Episode Transcript
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(00:00):
Olá a todos bem vindos ao manualde boas ideias.
Eu sou o Diogo pires e hoje é umdia especial, é o meu
aniversário, OK? Eu disse vos no final da do do
episódio da semana passada, que este havia de ser especial e
aqui está a razão. AA, minha ideia sempre foi
deixar este dia chegar. EE, pela primeira vez decidi ir
na hora, talvez por minutos antes, como aconteceu aquilo que
(00:23):
que quereria conversar, convoscoo que quer que fosse, que que
sentisse que devia conversar, convosco que era aquilo que.
Que queria que que acontecesse. Eu sou capaz de me ter
autossabotado com esta decisão. Estava ali ainda agora Na Na
minha secretária a pensar neste episódio e é um bocadinho como
se o tempo tivesse parado por ummomento EE me obrigasse a olhar
(00:45):
para trás e para a frente ao mesmo tempo.
Há há 2 ou 3 Datas que ao longo do ano me levam a refletir sobre
a vida. Oo meu aniversário é uma delas
para vocês também. Isto também isso acontece
quando? Quando há um evento
particularmente importante Na Nanossa vida pessoal, nós tendemos
AA pensar nas coisas. Gostava de saber se isto bem ou
(01:07):
se acontece nisto. Estava então ali à secretária
EE. Lembrei me de uma frase que li
há uns meses num livro de que também já vos falei aqui no
manual de boas ideias. Não recentemente, mas vão
relembrar se o almanaque de naval radicante e ele fala sobre
uma ideia de contratos de infelicidade.
(01:30):
Isto parece uma coisa muito pesada no meu aniversário, não
é? Não vamos, vamos chegar a algum
fim com isto. Pelo menos assim eu espero
contratos de infelicidade. São acordos silenciosos que
fazemos connosco próprios e que nos prendem a situações que já
não nos servem de alguma coisa. E é disto que eu gostava de
conversar convosco hoje, nesta ótica de de empreendedor, vamos
(01:53):
a isto. Manual de boas ideias com Diogo
pires, o almanak do naval ravicante tem uma série de
tweets que o naval foi publicando ao longo dos anos.
O naval by the way é um dos maiores empreendedores de
Silicon Valley, entretanto, é umdos maiores angeline vesters dos
(02:17):
Estados Unidos, talvez um dos maiores do mundo, e ele tem uma
forma única de ver as coisas no almanak, ele explica.
Que muitas vezes criamos contratos mentais, connosco
próprios coisas como contratos de infelicidade.
Efetivamente, isto traduz se em ideias, como por exemplo, vou
(02:38):
ser feliz quando conseguir isto ou vou conseguir estar
satisfeito quando alcançar aquilo.
Mas estes contratos têm uma particularidade, é que eles
nunca terminam. São contratos de infelicidade,
porque nos mantêm sempre a perseguir algo que está sempre
também um passo à frente. Para nós, empreendedores menos
(02:59):
inquietas, isto é especialmente relevante.
Quantas vezes é que vocês já disseram que vão estar
satisfeitos quando a vossa empresa faturar x por mês e
depois o vosso projeto chega lá e a meta, em vez de ser x, passa
a 2 x? Ou vou ter tempo para a família
quando este projeto terminar? E depois aparece outro projeto e
(03:22):
o ciclo continua. É uma ideia forte esta de
contratos de infelicidade. E esta manhã, a caminho aqui do
estúdio, estava a ler uma notícia sobre a saída de cena da
da Ellen degeneris do do mundo do showbiz norte americano.
Ela durante quase 20 anos apresentou um dos talk shows
mais populares da América. Ela tinha tudo aquilo que a
sociedade define como sendo sucesso, dinheiro, fama,
(03:46):
influência também não lhe faltava.
Mas algures pelo caminho, percebeu que estava presa num
ciclo que já não a fazia feliz. A história da Ellen é é
fascinante quando olhamos através desta lente.
Claro que há outras, na verdade,há outras nunca muito bem
explicadas ou refutadas Por Ela,mas overrall, a Ellen era uma
das apresentadoras de televisão que eu achava mais carismáticas.
(04:08):
Ela começou como comediante apaixonada pelo que fazia na
altura stand up. Depois veio a sitcom no início
dos anos 2000. Que fez com que a popularidade
dela explodisse. E depois lá está o talk show que
a manteve no ar durante quase 20anos nas TVs norte Americanas?
EE, cada passo parecia lógico. Cada Conquista parecia
justificar a seguinte. Só que em 2020, quando surgiram
(04:32):
acusações sobre um suposto ambiente tóxico que se vivia nos
bastidores do do seu programa, aconteceu uma cena muito
interessante. Ela, em vez de lutar para manter
aquele status quo, decidiu pararpara refletir.
E 2 anos depois, terminou o seu programa.
Nas suas próprias palavras, ela disse que queria fazer algo
diferente, que já não se sentia autêntica naquele formato.
(04:56):
E convenhamos que isto não é desistir, isto é, isto é
reconhecer que lá está um contrato de infelicidade.
Chegou ao fim? Eu não sei quão por dentro vocês
estão do do universo de Lady Night TV norte Americana, mas
lembram se do Jay Lennon? Este é este é o este é o perigo
de de eu não ter preparado grande coisa para para o
(05:16):
episódio de hoje, não me lembrando assim da da das
coisas. EE vou partilhando.
Mas voltemos jayley. No início dos anos 2000, ele
estava no auge da sua carreira. Ele apresentava o tennight show,
foi o nome apontado para para seguir ao Jim Carson.
Ah, agora não sei se se eu leveilogo a seguir o Carson, Johnny
(05:40):
Carson, coldgym. Mas sim, foi ele que que lhe
sucedeu. E, bom, ele estava no auge da
sua carreira. No início dos 2000, ele era o
rei da late might TV Americana, mas quando chegou a altura de se
reformar mais ou menos em 2009, não conseguiu sair
completamente. Voltou com outro programa,
depois criou uma série de conflitos.
(06:01):
Até devem encontrar facilmente na internet uma história que que
ficou muito popular, porque de repente, ele.
Saiu do Tonight show, entrou Conan o'brien, mas depois, de
repente, saiu o'brien, entrou outra vez, ODJ Lennon.
Foi uma grande confusão. Ele gerou muita controvérsia
neste período. E porquê?
Porque ele não estava tão identificado com o seu.
Aliás, ele estava efetivamente tão identificado com o seu
(06:22):
trabalho que não sabia quem era sem ele.
O seu contrato de infelicidade não era apenas com o programa,
era com a própria identidade queele tinha construído.
A diferença entre o Jay Lennon ea Ellen é que ela conseguiu
reconhecer o padrão antes de ficar completamente presa.
Ela conseguiu saltar fora. Agora, como é que isto se aplica
(06:44):
a nós empreendedores? E porque é que eu trouxe esta
estas histórias aqui? Vocês já repararam como é fácil
ficarmos presos aos nossos próprios sucessos?
Eu vejo isto constantemente. Conheço empreendedores, seja em
em conferências, seja quando vocês me escrevem ou mesmo nas
conversas que vamos gravando. Para episódios do manual com
(07:05):
empreendedores que construíram negócios incríveis, é um facto,
mas que agora se sentem prisioneiros deles.
Trabalham 12 horas por dia numa empresa que criaram para
supostamente lhes dar Liberdade.Têm equipas que dependem deles,
clientes que esperam sempre mais, investidores que querem
crescimento constante, por exemplo.
E o pior é que de fora tudo parece perfeito.
(07:26):
Olha o sucesso que ele ou o que ela tem, dizem as pessoas.
Mas por dentro eles sabem que alguma coisa não está certa.
O naval ravicant fala sobre istoquando diz que o desejo é um
contrato que fazemos connosco próprios para sermos infelizes
até conseguirmos o que queremos.E depois, quando conseguimos,
criamos um novo desejo. É um ciclo infinito.
(07:47):
O lado bom é que há sinais. Como é que sabemos se estamos
presos num contrato de infelicidade?
Ele, há nos algumas pistas no almanaque.
Primeiro, quando começamos a fazer coisas por obrigação, em
vez de por interesse, quando acordamos de manhã.
E a primeira sensação que temos não é entusiasmo por irmos fazer
alguma coisa, mas, mas antes peso.
(08:08):
Segundo, quando nos sentimos presos pelas expetativas dos
outros, quando tomamos decisões baseadas no que os outros vão
pensar, em vez do que realmente queremos.
E terceiro, quando o nosso próprio sucesso se torna a nossa
prisão. Quando temos medo de mudar,
porque já investimos tanto temponisto?
(08:31):
Voltando à Ellen da generis, elareconheceu estes sinais.
Ela percebeu que estava a fazer televisão por hábito, não por
paixão. Com certeza, porque o salário
lhe dava muito jeito. Também não sejamos ingénuos
nisto. Mas lá no meio, ela estava presa
às expectativas de milhões de pessoas que haviam como a rainha
da bondade na televisão. Isto porque ela terminava cada
(08:52):
episódio dizendo pickin to won and another by.
Todos os episódios do do talk show dela acabavam assim e
saltar fora de um contrato de infelicidade requer coragem,
porque muitas vezes estes contratos vêm vêm disfarçados de
sucesso. A Ellen podia ter continuado, o
programa ainda tinha audiências.Ainda gerava receita, ainda lhe
(09:13):
dava algum estatuto também, mas ainda assim ela escolheu parar,
escolheu a incerteza em vez da infelicidade garantida.
E isto é algo que o naval enfatiza muito, a importância de
escolhermos a nossa própria definição de sucesso.
Ele diz que a Felicidade é um estado em que nada nos falta.
Não é ter mais, é precisar de menos.
(09:37):
Para nós, empreendedores, isto isto pode significar.
Redefinir o que é o sucesso talvez não seja ter a maior
empresa do setor, talvez seja ter uma empresa que nos permite
viver da forma que queremos e talvez esta análise seja algo
profundamente importante, fazer saber o que é que queremos, o
(10:02):
que é que devemos almejar. Eu tinha todo um episódio há há
umas semanas, tinha todo um episódio escrito EEE gravado,
até pronto para sair. Um episódio sobre o almanaco
navalhavken porque este foi um dos livros que eu voltei a ler
no verão deste ano e vinha cheiode de ideias e entusiasmado para
partilhar convosco. A questão é que quando eu gravei
(10:24):
esse episódio ou quando eu o escrevi, estava nessa bolha do
verão e estava a sentir coisas que depois se esvairou.
Um bocadinho quando chegou a setembro e quando voltei a
publicar episódios de manual de boas ideias, então avaliam um
desfasamento entre. Quem Era Eu na altura em que
escrevi aquele episódio? E quem Era Eu na altura em que
aquele episódio IA sair? Por isso, com essa desconexão,
(10:46):
eu decidi deixar o episódio na gaveta antes de decidir enviá lo
para o lixo. Mas falei muito disto de
contratos de infelicidade de de de outros ensinamentos também
muito úteis, que vêm no almanac navalhavka e sabem estar estar
aqui hoje, no meu aniversário, agravar este episódio, fez me lá
(11:06):
está voltar. Ao almanaque e fez me pensar
numa coisa que também é mencionada por lá, a fugacidade
de tudo. Ele diz que a vida é um piscar
de olhos de um pirilampo na noite.
Adoro esta expressão. Nós estamos aqui por tão pouco
tempo que desperdiçar esse tempoem contratos de infelicidade é
quase criminoso, não é? Talvez estejamos agora mesmo a
(11:27):
viver os nossos melhores dias, sem termos noção disso.
Talvez este momento, este projeto em que estamos agora a
trabalhar, esta fase da nossa vida, seja aquela que daqui.
Que de de que nos vamos lembrar daqui por por 10 anos com
saudade. Caramba, eu construí tanta coisa
ao longo da última década e hojeolho para para para trás com com
saudade e com nostalgia também pela Liberdade e, sobretudo,
(11:50):
pela ingenuidade com que fiz tudo aquilo que deixei para
trás. Mas se calhar, daqui por outros
10 anos, vou lembrar me deste dia em que vim aqui ao manual de
boas ideias, conversar convosco sobre isto e vou pensar o mesmo.
Vou sentir o mesmo, talvez. Oo naval ravicant fala sobre
isto quando diz que a Felicidadeé estar presente.
Não é estar sempre a planear o próximo passo, nem o próximo
(12:12):
objetivo, nem a próxima meta é estar aqui agora, conscientes do
que temos, esta conversa não se vai tornar mais guru do que
isto. E atenção que isto são palavras
do naval ravicant não são minhas.
Então como é que nós conseguimosfazer tudo isto na prática?
Como é que identificamos e quebramos os nossos próprios
contratos de infelicidade? Ele sugere algumas estratégias.
(12:35):
A primeira é fazer uma auditoriaregular da nossa vida.
A tal análise que vos sugeria hápouco, perguntar a nós próprios,
se eu tivesse Liberdade total, oque é que eu faria diferente?
Se a resposta for tudo, então provavelmente estamos presos num
destes contratos de infelicidade.
(12:57):
Depois, há que distinguir entre o que queremos e o que pensamos
que devemos querer. Muitas vezes os nossos objetivos
não são nossos, são da sociedade, são da família, são
de quem partilha a vida, connosco EE.
Nós queremos agradar lhes ou pelo menos encontrarmo nos nas
expectativas deles. E por último, aceitar que mudar
(13:19):
de direção não é falhar. Se tem uma empresa que vos
obriga a trabalhar 80 horas por semana e vocês criaram essa
empresa para ter mais Liberdade,talvez seja altura de repensar o
modelo de negócio. Ou se estão num setor que já não
vos inspira, mas, bom, lá no fundo dá dinheiro.
Talvez seja a altura de exploraroutras opções.
Ou ainda, se têm sócios ou investidores que vos pressionam
(13:42):
para crescer de de uma certa forma que hoje em dia já não vos
faz sentido. Talvez seja altura de ter
conversas difíceis. No fundo, o que o naval nos
ensina no almanaque é que o objetivo final não deve ser o
dinheiro, nem a fama, nem o reconhecimento.
Deve ser, sim, a Liberdade. Isto depois levava nos para
(14:02):
outra conversa sobre ego e o peso que o ego tem nos nossos
dias. Mas, no fim de contas, a
Liberdade de que ele fala é a Liberdade de escolher como
passamos, o nosso tempo, com quem o passamos e aquilo que
fazemos nele. Não é?
Em que projetos é que estamos a trabalhar?
Ellen DeGeneres ela, ao terminaro programa, escolheu a
(14:23):
Liberdade, escolheu a possibilidade de reinventar se.
De explorar outras paixões, de viver de forma mais autêntica e
isto não significa que temos de abandonar tudo e ir viver para
uma cabana no meio Do Nada. Calma, significa sim, ser
conscientes das escolhas que fazemos e garantir que elas nos
aproximam da pessoa que nós queremos ser.
É mais isso, não tanto da pessoaque os outros esperam que
(14:45):
sejamos. Esta é a minha reflexão.
Para mim, hoje e para vocês, deixo vos com este desafio.
Façam uma auditoria honesta da vossa vida profissional,
identifiquem os vossos contratosde infelicidade, aquelas
situações, projetos ou mesmo, sei lá, relacionamentos
profissionais que vos drenam a energia, em vez de vos darem
(15:08):
energia e depois tenham a coragem de fazer mudanças.
Podem ser mudanças muito pequenas, ou seja, redefinir
prioridades, estabelecer limites, delegar mais.
Eu já me Rio de cada vez que falo de delegar nos episódios de
manual. Ou podem ser mudanças maiores,
sei lá, mudar de setor, terminarparcerias, reinventar o modelo
de negócio. Oo importante é que a Felicidade
(15:28):
é uma escolha que fazemos e uma skill que desenvolvemos também.
Não é algo que acontece quando alcançamos um determinado
objetivo, é algo que podemos escolher agora, hoje, neste
momento, a Allen escolheu o Jay Lennon, demorou um pouco mais
tempo, mas eventualmente também escolheu ou acabou por ser
obrigado a. E vocês?
(15:51):
Que contratos de infelicidade estão prontos para quebrar?
Obrigado por terem ouvido este episódio muito diferente de tudo
aquilo que tem vindo a ser publicado aqui no manual de boas
ideias e por ser tão diferente. É que na altura guardei aquele
episódio que gravei há 1 mês e tal sobre o almanaque de
navalradicante. Obrigado por fazerem parte desta
(16:13):
comunidade, por ouvirem estas reflexões também de vez em
quando. E por me acompanharem sempre
nesta jornada. Hoje deu me para isto.
Para a semana, voltamos à ordem de trabalhos habitual até ao
próximo capítulo do manual de boas ideias, na próxima
terça-feira.