba, não tem jeito. Então eu queria te convidar para
deixar uma mensagem aí sobre encontrar prazer na vida,
encontrar momentos de lazer, momentos de socializar, a
importância de estar entre amigos, entre as pessoas que a
gente ama e se despedir dos nossos ouvintes.

(01:00:41):
Te agradeço muito por você ter vindo, viu, tian?
Ah. Obrigada pelo convite e na
verdade é a primeira vez assim que eu.
Participa de uma conversa assim?Espero que que tenha sido boa e
que tenha dado certo. Eu acho que a primeira coisa

(01:01:03):
assim, que é quando eu vou assimnum lugar, quando eu vou me
encontrar com os amigos, eu vou assim, de coração aberto para me
divertir. Eu gosto de ir e ficar assim, me
observando. Então eu acho que.
Eu eu consigo é me divertir assim por pouca coisa, sabe?

(01:01:27):
De uma conversa assim? É, eu vou assim pensando que a
gente sempre tá aprendendo na verdade, né?
Então eu acho que as pessoas deveriam ir assim, sem pensar.
É o que vai acontecer. Se vai EE sempre e eu e eu, eu

(01:01:47):
sou muito positiva. Tem uma coisa que eu falo, vai
dar certo, eu ponho na cabeça que vai dar certo e realmente
dá. Eu nunca acordo pensando
negativamente, não. Eu não sei o que é ser negativo,
gente, então. É verdade, eu sou testemunha.

(01:02:09):
Exatamente. Perfeito, Maria, muito, muito
obrigada por dividir a sua história com a gente, pela sua
presença, por topar tá aqui, portrazer a sua história com tanta
leveza. Essa sabedoria do prazer de
Viver A Vida por completo, por inteiro e desfrutar dela é muito

(01:02:29):
inspirador mesmo. E você que escuta a gente se
liga que semana que vem o programa vai falar sobre
histórias que curam. A Sara e a Camila Genaro vão
conduzir essa edição especial com as colunas lírica e vendidos
do norte. E você que chegou até aqui com a
gente? Obrigado pela escuta atenta.
A hora do Sabá segue ao vivo nasrádios digitais toda terça-feira

(01:02:52):
7 da noite na rádio silva.org, terça-feira às 10 da noite na
rádio armazem.net, quinta-feira a partir do meio-dia, na alma
londrina.com.br, sexta-feira às 9 da noite pela rádio
pagu.com.br. Sábado, para te acompanhar na
hora do almoço, a gente toca na rádio aurorarecife.com.br ao
meio-dia, e domingo, horário para gringo, ouvi à meia-noite

(01:03:15):
na rádio eixo.org. Para fechar esse ciclo,
segunda-feira ainda tem reprise às 10 da noite na rádio
amazen.net. Lógico que tem mais.
A gente também disponibiliza esse programa nas plataformas,
as principais plataformas de streaming e, óbvio, visite nosso
site, hora do Sabá. Além de escutar mulheres leia

(01:03:36):
mulheres, o blog está recheado de textos.
É hora do saba.com.br barra blogou vai lá hora do saba.com.br.
Lembrando que Sabá com 2 BSET mudo tem muito, muito texto das
nossas colunistas que chegaram pelo edital.
Tá sensacional a produção. Compartilhe com outras mulheres

(01:03:57):
participa da nossa comunidade. É só chamar o direct no
Instagram. E sempre lembre se Robbie é um
direito, não é luxo. Escute mulheres, porque a
mulherada tem voz. Obrigada por permitir que a
gente entre na casa de vocês toda semana trazendo essas
deidades e a pluralidade de vozes femininas.
Beijo.
Advertise With Us

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