#489 Joias e cocaína, as coincidências nos contrabandos de Bolsonaro | Bate Café: cultura escravagista e o caso das vinícolas

Segunda-feira, 6 de março de 2023: Bom dia, comunidade. Tudo joia? Não né, tem cocaína também. Em junho de 2019, um militar, sargento da aeronáutica, foi preso na Espanha com 39 quilos de cocaína em um voo de um avião que fazia parte de uma comitiva do Bolsonaro. O avião levava a equipe que chega antes do presidente, que estava a caminho de uma cúpula no Japão e fez uma escala na Espanha. O militar traficante só foi preso porque, no aeroporto espanhol, havia um funcionário público comprometido com a lei.

Situação parecida aconteceu em 2021 e só ficamos sabendo agora por reportagem do jornal o Estado "escolha muito difícil" de São Paulo. Só que, ao invés de exportar, o caso era de importação ilegal. Ou seja, traduzindo, contrabando. E ao invés de cocaína, eram joias. O governo Bolsonaro tentou contrabandear através do almirante Bento Albuquerque, ex-ministro das Minas e Energia, um conjunto de joias avaliado em mais de 16 milhões de reais. Seria um mimo da ditadura da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama, ex-Micheque e agora Mijoia, dias após o Brasil vender para um fundo dos Emirados Árabes Unidos uma refinaria da Petrobras a preço muito abaixo do de mercado.

Se era propina, Bolsonaro nunca recebeu. E não recebeu porque, assim como no caso da cocaína, no aeroporto internacional de Guarulhos tinha um funcionário concursado da Receita Federal que simplesmente cumpriu a lei e não se intimidou com as ameaças dos milicos. Além dessa similaridade, a presença de militares como personagens centrais chama a atenção. O modus operandi miliciano operado por militares, igualzinho no caso do pedido de propina pelas vacinas, também se repete. Só quem está surpreso com tudo isso é o editorialista do Estadão.

Em resumo, os personagens do Brasil do passado: Capitão corrupto, sargento traficante, almirante contrabandista e Exército terrorista.

BATE-CAFÉ, com Adriano Viaro
O historiador Adriano Viaro participa do programa hoje para comentar o caso dos trabalhadores escravizados resgatados em vinícolas do Rio Grande do Sul.

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